julho 07, 2007

Bancos...

De pouco mais de uma década para cá o mercado financeiro vem se transformando novamente. Em virtude da inflação dos anos 1980, os bancos se modernizaram e tem no Brasil uma das maiores eficiências em compensação bancaria e sistemas de processamento de dados. Essa primeira transformação era mais nítida ao final dos anos 1980 e inicio dos anos 1990, se compararmos com Uruguai e Argentina, por exemplo.

Depois houve o aspecto de se fazer os caixas eletrônicos. Começou também nos anos 1980 com os caixas do “Banco 24 horas”, até que Itaú e Bradesco foram espalhando os seus, seguido por todos os outros bancos. Lógico, os que atuavam no varejo. Os bancos de atacado, aqueles que visam somente contas de pessoas jurídicas, continuaram invisíveis, como o famoso banco francês CCF (Credit Commercial de France), adquirido pelo HSBC anos atrás. Somente quem trabalhou um pouco com o mercado financeiro lembra do CCF. Era avaliado como um dos melhores bancos de atacado.

No meio dos anos 1990 começou a ruir algumas estruturas, como o Bamerindus, comprado pelo HSBC, o Nacional, adquirido pelo Unibanco, o Econômico, adquirido inicialmente pelo Excel, depois pelo Bilbao Viscaia e finalmente pelo Bradesco. Dessa forma sumiram um número significativo de bancos do mercado. O Itamaraty, comprado pelo BCN que foi comprado pelo Bradesco. A Fusão do ABN com o Banco Real, que é o foco principal dessa postagem. A quantidade de bancos estaduais que foram anexados, como o Banespa pelo Santander, o Bandepe pelo ABN Real, o Banestado e o Banerj comprados pelo Itaú entre outros.

Mas voltando ao ABN Real, agora esta de novo no foco de uma nova aquisição, ou fusão. O Real se diferencia de outras fusões por, primeiro de tudo, nunca esteve em prejuízo e nem próximo de falência. Sua estrutura cresceu muito após a aquisição e conta com uma estrutura internacional muito boa. Não acompanhei o ranking dos últimos anos, mas entre os bancos privados eram sempre Bradesco e Itaú nos dois primeiros lugares e entre os outros lugares estavam o Unibanco, o HSBC, o Santander e o ABN. Entre outros como Safra e Citibank. Esta fusão, se for com o Braclays inglês, basicamnete nada muda no mercado brasileiro, mas se for com o Santander, este passará a ser o maior banco privado brasileiro. O que é péssimo. O Santader é o banco com um dos maiores número de reclamações. Até bem pouco tempo, não tinha digerido ainda o Banespa. Bem, a respeito desta nova fusão, até o Itaú já se manifestou interessado em comprar a parte brasileira do ABN. Eu acho que ainda vamos ter muito a ouvir dessa futura transação.

A par disso, um banco que deveria ter sido privatizado, parece que volta a ser foco de outra fusão. Agora com o Banco do Brasil. O BESC – Banco do Estado de Santa Catarina – passou a ser nacional em 1999 e até agora ainda não foi privatizado. Tem características de um banco regional, algo complicado no Brasil, fora da região Norte. Pois atende praticamente todas as praças do estado de Santa Catarina. Sua fusão com o Banco do Brasil é péssima. O Banco do Brasil vem ao longo do tempo perdendo a simpatia das praças regionais. Particularmente, com o aumento das atividades das casas lotéricas, a Caixa Econômica Federal vem ganhando muito mais clientes que o Banco do Brasil. Não posso avaliar nenhum dos dois, como cliente, mas minha impressão é a de que nenhum tem bom atendimento. A Caixa agrega muitas funções além das normais de um banco, como o FGTS e o maior financiamento imobiliário do Brasil.

O BESC e o ABN são ao mesmo tempo o contrario um do outro. Pelo menos nesse momento, já que um está fazendo uma estratégia internacional, trabalhando um mercado bastante promissor, enquanto o outro está sendo adicionado justamente para o banco que já não atendia a região, com uma estrutura onerosa.
Esse mercado financeiro brasileiro daria uma boa pesquisa.

Um comentário:

João Batista disse...

Entrei uma única vez no BB. O Caixa que me atendeu tinha toda a cara e pose de funcionário público. Ele se comportava como se fosse o gerente. Gerente? Quem é o gerente? Comportava-se como se fosse o Presidente, isso sim. Na saída, ouvi alguém fazendo uma pergunta ao sujeito, e ele respondendo que estava com o Lamarca, etc. e tal. Ficou explicado. Mesmo a empresa sendo pública, é gerenciada como se fosse uma estatal. Arriscaria meu mindinho que aquele caixa só estava ali por apadrinhamento. Poderia ser filho de alguém. Não tinha cara de caixa de banco. Mas o que é que eu sei. Vai ver caixa de banco do BB está para o Brasil como o McDonald’s está para os EUA.

Eu sei que Lamarca assaltaria aquele banco e mataria o caixa sem nem piscar. É, sob certo aspecto, eu também estou com o Lamarca.

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