novembro 28, 2007

Força Timão

E o jogo continua. Estou acompanhando pela internet o sofrimento corintiano... Hoje é o dia... Que cai e se desespera ou avança para o “ufa”. O bom é acompanhar a transmissão com comentários de Daniel Piza... Essa CBN...

novembro 26, 2007

Gente da Música II

Faltou explicar porque Gente da Música. O newsletter semanal do programa “Quem tem medo de música clássica?”, apresentado pelo ex-senador Artur da Távola chama “Gente da Música”. E sempre vem com algum texto selecionado por ele sobre música.

Certo tempo atrás lia até bastante seu blog e sua crônica diária e me irritava com ele porque não fazia uma forma para ler as crônicas de outros dias. Mas sua casa de cultura, cujo link está ai do lado, tem bastante coisa interessante sobre música. Como já disse outras vezes aqui, ao falar de música ele é muito bom. Às vezes também escuto, via internet, seu programa na rádio Roquete Pinto, do Rio de Janeiro.

Trabalho...

Estou, finalmente, pondo em ordem meus livros. Só vai faltar parar de ter preguiça e fazer os fichamentos do que é necessário. Mas isso será outra hora. Até dezembro pretendo conseguir organizar todos eles.

Lembro de certa vez falar para um amigo que precisava por em ordem os livros, etc. E ele me fala que sua secretária já tinha colocado em ordem os dele... Se pensar num sonho de consumo, este seria ter uma secretária para anotar tudo e por ordem nas coisas.

Num escritório que trabalhei, a recepcionista / telefonista / secretária / office girl sabia onde estavam todos os catálogos das lâmpadas e das luminárias. Mas o dia mais incrível foi o do pedido de um bom-bom:

“Menina, traga-me um bom-bom.”

E ela tinha uma caixa, daquelas da Garoto, na gaveta, atendendo de pronto o pedido. Não lembro o nome dela, mas era o dia todo sendo falado e ela pegando algo, ligando para alguém, etc. Foram dois meses escutando seu nome muitas vezes ao dia... E eu não lembro...

Gente da música!

Este final de semana o programa de Artur da Távola, sempre pela TV Senado, prepara um série de Allegros:

Wolfgang Amadeus Mozart (Sinfonia "Júpiter")
Joseph Haydn (Sinfonia em Ré Maior / "A Imperial")
Ludwig Van Beethoven (Sinfonia Nº 03 / "Heróica")
Antonín Dvorak (Sinfonia Nº 09 / "Do Novo Mundo")

São trechos selecionados de alguns programas já transmitidos.

novembro 25, 2007

Aguinaldo

Lendo o blog do Reinaldo Azevedo, descobri que o autor da novela Duas Caras tem um blog. Aguinaldo Silva escreve, em termos, sobre a sua obra atual. Ele já escreveu outras novelas e diz ser sofrido o processo de escrita de uma novela. Eu sempre tive curiosidade para saber qual era o método utilizado para escrever uma novela. Foi um bom achado este blog. Sem contar os temas abordados são interessantes.

Tomara que não seja demitido da Rede Globo, conforme ele afirma que certa mídia chegou a especular. O ponto chave que deixa um pouco sem interesse para mim é que não assisto a este novela. Para ser mais exato não assisto a nenhuma novela há alguns anos. Mas tenho vontade de conhecer os escritos. Sobre um livro tenho muita noção de como são escritos, de como surgem os personagens. Mas de uma novela, eu não sabia como sequer montar a cena com o capitulo, de como montar a trama e em que ponto parar a cena. Deve ser uma loucura!

O endereço.

Insônia

Acordei em algum momento da noite, que nem era tão noite assim, e, ligando a TV, assisti por algum tempo o Altas Horas, na TV Globo. Bom ver o Jorge Ben Jor e algo de estranho ver Zé do Caixão... Esse negócio de juntar tudo é interessante! E ainda tinha a Maria Paula, que de chata e “intelectualoide” era de irritar. E o detalhe que alguém contou a ela que era bonita... Pra que... Estava com um cabelo simplesmente ridículo.

E o Jorge contou a história de São Jorge. Tem certas horas que poderia estar menos cansado e não ter que dormir tão cedo num sábado. Mas se estivesse menos cansado teria saído... E do Zé do Caixão só saiu besteiras, como sempre. Aliás, hoje, Zé do Caixão estaria filmando no bairro da Santa Cecília... Bem, depois que ele foi ao programa do Datena para dizer que roubaram seu Del Rey, acho que precisa voltar a trabalhar para comprar talvez uma Belina? Ou seja, toda vez que vir um Ford dos anos 80 vou achar que pode ser o Zé do Caixão...

Infelizmente (ou felizmente) dormi de novo sem ver mais detalhes do programa. Sabe que até gosto da idéia de um programa assim, misto. Seria como se o Jô Soares juntasse seus convidados ao mesmo tempo, num mesmo bate-papo. Mas tem horas que não se aprofundam os papos justamente por estar tudo mundo junto. O que é legal por um lado, do outro é ruim. Certo que a idéia de Altas Horas é ser só superficial mesmo. Nem sei se o Jô quer ser mais profundo...

O interessante que, imaginem só, saiu um ranking dos 20 maiores formadores de opinião no Brasil. Simplesmente dentre os cinco primeiros eu leio constantemente três... E o primeiro não acho lá grande profundidade. Veja aqui.

A lógica da eleição de 2002

Eu acho que a eleição de 2002 foi a das mais importantes desde 1989. Digo isso por que Fernando Henrique Cardoso, depois de ter acabado com os planos do PT, por ter fortalecido as instituições democráticas e estar de certa forma esgotado politicamente e ter feito um trabalho de transição democrática, não usou a máquina pública para fabricar um candidato do PSDB. Diga-se de passagem, foi um dos poucos políticos a não usar desde artifício.

Vejamos casos do estado de São Paulo: Em 1986 o vice-governador (1983-1986) Orestes Quércia sucedeu o então governador André Franco Montoro. Franco Montoro ganhou uma eleição difícil em 1982, porém é o único nome lembrado, além de Lula e Jânio Quadros, que participaram daquela eleição que sucedeu Paulo Maluf, governador biônico (na verdade Maluf foi candidato a deputado federal em 1982, para disputar a eleição indireta de 1984 e tinha se afastado do governo deixando para seu vice, José Maria Marin, o governo do estado). O candidato lançado por Maluf e Marin foi Reynaldo de Barros e Montoro ganhou.

Já em 1986, havia como candidatos Antonio Ermírio de Moraes e Paulo Maluf, agindo pelos bastidores, com campanha fortíssima no interior paulista, o PMDB elegeu seu sucessor: Orestes Quércia. Também com o artifício da campanha no interior e a exposição na mídia em casos onde a secretaria de segurança pública tinha agido com enorme competência, o candidato de Quércia, o então secretário e segurança Luis Antonio Fleury, ganhou a eleição de 1990 que contava com José Serra e Paulo Maluf como candidatos.

Em 1994 não havia candidatos e mesmo assim Mário Covas foi para um segundo turno com o ex-prefeito de Osasco e atual deputado federal Francisco Rossi (cujo sonho, acredito eu, era ser prefeito de São Paulo, pelas tantas vezes que concorreu e, detalhe, saindo em inúmeras vezes nas pesquisas primarias em primeiro lugar). Para não dizer que não havia candidatos, o PT tinha lançado José Dirceu e o PP (sei lá como chamava à época o partido do Maluf) lançou o sindicalista Medeiros. Até Paulo Maluf apoiou Covas naquela eleição. O PMDB havia lançado o então secretário da agricultura Barros Munhoz, atual deputado estadual pelo PSDB e ex-prefeito de Itapira (SP). De novo a força do interior, porém desta vez Covas estava alinhado com Fernando Henrique Cardoso e o PSDB era o principal partido em praticamente todos os estados, elegendo os governadores do Rio e Janeiro (Marcello Alencar), de Minas Gerais (Eduardo Azeredo) e do Ceará (Tasso Jereissati).

E verdade seja dita, Maluf se estivesse naquela eleição tinha possibilidades de segundo turno e uma pequena chance de vitória, por isso provavelmente preferiu se ausentar e terminar o mandato executivo de prefeito, seu primeiro eleito. Este também um caso óbvio de máquina governamental, onde Maluf “fabricou” seu sucessor, Celso Pitta. A emenda constitucional da reeleição vigoraria somente a partir de 1998, e Maluf foi, digamos, um dos não privilegiados por esta emenda. A certeza era tão grande de sua vitória na eleição de 1996, que José Serra foi procurado por Maluf para fazer uma aliança para aquela eleição. Sendo recusada lançou Celso Pitta e Serra nem sequer disputou o segundo turno. Falando em segundo turno, em 1988, Maluf também foi prejudicado por não haver na ocasião segundo turno, perdendo uma eleição para Luiza Erundina, que por sua vez perdeu em 1996 para Celso Pitta, num segundo turno. Em 1992, Maluf também não tinha oponente e o sucessor de Erundina era Eduardo Suplicy. Nem com a máquina pública a seu favor conseguiu Suplicy vencer Maluf.

Mas voltando, em 1998, a reeleição de Mário Covas teve uso da mídia e da maquina governamental para assegurar um local no segundo turno. Mas sua política foi de extrema competência, fazendo uma esplendida vitória de segundo turno. Única eleição em que ocorreu o fenômeno do candidato que teve segundo lugar no primeiro turno ganhar no segundo turno. Podem ver, nenhuma eleição isso ocorreu de novo.

Em 2002, Geraldo Alckmin, que assumiu o governo de São Paulo após a morte de Mário Covas, nem se pode dizer que fez uso da máquina, ele nem sequer tinha concorrentes. Era de novo Paulo Maluf e no segundo turno disputou com o despreparado deputado petista José Genoino.

Exatamente ai que entra toda a parte importante desta postagem. José Genoino só foi parar no segundo turno porque o PSDB estava em enorme desgaste por conta do segundo mandato de Fernando Henrique. Segundo mandato este que foi bastante engessado pela oposição sistemática petista e pela perda de boa parte da base de apoio, como os não reeleitos governadores Eduardo Azeredo (MG) e Marcello Alencar (RJ). Além da morte de Eduardo Magalhães e Sergio Motta, que eram seus maiores articuladores. Este segundo mandato de FHC e Mário Covas desapertam em mim a maior antipatia pela reeleição. Certo que a política econômica de FHC ainda não estava pronta em 1998 para entrada de um desastrado como Lula e o PT, mas a continuidade de certas políticas – principalmente a de segurança pública - no governo estadual, somente alterada no segundo mandato de Alckmin, foi um dos piores reflexos da reeleição.

Em 2002, o PT aderiu ao “Lulinha paz e amor”. Ao PT menos vermelho e mais cor-de-rosa. Colhia certos feitos de uma Marta Suplicy eleita em 2000 (onde, de petistas, havia muito pouco nos cargos que exigiam competência). O senador Suplicy estava em alta na mídia. Lula havia disputado já três eleições e Ciro Gomes, desde 1998 na oposição ao PSDB, e a articulação do PFL em lançar uma candidata própria, filha de um ex-presidente da República (Roseana Sarney era no momento governadora reeleita do estado do Maranhão). A articulação dos petistas para inviabilizar qualquer outra candidatura que não fosse a de Lula se mostrava muito forte. Atua em todos os bastidores possíveis. Quando se apresentaram somente quatro candidatos – José Serra (PSDB), Ciro Gomes, Antony Garotinho e Lula - os petistas asseguravam ali uma grande possibilidade de polarizar a eleição com o PSDB.
Levando em conta ainda que a informação sobre o que era realmente o PT (que se mostrou depois em escândalos como o “mensalão”, “dólar na cueca” e etc.) era praticamente nula na mídia. Como se informar se, por exemplo, as informações sobre os governos petistas no Rio Grande do Sul foram simplesmente não utilizadas pelos candidatos e nem sequer comentada na mídia? Lendo a “Vanguarda do Atraso”, editada pelo jornalista Diego Casagrande, nota-se a total falta de informações que se tinha sobre Lula e o PT. Foi talvez em grau pior que a desinformação sobre Collor em 1989. Primeiro que Collor saiu em 1992 e Lula se reelegeu em 2006 usando absurdamente a máquina estatal. Tudo hoje no Brasil se aposta para 2010. O atual governo vai se arrastar até lá, se não tentar no meio do caminho o Lula III. Falei a um tempo atrás que tinha saudades de FHC (aqui), mas na verdade, tenho é saudades de morar em um país um pouco mais civilizado (aparentemente), o que representava FHC e o PSDB no poder. O fato de se ter enganado tantas pessoas e comprado a consciência de outro tanto, mostra um país mais do que atrasado; mostra é um dos piores conceitos que se tem da América Latina, o de tiranetes e republiquetas de bananas... Que é exatamente isso que o Brasil se tornou, uma republiqueta com quase nenhuma expressão internacional. E quando Olavo de Carvalho fala no prefácio da reedição de seu livro “O Futuro do Pensamento Brasileiro”, que poderia tirar o imperativo, é uma verdade indiscutível.

novembro 24, 2007

A arte de rir...

A arte de dar risada esta acabando. Como não rir de Enéas Carneiro naqueles, sei lá quinze segundos, que ele só dizia “meu nome é Enéas”? Ai ele se torna o deputado mais votado da história no Brasil. Começa a ser sério o fato de que junto com ele foram mais quatro pessoas com menos de dez mil votos. A risada acabou. E se fez toda uma enorme e grosseira palhaçada sobre o sistema eleitoral. Anos depois vemos Clodovil se elegendo, agora com menos votos e extremamente bem tratado por seus pares. Afinal ele é mesmo um representante do povo e não está lá para brincar. Mas sua propaganda eleitoral era de morrer de rir... Já um outro deputado eleito, o cãozinho dos teclados Frank Aguiar, me foi de risos impressionantes. Ainda mais com o apoio que Lula deu a ele. E depois disso fico sabendo que muita gente não riu desse fato... E não riu não por ser na verdade uma decadência, mas por achar que estes podem ser mais eficientes que os políticos “profissionais”... E como não rir destas pessoas também? Rio mais ainda do vereador Agnaldo Timóteo, que nem para se vestir com menos extravagância... Só rindo mesmo. E quem votou nessas pessoas? Nariz de palhaço nelas!

Goin´ Crazy

Então, Mr. David Lee Roth esta fazendo uma turnê com Van Halen... Como já devo ter comentado aqui. Acho-o um dos maiores líderes de banda, mas sinto saudades de suas músicas da carreira solo. Assim como da mesma forma sinto falta de suas músicas no Van Halen... Seria difícil ele tocar Goin´ Crazy com Van Halen?

Talvez esse seja um dos maiores problemas dos músicos. Sua obra construída num momento praticamente nunca mais se repete. Aquele momento com Steve Vai e Billy Sheehan nunca mais voltará...
O pior de tudo que eu não vivi aqueles momentos... Nem vi Van Halen original (no Brasil em 1983, com David Lee Roth) e nem vi Sammy Hagar em lugar nenhum...

PSDB e seu momento atual...

Foto de Patrick Grosner.
Continuo achando que umas das poucas pessoas a fazer política de verdade no Brasil é ainda o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele falou muito claramente estes dias sob sua postura contraria à CPMF. Finalmente alguém dentro do PSDB falou alguma coisa com sentido. No ano passado, durante a campanha eleitoral, escreveu aquela carta, que se fosse seguida pelo partido o resultado da eleição poderia ter sido melhor. Pelo menos entrariam em discussão alguns temas que nem sequer passaram no debate.

Eu sou contra a cobrança do CPMF por inúmeros motivos, mas o principal é pagar R$180,29 todo mês de meu plano de saúde. Só por este já bastariam todos os outros. E pago o plano, pois ano passado (2006), ao levar minha prima para ser atendida num hospital público federal, tive a impressão de estar sendo tratado num país africano qualquer. Não havia esparadrapo e nem aquele metal de imobilização para os dedos que ela havia quebrado. Engessaram a mão toda. Uma lástima. Desde então resolvi aderir a um plano de saúde, já que minha saúde não andou lá muito bem este ano.

Ou seja, o tal imposto para a saúde, nem sequer chega à saúde. Mas o governo federal está mais preocupado com o que as pessoas assistem na TV, pois assinou uma medida provisória criando a tal “TV Pública”. São, imaginem, 350 milhões de Reais ao ano... Acho que dava para comprar esparadrapos com essa graninha. E o detalhe que o tal hospital federal é “referencia” de atendimento... Não me falaram que tipo de referencia...

Depois falam que eu não gosto do governo do PT por motivos ideológicos... Como se eles fossem competentes em alguma coisa. Certo que aqui cabe uma afirmação positiva: Por mais incrível que possa parecer o governo Lula não errou em manter a mesma política econômica do PSDB. Dentre todas as coisas que pioraram – a educação, a saúde, a segurança – a economia se manteve estável. Talvez em parte por um momento mundial sem maiores crises (aqui cabe colocar o debate ocorrido no blog do Daniel Piza sobre os mitos do governo Lula). Em suma, o PSDB deixou tudo acertado para Lula obter sucesso, no entanto, o seu governo é pífio e cada vez mais populista e antidemocrático.

Mas voltando ao PSDB, com certeza, desde 2002, o partido está longe e não esta falando à sociedade como deveria. Sendo este um dos tópicos discutidos no congresso nacional do partido, esta semana em Brasília. Lula em 2002 teve dois sustos. O primeiro com Roseana Sarney e o segundo com Ciro Gomes. Roseana, que até hoje não apurei o momento histórico com todos os dados só perdeu por um detalhe de convicção moral, que se fosse hoje o PT nem sequer poderia contestar. Mas foi um susto somente. Levando em conta que Lula teve que disputar sua candidatura com o senador Eduardo Suplicy em 2002, esses dois sustos só mostram como nem o PT acreditava mesmo que conseguiria chegar tão fácil o governo. Eu, para me informar à época fiz a besteira de comprar um livro – A candidata que virou picolé – editado pela Caros Amigos. Era lógico que lá só tinha um lado da força (the dark side of the moon... by Pink Floyd).

Em 2002, José Serra era o candidato que representava as mudanças esperadas pela sociedade em geral (o tal “povo”). Mas como mostrar isso, se o partido, como só agora em 2007, está discutindo a distância que tem do povo e das entidades de classe? Muita gente se enganou com Lula, isso é óbvio, mas como também não se enganar se os planos de PSDB e PT na verdade são muito parecidos? Que a cada votação no Congresso fica mais clara a falta de diferenças entre os dois partidos, mostrado pelo discurso do “bem do Brasil”, e não por fazer política de oposição, conforme foram eleitos. E são essas as diferenças que fazem do PSDB o democrata inocente útil para a derrocada democrática. Os eleitores do PSDB querem é oposição. Não à toa os Democratas (DEM) estão muito mais afinados com suas bases – que são ainda pequenas, mas com boa possibilidade de expansão. Fazer política é uma arte e é para poucos. Com a saída de Fernando Henrique Cardoso da política do dia-a-dia o partido perdeu rumo e talvez venha a se reencontrar logo mais. Tomara que sem fazer enormes besteiras, como candidato próprio (Geraldo Alckmin) para a prefeitura de São Paulo ano que vem...

De certa forma eu não sou e nunca fui entusiasta do PSDB. Em muitos momentos não entedia qual seu lado e onde é que estavam suas diferenças com o PMDB. No fundo, todos sabem que era um esvaziamento do PMDB, pois ninguém queria ser o candidato do governo Sarney. Um engano enorme, pois a divisão em muitas frentes deixou um candidato de bom marketing e boas relações interpartidárias (conforme pode ser avaliado por seu vice) tomar a frente numa eleição onde os candidatos que estavam presentes na defesa das Diretas Já tinham perdido o momento político. Mais especificamente, o PMDB foi o grande partido das eleições de 1986, da abertura política, mas em 1989 era o partido da desilusão da abertura, dando margem a candidatos novos, como Lula e Collor. Isso pode ser visto por duas telenovelas: Roque Santeiro, a entusiasta da abertura, e Vale Tudo, a da desilusão com a democracia. Aliás, as referencias são muitas e acho que a melhor novela (até certo ponto profética) é Que Rei Sou Eu? – que mostrava como seria a futura articulação política, no papel do consultor do Reino de Avilon, personagem de Antonio Abujamra.

Muito bem, mas eu ainda tenho, por assim dizer, certo receio que o PSDB atendendo aos pedidos de seus eleitores, ainda caia no discurso moldado pelo PT. Que é em muito um discurso originalmente feito pelo PSDB. Para ser mais exato, são mesmo poucas as diferenças entre PT e PSDB, mas umas delas, a mais evidente, é que os intelectuais do PSDB são muito, muito melhores do que os do PT. E, como diz Fernando Henrique, “o partido de Lula escolheu os escândalos” (aqui). De resto, precisam é se livrar dos dogmas do marxismo arcaico e talvez passarem a ser mais liberais.

Para finalizar, é tão óbvia a noção que Serra seria o candidato mais adequado para fazer as mudanças estruturais que FHC não conseguiu executar que o atual governador de São Paulo esta fazendo ótima gestão, de um estado que já era muito bem gerido. Lógico, esta acertando parâmetros que estavam defasados e sempre uma nova gestão tem novos conceitos e metas. Ainda cedo para avaliar todos os resultados, mas já é fato de que estar prendendo mais bandidos (atuação iniciada na gestão Alckmin) anda dando bons resultados na segurança pública. O que gosto de avaliar, que a não continuidade da segurança pública do governo do PMDB por Mário Covas é um dos fatores da problemática desde tema hoje em São Paulo. Mas como Geraldo Alckmin avaliou durante debate nas últimas eleições, não é o PSDB o partido do PCC... (aqui)

novembro 21, 2007

As rádios FM

Eu não entendo por que as rádios não têm programas opinativos sobre temas de cultura. Eu não consigo ver diferença nas rádios FM. Tudo parece tão igual. É um veículo perdido... Só posso dizer que é isso. Se as rádios com programação evangélica têm audiência (que nem faço idéia como é medida) uma rádio com programa de opinião também teria. Acho estranho. Durante o período que estive nos Estados Unidos, lembro que nas manhãs ia para o trabalho escutando um programa com duas apresentadoras chamado “Two girls in the mornings”, na 97.3 The Coast FM. Era um programa de entretenimento e a seleção musical era praticamente de hits dos anos 1980. E havia um rapaz que entrava no meio falando sobre o transito e noticias. Muito diferente daqui, que se não escuto a CBN fico irritado com a péssima seleção de músicas das outras rádios. E a Band News FM é uma cópia da CBN... Nada se inventa... Criatividade, Criatividade! Parece que não acontece somente nas TV´s o fato da criatividade sumir...

novembro 20, 2007

Universos (paralelos)

Bem, costumo notar que certas pessoas se destacam em certos universos. Diria micro-universos. São aquelas pessoas que na aula de francês tem a melhor pronuncia, conhecem o melhor croissant de Paris (porém não o de Higienópolis...) e apelam por uma forma de auto-afirmação ao invés de uma forma de troca de experiências. Mas não somente estes. Tem aquele que se acha o popular dentro do escritório, o amigo de todos da academia, o freqüentador de bar (cliente VIP...), até o “galã” profissional...

Porém, fora destes ambientes é um ser insignificante. Eu sei que nem todo mundo pode ser famoso ou influente em tudo, mas que dentro de um universo suas fragilidades são diminuídas e se constroem ai certas barreiras para impedir que se extrapole este micro-universo. A escola é o primeiro desses micro-universos. Lembro-me da minha oitava série em que tinha que conviver com pessoas que não partilhavam de praticamente nada do meu interesse, desde música até jogos de vídeo-game. Com a entrada no colegial técnico, tudo pareceu maravilhoso. Muita gente com muito mais assuntos em comum e muito mais repertórios novos. Passado alguns anos era técnico e trabalhava em minha área de especialidade e ao saber notícias daqueles que eram os “populares” daquela oitava série não conseguia entender que nada tinham construído até então. Foi para mim uma primeira experiência, que hoje considero mais válida que naquela ocasião. E assim muitos micro-universos passaram. A melhor coisa deles foi aprender que muita gente só me conhecia por um ou outro desse micro-universos e se “espantam” com algumas idéias minhas. Primeiro por preconceito e segundo por uma questão de orgulho. Não entendo muito bem isso e o pior que não me importo. Normalmente eu almejo outras coisas e costumo trabalhar para realizá-las sem dar muita atenção a outras opiniões. E erro às vezes por isso. Ainda bem que só às vezes...

Mas essa questão normalmente molda certos pensamentos. Primeiro que é difícil não ser vítima de muitas coisas, como no caso de meu colegial era comum se cobrar atitudes moldadas relacionadas ao espírito do movimento revolucionário. Era estranho, mas informação muitas vezes era trocada por simples militância política. E quem estava contra ou se abstinha era cobrado como “alienado”. Não era uma cobrança como durante o Regime Militar de Exceção (revolução de março 1964) e nem havia motivos para tal, mas era a semente do que atualmente o filósofo Olavo de Carvalho chama de movimento revolucionário. E fugir disso era meio complicado, mas consegui passar ileso. Na faculdade foi muito mais simples. Primeiro que havia ali muito menos homogeneidade e menos foco profissional. As pessoas estavam em sua maioria saindo de colégios onde os seus micro-universos eram muito menos “calorosos” politicamente falando. Mas o politicamente correto era também muito mais forte. Mas a discussão era rasa e os professores, ao contrário do curso técnico, eram vistos como simples opositores de idéias e não como é a realidade de futuros colegas de trabalho. Muitos dos meus colegas de faculdade pareciam eternos alunos, nunca falavam como futuros arquitetos. Nem sei de muitos deles. Na verdade eu acho que nunca participei muito desse micro-universo, a não ser pelas poucas pessoas que conheci e que na verdade tinha mais idéias em comum que qualquer outra coisa. Seriam como amigos que conheci lá.

Mas este fenômeno de auto-afirmação em micro-universos acontece constantemente. Isso normalmente gera atritos, pois nem todos são tão abertos como eu a deixar passar e entender do que se trata. O que considero importante é ter em mente que nem sempre gosto de ter mérito ou aceitação em determinados grupos e que vale muito mais para mim a reflexão pessoal de cada um a “devotos”, “seguidores” e outras coisas do gênero (será e isso inclui leitores?). Mas é sempre bom lembrar que no passado já tive outras atitudes e muito mais radicais. Não sou do tipo briguento, mas quando não gosto de alguém eu deixo muito claro isso. E nesse mundo carregado de mil e quinhentos universos paralelos eu nem sei mais o que pensam sobre mim... Assisti há poucos dias a entrevista de Diogo Mainardi no Jô. Lá ele falava que já tinha em mente que seria um romancista sem muitos leitores, que não seria um escritor de grande influencia, etc. Mas de repente tornou-se o colunista mais lido do Brasil. Assim como a história de Roberto Justus, cujo livro Construindo uma Vida li somente o primeiro capítulo, disponível no site da Livraria Cultura, posso dizer que eles não se preocupavam muito com a impressão (ou opinião) que os outros tinham deles. Bem por isso eles não são unânimes e têm muita gente que não gosta deles (certo que não é pessoal, discordam deles, diria).

Dark Passion Play

Olho sempre os lançamentos de novos álbuns. No meu breve passeio hoje pelo shopping, passei na Sraiva Mega Store e notei que havia muitos álbuns com uma capa que não conhecia da banda nórdica Nightwish. Sim, novo álbum do Nightwish: Dark Passion Play. Como não leio, não escuto rádio (além da CBN) e falo pouco com as pessoas sobre estes álbuns de bandas que são para mim secundárias, fico sem saber desses lançamentos. No caso do Nightwish me interessa saber como canta a nova vocalista.

Uma modinha aconteceu em 2005, por causa de uma banda que não vejo graça nenhuma chamada Evanescence. Uma vocalista mulher fazendo com certo apelo lírico rock´n roll. Mas Nightwish, além de ter começado sua atividade musical mais cedo, em 1997 já lançara seu primeiro álbum, eu acho muito melhor e houve a polemica da saída da vocalista, Tarja Turunen, deixando uma vaga difícil de ser preenchida. Esta vaga foi preenchida por Anette Olzon e agora ao final de setembro, saiu o novo álbum com seus vocais. Ainda é cedo para avaliar, mas parece ir muito bem.

Gosto também de outras bandas com vocais femininos, como Epica, com Simone Simons nos vocais, e After Forever, com Floor Jansen. Lacuna Coil também já me impressionou. Mas, uma das bandas que recentemente conheci no Programa Sleevers, praticamente o único programa de rock´n roll da televisão brasileira, foi Arch Emeny, que fizera show em São Paulo, Via Funchal, este ano. Gosto muito mais dessas novas mulheres nos vocais a aquelas, das antigas, como Lita Ford e Doro Pesch. Daquelas meninas de outrora, ainda gosto muito de Vixen, uma banda poser dos anos 80, de dois álbuns, mas bastante interessante.

Essas mulheres...

Gene Simons - Kiss - Infelizmente não achei as botas...
Feriado, meio cara de domingo. O que não me deixou muito alegre, pois muitos serviços deixaram de funcionar e os que funcionaram atenderam muito mal, como a VIVO, pior que o de costume que já não é grande coisa. Mas o passeio pelo shopping, atrás dos serviços e não de compras, teve um lado positivo. Estava razoavelmente cheio e muitas mulheres com o mesmo visual, short e chinelos tipo havaianas. Nem estava um dia lá muito quente para tal, mas havia muitas delas com esse visual. Me agrada, muito, essa idéia do chinelo. E acredito que o uso deles deveria ser maior, afinal estamos num país tropical. O fato que a seriedade de São Paulo não deixa acontecer certas coisas. Na verdade as pessoas são retas demais. Isso me irrita um pouco. Retas demais e mal educadas, o que dá uma combinação esdrúxula. Algo como as “peruas” da Oscar Freire, sem dinheiro, que aproveitam a vida coletiva, no que ela pode ser coletiva, para ser um tanto esnobe naqueles minutos em que estão “agindo coletivamente” para tentar ser por este período confundida com uma “perua” rica. O fato que a verdadeira perua rica estaria mesmo na Oscar Freire, e num dia como o de hoje, muito longe de algum shopping lotado de “suburbanos”.

Não digo que as meninas de chinelas seriam suburbanas, não. Mas poderiam ter aquela simpatia típica das garotas das praias cariocas, por exemplo. A cara séria e a atitude de “socialite” são de certa forma uma mesmice que a mulher paulista precisaria se livrar. Como é estranho ver as paulistinhas fora do seu habitat, se dando mal em meio a um outro tipo de mulher... Exemplo típico são aquelas invasões paulistas em Florianópolis. Os homens vão para lá com, digamos, certo motivo até (além das belezas naturais das praias), mas as paulistinhas... Parecem peixes fora d´água. Desde a falta de senso de que numa festa em Florianópolis se vai vestido da mesma forma que uma festa em São Paulo, mas sei lá por que, os paulistas de forma geral, sempre vão muito mais a vontade. Seria algo mais ou menos de estar na praia, então, roupa de praia para todas as ocasiões.

Esse tipo de crônica de observação me faz pensar em como são todas aquelas meninas que estavam de chinelas. Algumas estariam assim porque é feriado só ou será que andariam assim depois do expediente de trabalho? Seria “fashion” ir ao shopping no feriado de chinelinhos? Que mal há em sair por volta das cinco da tarde, trocar aqueles sapatinhos bicudos por chinelos e dar uma passeada no shopping com os pés à vontade? Não. Isso seria querer ser europeu demais. Aqui ninguém anda com um chinelo no carro. Imagina andar de bicicleta depois do trabalho, então. Seria o caso de tomar um banho, vestir-se de “mega-atleta”, com suas calças legs e tênis nike, sempre com um agasalho amarrado à cintura para que os homens não olhem para seus traseiros, e ai sim, estariam prontas para uma voltinha de meia hora de bicicleta. Entopem as academias em vez de curtir por algum tempo o parque, numa caminhada de chinelo, depois do expediente. Aliás, andar é algo que não consta no “manual de ser Patricinha”. O pior que sou até certo ponto entusiasta desse estilo “paty” de ser... Visualmente entusiasta.

Mas voltando ao shopping, com as garotas de chinelas, diria que são muito melhores que aqueles sapatos plataforma. Aquelas bases de borracha ou madeira, que parecem ser fãs da banda Kiss... (Para ser mais exato de Gene Simons). Tem certas coisas horrorosas visualmente nos pés das mulheres, que após meu questionamento, escuto ser “extremamente confortável”. É. Um coturno para um soldado é confortável também... Elas pisam tortas (e nem sentem que fazem isso) e acham “normal”, igual aos outros sapatinhos... Prefiro os chinelinhos...
Também temos que avaliar certos pés. Algumas mulheres deveriam ir para praia e piscina com meias... Biquíni e meias. Expor só o que interessa... A academia não é lugar para beleza e sim de trabalho. Lá se tem que suar a camisa e malhar muito, e a roupa velha é a mais confortável. Acho que estas garotas de chinelinhos vão à academia com os tênis tinindo de branquinhos, que a empregada tratou de deixar. Deve ser por isso que não caminham na rua, pois podem sujar os pezinhos...

Acho que estou esperando muito dessas mulheres. Mas mesmo assim, não sendo menos retas da forma que me agradaria, continuam sendo maravilhosas. O que me faz entender (quase nada) por que mulheres não se importam tanto com a beleza de seus parceiros. Elas realmente enxergam a “beleza interior”. Deve ser isso.

novembro 19, 2007

Uma seleção musical sem critérios

É sabido que sou admirador de listas. E dessa vez resolvi fazer uma lista, não de bandas, mas de músicas que de alguma forma marcaram momentos. Resolvi separar 50 músicas em cinco categorias, sem um critério rígido e sem ordem de valor. Estou mais interessado em começar a falar do assunto e nada mais fácil do que começar a separar músicas que me marcaram e não necessariamente hits da época. Alguma coisa vai coincidir, porém a idéia é associar ao momento. O motivo disso é notar que atualmente não consigo gostar de nada novo, nada dos anos 2000. Começo a seleção a partir da adolescência. É bom lembrar que durante minha adolescência existia certa influencia de bandas dos anos 1970. E bandas dos anos 1980 estavam assim dizer, num certo ostracismo “fora de moda”, mas nem por isso menos marcantes. Conforme afirma Zeca Camargo, temos a tendência de gostar mais daquilo que conhecemos e gostamos dos 15 aos 20 anos, mais ou menos. E essa lista mostra muito disso. Fiz de memória, pode haver algum erro nos nomes. O interessante que não mostra muito o quanto eu ouvia muito mais Black Sabbath e Deep Purple a Led Zeppelin, nem as bandas de hard rock, mas é uma lista boa com muita variedade. Tentei me conter aos anos 1990. A fase em que ouvia cada música e as recordações dos momentos daria para escrever um livro... O interessante que a parte que coloco como pop poderia dizer que são músicas que um público bem mais eclético gosta de ouvir.

Vamos ás músicas:

Classic Rock

01 - Black Dog – Led Zeppelin
02 - Cocaine – Eric Clapton
03 - Hey You – Buchman-Turner Overdrive
04 - Highway Star – Deep Purple
05 - Jailbreak – AC/DC
06 - Kill the King - Rainbow
07 - Love Hurts – Nazareth
08 - Paranoid – Black Sabbath
09 – School’s Out – Alice Cooper
10 – You Shook Me All Night Long - AC/DC

Hard Rock

11 - Eye of the Tiger - Survivor
12 - Forever - Kiss
13 - Miles Away – Winger
14 - Paradise City – Guns´n Roses
15 - Separate Ways (Worlds Apart) – Journey
16 - Still of the Night – Whitesnake
17 - The Final Countdown – Europe
18 - Top of the World – Van Halen
19 - Yankee Rose - David Lee Roth
20 - You Don’t Remember, I’ll Never Forget – Yngwie Malmsteen

Heavy Metal (forever)

21 - A Tout Le Mond - Megadeth
22 - Alison Hell – Annihilator
23 - Dead Embryonic Cells – Sepultura
24 - Enter Sandman – Metallica
25 - Fast as a Shark – Accept
26 - Heaven and Hell – Black Sabbath
27 - Metal Daze – Manowar
28 - No More Tears – Ozzy Osbourne
29 - Sad But True – Metallica
30 - Sinner - Judas Priest

Pop Music

31 - Footloose – Kenny Loggins
32 - Forever Young – Alphaville
33 - Gone Country – Alan Jackson
34 - Hotel California – Eagles
35 - I Still Haven’t Found What I´m Looking For – U2
36 - I’m Free – The Soup Dragons
37 - Joyride – Roxette
38 - Miracle – Jon Bon Jovi
39 - No Woman No Cry – Bob Marley
40 - This Kiss – Faith Hill

Pop Hard, Hard Rock, Metal Melódico, etc…

41 - 18 and Life – Skid Row
42 - Carry on – Angra
43 - Close My Eyes Forever – Lita Ford
44 - Dream on – Aerosmith
45 - Epic – Faith No More
46 - If Looks Could Kill – Heart
47 - Radio Gaga – Queen
48 - The Only One – Glenn Hughes
49 - Were Not Gonna Take it – Twisted Sister
50 - Why? – Helloween

novembro 18, 2007

Para dizer que não falei...

Para ser mais exato, estou meio decepcionado com a Bienal de Arquitetura. Esperava mais. Tenho ainda que percorrer com mais calma atrás das pequenas coisinhas para ver se encontro algo mais interessante em meio aos montes de informações desconexas. Acho ainda a Bienal de 2003 a melhor das que fui. São poucas, se esta é a sétima, estou me referindo à quinta, de 2003. Não vi as duas primeiras, que foram a um longo tempo. Mas desde 1997 as Bienais Internacionais de Arquitetura de São Paulo são regulares, para minha sorte. A de 1997 foi interessante, teve homenagem especial à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie por seus 50 anos de fundação. A de 1999/2000 teve até propaganda na Rede Globo e um “imperdível” módulo de uma estação espacial da NASA. Bem a quinta edição, em 2003, já foi comedida, curta como esta que se estenderá até o dia 16 de dezembro. Não fui a de 2005.

Mas voltando a esta edição, tem uma parte interessante, com os projetos das instalações para Olimpíada ano que vem na China. Mas o que eu mais gostei foram os projetos de arquitetura escandinava. Para variar continuo sendo um arquiteto que gosta mesmo de projeto. Eu gostaria que fosse convidado para a Bienal o arquiteto Antoine Predock. Quem sabe na próxima...

A dificuldade de voltar ao normal...

Antes de qualquer coisa o que seria normal? Bem, eu acho que é ter tempo certo para dormir e diversão. Quando o trabalho toma muito tempo existem sempre dois aspectos a considerar: Primeiro, se estou fazendo tudo direito e toma tanto tempo é por incompetência minha ou por excesso de trabalho, ou, segundo, sendo muito trabalho estou mesmo sendo bem remunerado para executar. Eu acredito ter estas respostas em breve, pois toda mudança aguarda adaptação. Mas o que não me anima muito é que certas mudanças nem sempre acabam por resolver problemas e sim criar outros.

O fato que não gosto mesmo de rotinas, de sempre fazer as mesmas coisas e nem muito menos de manter os mesmos horários. Com isso acabo tendo que me adaptar, deixando alguns aspectos de lado. É a vida.

Atualmente trabalho numa grande empresa, com mais de quinhentos funcionários. Não é algo novo na minha vida, já havia trabalhado numa grande empresa entre 2002 e 2003. Tem inúmeras vantagens, assim como tem inúmeros problemas. Mas até agora só estou curtindo as vantagens. Bem, isso tudo para dizer que estou meio ocupado e não consigo escrever. Tenho algumas coisas para escrever e as idéias fogem quando tenho algum tempinho. Estava tentando lembrar das minhas observações e cheguei a conclusão que observar a atitude humana é muito interessante. Muita coisa acontece ao mesmo tempo e a conclusão é sempre parcial. Mas acabo por ver os efeitos de pelo menos duas manifestações que são cada vez mais presentes em discurso e cada vez pior na vida cotidiana. De cara vejo a influencia de pensamentos da Nova Era e num segundo momento o movimento revolucionário. É muito estranho refletir sobre estes dois aspectos, que são de certa forma conceitos que apreendi recentemente. E, lógico, já fui e ainda posso ser vítima deles. A primeira atitude que tenho é me afastar e simplesmente fugir das questões quando se movem para este campo de pensamento. Não sei se estou certo, mas com certeza deixo de ouvir muita coisa inútil.

Outra questão interessante anda sendo escutar as pessoas no ônibus e metrô. Escuto cada coisa... Momento mágico este, de escutar as coisas sem saber qual a fonte, qual a qualidade do assunto, nem o domínio do emissor sobre os assuntos. O que mais vejo é a falta de conhecimento geral e leitura rasteira de jornais e revistas. Mas o que é impressionante como a tal novela das oito é assistida. E o filme Tropa de Elite, que até hoje não vi e continuarei sem ver. Penso sempre em quanto tempo demorei em assistir Cidade de Deus e que não fez nenhuma diferença. Não sei, mas acredito que o filme é menor. Menor no sentido que sem vê-lo não perdi grande coisa a não ser piadinhas e questões momentâneas. Acho que de forma geral o cinema brasileiro ainda não produziu, nesses últimos dez anos, algo de vulto. Assisti coisas engraçadas, isso sim. Os que posso destacar são “O casamento de Romeu e Julieta”, de 2005, com Marcos Ricca e Luana Piovani, e “Muito gelo e dois dedos d´água”, de 2006, com Mariana Ximenes e Paloma Duarte. Este ano ainda não vi nenhum nacional engraçado. Também foi bem pouco ao cinema. O interessante que estes filmes ninguém comenta ninguém ri. Sei lá o que acontece nesse mundo...

novembro 17, 2007

Juca Kfouri e o hino...

Ontem o programa de Juca Kfouri na rádio CBN foi maravilhoso! Principalmente a parte do “Já para o chuveiro”, onde mandou Zagallo e ele mesmo para o chuveiro. Mario Jorge Lobo Zagallo foi para o chuveiro por causa do leilão de suas camisas, a ser realizado dia 20 de novembro em Londres. São camisas da Copa de 58 e 62, além de uma camisa de Pelé, usada na Copa de 1970, no primeiro tempo do último jogo. E próprio apresentador foi para o chuveiro por causa do programa de quinta-feira, dia da Proclamação da República, onde mandou tocar o Hino da Independência...

Hino da Proclamação da República

Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, avante, da Pátria no altar!

Liberdade! Liberdade!

Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!

Liberdade! Liberdade!
Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!

Letras de Medeiros e Albuquerque
Música de Leopoldo Augusto Miguez

Para áudio: aqui.

Logo mais...

Estou bastante ocupado, mas em breve tenho que postar algumas coisinhas...

Quero dizer que este feriado não foi o que eu esperava: nem sol, nem verão... Nem ficar sem trabalhar... Muito menos descansar e o pior de tudo: ficar gripado.

Quando estiver melhor, sem febre, volto a escrever (certo que escrever com febre deve ser uma emoção, hahaha!).

novembro 12, 2007

Hippies malditos

Nada contra ao visual, os discos, as danças, as modas, mas nada mais interessante de reconhecer quando algo acabou... Vamos pensar na Bossa Nova, acabou. Era boa. Boa produção musical, mesmo às vezes tendo algumas rimas ruins, mais tudo ali tinha uma história. Diga-se de passagem, era uma parte da música brasileira, talvez uma das boas coisas feitas na música brasileira. Mas não sei dizer se motivavam jovens, como a Jovem Guarda. Alias em recente biografia de Tim Maia, escrita por Nelson Motta, há alguns comentários sobre a Jovem Guarda. Tem algumas figuras da música brasileira que mereceriam melhores estudos e muito menos emoção. Acho que essa biografia de Tim Maia inicia isso, muito melhor que a não autorizada biografia emocionada de Roberto Carlos.

Mas voltando a Bossa Nova, um belo livro sobre o período é Chega de Saudade, de Ruy Castro. Começa contando a história de João Gilberto, passando por inúmeras pequenas histórias. Muito boa leitura. Muito melhor que ver os hippies malditos invadirem a cena, perturbando os bons moços da Jovem Guarda e iniciando a peregrinação à Meca brasileira dos anos 1970: Salvador. De lá saíram novidades, a tal “tropicalia”, movimento tropicalista ou qualquer outro nome que foi dado a esta coisa hippie brasileira. Nesse ponto sou totalmente favorável ao que Ozzy dizia em 1970, quando do lançamento de seu primeiro disco com o Black Sabbath, onde lembrava que o mundo não é de paz e nem muito menos de amor... É engraçado como se misturou muito essa idéia hippie em meio ao nascimento do heavy metal e é tão nítida sua diferença. Ta bom que muita coisa estava mesmo misturada, mas depois de algum tempo, principalmente no final dos anos 1970, a diferença era gritante. E no Brasil, nada... Essas coisas de adaptar ao “jeitinho” brasileiro as tendências internacionais sempre saem alguma coisa boa e alguma coisa medonha... O movimento punk me parece ter sido muito bem sucedido no Brasil. O New Wave também, mesmo sabendo que as bandas que eu acho que foram os “brasilians new waves” pedem distância deste rótulo...

O pior é ainda hoje, passados tantas outras tendências e pensamentos, é existir gente que ainda vive num movimento hippie eterno, misturando a natureza com a vida e achando o paradigma de um mundo diferente... Tenho verdadeira aversão a pessoas que querem mudar o mundo. Uma vez, num Globo Repórter, apareceu uma família que mora numa pipa (grande barril de envelhecimento de vinho) em meio a uma enorme área verde, cuja esposa declarava que todos deveriam viver daquela forma. É uma estupidez sem tamanho. Se todos vivessem em pipas em meio a enormes áreas verdes, seria o mesmo de destruir todas as reservas indígenas, todas as reservas florestais e ainda assim teria muita gente morando no meio do gelo... Uma das primeiras questões a serem abordadas está obviamente na questão que o “eremita” nunca desenvolveu nada e que muito do se conhece hoje por tecnologia só foi possível pelo advento das cidades. Como se faria um teatro com todos morando no meio do mato? Ou melhor ainda, uma escola? Existem certas condições que a cidade cria que são inigualáveis.

Não é a toa que hoje o campo é um espaço com cada vez menos gente (tendência mundial) e que as cidades vivem um momento de extrema mudança, onde os pólos industriais se distanciam dos centros urbanos e existe uma onda de novos serviços. Durante o Império Romano, Roma chegou a ter quase um milhão de habitantes. Durante a idade média o povo voltou ao campo, e o sistema feudal mantinha pequenos agrupamentos que hoje poderia declarar como “auto-sustentáveis”. E isso era bom ou ruim? Tinha lados bons e lados ruins, oras. Basta conhecer a história e avaliar. Mas hoje quem tem em mente voltar ao feudalismo deveria rever suas críticas ao capitalismo, única alternativa ao feudalismo, lembrando que o socialismo nada mais é, segundo Karl Marx (que lixo, usei o nome desse infeliz no meu blog, eca!), que a “evolução do capitalismo”.

Garanto que os “brasilians hippies” nunca leram nada e nem sequer entendem os princípios que fez com que existisse um movimento do “não faça guerra, faça amor”, mas nunca, e isso tenho certeza, se preocuparam em saber quais os danos do “não guerra” causou depois. Reflexão só existe sempre de um único lado, impressionante isso... Bem, é fácil de saber, basta pesquisar sobre Pol Pot... E o Ozzy que tinha razão, isso sim!

Fala que eu te escuto...

Já notaram o aumento enorme de qualidade nas reportagens do programa da TV Record (ou seria da Igreja Universal do Reino de Deus?) Fala que eu te escuto? O Programa antigamente era meio tosco, um pastor falando com as pessoas da igreja etc. Agora aborda temas e tem séries de reportagens antes de entrar o pastor falando (como antigamente, igualzinho...). Mas a qualidade das produções é profissional. Muito bom, mesmo que o resto continue sendo meio igual. É estranho, mudar e ficar igual... Mas os temas são bons, quem sabe no futuro sejam mais aprofundados... Sou otimista...

Robert Plant e Alison Krauss

Recebi dia desses o aviso de ofertas e lançamentos da livraria Borders. Dentre os destaques estava o álbum de Robert Plant e Alison Krauss. Nada li a respeito na mídia brasileira, em destaque. Também não sei dizer se o álbum é bom, somente fiz uma breve audição no site oficial e me pareceu interessante. Depois de algum show de reunião dos membros do Led Zeppelin, me parece que Plant esta andando no caminho que Richie Blackmore já trilhou a mais de dez anos... Não da mesma forma, claro... Mas o caminho muito mais harmônico que aquele da vibração que tanto Deep Purple quanto Led tinham nos anos 1970.

Antes de tudo é sempre bom dizer que sempre fui muito fã de Deep Purple e nunca fui muito entusiasta de Led Zeppelin. Questão de gosto e de opinião. E sou fã de primeiro momento do projeto Blackmore´s Night. Este projeto de Plant não se parece em nada com Blackmore´s Night, mas o fato de ser harmônico me interessou mais do que se fosse uma proposta pop sem conteúdo, como já vi de outros músicos daqueles anos, ou aquelas voltas sem graça, como foi o “No Quarter”, ou mesmo o Coverdale & Page... Eu acho muito mais interessante algo novo, algo como Clapton já fizera de saber envelhecer e abrir novas fases na vida e não ficar revivendo um passado de glorias.

Boas vindas a este novo trabalho, que com o tempo volto a falar se ele me agradou.

novembro 09, 2007

The song from Louisiana…

This song is one of two official songs for the State of Louisiana.

“You Are My Sunshine
My only sunshine.
You make me happy
When skies are grey.
You'll never know, dear,
How much I love you.
Please don't take my sunshine away (…)”

Click here for more information.

novembro 08, 2007

Momentos mágicos

Momentos mágicos estão próximos. Josep Maria Montaner estará no Brasil. Vamos ver como é escutar alguém que dez anos atrás me foi de enorme valor. Meu espanhol está apuradíssimo! Tenho já uma dúvida para tirar com ele... Vamos ver como serão os eventos. A Bienal Internacional de Arquitetura se inicia este sábado. Comentários não faltarão.

novembro 06, 2007

Dois estados simultâneos

Esse vai ser um texto rasteiro, meio rápido. Mas serve como guia de um pensamento relacionando muito bem as posições às vezes ditas conflitantes dentro da personalidade do “povo” brasileiro. Está baseado em segunda mão com o livro de 1933 de Gilberto Freyre. Por que digo segunda mão? Pois além de estar no meio das leituras esse “fechamento” é interpretativo. Ela também está em alguns textos de Daniel Piza, que foi de onde partiu o primeiro detalhe, juntamente do comentário de um texto de Freyre comentando alguns pensamentos de Aldous Huxley. A fonte está dada, vamos ao texto.

Primeiramente, o que se deve levar em conta se um dia já passou por isso. São dois estados simultâneos no mesmo individuo, mas não acontecem ao mesmo tempo, obviamente. Foi brilhante ter lido este texto agora pouco. Estou entusiasmado pela idéia. Já se pegou falando mal do Brasil, sobre alguns aspectos, como política, economia, segurança? Já se pegaram em outro momento falando das belezas naturais do Brasil, de certos brasileiros, como Senna, Pelé, Oswaldo Cruz, Oswaldo Aranha, D. Pedro II, José Bonifácio de Andrade e Silva, Joaquim Nabuco, Manuel Bandeira, Olavo Bilac, Machado de Assis, etc.? Mas o maior exemplo, e também o mais bobo, é o da seleção brasileira de futebol. Quando ganha são o “orgulho nacional” e quando perdem são simplesmente um “bando de pernas de pau, milionários, jogando de salto alto”. Esse complexo de superioridade e o de inferioridade se manifesta não ao mesmo tempo, mas em muitos casos com pequena diferença de tempo, sobre o mesmo tema. Ou como falam para isso é bom e para aquilo é ruim, etc... Às vezes há unanimidade, mas como Nelson Rodrigues sempre dizia, “toda unanimidade é burra”. E isso que se fala do “povo” brasileiro, que é alegre, que é inventivo, que é em uma palavra só: singular! Hahahaha!

Não é genial entender isso? Entendendo que esta manifestação nada mais é que uma pequena fuga da realidade, tentando por algum meio uma esperança na melhoria das coisas e na decepção, nos momentos de altos e baixos que manifestam o total despreparo para compreender questões universais. Seria algo como “no Brasil é diferente”. Algo que faz as pessoas buscarem algo diferente da realidade, dizendo buscar a realidade, algo que para isso dizem fazer uma descoberta, ou levar um tema somente pela superficialidade, repetindo como um mantra. O principal disso se encontra em matérias espirituais, das quais não sou lá muito adepto, onde o “sentir” é mais importante que o “entender”. Sempre, segundo Reinaldo Azevedo, se deve desconfiar de verbos substantivados... Mas, brincadeiras a parte, o objetivo aqui é aprofundar um pouco, depois dessa exposição da problemática. Estou com certo sono, além de estar muito cansado, mas é bom deixar o texto assim, para analise das idéias apuradas e, claro, são muito bem vindos comentários. Acho que nunca havia deixado textos crus como este. Eu gosto mesmo, como já falei aqui, de um texto mais exposto, já que além da problemática de escolher bem as palavras, sempre algo fica subentendido, subliminar, que muitas vezes não é intencional. Normalmente quando a intenção é essa eu pouco disfarço. Nada temo de mostrar as fontes. O que é meu, é meu, oras. Assim como uma idéia de Aldous Huxley, de George Orwell, Gilberto Freyre, Ortega y Gasset, Robert Musil, Albert Camus, René Guénon e até da vovozinha torta são deles mesmos.

Bem, ao passo que este fenômeno acontece, o uso de momentos de “orgulho nacional” para manipular a opinião pública sob fatos é a parte ruim dessa história. Imagine o caso de quanto se distorce a realidade para dizer que algo não é aquilo que você acha que é porque o discurso é bom. Seria aquele aspecto de olhar o copo com água até a metade e dizer que está meio vazio ou meio cheio. Aquele caso de não entender certas realidades. Esta do copo mesmo, é um copo com água pela metade, como disse. Se se está com muita sede é péssimo, mas se este se vira e derrama a água em seu terno Armani (aquele que você veste sob a camiseta do Megadeth...) é ótimo que esteja pela metade... Ou pior, aquele discurso do “veja bem, existe um lado bom nisso”. Sempre tem lados, sempre tem versões. Não sei como isso se originou, mas os que tentaram explicar sempre barram nesses dois estados da imaturidade. Dizer que o Brasil é bom de bola por que tivemos Pelé, Garrincha, Romário não é dizer nada. Se ninguém mais jogar futebol? Nenhuma criança. Todas resolveram ir jogar tênis por causa do Guga, por exemplo. Então como seria este o país do futebol, seria o país do tênis do futuro? Os aspectos culturais estão mais ligados a outras condições. Por ter tido um Pelé é que se tem hoje futebol mais profissional e uma referencia. Se nunca nenhum piloto brasileiro tivesse participado com vitória da F1, ela seria importante? Agora somos os maiores pilotos do mundo por ter tido Piquet, Fittipaldi e Senna? Rubens Barrichello já nos apresenta que não... Então o que representa a cultura de uma nação? São atividades em torno de como se resolvem problemas, de como se organizam para tal, de que “lutas” são partidários, etc. São inúmeros outros aspectos, entre eles a língua falada. Porque o português de Portugal é diferente do brasileiro? Por todas essas influencias de que fomos apresentados e que Portugal não foi. Parece óbvio agora, não? Porém, ninguém se desdobra em saber quais são os problemas brasileiros reais e que solução está sendo dada. Como Diogo Mainardi já disse alguma vez em seu podcast, não é com aulas de tambor e nem com o aborto que se resolvem problemas da violência no Rio de Janeiro. Agora, como atualmente somos compelidos a ver a política se transformar em um ato de popularidade e não de idéias reais ou de debate da solução dos problemas (quero demais, também...). É fácil entender por que às vezes é melhor viver numa outra realidade, uma moldada.

O sono me impede de continuar hoje... Mas vou caminhando, sem objetivo nenhum de esgotar o tema.

novembro 03, 2007

Copa 2014

Ao mesmo tempo em que fico feliz que a Copa do Mundo de futebol seja realizada no Brasil, em 2014, fico ansioso em como será que vai ser a organização do evento, a construção dos novos estádios, as reformas nos estádios existentes... Sem contar como será a reformulação da malha turística. São tantas as dúvidas que me faz lembrar dos anos 1950... Tudo era muito mais fácil... E o Brasil dos anos 1950 é, em parte, ainda o mesmo, o mesmo Maracanã, praticamente o mesmo Morumbi, o mesmo Pacaembu... As cidades cresceram a população deve ter quadruplicado, mas a estrutura esportiva não está lá muito diferente. Até hoje não vi um debate sério sobre os Jogos Pan-americanos no Rio de Janeiro. Só se sabe que nada saiu muito errado, pelo menos aparentemente.

A Copa de 1950 foi disputada no Brasil, assim como os jogos Pan-americanos de 1963 em São Paulo. O Pan do Rio de Janeiro agora em 2007 e a Copa em 2014 com certeza colocariam mais o Brasil na rota mundial de eventos esportivos. Já é, hoje, rota dos grandes shows, mesmo com os preços absurdos que são cobrados. Só quero ver quanto serão os ingressos para ver os jogos da Copa... O Pan foi em média até barato, mas também não se sabe quanto foi arrecadado. Não se sabe nada. Acho que quando souberem a Copa vai parar no Canadá. Bem, a Copa é um evento muito diferente de um Pan...

Uma outra condição parece ser interessante sobre a Copa de 2014: que a política brasileira terá que se arrumar até lá. Essa história de terceiro mandato de Lula não seria nada boa para a condução dos trabalhos de organização. Tem horas que eu acho que a política deveria fazer as coisas acontecerem e não fazer média e politicagem. Só aguardar e ver quais grandes conquistas teve o Brasil nesses últimos cinco anos, principalmente nas crises energética (gás natural e energia elétrica), aérea, portuária e rodoviária. O detalhe que só o tempo dirá que nada foi feito, ou quando colheremos o resultado da privatização das estradas, simplesmente dez anos depois das rodovias paulistas. Aqui cabe dizer que acho ridícula a cobrança do IPVA, já que nada do dinheiro é levado à manutenção de estradas e as que são conservadas custam absurdos valores de pedágio. Certo que com a nova privatização esses valores serão menores, o que não quer dizer que serão rapidamente solucionadas as pendências das estradas. Em suma, nada andou e o que vai andar estará a pelo menos 2 a 4 anos de distância a partir desse ano de 2007.

Como serão feitas as licitações dos estádios para esta Copa? Será que a arquitetura brasileira terá condições para projetá-los? Os do Pan ficaram até razoáveis. A dúvida está na condução dos trabalhos para a Copa de 2010 na África do Sul. Um “se a África faz, nós também temos condições” está fora de questão, pois, se lá nunca houve nenhuma competição não se espera lá grandes conquistas, mas sim um apoio para que possam desenvolver-se. Já aqui no Brasil a condição é outra. Temos o Canadá e os Estados Unidos na busca de sediar a Copa em qualquer hipótese de falha na condução da organização. Lembrando que os Estados Unidos foi sede da Copa de 1994 e das Olimpíadas de 1984 e 1996 e o Canadá fez um mundial espetacular, em termos de organização, de Sub-20 este ano e o Pan de 1999, em Winnipeg.

novembro 02, 2007

November Rain

Zakk Wylde - Guitarrista do Black Label Society e Ozzy Osbourne.
Nem parece, mas estamos já em novembro. O calor é maior e começam as chuvas. De certo ângulo até gosto dessa situação. Principalmente do calor. Nem tanto das chuvas. Nada dos trovões. É hora de começar a pensar em 2008. De se preparar para novos desafios e esquecer a parte ruim deste ano. Planos é que não faltam... Basta um “choque de gestão” e umas metas para chegar aos meus objetivos. Falando em objetivos, outro dia uma amiga disse que meu blog não tem objetividade... Eu explicando: É proposital! Se existe um caminho e eu não sei qual é, é óbvio que não terá objetividade. O importante está nas sensações e em muitos pequenos detalhes que desde o começo desde blog fui descobrindo e apresentando. Não é ainda algo autoral, tudo ao seu tempo Como sempre dizia Mies van der Rohe, “Deus está nos detalhes”.

Lembrando da minha primeira postagem, em 6 de abril de 2007:

“Do ponto de partida ao ponto final se traça um caminho. Este pode ser curto, longo, sofrido ou mesmo tranqüilo. Nunca saberemos qual caminho realmente tomamos à não ser no ponto de chegada. Assim inicio esse blog, timidamente e sem saber aonde vou chegar. Aqui vou falar de tudo um pouco: da arquitetura, do urbanismo, da literatura, da arte, da vida, da cultura, da música, do cinema e até do futebol. “Tudo ao mesmo tempo”, ou quase tudo, em tempos diferentes. Mas o importante é o caminho, sempre. Caminhar é preciso.” (aqui)

Quase trezentas postagens depois minha avaliação é que se melhora muito com o exercício da escrita. Ter o que dizer eu até tenho. Seguindo uma linha que seria de não falar que sei o que não sei e nem muito menos dizer que não sei o que sei. Que difícil...

Dessa primeira postagem queria complementar que a única coisa difícil de entender e que com o tempo pude comprovar é que não existe ponto de chegada. Ponto de chegada existe para coisas e não para o pensamento. Essa é a parte mais legal de se fazer coisas. Por exemplo, um livro é uma coisa. Um álbum de fotos é uma coisa. Todos têm começo e fim. Mas um álbum de fotos de toda sua vida será sempre sem fim, sem ponto de chegada. Assim como os pensamentos. Hoje gosto de muitas coisas e muitas me desagradam. Tudo pode mudar. Digo, as coisas mudam. O pensamento não muda, ele se amplia e se renova. É o que eu posso chamar de reflexão. Por isso eu chamo de engano aquilo que não sabemos que estava por trás daquele pensamento e que descoberto por reflexão faz mudar um pensamento. Engano nada mais é que um pensamento sem a devida reflexão. Enganos acontecem muito. Faz parte de quem pensa. Quem não pensa não erra e não se engana, mas também não tem opinião.

Outra questão que aprendi a melhorar muito é a pressa. Caminhando e não correndo os tropeços são menores e menos doloridos. Sem contar que hoje quando vejo a quantidade de textos produzida fico feliz de ter tudo isso para compilar no futuro. Quem sabe daqui uns dez anos, como fez o Daniel Piza com sua coluna Sinopse, lançando o livro “Contemporâneo de mim”. Livro este de mais de 400 páginas com textos extremamente variados. Não sei se é a minha cara, mas talvez um dia captar tudo sobre um determinado tema e compilar, como arquitetura que ando um pouco ausente de comentar. Normalmente tenho que ter certa distância para conseguir comentar o que faço atualmente e ainda mais distância para sair da condição do olhar de aluno para o olhar do crítico. Nesse ponto que sinto mais facilidade de escrever sobre música e televisão principalmente, já que tudo o que faço faz parte da minha vida, mas a música e a televisão não são atividades profissionais. Praticamente tudo que escrevo está contido dentro do meu universo, não fazendo apologias maiores e nem muito menos pensando em escala universal. Aliás, isso é extremamente importante. Deve-se conhecer a si mesmo profundamente para depois pensar em algo maior. E é isso que faço. E o mais interessante desse caminho que tomei, em fazer um blog, esta na seriedade em que trato dos temas, mesmo com certas pequeninas pitadas de humor e raiva, coisas naturais de momento.

Estava lendo um texto de Daniel Piza, “Os bésti-sélers” (18/12/98) e pensando em como é bem verdade quando escreve que “(...) grandes escritores (...) só surgem em literaturas que já tenham uma tradição média consolidada e volumosa, “best-sellers” que enraízem o hábito de ler na população e criem pontos de referência para os grandes saltos” (PIZA, Daniel. Contemporâneo de Mim, 2007). E nesse texto fala também de uma questão importante: onde autores brasileiros querem ser “(...) um Mann, um Dostoieviski – o que explica a infinidade de subautores que temos, cada um emulando mal dissimuladamente o ídolo particular.” (PIZA, Daniel. Contemporâneo de Mim, 2007). Essa coisa de autores se esconderem embaixo de um grande autor internacional é a forma que sempre me desestimulou a escrever. Conhecia já alguns livros “clássicos” internacionais, mas era um leitor básico da literatura brasileira e portuguesa, ainda sem muita paciência para certos livros. Não tinha um “ídolo” escritor. Isso me desestimulou a escrever, na época de 1997, 1998, quando montei um site num daqueles provedores gratuitos, onde guardei muitas crônicas e outros textos de outros autores. Esta época que comecei, digamos assim, correr atrás daquilo que não tinha lido. E me dividia entre ler os textos sobre arquitetura moderna ou literatura. A arquitetura acabou ganhando muito mais espaço, pois todo dia era estimulado a ler algo, durante o período de faculdade.

Já a literatura, muito pelo contrário, somente um amigo meu, que muito me apoiou quando comecei a me interessar em fazer sites na internet, me deu apoio a escrever, dizendo que meia dúzia de palavras suas (minhas) valia mais que um livro todo de outra pessoa. Não é a toa que ele mora já quase há uma década em New York, pois aqui no Brasil não tinha espaço para suas idéias mesmo. É uma pena ter perdido seu contato. Mesmo ele sendo fã do guitarrista Zakk Wylde e tendo inventado uma ótima frase (que detestei) a respeito do guitarrista Yngwie Malmsteen - “Malmsteen é o guitarrista mais ecológico do mundo. Reciclou seus dois primeiros discos inúmeras vezes” – foi o único a me estimular a dar minha opinião aos fatos. Claro, não segui seus conselhos... E lembro tão bem que tinha uma visão bastante crítica daquela eleição de 1998, em que o tempo tratou de apresentar a todos que me cercavam os fatos que eu havia exposto. Assim como da mesma forma tive a oportunidade de ver um conhecido mudar de opinião de uma eleição para outra, simplesmente fugindo da questão. Era a farsa de moldar o debate, que hoje, devido ao estudo junto aos apontamentos do filósofo Olavo de Carvalho, venho me distanciando absurdamente. Agora quem foge (para deixar de perder tempo) de discutir esses assuntos sou eu... Mas bem que gostaria de ler meus pensamentos daqueles anos. Morro de rir de minha poesia inacabada – Sombras da Noite – que comecei a escrever em 1993.
Contradição: é um dos efeitos do leitor não muito atendo ao que escrevo. Tudo tem uma lógica, mas conforme já escrevi aqui não estou ainda apto a detalhar e nem muito menos acho que está devidamente exposta (E por que não? Pode existir sim contradição no que escrevo... Nada que um recado não nos obrigue a falar a respeito, por isso existe a área de comentários).

Uma graça com o futebol

Renata Fan - Apresentadora da TV Bandeirantes
Certa vez lembro da frase que um amigo usava no MSN. Na época eu até usava o MSN Messenger... Era a época da Copa de 2006 e aquelas mesas redondas sem imagens dos jogos eram intermináveis (pois só a Globo tinha as imagens). Era gente torcendo contra o Brasil, dizendo que era a pior copa de todos os tempos, etc. A frase desse meu amigo, que não sei se é dele ou copiada de algum lugar, definia bem essa época:

“O futebol no Brasil é geométrico. Discutido em mesas redondas por bestas quadradas.”

Eu nunca discuto futebol. Para tal seria necessário um monte de dados, estatísticas, etc. que costumo ignorar (já que na prática cada jogo tem suas particularidades). Não por ignorância, mas por purismo mesmo. Eu gosto de ver qualquer jogo, por pior que seja. Mas minha ordem para as coisas são mais ou menos estas: seleção brasileira, seleção alemã e jogos do Corinthians. O resto é resto. De mesas redondas, gosto particularmente do Milton Neves. Não tanto por ele em si, mas é a que dá a cara à tapa. O programa da Renata Fan é chato, só ela tem graça (e que graça). Agora, como eu disse do Milton Neves, ela tem time: O Inter de Porto Alegre. Da mesma forma, a Renata Cordeiro que trabalha com Milton neves, é uma flamenguista. Até hoje não sei se o Milton Neves é santista ou torce pelo Atlético Mineiro... E isso que acho válido. Ter lado. Detesto isenção sem isenção. Prefiro quem assume em que lado está.

Fora isso, as histórias das mesas redondas são muitas vezes chatíssimas. Remontam a passados que nada dizem do presente. Futebol no Brasil não está nas mãos de pessoas que entendem de esporte. O jornalismo de futebol (e esportes em geral) é muito, mas muito melhor que os líderes dos clubes. Os atletas são bons, isso não tenha dúvidas, mas a organização e alguns técnicos, que de técnicos não tem nada (falando tecnicamente, são quase uns bárbaros – parecem lutadores de boxe – eye of the tiger, man!), sem contar os dirigentes de clube... Sem palavras para descrevê-los. Mesmo com tudo isso, o futebol brasileiro ainda é alguma coisa... Clubes como São Paulo (acho que só tem ele mesmo) é exemplo de boa administração (em nível mundial) e acho natural pleitearem a abertura da Copa de 2014 para seu estádio (já que é inevitável que o Maracanã, palco da final da Copa de 1950, seja também o local para a decisão final da Copa de 2014). Agora, falta no Brasil mais uns dez clubes iguais ao São Paulo. Teve época que achei eu que o Inter, o Vasco e o Cruzeiro poderiam ser os prováveis próximos times a se profissionalizar, mas estava enganado... Não adianta ser campeão do mundo para isso. Um timinho aqui do Estado de São Paulo já foi muito mais profissional: o São Caetano. Hoje esta na segunda divisão... Nada novo acontece no futebol e isso dá até receio de ter uma copa aqui. Volto a falar disso noutra postagem.

Voltando às mesas redondas, nada se discute sobre os rumos do futebol brasileiro. Tudo permanece sempre sem rumo. Novas direções, novos jogadores, times de base, convocações para seleção, vendas de atletas e a picaretagem impera. Pelo menos vamos concordar que os campeonatos já estão mais organizados e honestos. E que a loteria esportiva precisa ser urgentemente renovada. É lógico que sou a favor da liberação do jogo e nada mais justo de melhorar a loteria esportiva para que todos ganhem - o Estado, este que nunca vai perder mesmo, times e apostadores. Mas é lógico, o Estado prefere dar um “troquinho” patrocinando atletas pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, do que fazer com que surjam estruturas esportivas comparáveis aos clubes de times de futebol. Além de claramente ganhar uma ótima verba pela Megasena sem ter que reverter nenhuma parte para nenhum clube ou entidade esportiva. Os clubes conseguem viver sozinhos, na área de futebol. Mas para ter outros esportes é ainda necessário algum subsídio estatal, até que estes novos esportes se profissionalizem e se tornem negócios auto-sustentáveis e, por que não, lucrativos? E esse subsídio já existe, só não é eficiente. O dinheiro não toma o rumo desejado e nem muito menos os clubes trabalham por melhores resultados. Para quem joga dá na mesma se o dinheiro vai para os bolsos dos políticos (ops, governo) ou não (até por isso nem acho grande coisa ficar jogando). Mas para os clubes seria uma ótima medida, se, lógico, tivesse contrapartida. Vejam quantos jogadores brasileiros conseguiram dinheiro com seu talento (praticamente nato) e foram parar em times estrangeiros. Mas não, o governo prefere é falar sobre sua “bondade” com os patrocínios das estatais, tanto o do esporte com BB e Caixa, quanto o da cultura com a Petrobrás, mesmo nenhum deles se desenvolvendo para não necessitar dessa verba futuramnete. Isso até faz sentido, afinal, são mesmo uns socialistas, devem estar se baseando nos critérios esportivos de Cuba... Nesse aspecto, dizem eles, Cuba é um “exemplo”... Gastam uma grana em atletas que nunca podem curtir as glórias individuais de suas conquistas, já que nada mais são do que meros instrumentos para a ditadura da revolução socialista. Prefiro um Pelé, conhecido mundialmente, a qualquer timinho ou atleta cubano... Quero ver Cuba produzir meio Pelé! Ou quem sabe, 10% de um Ayrton Senna. Imagina então ter ao mesmo tempo (não exatamente ao mesmo tempo) Senna, Pelé, Fitipaldi, Garrincha, Guga, Gustavo Borges, Fernando Scherer, Daiane dos Santos, etc... De resto, a principal vitória do esporte é a liberdade, coisa impossível para um cubano... É, acho que Karl Marx esqueceu de escrever o manualzinho do esporte para socialistas... Sem contar que esqueceu também o manual sobre o turismo, sobre a música, sobre os meios de comunicação, sobre a liberdade então...

Bem, ficamos assim: eu assisto às mesas redondas até a primeira besteira falada, depois mudo de canal, de preferência para a Globo! De volta a questão central, um dos poucos estilos de programas que a Rede Globo nunca teve, pelo menos que eu me lembre, foi o de mesa redonda de futebol. Lembro que depois do Fantástico tinha “Os gols do Fantástico”, atualmente dentro do próprio programa, o que faz as pessoas assistir o programa todo para ver todos os gols... Ou esperar o Globo Esporte de segunda-feira (muito melhor – se você tem um vídeo cassete ou se sua TV grava a programação não existe desculpa para não assistir ao Globo Esporte de segunda-feira... Isso era coisa de tempos pré-históricos de ficar vendo os programas no dia e na hora que passam... A tecnologia serve para isso. E nem precisa ser grande tecnologia, vídeo cassete, VHS, já resolve).

One night in Bourbon Street...

Diretamente de New Orleans, tive o prazer de assistir o cantor e saxofonista Gary Brown esta semana, no Bourbon Street. Estava cansado. Mas foi uma noite inesquecível de um dia duro (parece até Beatles)*. Era aniversário de uma grande amiga também. Ou seja, além de ver um ótimo show estava junto com ótimos amigos fazendo a noite ser ótima também. Parece até fórmula perfeita, mas que algo de mágico houve, houve. Estava cansado e sem animo e lá dentro tudo mudou com o show... Não sei dizer, mas até o dia seguinte estava médio rouco, mas bem, muito bem. Sempre perco a voz. Até hoje não sei por quê.

Mas voltando ao show. Gary Brown é anunciado e o palco se acende, sem ninguém. Ele vem da parte de cima do bar, tocando saxofone, passando pelos camarotes e meses, praticamente conversando com o saxofone. O verdadeiro músico fala com seu instrumento. Estava ele de terno e gravata, normalmente como um músico de jazz se apresenta. A banda de apoio era muito boa, não vou entrar em detalhes, se não terei que falar do baixista egípcio...

O repertório, nem te conto! Iniciou-se depois da breve apresentação com uma música de Gilberto Gil, passando por Djavan, Bob Marley e músicas como “Just a Gigolo” e “I feel good” e finalizando o show com uma surpresa incrível: “Love Generation”, de Bob Sinclar! Impossível não se mexer. O detalhe é ver Gary Brown cantando em português com sotaque inglês. Demais!

Sempre é bom ver um bom show. O Bourbon continua o mesmo. Não sou assíduo freqüentador, mesmo morando muito perto. Desde abril desde ano que não assistia nada lá e na mesma semana passei duas vezes. Para ver a cantora Graça Cunha e esta noite com Gary Brown. Fui também à festa de rua, o Bourbon Street Fest deste ano. Mas, como disse, não sou assíduo... O serviço deles continua o mesmo: atrapalhado. Podiam ser um pouco melhores para que eu possa elogiá-los alguma vez na vida...

“It's been a hard day's night
And I've been working like a dog
It's been a hard day's night
I should be sleeping like a log (...)”

*Beatles - A hard day´s night

Os três textos

Já que continuo aguardando o Renzo Piano da postagem anterior – comprar a Black Friday é isso: o melhor preço, porém, não chega nunca – aca...