Bem, costumo notar que certas pessoas se destacam em certos universos. Diria micro-universos. São aquelas pessoas que na aula de francês tem a melhor pronuncia, conhecem o melhor croissant de Paris (porém não o de Higienópolis...) e apelam por uma forma de auto-afirmação ao invés de uma forma de troca de experiências. Mas não somente estes. Tem aquele que se acha o popular dentro do escritório, o amigo de todos da academia, o freqüentador de bar (cliente VIP...), até o “galã” profissional...
Porém, fora destes ambientes é um ser insignificante. Eu sei que nem todo mundo pode ser famoso ou influente em tudo, mas que dentro de um universo suas fragilidades são diminuídas e se constroem ai certas barreiras para impedir que se extrapole este micro-universo. A escola é o primeiro desses micro-universos. Lembro-me da minha oitava série em que tinha que conviver com pessoas que não partilhavam de praticamente nada do meu interesse, desde música até jogos de vídeo-game. Com a entrada no colegial técnico, tudo pareceu maravilhoso. Muita gente com muito mais assuntos em comum e muito mais repertórios novos. Passado alguns anos era técnico e trabalhava em minha área de especialidade e ao saber notícias daqueles que eram os “populares” daquela oitava série não conseguia entender que nada tinham construído até então. Foi para mim uma primeira experiência, que hoje considero mais válida que naquela ocasião. E assim muitos micro-universos passaram. A melhor coisa deles foi aprender que muita gente só me conhecia por um ou outro desse micro-universos e se “espantam” com algumas idéias minhas. Primeiro por preconceito e segundo por uma questão de orgulho. Não entendo muito bem isso e o pior que não me importo. Normalmente eu almejo outras coisas e costumo trabalhar para realizá-las sem dar muita atenção a outras opiniões. E erro às vezes por isso. Ainda bem que só às vezes...
Mas essa questão normalmente molda certos pensamentos. Primeiro que é difícil não ser vítima de muitas coisas, como no caso de meu colegial era comum se cobrar atitudes moldadas relacionadas ao espírito do movimento revolucionário. Era estranho, mas informação muitas vezes era trocada por simples militância política. E quem estava contra ou se abstinha era cobrado como “alienado”. Não era uma cobrança como durante o Regime Militar de Exceção (revolução de março 1964) e nem havia motivos para tal, mas era a semente do que atualmente o filósofo Olavo de Carvalho chama de movimento revolucionário. E fugir disso era meio complicado, mas consegui passar ileso. Na faculdade foi muito mais simples. Primeiro que havia ali muito menos homogeneidade e menos foco profissional. As pessoas estavam em sua maioria saindo de colégios onde os seus micro-universos eram muito menos “calorosos” politicamente falando. Mas o politicamente correto era também muito mais forte. Mas a discussão era rasa e os professores, ao contrário do curso técnico, eram vistos como simples opositores de idéias e não como é a realidade de futuros colegas de trabalho. Muitos dos meus colegas de faculdade pareciam eternos alunos, nunca falavam como futuros arquitetos. Nem sei de muitos deles. Na verdade eu acho que nunca participei muito desse micro-universo, a não ser pelas poucas pessoas que conheci e que na verdade tinha mais idéias em comum que qualquer outra coisa. Seriam como amigos que conheci lá.
Mas este fenômeno de auto-afirmação em micro-universos acontece constantemente. Isso normalmente gera atritos, pois nem todos são tão abertos como eu a deixar passar e entender do que se trata. O que considero importante é ter em mente que nem sempre gosto de ter mérito ou aceitação em determinados grupos e que vale muito mais para mim a reflexão pessoal de cada um a “devotos”, “seguidores” e outras coisas do gênero (será e isso inclui leitores?). Mas é sempre bom lembrar que no passado já tive outras atitudes e muito mais radicais. Não sou do tipo briguento, mas quando não gosto de alguém eu deixo muito claro isso. E nesse mundo carregado de mil e quinhentos universos paralelos eu nem sei mais o que pensam sobre mim... Assisti há poucos dias a entrevista de Diogo Mainardi no Jô. Lá ele falava que já tinha em mente que seria um romancista sem muitos leitores, que não seria um escritor de grande influencia, etc. Mas de repente tornou-se o colunista mais lido do Brasil. Assim como a história de Roberto Justus, cujo livro Construindo uma Vida li somente o primeiro capítulo, disponível no site da Livraria Cultura, posso dizer que eles não se preocupavam muito com a impressão (ou opinião) que os outros tinham deles. Bem por isso eles não são unânimes e têm muita gente que não gosta deles (certo que não é pessoal, discordam deles, diria).
Porém, fora destes ambientes é um ser insignificante. Eu sei que nem todo mundo pode ser famoso ou influente em tudo, mas que dentro de um universo suas fragilidades são diminuídas e se constroem ai certas barreiras para impedir que se extrapole este micro-universo. A escola é o primeiro desses micro-universos. Lembro-me da minha oitava série em que tinha que conviver com pessoas que não partilhavam de praticamente nada do meu interesse, desde música até jogos de vídeo-game. Com a entrada no colegial técnico, tudo pareceu maravilhoso. Muita gente com muito mais assuntos em comum e muito mais repertórios novos. Passado alguns anos era técnico e trabalhava em minha área de especialidade e ao saber notícias daqueles que eram os “populares” daquela oitava série não conseguia entender que nada tinham construído até então. Foi para mim uma primeira experiência, que hoje considero mais válida que naquela ocasião. E assim muitos micro-universos passaram. A melhor coisa deles foi aprender que muita gente só me conhecia por um ou outro desse micro-universos e se “espantam” com algumas idéias minhas. Primeiro por preconceito e segundo por uma questão de orgulho. Não entendo muito bem isso e o pior que não me importo. Normalmente eu almejo outras coisas e costumo trabalhar para realizá-las sem dar muita atenção a outras opiniões. E erro às vezes por isso. Ainda bem que só às vezes...
Mas essa questão normalmente molda certos pensamentos. Primeiro que é difícil não ser vítima de muitas coisas, como no caso de meu colegial era comum se cobrar atitudes moldadas relacionadas ao espírito do movimento revolucionário. Era estranho, mas informação muitas vezes era trocada por simples militância política. E quem estava contra ou se abstinha era cobrado como “alienado”. Não era uma cobrança como durante o Regime Militar de Exceção (revolução de março 1964) e nem havia motivos para tal, mas era a semente do que atualmente o filósofo Olavo de Carvalho chama de movimento revolucionário. E fugir disso era meio complicado, mas consegui passar ileso. Na faculdade foi muito mais simples. Primeiro que havia ali muito menos homogeneidade e menos foco profissional. As pessoas estavam em sua maioria saindo de colégios onde os seus micro-universos eram muito menos “calorosos” politicamente falando. Mas o politicamente correto era também muito mais forte. Mas a discussão era rasa e os professores, ao contrário do curso técnico, eram vistos como simples opositores de idéias e não como é a realidade de futuros colegas de trabalho. Muitos dos meus colegas de faculdade pareciam eternos alunos, nunca falavam como futuros arquitetos. Nem sei de muitos deles. Na verdade eu acho que nunca participei muito desse micro-universo, a não ser pelas poucas pessoas que conheci e que na verdade tinha mais idéias em comum que qualquer outra coisa. Seriam como amigos que conheci lá.
Mas este fenômeno de auto-afirmação em micro-universos acontece constantemente. Isso normalmente gera atritos, pois nem todos são tão abertos como eu a deixar passar e entender do que se trata. O que considero importante é ter em mente que nem sempre gosto de ter mérito ou aceitação em determinados grupos e que vale muito mais para mim a reflexão pessoal de cada um a “devotos”, “seguidores” e outras coisas do gênero (será e isso inclui leitores?). Mas é sempre bom lembrar que no passado já tive outras atitudes e muito mais radicais. Não sou do tipo briguento, mas quando não gosto de alguém eu deixo muito claro isso. E nesse mundo carregado de mil e quinhentos universos paralelos eu nem sei mais o que pensam sobre mim... Assisti há poucos dias a entrevista de Diogo Mainardi no Jô. Lá ele falava que já tinha em mente que seria um romancista sem muitos leitores, que não seria um escritor de grande influencia, etc. Mas de repente tornou-se o colunista mais lido do Brasil. Assim como a história de Roberto Justus, cujo livro Construindo uma Vida li somente o primeiro capítulo, disponível no site da Livraria Cultura, posso dizer que eles não se preocupavam muito com a impressão (ou opinião) que os outros tinham deles. Bem por isso eles não são unânimes e têm muita gente que não gosta deles (certo que não é pessoal, discordam deles, diria).
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