Hoje estou irritado. Podia iniciar esta postagem com esta frase e assim até seria justo o conteúdo. Não é o caso. Primeiro porque não estou irritado. Segundo se trata de algo que no fundo não incomoda. É uma postagem um pouco dura. Pois não costumo ser político e sempre digo o que gosto e o que não gosto. Não tenho o costume de ficar em cima do muro. Acontece comigo, como em todo ser humano, de gostar de coisas que teoricamente excluem outras, ou no mínimo são contraditórias.
Algumas das questões que coloco se debateram logo no início do orkut, um pouco e como sempre rasteiramente. Eu comentei um pouco sobre o que vou falar na postagem “Always Heavy Metal”, ainda tentando somente apresentar a idéia sem ir muito fundo no que eu realmente acho. Como também não irei agora aos aspectos todos. Isso porque demanda mais tempo e pesquisa a que estou disposto a dispensar a este assunto. Nessa hora que penso na faculdade de sociologia. Por que lá não se estuda aspectos ligados a estes? Seria um bom tema de mestrado: “As possibilidades da felicidade através dos clichês da sociedade de classe média e suas mistificações.”
Algumas vezes enxergo certos vícios sociais como subproduto de uma cultura baseada em desligamentos históricos. Certo apego a questões de momento, sem nenhuma reflexão do que realmente tem importância naquilo. Isso se baseia nas maiores contradições possíveis. A primeira esta no conjunto esporte e drogas. Os dois subprodutos de duas culturas rasteiras, sem nenhuma profundidade.
Fazer esporte é algo ligado a algum tipo de prazer, não a um estado emocional qualquer. Não se faz esporte para se "estar bem". Isso é normalmente um resultado, mas não é meio. Estar bem de saúde poderia ser, mas no geral é mais um aspecto psicológico do que um bem estar físico. Não vejo a saúde das pessoas diretamente ligada a prática de seu esporte. Claro, para se obter este resultado seria necessária uma pesquisa de campo, com vários aspectos, entre eles o estudo físico dos casos. Mas o resultado deverá mostrar se é um mito o de se fazer esporte e estar bem de saúde fisicamente ou se somente o psicológico das pessoas que demonstra essa sensação. Normalmente vejo que as pessoas fazem os exageros, por certo período, e depois tomam certo cuidado, fazendo até certo sacrifício por outro período, até chegar num resultado específico. Exemplos não faltam de gente que engordou, passou um tempo gordo e num determinado momento fez um regime e ficou bem, magro, etc. Agora se está saudável, só o médico sabe. Mas seu psicológico está ótimo. Normalmente isso já basta para a pessoa. Mas a pesquisa deveria ser mais funda. Mostrar que não basta. Ou melhor, a autocrítica do indivíduo deveria ser mais embasada não em resultado superficial, mas profundo. Uma pesquisa americana mostrou que inúmeros obesos estavam melhores de saúde a muito magros. O noticiário alarmou isso com o objetivo que era o da busca por saúde e não um estado de espírito, não a busca pela chamada auto-estima, muito confundida, e nem uma questão de estética.
Ao mesmo passo que temos os que se enganam com suas incursões esportivas, aquelas meninas que compram suas calças de ginástica e suas bicicletas, ou que passeiam nas esteiras e aulas de spinnig das academias, ou aqueles que montam suas formas (“bombadas”) numa divisão entre farmácia e desfile nas academias, como uma forma de “estar bem”. Também temos as “patotas” da sub-cultura das drogas, que também querem “ficar bem”. O engraçado esta na chamada questão do preconceito. Existe preconceito com as drogas? Sim, existe. Para todas. Cigarros e álcool, por exemplo. Que belo exemplo é o do bêbado, não? Realmente ele empolga a juventude. Mantém uma fileira de fãs de carteirinha que usam camisetas com protesto contra a proibição das propagandas em televisão. Usam o álcool como exemplo de como libertar o seu “eu” e como momento de inspiração, não? Realmente a mente tomada pelo álcool é muito mais criativa, principalmente quando se dirige... “A habilidade cresce!“
E os cigarros então? Uma outra pesquisa americana relaciona que o câncer de pulmão dobrou nos últimos dez anos e que o habito de fumar diminuiu dois terços na mesma região de Los Angeles. Imaginou se não tivesse diminuído o habito de fumar? Os casos teriam quadruplicado! (Se achou que eu ia usar isso como defesa do cigarro pode ir parando de ler o texto por aqui, pois não consegue entender o grau de seriedade disso. Os aspectos que fazem o câncer de pulmão crescer nesse período são ligados a fatores como ar condicionado, alimentação, poluição ambiente e consumo de álcool, entre outros. Mas não tira o mérito do resultado devido ao fumo ter diminuído, mesmo que o estudo não consiga formalizar isso. E ainda, a diminuição do fumo acarretou a diminuição de outras doenças respiratórias. Há uma amplitude de fatores aí.) Logo esclarecido esse prólogo rasteiro sobre as drogas faço uma pergunta bem interessante, baseada em pesquisa recente que diz ter o consumo de drogas no Brasil aumentado: Por que existe tanto preconceito quando ao cigarro e a ao álcool e certa mistificação a respeito do uso das outras drogas? Só para finalizar cito uma parte de um texto do jornalista Reinaldo Azevedo, do dia 04 de julho de 2007:
“(...) Não caio nessa conversa de que fumar um “baseado” é o mesmo que tomar uma taça de vinho ou uma dose de uísque. Não é. Trata-se de uma mentira; pura empulhação de gente que é simpática ao consumo de drogas ilícitas. E se for uma garrafa de vinho de uma vez? Bem, não me peçam para arbitrar se é melhor ser maconheiro ou alcoólatra. Acho as duas coisas ruins. É evidente que existe gente que consome maconha eventualmente e está socialmente integrado. Mas não é menos evidente que, regra geral, trata-se de uma espécie de cultura marginal: as pessoas acabam se identificando por conta desse hábito ou vício, que substitui quaisquer outras afinidades. O lobby pró-droga, especialmente entre artistas e agregados, é grande. Chegou também à academia e ao jornalismo. E vem acompanhado de uma forte patrulha sobre a linguagem. Se você chamar um consumidor contumaz de maconha de “maconheiro”, ele se ofende; dizer que um aspirador de pó ambulante é um “cocainômano” é visto como preconceito. (...)”
Resumo dessa primeira parte: Temos uma mistificação se a prática do esporte como é feita atualmente, ou melhor, a valorização da prática, sem muito acompanhamento médico de prevenção esta sendo eficiente na saúde da população e a contradição de se ter uma cultura mística sobre o preconceito de certas drogas a respeito de outras, tem sua efetiva ligação com a mesma saúde. O objetivo desse primeiro grupo seria o estudo sobre o aspecto psicológico e social em virtude do aspecto físico e de saúde.
Algumas das questões que coloco se debateram logo no início do orkut, um pouco e como sempre rasteiramente. Eu comentei um pouco sobre o que vou falar na postagem “Always Heavy Metal”, ainda tentando somente apresentar a idéia sem ir muito fundo no que eu realmente acho. Como também não irei agora aos aspectos todos. Isso porque demanda mais tempo e pesquisa a que estou disposto a dispensar a este assunto. Nessa hora que penso na faculdade de sociologia. Por que lá não se estuda aspectos ligados a estes? Seria um bom tema de mestrado: “As possibilidades da felicidade através dos clichês da sociedade de classe média e suas mistificações.”
Algumas vezes enxergo certos vícios sociais como subproduto de uma cultura baseada em desligamentos históricos. Certo apego a questões de momento, sem nenhuma reflexão do que realmente tem importância naquilo. Isso se baseia nas maiores contradições possíveis. A primeira esta no conjunto esporte e drogas. Os dois subprodutos de duas culturas rasteiras, sem nenhuma profundidade.
Fazer esporte é algo ligado a algum tipo de prazer, não a um estado emocional qualquer. Não se faz esporte para se "estar bem". Isso é normalmente um resultado, mas não é meio. Estar bem de saúde poderia ser, mas no geral é mais um aspecto psicológico do que um bem estar físico. Não vejo a saúde das pessoas diretamente ligada a prática de seu esporte. Claro, para se obter este resultado seria necessária uma pesquisa de campo, com vários aspectos, entre eles o estudo físico dos casos. Mas o resultado deverá mostrar se é um mito o de se fazer esporte e estar bem de saúde fisicamente ou se somente o psicológico das pessoas que demonstra essa sensação. Normalmente vejo que as pessoas fazem os exageros, por certo período, e depois tomam certo cuidado, fazendo até certo sacrifício por outro período, até chegar num resultado específico. Exemplos não faltam de gente que engordou, passou um tempo gordo e num determinado momento fez um regime e ficou bem, magro, etc. Agora se está saudável, só o médico sabe. Mas seu psicológico está ótimo. Normalmente isso já basta para a pessoa. Mas a pesquisa deveria ser mais funda. Mostrar que não basta. Ou melhor, a autocrítica do indivíduo deveria ser mais embasada não em resultado superficial, mas profundo. Uma pesquisa americana mostrou que inúmeros obesos estavam melhores de saúde a muito magros. O noticiário alarmou isso com o objetivo que era o da busca por saúde e não um estado de espírito, não a busca pela chamada auto-estima, muito confundida, e nem uma questão de estética.
Ao mesmo passo que temos os que se enganam com suas incursões esportivas, aquelas meninas que compram suas calças de ginástica e suas bicicletas, ou que passeiam nas esteiras e aulas de spinnig das academias, ou aqueles que montam suas formas (“bombadas”) numa divisão entre farmácia e desfile nas academias, como uma forma de “estar bem”. Também temos as “patotas” da sub-cultura das drogas, que também querem “ficar bem”. O engraçado esta na chamada questão do preconceito. Existe preconceito com as drogas? Sim, existe. Para todas. Cigarros e álcool, por exemplo. Que belo exemplo é o do bêbado, não? Realmente ele empolga a juventude. Mantém uma fileira de fãs de carteirinha que usam camisetas com protesto contra a proibição das propagandas em televisão. Usam o álcool como exemplo de como libertar o seu “eu” e como momento de inspiração, não? Realmente a mente tomada pelo álcool é muito mais criativa, principalmente quando se dirige... “A habilidade cresce!“
E os cigarros então? Uma outra pesquisa americana relaciona que o câncer de pulmão dobrou nos últimos dez anos e que o habito de fumar diminuiu dois terços na mesma região de Los Angeles. Imaginou se não tivesse diminuído o habito de fumar? Os casos teriam quadruplicado! (Se achou que eu ia usar isso como defesa do cigarro pode ir parando de ler o texto por aqui, pois não consegue entender o grau de seriedade disso. Os aspectos que fazem o câncer de pulmão crescer nesse período são ligados a fatores como ar condicionado, alimentação, poluição ambiente e consumo de álcool, entre outros. Mas não tira o mérito do resultado devido ao fumo ter diminuído, mesmo que o estudo não consiga formalizar isso. E ainda, a diminuição do fumo acarretou a diminuição de outras doenças respiratórias. Há uma amplitude de fatores aí.) Logo esclarecido esse prólogo rasteiro sobre as drogas faço uma pergunta bem interessante, baseada em pesquisa recente que diz ter o consumo de drogas no Brasil aumentado: Por que existe tanto preconceito quando ao cigarro e a ao álcool e certa mistificação a respeito do uso das outras drogas? Só para finalizar cito uma parte de um texto do jornalista Reinaldo Azevedo, do dia 04 de julho de 2007:
“(...) Não caio nessa conversa de que fumar um “baseado” é o mesmo que tomar uma taça de vinho ou uma dose de uísque. Não é. Trata-se de uma mentira; pura empulhação de gente que é simpática ao consumo de drogas ilícitas. E se for uma garrafa de vinho de uma vez? Bem, não me peçam para arbitrar se é melhor ser maconheiro ou alcoólatra. Acho as duas coisas ruins. É evidente que existe gente que consome maconha eventualmente e está socialmente integrado. Mas não é menos evidente que, regra geral, trata-se de uma espécie de cultura marginal: as pessoas acabam se identificando por conta desse hábito ou vício, que substitui quaisquer outras afinidades. O lobby pró-droga, especialmente entre artistas e agregados, é grande. Chegou também à academia e ao jornalismo. E vem acompanhado de uma forte patrulha sobre a linguagem. Se você chamar um consumidor contumaz de maconha de “maconheiro”, ele se ofende; dizer que um aspirador de pó ambulante é um “cocainômano” é visto como preconceito. (...)”
Resumo dessa primeira parte: Temos uma mistificação se a prática do esporte como é feita atualmente, ou melhor, a valorização da prática, sem muito acompanhamento médico de prevenção esta sendo eficiente na saúde da população e a contradição de se ter uma cultura mística sobre o preconceito de certas drogas a respeito de outras, tem sua efetiva ligação com a mesma saúde. O objetivo desse primeiro grupo seria o estudo sobre o aspecto psicológico e social em virtude do aspecto físico e de saúde.
Um comentário:
Nem todos nasceram para ser magros. Emagrecendo, pagarão com saúde. Também nem todos nasceram para serem lutadores de Sumo. Já assistiu a lutas de Sumo? É um esporte excelente e divertidíssimo de assistir. Existem as bolas de gordura, gigantes. Existem bolas de músculos cobertas por gordura. E existem os que não conseguem engordar mais devido ao, como é que se fala em jornalismo, “risco de vida”? Ai que medo! Já pensou se eu dou azar e vivo? Às vezes a bola de gordura é imbatível, outras vezes, para o delírio da platéia, um mais magrinho consegue derrotar um bolão. E o bola com bola parece mais uma luta de Ursos, sem as mordidas, claro.
É obvio que injetar-se com um monte de lixo está longe de ser saudável, ao contrário, quem assim o faz geralmente encontra o oposto. É saudável ter de fazer diálise pelo resto da vida? Cabelo saudável é cabelo careca? A virilidade se mede pela pequenez dos testículos? Vida saudável é aquela que foi interrompida indevidamente aos quarenta anos? Acontece que, como no Sumo, alguns resistem melhor ao monte de lixo do que outros, e enquanto aqueles desfilam e posam de senhor saúde, estes outros se recolhem em silencio aos consultórios de endocrinologistas, as salas de emergência, ou ao cemitério, envergonhados da destruição que causaram a si próprios.
Mas nem precisa ir tão longe. Tenho uma amiga que costumava passar o dia correndo na esteira da academia, todo dia. Comia apenas leite e queijo. Resultado: começou a urinar sangue devido à dieta suicida e seus joelhos foram permanentemente destruídos. Não pode mais correr, nem pedalar, nem nada. Pode andar para lá e para cá e só. Sem atividade física nem mesmo moderada. Encontrou a saúde? Como nos casos anteriores, é claro que há quem resista a este tipo de atividade e nunca tenha nenhum problema, ou que tenha um problema apenas leve e temporário, mas correr, sei lá, seis ou oito horas por dia não é uma atividade saudável, nem em si, nem pelos resultados.
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