janeiro 30, 2008

Odeio...

Odeio as terças-feiras... Não sei dizer qual motivo. Quando era criança e fascinado por ler Garfield, odiava as segundas-feiras. Mas tanto quanto criança como hoje, adoro as sextas-feiras! Sempre digo que a boa idéia de se criar um restaurante chamado TGI Friday´s genial (Thank You God, It´s Friday!). Mas voltando ao meu ódio por terças-feiras, é sempre o dia que tudo que não foi feito na semana anterior é pedido com a urgência dizendo que se deixou passar até uma segunda-feira do prazo... Aquelas coisas de gente chata que prefere ver prazo ao ver qualidade. Bons tempos aqueles da “Economia do Mais”. Lembro sempre de uma frase do Clodovil, nessas horas: “para mim sempre o melhor”. Quem diria que Clodovil já tem frases de efeito... E algumas já...

Bem, como eu posso terminar este texto que mal teve um começo? Não termino, continuo... Os outros dias da semana ninguém comenta. Tudo se resume a segundas e sextas. E eu, que odeio as terças. Aliás, só na língua portuguesa que se falam segundas, terças, quartas... Em mais nenhuma outra. Todas as outras línguas são planetas ou astros.

Então, o que fazer para se melhorar as coisas? Não sei, só sei que a cada dia estou menos contente com o rumo que as coisas tomam. Tenho vontade de berrar. Mas quem berra é quem quer mudar o mundo... Parece que não entende que certas coisas nunca mudam...

janeiro 26, 2008

Um arquiteto americano...

Outro dia uma pessoa me perguntou quem eu achava o maior arquiteto de todos os tempos. Eu nem sabia o que responder. Primeiro por achar a pergunta meio sem relevância, pois o que é ser o maior arquiteto? Será pela obra construída ou pelas idéias e obras muitas vezes nunca construídas? Uma discussão que começa definindo-se onde já é arquitetura ou não: no projeto ou na obra construída. Bem, muitas definições para no fundo uma pergunta que seria quem você mais admira. Esta é a pergunta. Qual seu gosto pessoal. Não é na verdade para fazer uma perspectiva geral e entender qual foi o maior arquiteto do mundo...

Certa vez, logo no começo aqui do blog, fiz uma lista com dez arquitetos que eu mais gostava ou mais me influenciaram, etc. Relendo a lista hoje, vejo que faltariam mais uns nomes... Fazer o que. Eu gosto muito de arquitetura para simplificar as coisas. Mas hoje gostaria de falar de Antoine Predock especialmente. Ele é considerado o “rato do deserto”, por construir casas no meio do deserto dos Estados Unidos. Tem sede de seu escritório em Albuquerque (Novo México) e tem como hobbie andar de motocicleta. Eu já gostava de algumas casas que havia visto dele, em especial uma na praia de Venice Beach, na Califórnia (foto ao lado). Em 2001, uma amiga foi para Europa e pedi para que me trouxesse uma publicação especial da GG (Editorial Gustavo Gili) sobre Antoine Predock e outra sobre Craig Ellwood. Ela somente conseguiu comprar a de Antoine Predock.

A Europa é uma maravilha, mas em matéria de distribuição e línguas é complicado. Minha amiga tinha ido para Milão, na Itália, onde as livrarias são também muito boas. Mas até achar a parte especializada em arquitetura, precisaria ela ser uma “rata de livrarias”. Sou obrigado a dizer que sou bom nisso, mas nem todos têm essa sorte. Bem, a minha sorte foi ela ter achado pelo menos uma das publicações. Lembro que quando estive em Munique, achei uma versão em alemão, inglês e francês de um livro de Álvaro Siza. Comprei. Foram muito bem gastos os pouco menos de quinze Euros. Se tivesse me preocupado em achar a versão do mesmo livro em espanhol, italiano e português talvez não tivesse a sorte que tive de encontrá-lo por este preço. É engraçado ler em inglês os nomes das cidades portuguesas como Évora e Matozinhos. Outros livros também encontrei na minha estadia na América; dentro da Borders, uma livraria que sempre esta muito bem organizada. Lá encontrei por sete dólares um belíssimo livro sobre Alvar Aalto, entre outros. Não que no Brasil não encontre bons livros, mas os preços nunca são bons (mesmo quando achamos que está bom...). Nem o livro sobre o arquiteto Isay Weinfeld, editado aqui no Brasil, escrito por Daniel Piza, é, digamos, acessível, economicamente falando.

Mas deixando as livrarias de lado e voltando a Antoine Predock. Além de criativo, sua obra não parece ser algo somente plástico, mas sim uma obra cheia de detalhes que vão aparecendo aos poucos. O interessante é ver nele a união de muitos conceitos e ver a imensidão de espaço que tem a trabalhar naquele inóspito sítio que é o deserto. E tirando partido disso, consegue excelente resultado. Pode-se apreciar muito de sua obra em seu site (http://www.predock.com) e ver que sua metodologia de trabalho esta muito relacionada a maquetes e a estudos volumétricos, fazendo um trabalho bastante interessante, ainda nos moldes do arquiteto-artista.

Uma questão que não tenho resposta é que algumas das publicações de suas obras (praticamente todas que conheço) foram de editoras européias. Sendo ele americano, achei muito estranho não haver mais publicações americanas. E o mais interessante é ver como um daqueles primeiros preconceitos infantis da época de faculdade, o de não existe arquitetura americana além de Frank Lloyd Wright, cai por terra ao se conhecer a enorme quantidade de arquitetos americanos e de boas obras, como a de Predock.

É interessante quando lembro do deserto imagino como sua obra se comporta naquele sítio. Além disso, outro dia assisti Gattaca, e lembrei na hora que a ambientação é toda feita por Predock. É um dos arquitetos que mais gosto atualmente. Uma obra sólida que tem vista para uma arquitetura diferente do senso comum. O mais interessante é que sua obra parece ter movimento, além de muita expressão, mas tudo tecnicamente muito bem resolvido. Eis uma questão de importância: como não resolver bem problemas técnicos trabalhando num sitio onde se pode fazer 45ºC à -5ºC (estou chutando, mas o clima do deserto é bem instável...)? Às vezes nos deparamos aqui no Brasil com soluções plásticas boas e tecnicamente muito ruins para suas funções e ninguém se da tanta conta, pois por mais quente ou mais frio, o clima nunca tem uma variação tão grande que chegue a ser incomoda demais. Talvez isso pudesse evidenciar muito mais certas posturas de projeto.

janeiro 25, 2008

Da vitrola...

Bem, a música é algo que poderia afirmar ser uma paixão. Mas não ao ponto de só fazer isso. Mas será que músicos só fazem música ou da música sua vida? È claro que não. O problema maior dos muitos músicos que conheci está na falta de algo mais para fazer, além da música. Seria o mesmo de falar de um escritor. Muitos deles trabalham ou trabalharam muito no jornalismo, como Nelson Rodrigues, entre outros. Dos músicos, muitos se tornam músicos profissionais, os que acompanham algum artista, ou que tocam nas pequenas casas à noite. Outros resolveram dar aulas. Tudo está ligado a musica, mas não ao trabalho musical principal, que o de fazer suas próprias músicas, fazer os discos, os shows. Mas tudo tem seu valor. O problema é que no Brasil a música ainda é fadada a ter inúmeros músicos sem profissionalismo. E o pior de tudo é que eles não se dão conta disso. E, além disso, muitos não fazem sua própria música. Claro, não é fácil, como já dizia o grande Vicente Matheus: “o difícil não é fácil”. Mas nem sequer tentam. Fica parecendo uma espera para ficar famoso antes, para depois fazer sua própria música. Algo um tanto quanto curioso.

Outra questão é que buscam somente na música as respostas para as músicas. Já fiz este pequeno erro conceitual também, em relação à arquitetura. Buscar na arquitetura ou nos escritos dos arquitetos as respostas para algo maior, que é a própria arquitetura. Não, as respostas estão na filosofia, na sociologia, na história, até mesmo na música. Claro, há também respostas na própria arquitetura, mas nunca a vida é somente uma única partícula. Somos bastante fragmentados e a inspiração de se fazer músicas boas para um público esta muito além da própria música. Dia desses escutei um músico de uma banda falando do trabalho que tinha feito, baseado na obra de Dante Alighieri, a Divina Comédia. O álbum era dividido em três partes, o inferno, o purgatório e o paraíso, tendo o inferno uma música a mais, como na obra literária que o inferno tem um canto a mais. São questões assim que levam uma mensagem mais profunda, sem a simplicidade da musica saída de uma vitrola para o simples entretenimento. Nada contra esse tipo de música...

janeiro 23, 2008

Compartilhando momentos...

Falei a pouco de meu professor Miguel Forte, falecido em 2002. No mesmo ano também faleceu outro arquiteto, um pouco mais jovem, das Minas Gerais, radicado em Belo Horizonte. Éolo Maia é até hoje uma contribuição para o debate da arquitetura.

Ganhei um livro sobre sua obra em 2003, de um arquiteto que trabalhou comigo e tinha se formado no Mackenzie na década de 1980, quando Éolo iniciou seu trabalho polêmico. Para saber mais aqui. Uma recente publicação aprofunda e mostra já pelo título o que foi a obra de Éolo Maia: “Éolo Maia – Complexidade e Contradição na Arquitetura Brasileira” – Um breve trocadinho com a famosa obra de Robert Venturi...

Aquele momento para mim foi bastante estranho. Ter perdido um professor que foi um guia e um arquiteto que me fazia refletir sobre a obra da arquitetura moderna, fora do eixo Rio-São Paulo. Não sei se a obra de Éolo terá o fôlego que ele teve para conduzir um grupo, que marcou uma arquitetura mineira. Um momento fantástico. Lembro de conversar por horas com o arquiteto João Diniz durante evento na Bienal de Arquitetura de 2003 e um dos temas tratados foi sobre Éolo Maia. Já durante a palestra que proferiu, Diniz já havia se emocionado ao ser perguntado sobre Éolo Maia pelo arquiteto José Luiz Tabith (professor da UPM – Universidade Presbiteriana Mackenzie) e o papo fluiu muito bem.

Lembro de ter perguntado quais eram sua influencias (as de João Diniz) e ele me respondeu que era uma coisa muito difícil de falar, que ia desde Jimi Hendrix... Muito bom bater estes papinhos, ainda mais como eu estava na procura (interminável) por um caminho. E ele (João Diniz) foi o mais próximo que cheguei de alguém que conheceu Éolo Maia. Muitas vezes pensei em ir para Belo Horizonte e fazer uma visita a seu escritório. Como ele fez com Vilanova Artigas e Ruy Ohtake com Niemeyer. Sonhos juvenis... Não sei por que não nunca fiz. O máximo que fiz foi ter ido a Curitiba na inauguração do hoje Museu Oscar Niemeyer, também em 2002. Nessa inauguração havia uma mostra sobre “o sentar”, onde havia exposta uma cadeira do estúdio “Branco e Preto”, projeto de Miguel Forte. Tudo aconteceu em 2002... Um momento...

Outro momento também muito valioso foi em 1996, quando iniciava a minha busca pela arquitetura e assisti a uma palestra de Fernando Távora (no auditório da Faculdade de Arquitetura do Mackenzie). Távora nada mais é do que a maior expressão de influencia da atual arquitetura portuguesa moderna (aquela de Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura). Hoje sei o quanto foi importante aquele momento... Um tanto histórico, diria.

janeiro 22, 2008

Caminhos...

Um texto sobre o mestre: aqui.

Miguel Forte foi além de professor, “o” professor... Lembro o dia que eu perguntei quando ele começou a dar aulas e ele me respondeu perguntando em que ano nasci... Com minha resposta sendo 1976, ele disse que uns dez anos antes do meu nascimento... Sem contar quando ele contou sobre o dia em que conheceu Frank Lloyd Wright... Em 1947...

Outro dia (ano passado, em outubro...), ao conversar com o arquiteto Isay Weinfeld, comentei sobre Miguel Forte. Para variar, quem estudou no Mackenzie o conheceu. Hoje o aluno com a melhor nota durante o curso todo é laureado com o premio Miguel Forte de arquitetura. Uma boa homenagem, além da edição de seu diário de viagem aos Estados Unidos em 1947, pela Editora Mackenzie, ainda contando com sua presença, em 2001. Nesta viagem que conheceu Frank Lloyd Wright e visitou muitas de suas obras e de Richard Neutra.

100 anos

Com muito orgulho faço esta breve homenagem a todos os imigrantes e descendentes de imigrantes japoneses residentes no Brasil. Em 1908 aportou em Santos o navio Kasato Maru trazendo os primeiros japoneses a fazer desenvolver esta terra além mar!

Durante minha adolescência convivi muito com eles e elas aqui na cidade de São Paulo. Não aprecio seus hábitos alimentares, o que não quer dizer nada, na verdade. Pois muito do resto me influenciou. Hoje, talvez, tenha muito mais saliente meu “ocidentalismo”, mas na minha guitarra estará sempre lá a bandeira branca com o sol vermelho! O Japão sempre terá espaço especial em minha vida.

Lembro quando tinha doze anos de idade e fora comemorada na feira da imigração, na Bienal do Parque do Ibirapuera, os 80 anos da imigração japonesa. O que desde criança já se faz presente fica para toda vida.

A volta do sorvete...

Bem, eu não sou fã de sorvete, mas milk shake... Porém, hoje resolvi atacar um doce e o sorvete de passas ao rum estava uma delicia. Detalhe dois: eu não gosto de uva passa. Mas não sei dizer o que, mas o sorvete de passas ao rum (da Nestlé) estava um espetáculo! Ou estou me traindo ou é diferente mesmo dos outros...

Num hábito alimentar se pode saber muito sobre uma pessoa. Um dia um amigo falou que sorvete contém gordura vegetal hidrogenada! Com se pode comer isso? Bem, o quanto eu como de sorvete, acho eu, que o ar de São Paulo deve fazer mais mal que a tal gordura... Meu nariz (que não é gelado) sabe bem disso...

O fato que tive uma namorada que comia sorvete todo dia. Era uma viciada do sorvete! E eu não a acompanhava... Logo, deve ter ficado gorda! Nem sei mais dela... Já pensou se ela se transformou naquelas gordas mórbidas? Daquelas que só ficam na cama (comendo sorvete, no caso dela)? Que triste! Melhor esquece-la de novo! Já que nosso relacionamento acabou quando eu disse que preferia ouvir a um padre...

E há quem diga que a religião não é uma barreira. Começou no sorvete e terminou na religião. É, preferiria como certa vez li num texto de Chico Sá: “O amor começa no paraíso e termina na consolação, igual ao metrô.”

janeiro 21, 2008

Céu 2005...

Quase três anos depois é muito tempo para se comentar o álbum de estréia da cantora Céu (2005). Mas o álbum é muito legal! Cada vez que escuto gosto mais! Há de se dizer que ele segue um caminho, que gosto muito, um pouco inovador, que é o fato de não haver músicas de trabalho. Não é um disco de hits. Eu não sei se foi de propósito, mas é interessante que o álbum flui e as frases das musicas parecem se entrelaçar entre si, acabando com os intervalos, mesclando-os como se fossem pausas nos sons. Até na faixa “Concret Jungle”, de Bob Marley, que não conhecia a versão original, faz numa levada extremamente brasileira. É engraçado que o mestre do reggae dá um balanço para a canção que acho menos interessante que a levada gravada por Céu. Bem, não sou, como direi, fã de reggae, mas gosto de algumas músicas de Marley. Música é sempre algo aberto, muito distante de se conseguir um ritmo, se consegue uma atmosfera. Não consigo nem esclarecer... Mas é algo maior. Seria como Leonardo da Vinci afirmou: “Música... A representação das coisas invisíveis”.

janeiro 20, 2008

Mil desculpas...

Na verdade não queria ofender a ninguém com minha postagem anterior. O termo “gente burra” é estado de espírito, não ofensa. Pode ser “enganado”, pode ser “confuso”. Nunca acredito que a ignorância seja crônica. Sem contar que não foi dirigido a ninguém em específico, tanto o é que normalmente dou nome e RG para o que ou quem eu acho que deve, não costumo me omitir.

O interessante é que fui publicado no blogue da revista Atlântico (aqui). Fico feliz. Pena que não foi outro texto, mais elaborado e sem margem de discussão para o lado ofensivo. Bem, agora entendi o porquê do meu blog, que tende a zero leitores, subiu para dois ou três...

janeiro 19, 2008

Atlântico

E lendo o blogue da revista Atlântico (aqui), me deparei em como estou longe de certas realidades culturais. Já me sentia longe lendo alguns amigos do Rio de Janeiro e de Porto Alegre, mas em termos nacionais e algumas questões internacionais (principalmente a respeito dos Estados Unidos), estávamos em perfeita sintonia. Mas Portugal para mim foi estranho. Sinto estar distante demais das idéias daquele país. Não sei o que escutam de música ou vêem na TV. E o pior que isso gera certo medo, de saber se o João Kleber faz sucesso lá... Que medo!

Mas bom site, mesmo que muita coisa eu não tenha entendido sobre as atualidades daquele país...

E, claro, teve entrevista com Reinaldo Azevedo (aqui). E gente burra tem aqui como em Portugal. Nos comentários não entenderam por que ele disse que José Saramago é um produto do capitalismo, da globalização, do mercado... Coisas da vida...

Fernandinho

Gostaram do novo nome? E nem é por causa da “bonita camisa”, te garanto. Aliás, odiava este comercial de TV.

E das fotos? Agora as que forem somente para ilustrar as postagens serão em tom sépia. Uma cara meio envelhecida. Uma coisa meio “retro” mesmo. Um tanto quanto reacionária. Meio careta. Claro, as capas dos discos e dos livros serão mantidas nas cores originais. E são mais estas algumas medidas (de segurança) para 2008.

Fervendo...

Uma pessoa me perguntou se acredito no aquecimento global. Respondi que não é uma questão de acreditar no aquecimento global, mas nas místicas teorias caóticas que esses entusiastas do caos mundial falam, afirmando ser o “único” destino do mundo, com o aquecimento global. Nessas afirmações eu não acredito. Muitos fatores fazem o clima mudar desde os fins do século XIX até hoje. E isso tem muito a ver com o tal “progresso”. Garanto que na idade média os rios e mares eram muito menos poluídos. E também garanto que havia muito menos gente no mundo. E garanto também que se vivia de um modo diferente do de hoje. Tente viver sem luz elétrica, sem esgoto, sem água encanada, sem carro, sem avião, sem navio, sem estradas e talvez só com um cavalo... (odeio cavalos)

Com certeza a fome mataria metade do mundo. Queria ver chegar a comida aos locais. Queria ver os remédios chegarem. Queria ver como seria sem nada disso. Sim, morreriam muitas pessoas. E com as pessoas morrendo aos quarenta anos de idade talvez se conseguisse um mundo melhor, não? Só na cabeça desses ecologistas idiotas. Falam do caos, mas o que é difícil mesmo é falar das soluções. Não a toa muitos deles se alinha com partidos de esquerda. São os mestres da não solução. São os mestres de apontar o caos sem dar uma solução sequer. Pergunte a eles como terminaram com a fome na antiga União Soviética? Matando a população... Se não de fome, com armas mesmo... Depois de mortos, o problema estava solucionado...

Mas para fomentar o debate, existe um livro de um ex-agitador ambientalista chamado Bjorn Lomborg. Seu livro, “O Ambientalista Cético”, deve ser o início de qualquer discussão sobre o meio ambiente. E lá ele trata exatamente de muitos temas, inclusive sobre a fome. (Já pedi a compra desse livre para a biblioteca da faculdade, mas até agora...)

Bem, é um tema que tenho que tratar de perto. Não tenho lá muita emoção de falar sobre o tal do “aquecimento global”, ainda mais que quanto mais fico sabendo do assunto, mas assuntos de outras ordens são chamados à discussão. Um deles são os ciclos das manchas solares. Algo que pouquíssima gente sabe do que se trata. É muito mais fácil sair por ai falando qualquer coisa sobre as teorias do caos do que ir a fundo ao que vários cientistas já estudaram. Bem, a vida é feita de bons “marqueteiros”, não é? Veja só o vídeo de Al Gore: ele dá alguma solução? E tem gente que o leva a sério demais... Nem ele acredita tanto nisso, se não iria fazer mais que marketing político.

Bem o tema é muito amplo e pouca gente sabe mesmo do que está falando. Mas veja só: o Brasil com um enorme potencial hidrelétrico teve que acionar todas as usinas termelétricas para atender a demanda de energia. Cadê o pessoal do Green Peace? Claro, são alinhados a este governo... Por que reclamariam? Reclamavam da construção da rodovia Imigrantes... São mesmo pessoas de "boa fé" (para não ser mais irônico, ou são pessoas de boa fé mesmo sendo usadas por pessoas de má fé, ou são uma bando de picaretas mesmo... Não há outra opção).
Quero é ver solução para problemas energéticos. Alguns ecologistas partilham da idéia da energia nuclear. Talvez a idéia de Lula, de fazer a usina de Angra dos Reis funcionar de novo, seria uma boa, não? Vai saber... Com Edison Lobão no Ministério das Minas e Energia é que nada vai ser discutido mesmo. Sinto dizer que um livro feito pelo Sr. Ciro Gomes, lá por 2002, tocava nesses assuntos. Por que é que se calou? Pode-se dizer que Ciro não seja também a pessoa mais indicada para falar do assunto, mas é melhor que Edison Lobão. Por que este tema não entra na pauta dos jornalistas? Veja publicou tempo atrás algumas idéias contrárias à ótica geral do assunto. Mas nada mudou... Vejo que estou só, mais uma vez, com um tema que ninguém tem coragem de enfrentar a sério. E o pior de tudo é que ele afeta o meu trabalho acadêmico. Gostaria de jogar tudo para o lato e falar sobre as abóboras campestres, como fazem meio mundo universidade adentro.

Norah Jones

From the jazz to the pop...

A cantora americana Norah Jones muitas vezes é confundida com uma cantora de jazz. Não à toa, tem uma forte influencia do ritmo, mas chamar sua música de jazz não seria o caso. Talvez da forma de um pop jazz. Norah é filha do violinista indiano Ravi Shankar, que tem expressiva participação em inúmeros trabalhos de astros do jazz, como John McLaughlin. Seria uma lenda do jazz dos anos 196 e 1970 até hoje. Norah por sua vez trilhou um caminho diferente. É uma jovem cantora e também pianista, dialogando muito bem com o repertório que vai além do pop ao jazz. Seus discos têm um som maravilhoso e de fundo em algumas músicas temos a leve impressão de toques mais ousados, um pouco de experimentalismo. Algo mais complexo que um simples pop. Bom de escutar.

Outro dia, lendo uma crítica a respeito da bossa nova, vejo a expressão “easy listening” e sou obrigado a dizer que é um pouco de verdade isso. Assim como há um pouco disso também na música de Norah Jones. Como é interessante ver que melodias com harmonias complexas conseguem ser de fácil assimilação. Os temas em muitas vezes conseguem ser bem característicos e levam todo um clima. Assim como é possível perceber este clima rondando por todo o álbum.

Interessante ver que muita gente deve achá-la uma cantora de jazz por ter em alguns momentos um clima característico de jazz, enquanto eu posso dizer que a considero pop. Nenhum rótulo é sempre completo e eterno. Mas é falta de cuidado chamar de jazz o que só tem uma influencia...

Nota de rodapé

Lembrando de John McLaughlin, do disco “Electric Guitarist”, de 1978, que escutava muito aos 18 anos de idade. Uma pessoa deixou este álbum me falando do percursionista brasileiro Aliryo Lima que tinha gravado este disco. E até hoje “New York on My Mind” é uma das músicas que mais gosto deste álbum. Cada coisa que nos acontece e nem sequer temos consciência. Hoje anos depois, vejo que Norah Jones é um fruto dessa expressão musical, que nem de longe sonha em ser pop. Talvez a banda que Ravi Shankar tenha passado de maior expressão mundial seja a de Carlos Santana. Como é bom saber o que veio antes e entender de onde vêm aqueles sons maravilhosos dos discos de Norah...

janeiro 18, 2008

Amazônia Arizona

Muitos filmes americanos tratam do deserto, que se estende desde os estados do Texas, Novo México, Caifornia e praticamente todo o Arizona. Há uns anos atrás alguém me disse que o Arizona era o segundo estado americano de menor densidade demográfica, perdia para o Alasca. Mas veja: até o Hawaii tem mais habitantes por quilometro quadrado... Nos filmes, o deserto se mostra como um desafio, um lugar inóspito, um local onde tudo pode acontecer. Até naquele primeiro filme de Steven Spielberg, “Encurralado”, o deserto desponta como cenário.

Agora, quando se fala de floresta amazônica não. Temos sempre um filme de republiqueta de bananas. Algo infantil como Mr. Magoo que sai do meio da Selva para cair nas Cataratas do Iguaçu... Nada de valorizar a floresta como algo a ser mostrado como aventura. Parece sempre ser a vida abaixo do Rio Grande monótona e cheia de animais e tribos indígenas. Ainda não vi se realizar nenhum filme que valorizasse a floresta como desafio. Falam tanto da Amazônia, mas parece que o Arizona é mais interessante... Pelo menos para o cinema. Isso só inclui o cinema nacional, obviamente. Podiam rodar uma seqüência de “Cinema, Urubus e Aspirinas” na Amazônia, já que o alemão se mandou para lá ao final do filme.

Agora, estarei sendo injusto se não tratar das “obras de arte” como o filme da Xuxa com a “indiazinha” ou o filme da Tizuka Yamasaki que esta em produção (e provavelmente ninguém verá e custarão outros dez milhões de Reais...) Todos falando da floresta... Quanta bobagem... Deveria se fazer algo como um caçador de mulheres no meio da selva. Algo mais criativo e sem vínculos com o povo da floresta. Nada impede de se criar algo além do retrato da vida cotidiana daquela região.

O que falta no cinema brasileiro é criatividade. Depois falam mal do Walcyr Carrasco... E, detalhe, nenhum americano poderá fazer este filme, se não estaria comprando uma briga com toda a camarilha da crítica nacional, que novamente iria querer celebrar os povos da floresta numa obra de entretenimento e de criatividade. Taxar a criatividade a pretexto de fazer “propaganda” da floresta é de uma estupidez sem limites. Seria o mesmo da Rede Globo só passar a praia do Rio de Janeiro, como se o Rio fosse somente uma praia, sempre onde nada acontece sem ter que passar por ali.

Irrita que em muitas vezes o cinema nacional só vive da desgraça brasileira. Se o país se desenvolver não haverá mais cinema... Se a Petrobrás for privatizada então... Aí que o cinema nacional acaba de vez. Uma vez uma pessoa me disse para escrever um roteiro de cinema, então. Só que nem faço idéia de como se escreve um roteiro. Escreveria uma estória. Um livro talvez, mas roteiro não sei como se faz. Fiquei às vezes pensando em como é escrita uma novela, por exemplo. Eis que se não quando, Agnaldo Silva, em seu blog dá alguns detalhes de como é difícil este trabalho. Há quem já escreveu novela e quando pegou uma mini-série para fazer, perdeu-se nos personagens. E para variar tinha que ser uma mini-série sobre “Amazônia”. Mas ver a floresta como algo muito além de seu povo é para mim uma grande esperança. Afinal, ninguém disse que aquele povo que lá habita estará sempre lá.

janeiro 17, 2008

Gol

Aos 46 minutos do segundo tempo o Corinthians faz o terceiro gol. Realmente foi uma boa estréia (ou será o Guarani muito ruim?). Continuo meio sem me entender com o time. Não conheço os jogadores, não sei a cara do técnico. É... Desanimo de torcedor é realmente uma porcaria. Não vi lá grande graça em acompanhar este jogo.

Bem, o problema é que o Sertãozinho não ganhou...

Outra: Por que existe uma premio para o quinto colocado? Ou melhor, existe um “incentivo” de dar um premio ao campeão do interior. Fora os times do interior, o Juventos também poderá ganhar este troféu. Barueri é time do interior? È, não é? Não importa que seja da “zona metropolitana de São Paulo”; é do interior.

Sobre o campeonato: os quatro primeiros colocados disputarão entre si o título, sendo o primeiro e o quarto e o segundo e terceiro, cujos vencedores disputarão a final do campeonato. Terá jogo de terceiro e quarto colocados?

Eu chuto que a Portuguesa estará entre os quatro primeiros... Não é futebol? Então vale chutar... A maioria das pessoas chuta mesmo. E isso quase me irrita. Detesto chutes. Mas sou obrigado a dizer que deve haver uma sedução mundial pelo fator “previsão”. Nada pode ser mais furado do que fazer uma previsão agora. Deixemos passar umas rodadas. Eis que veremos um São Paulo despontar ou um Santos desabar. Mas agora, só pode ser chute. Não sei dizer, mas chutei na Portuguesa por simpatia ao clube, um dos mais antigos de São Paulo. Um que sempre achei que deveria disputar o aquele torneio Rio-São Paulo. É um dos “clássicos” paulistas.

timão...

E é isso aí. Parece que o Corinthians está fazendo uma bela estréia no campeonato paulista. Vamos ver no que vai dar. Por enquanto está ganhando de 2 x 0 do Guarani, sendo o primeiro gol de Finazzi e o segundo de Dentinho. Mais: como alguém chama Dentinho? Ou Eduardo Ratinho? E isso é o “poderoso timão”... Campeão mundial... Por quê? Culpa de quem? Quem merece isso? E olhe que é ainda o campeonato paulista... No brasileiro vai ser pior ainda...

Campeonato Paulista 2008

E hoje (ontem?) começou o Campeonato Paulista 2008. O primeiro jogo que vi foi Santos x Portuguesa. Adorei a pergunta do blog do Reinaldo Azevedo: “Cadê o Candinho?”... O que é a Portuguesa sem Candinho?

Mas vamos ao jogo. Não cheguei a ver a cara do técnico Emerson Leão após a derrota no jogo de hoje, mas sou obrigado a dizer que o Santos não é mais o mesmo... E tricampeonato, nem pensar...

Bem, amanhã tem mais jogos... Alguns importantes... Palmeiras x Sertãozinho... Imperdível!

Rock in Rio Lisboa

Uma breve piadinha... Por que não?

Rock in Rio Lisboa é o Rock in Rio Tejo?

Essa foi de uma amiga minha, pouco tempo atrás, quando justamente falava de Black Eyed Peas, no referido festival.

10 anos depois...

Ivete Sangalo. Uma cantora de música popular. Cerca de dez anos atrás eu nem dava bola para ela. Achava que seria passageira sua carreira, como foram dezenas de outras cantoras de algum “ritmo novo”. O tal “axé” permaneceu mudando para uma música típica da Bahia. Bem, a cerca de alguns anos, mais especificamente no “Rio in Rio Lisboa”, destacaria que ela foi a maior atração daquele festival junto a Black Eyed Peas. Desde então venho prestando atenção nela. Nem tanto quanto talvez ela merecesse. Até tenho visto seu programa na Rede Globo, mas muito por alto... Não sei por que, mas só pego a ultima música, ou às vezes nem isso...

Mas ela é hoje uma das cantoras mais conhecidas do Brasil e tem realmente um carisma e uma simpatia que empolgam. O que me faz pensar em dez anos, é que ela é a única cantora a se apresentar nas dez edições do Festival de Verão de Salvador. Tentaram fazer com que ela gravasse algo mais MPB numa certa época; eu até me empolguei. Mas não. Ela gravou mesmo músicas com ritmo forte, feitas para o carnaval da Bahia. Se alguém ainda lembrar de Daniela Mercury depois disso...

Ainda não sei qual será seu futuro, mas com certeza uma das melhores performances que vi em seu programa, foi uma participação numa música da ex-dupla Sandy & Junior. Gostei mesmo. Pop. Não popularesco. Na verdade não sei se suas músicas são como direi “popularescas”. Mas está numa tênue linha. Não sei ainda o que me chama atenção em Ivete, mas uma coisa eu posso dizer: não a acho bonita. Sim, tem um corpo em forma, afinal, se com a seqüência de shows que faz não o tiver é que eu me preocuparia. Mas não considero que sua beleza faça sua apresentação ser inesquecível. Ou seja, a música é seu maior elemento.

janeiro 14, 2008

São Paulo o espetáculo das múltiplas visões...

São Paulo, mito da metrópole global. Um mito, mesmo. Eu acredito. Em nem um momento sequer acredito ser São Paulo aquela misto de “globalismo” e de “pluriculturalismo” que muitos entusiastas têm da maior cidade brasileira. Tem bons restaurantes de muitas cozinhas, muitos locais de valor histórico e mais que tudo, uma vida pulsante. Mas isso não significa ser global em hipótese alguma. No fundo é uma cidade que vive uma decadência enorme. Uma destruição da sua história e da sua personalidade, criando um grande lugar sem nome. E alguém acha que não ter mais identidade significa ser global. As poucas identidades, das ruas, bairros e avenidas, São Paulo não passa mais do que uma caricatura do que foi no passado. Claro que as muitas visões diferenciadas fazem parecer de tudo uma cidade com uma alma tão grande que possa projetar-se na idéia de um mapinha mundial. Sem falar de nenhuma outra cidade, mostro-lhes que a São Paulo que todos clamam é aquela que fica 80% na área central, ou central expandida, entenda-se como Avenida Paulista. Ali está a cidade. Muitas pessoas moram ali naquele trecho, mas, mais que tudo, muito mais pessoas trabalham ali. E esse fluxo intenso é a tal maravilha da metrópole que não dorme. Nada de mais óbvio tudo acontecer por ali. Desde “Reveilllon na Paulista” como qualquer passeata ou até mesmo a corrida de São Silvestre passa por ali. Um centro com força, mas muito mal conservado.

Culturalmente hoje se acredita que preservando aqueles fragmentos que a cidade do concreto não conseguiu apagar é a “herança cultural”. É quase hipócrita. Mas não é por isso que não se deva conservar, mas tem-se que ter também bom senso para não valorizar a moldura e deixar o quadro se estragar... De que adianta uma bela praça para um monte de mendigos? Seus bancos se tornam é um bom beliche... As praças deveriam seguir a idéia original da cidade colonial, sendo a praça o local de vida social e não um monte de matinhos em meio a umas árvores com meio caule pintado de cal e um chão de terra batida com algum lixo. Falam da falta de verde na cidade e nem sequer fazem o esforço de tentar arborizar as ruas e avenidas de uma forma passível de uso (basta ver o canteiro central da Avenida 23 de maio, onde ninguém consegue chegar... é uma visão para quem está nos carros e ônibus). Tudo parece ser um discurso ditado por alguma moda. No fundo parece que os paulistas querem mesmo é uma casa com tudo ao seu redor (um shopping, um mercado, lojas, etc.) e não uma cidade de setores, como o atual urbanismo fez a cidade se moldar. Aqui é residencial, aqui comercial, aqui industrial, etc... A idéia tão boa dos antigos bairros com as casinhas e as lojinhas intercaladas com a praça simplesmente morreu e com ele as identidades dos bairros. O que era pitoresco virou algo de “massa”. Sem perspectivas, sem vazios, sem valor.

Ao se deparar com caminhos antigos e as perspectivas criadas por estes, parece estar se mostrando uma cidade nova. Aquela cidade que clamam ser a verdadeira São Paulo. Uma dessas visões é o Viaduto do Chá. Sua passagem por cima do Vale do Anhangabaú. Outra poderia ser o percurso pela Avenida Paulista. Ver a cidade do MASP. Este museu que esteve a pouco nas páginas dos jornais devido ao roubo de dois quadros de seu acervo. Um museu que vive um momento ruim. E não poderia ser diferente. A São Paulo que é o MASP não é a São Paulo real. É duro admitir isso, mas São Paulo não é uma cidade culta. Não é uma cidade de pessoas cultas. Não é uma cidade cultural. O MASP é exemplar nisso. Como pode, com o acervo que têm ser um museu sem lá grande visitação? Não são poucas as pessoas que nunca entraram lá (e que trabalham na região da Paulista). E sem contar que além do MASP, só na Paulista deve haver outros montes de pequenos “centros culturais”. No centro então, tudo que não tem função vira centro cultural (se não prédio abandonado). Não é ruim isso, mas também não agrega lá grande feito pela cultura da cidade. A pulsação da cidade é outra. É uma cidade de negócios. E cada vez mais perdendo seu espaço de negócios de mercadorias para serviços. E isso é ruim, uma vez que serviços com novas tecnologias fazem desaparecer pólos. Um exemplo é o tele marketing, que te atente em qualquer lugar do Brasil, de qualquer lugar do Brasil... Enganos são aqueles de achar que os serviços podem se manter longe das manufaturas... O tal termo “potencialidades” é tão subjetivo quanto “serviços”. São Paulo se tornou importante com o café, entre 1890 e 1930. Manteve-se com a industrialização e a manutenção de sedes executivas de empresas e mais que tudo como centro financeiro. Mas nunca deixou de ser centro comercial. Ao passo que o centro comercial vai perdendo espaço, certos serviços também deixam de estar presentes.

O pior disso tudo é a intromissão governamental para “fomentar potencialidades”. Uma dessas obras de fomento fez uma parte do centro simplesmente ficar mais morta ainda: Parque D. Pedro II. E morta não no sentido de não ter gente passando, mas o tipo de gente que agrega ao seu redor. Assim como o desastre da área da Luz, onde se acreditou que restaurando os edifícios o entorno se renovaria naturalmente. Quase 30 anos de abandono não se reverte com um prédio caro para grupos restritos. Basta ver que tipo de gente freqüenta a Sala São Paulo. Garanto: a maioria do público estaciona seu carro no estacionamento e paga o valor dos ingressos, que se somados ao longo do ano não deve pagar nem o salários dos faxineiros. Um bom dinheiro público para fomentar a cultura universal... De alguns poucos... Não acho, de maneira alguma, que se deva acabar com a orquestra; mas ela deve ser viável. Assim como o MASP. O duro é ter que agüentar a “democratização” da cultura para um grupo pequeno, que se diz grande, como a cidade. Ou melhor, um grupo que quer “de graça” aquilo que todos pagam inclusive os que nunca poderão usufruir dela. Para estes sobra somente as multiplas visões que a cidade oferece. De graça.

janeiro 13, 2008

O Fernando

Estava lendo a entrevista de Fernando Henrique Cardoso ao jornal “O Estado de São Paulo” (aqui). Em meio a algumas coisas que discordo dele, tenho que pontuar pelo menos dois trechos que são importantíssimos. Um primeiro é relacionado à postagem que fiz a pouco, falando de John McCain:

OESP: Qual é a sua opinião sobre Obama?

FHC: Só o vi falando uma vez. É um rapaz brilhante. Jovem, boa aparência, avançando nos Estados "brancos". Mas, se ele for candidato contra o (republicano John) McCain, não sei se leva. Porque poderá haver um refluxo no ímpeto de mudança da sociedade. E o McCain não é um reacionário, tem ficha limpa.

E o segundo trecho se refere ao entendimento sobre o conceito de democracia:

OESP: E essa voga de consultas populares e plebiscitos?

FHC: É uma confusão. Plebiscito é aplicável sob circunstâncias muito bem definidas. Fora disso, dá margem a manipulações. Que fique claro: democracia implica algum grau de deliberação consciente. Sempre. Hitler foi eleito, Mussolini fazia comício para milhões, ditadores, não só africanos, fazem eleições plebiscitárias e ganham por maioria. É democracia? Experimentem colocar a pena de morte em plebiscito no Brasil. Ganha fácil. É a melhor solução? Democracia direta num cantão suíço pode funcionar. Mas não funciona numa sociedade de massas porque o risco de manipulação é alto. Qualquer um com entrada nos meios de comunicação leva. Não se forma opinião. Forma-se torcida.


Voltando. Continuo achando que a melhor opção dentre os candidatos seria Rudy Giuliani. Certo que a idéia do super-prefeito não é lá a melhor das opções para um governante de nível global, como é o caso da presidência dos Estados Unidos. Mas eu tenho certa dúvida que ele como presidente seria o super-prefeito. Mas como ele não estará na disputa... O que vale é a opinião de FHC a respeito de McCain. E o engraçado que quando fala em “torcida” (notar que as citações estão em ordem inversa na entrevista, primeiro fala do Brasil, depois da parte mundial e por fim de sua vida) fiquei pensando em como os jornalistas brasileiros fazem torcida e não jornalismo. Primeiro torciam para Ségoléne Royal, agora por Obama. Nem sequer firmam uma opinião mais centrada aos fatos. Erraram com Kerry em 2004 e agora continuam em seus chutes errados na sua “torcida” por Obama. Temos que ser objetivos: ele perdeu a segunda prévia. E isso é que deve ser noticiado. A jornalista Patricia Campos Mello noticiou direitinho o que foi que aconteceu. Leia aqui.

FHC tem tido bastante feeling em suas ultimas analises e tem poupado muito Lula. O poupa, pois é deselegante bater de frente com algo que não mais lhe interessa. Pois se quisesse ser novamente presidente, tenho certeza que seria uma dor de cabeça para o PT. Em termos políticos é nítida sua superioridade em relação a Sarney e Lula (a Collor, nem se fala). E o recado é muito claro a Sarney, de que ele não mais vai ser candidato, mas que continuará a fazer política. Muito me arrependo de no ano passado não ter participado de um café da manhã com ele no Hotel Crowne Plaza, mas não consegui me organizar a tempo.
De outro lado, acredito que Fernando Henrique também esta sabendo valorizar seu patrimônio político. O desgaste eleitoral para quem já esteve no cargo político mais importante do país é bastante complico, vendo, por exemplo, o caso de Itamar Franco, que depois de ter sido presidente foi governador de Minas Gerais. Hoje não é tão aclamado como FHC, e, em parte, por ter tomado este caminho. Sua posição durante a ultima eleição, de ter apoiado Alckmin, foi de uma enorme delicadeza e de um político experiente. Coisa que nunca se esperará de Lula. Sarney já é outro caso. Aliás, uma incógnita. Ele ainda renderá muitas páginas de futuras biografias. É talvez hoje o político mais influente no Brasil. E influencia nada tem a ver com popularidade.

Bem, como é complicado falar somente de FHC. Ele parece estar preparando alguma nova publicação. Não sei não, mas li trechos somente daquele monstro que é seu livro – “A Arte da Política”. O engraçado que torcedores no jornalismo formam torcedores na comunidade. Certa vez, enquanto ainda navegava pelo Orkut, me deparei com uma comunidade sobre o livro de FHC. Eram pessoas se dizendo apaixonadas por ele. Mas algo patético. Não se discutia nada do livro. Era uma torcida mesmo. O que gosto em FHC é que ele tem autocrítica. E isso aparece em inúmeras oportunidades. Sem contar como aborta alguns conceitos, como esta parte da entrevista:

OESP: Há quem sustente que, com a unificação dos programas sociais no Bolsa-Família, os coronéis do Nordeste perderam terreno.Tanto que o PFL, tradicional partido desses senhores, teve que se refundar.

FHC: Lula pode ter desalojado o coronelismo no Nordeste, mas pode vir aí com o coronelismo dele. Se houver uma apropriação pelo governo de uma política que é do Estado, isso acontecerá. Não se esqueçam de que o cadastramento no programa Bolsa-Família é feito pelos prefeitos. Isso aumenta a influência dos políticos locais e pode criar uma linha direta com o presidente, esvaziando o papel dos Estados. Rejeitei a idéia de criar nas classes desfavorecidas essa dependência simbólica. Paguei um preço, mas, republicanamente, agi bem. Sempre tive horror à idéia de ser o pai dos pobres.

janeiro 12, 2008

Bush, bush...


É... E ele ganhou de Al Gore em 2000. Em 2004 de John Kerry. Se ele não fizer o sucessor eu diria que não esta sendo coerente... E a cada dia acho que o próximo presidente americano será John McCain... E Obama nem será candidato... Tem que se ganhar as prévias para ser candidato, não no tapetão. Eu queria que fosse Rudy Giuliani... Fazer o que...
Na foto: John McCain.

Maria Rita – e sempre algo me incomoda...

“Seu garçom faça o favor
De me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo
E um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita
Com muito cuidado
Que eu não estou disposto
A ficar exposto ao sol (...)”

Conversa de Botequim – Noel Rosa

Começo contando uma história de 1992. Existia uma loja de HQ´s, na Avenida Ibirapuera, aqui na cidade de São Paulo. Nem lembro ao certo o nome, mas funcionou por muitos anos naquele mesmo lugar que era a passagem que tinha que fazer até o ponto de ônibus. Certa vez vi também alguns discos de vinil usados à venda. Entrei e fiquei olhando os títulos. Eram muitos deles de bandas dos anos 1980 e 1970. A principio escolhi um para comprar, pois os preços eram convidativos, afinal, naqueles anos muita gente substituía seus discos de vinil por cd´s. Foi um disco de Steve Vai – “Passion and Warfare”. Feliz com a compra sempre passava por lá para ver se havia alguma novidade, algum álbum novo.

Certa vez passando por lá, a pessoa que sempre atendia não estava lá e sim um senhor barbudo, meio anos 1960 (não consigo descrevê-lo melhor). E ele foi conversando comigo sobre as bandas até chegar a ver um vinil de Elis Regina. E ele me disse que escutava tudo até os anos 1960 e, em suas palavras, “até o barulho começar”. Depois me perguntou se conhecia Elis Regina. Eu na verdade nunca havia prestado atenção nela. Meu pai gostava muito e lembro vagamente de sua morte em 1982 (tinha 6 anos na época). Mais ainda, o senhor completou: “Você é um cara inteligente, vai gostar dela.” Ao chegar, fui dar uma “fuçada” nos discos dela que meu pai tem (até hoje, em vinil e muita coisa duplicada em cd). Dentre algumas audições, um concerto dela ao vivo no festival de Montreux, se não me engano de 1979. Foi ali que comecei a gostar de Elis.

Muitos anos depois fazia parte de uma clude de vendas de cd´s, da Editora Abril, chamado Music Club e um especial de Elis (um folder de umas duas páginas) foi escrito por seu filho, João Marcelo Bôscoli. Tentava ali passar a imagem maior que a cantora, dando a vida pessoal certo destaque, ao falar de como Elis dirigia automóveis. E o Music Club tinha uma boa seleção de cd´s de Elis Regina. Tenho um tio que muito posteriormente se interessou muito por bossa nova. Digo posteriormente pois à época dos concertos no Teatro Record, ele não acompanhava meu pai e nem tinha interesse pelas apresentações de muitos músicos da bossa nova. E ele comprou muitos dos títulos sobre bossa nova do Music Club, porém nenhum de Elis Regina. Na época também, lembro de ver o lançamento do primeiro disco de Pedro Mariano, filho de Elis Regina. Estava também disponível também no catálogo do Music Club. Um bom disco, que escutei poucas vezes.

Porém, chega o ano de 2003 e vejo lançarem com muito alarde o primeiro disco de Maria Rita, filha de Elis Regina. Logo chegam as comparações com sua mãe e destaque até em especial exibido pela Rede Globo. Se saiu bem, tem boa voz, porém seu primeiro disco não me agrada. Não sei o que há ali ou o que falta, mas passam algumas faixas e eu não consigo gostar do disco. Os outros dois discos dela nem sequer escutei com atenção, mas destaco que achei péssima a escolha da música “Minha Alma” no segundo disco, de 2005, por considerá-la uma música menor, de um modismo, que sim, deve ter feito parte das recentes valorizações dadas a canções de protesto e tempos de “pré-lulismo”. Algo anos 1990 de um desprendimento bobo e sem maior profundidade. Algo que chamo de Sprite (imagem não é nada, sede é tudo) onde a imagem é maior que a profundidade das letras e das canções. Um lugar onde se perdeu um pouco a melodia para dar espaço a um protesto sem sentido, sem tempo e sem espaço (ou com muito espaço). Algo que Maria Rita foi vítima, para mim (o que não é difícil e nem muito menos pejorativo).

No seu terceiro disco, fico muito feliz com a ideia de valorizar o samba dessa forma que fez. Isso sim é profundo. Não posso me atrever a comentar as músicas, mas digo que a vi dia desses cantando “Conversa de Botequim” (letra acima) numa reprise de um especial sobre Noel Rosa, feito pela Rede Globo de televisão. Foi muito bem, assim como em outras canções. Nada melhor que voltar a valorizar Noel Rosa, morto em 1937. Ainda não sei o que me incomoda na cantora Maria Rita, mas sou obrigado a dizer que ela esta indo cada vez melhor. Só o tempo poderá nos dizer. E com ela as vozes femininas brasileiras estão numa boa fase, completando ainda com as cantoras Céu, Vanessa da Mata, Fernanda Porto e outras, mais experientes, como Ná Ozetti e por que não até Sandy e Luiza Possi?

Nicolas Sarkozy - a biografia (inicial)

Ainda falando um pouco sobre o mercado editorial e as biografias, esta nova biografia de Catherine Nay, jornalista especializada em políticos, tenta desvendar um pouco do que seria o atual presidente da França Nicolas Sarkozy. Num momento político de paz relativa, com um presidente norte-americano bastante impopular, Sarkozy não é o perfil comum de um político “engajado” nos padrões pré-estabelecidos. Porém, seu sucesso vem de ações com prática já conhecida e com um discurso bastante conservador. Dentre os pêndulos que balançam na Europa, Sarkozy seria um líder por ter se destacado durante o governo de Jacques Chirac e ter sempre um discurso objetivo; sem rodeios, Sarkozy fala de suas opiniões muito claramente, uma questão hoje um tanto quanto difícil entre políticos. Principalmente que a grande maioria deles tende a olhar o mundo sobre uma ótica bastante particular, pouco universalista. Certo que esta biografia, num começo de governo, não trata de um completo panorama, mas trata de falar do caminho que percorreu até chegar ao posto mais alto da França. Simpatizo muito com Sarkozy, mas não sei dizer até que ponto. Vamos deixar o tempo passar e assim fazer a melhor avaliação de suas atitudes com seus discursos.

Tenho interesse em biografias, mas não morro de amores por elas. Muitas delas poderiam esperar anos para serem concluídas, ou ter muitas páginas a menos. Acredito ser Fernando Morais um dos biógrafos brasileiros mais conhecidos, tendo biografado Assis Chateaubriand, em “Chatô, o Rei do Brasil”, de 1994, Olga Benário, em “Olga” de 1993 e a minha predileta: “Montenegro”, sobre o Marechal Montenegro, de 2006. Sobre “Olga”, talvez a mais difícil de ser checada, Morais deixou de lado muitos dados importantes, o que define ter sido uma opção (não se sabe se editorial ou pessoal) para que o livro não fosse muito extenço. Assim como em “Montenegro”, Morais deixa uma lista de documentos que foram e não foram utilizados nos livros. Isso para mim dá margem de se fazer outras biografias, ou se estude sobre determinado assunto com mais profundidade. Atualmente ele é o autor da biografia de Antonio Carlos Magalhães, o ACM.

Madame Satã

Fiquei bastante honrado com o comentário de Marcelo Leite de Moraes, autor da biografia do RPM, que comentei bastante por alto aqui. Gostaria de também falar de seu outro livro, Madame Satã. Madame Satã foi umas das casas de show mais conhecidas nos anos 1980 e lá nasceram várias bandas, uma delas o próprio RPM. Este registro em livro, feito por Marcelo fez em 2006 com mais de 80 entrevistados, nos dá um panorama bastante interessante de como foram aqueles anos e a importância de palcos alternativos. Acredito ser São Paulo a cidade com a maior diversidade, porém com poucos lugares e poucas bandas nascidas nos últimos anos na cena nacional. Não cheguei a conhecer o Madame Satã, mas os comentários de como era o local são realmente um dos poucos registros de algo alternativo chegou a ser um mito.

janeiro 05, 2008

Duas biografias

E os lançamentos editoriais continuam a todo vapor no Brasil. O interessante é que se vê por aí pouca gente lendo. Será verdade? Ler é uma forma também de entretenimento. Gosto de ler para me divertir. A leitura de entretenimento normalmente é leve, flui bem. E nem por isso precisa ser leviana e pouco profunda. Dois lançamentos recentes me chamaram a atenção. Primeiro pelo gênero, a biografia, e segundo pelo tema, tratam do rock nacional. São elas: “Agente é Assim”, uma biografia da banda Barão Vermelho e “Revelações por Minuto”, sobre o RPM, um doa maiores fenômenos de vendas da década de 1980. Gosto de biografias. Normalmente avançam além do biografado dando um bom recorte daquele período.

No caso dessas duas biografias, fica uma interrogação: porque uma biografia nesse momento? Sobre Barão Vermelho, a parte mais interessante da banda foi enquanto Cazuza era membro da banda, mesmo eu não gostando dele. E sobre Cazuza foram feitas muitas biografias e até um filme. O interessante que eles próprios reconhecem isso na biografia. Seria ruim de minha parte dizer que nem tenho interesse em saber da banda, mas para fomentar alguma curiosidade a mais, esta biografia acompanha um novo álbum, de músicas inéditas.

O RPM é um caso diferente. Este biografia já era esperada. É talvez a banda que tenha se perdido mais no tempo que as outras dos anos 1980. Isso, claro, das bandas que tiveram mais que uma música de sucesso. Paulo Ricardo se manteve na mídia, mas nada que fez depois chegou próximo ao sucesso com o RPM. Ele vive praticamente do fantasma do RPM. Luiz Schiavon hoje é tecladista da banda de Fausto Silva, no Domingão do Faustão, da Rede Globo de televisão. Estão prevendo uma volta agora em 2008 e este livro seria o inicio dessa volta.

Agora, eu acho que essas biografias nada mais são que um novo modismo como foram os acústicos. Conforme Lobão declarou, ele foi o ultimo a gravar um acústico. O RPM gravou um acústico e um show para DVD em 2002, com uma nova composição – “Vida Real”, tema do programa Big Brother. O Barão Vermelho já gravou também seu acústico e acredito que essa biografia nada mais é que uma jogada de marketing. Em suma, quando se espera que comecem a fazer biografias sérias registrando aqueles tempos, elas escapam pelo caminho fácil de fazer uma jogada de marketing.

Gostaria que essas biografias fossem recheadas de fatos inéditos e não mais uma no meio de tantas outras. Para um primeiro registro, até que a do RPM está num bom caminho. Para mim esse tal rock nacional continua sendo mais uma fase mal explicada, onde as nuvens cinzentas encobrem as falhas, que são naturais e o que os torna mais humanos, e continuam a tentar fazer algum “mistério” sobre como foi aquele período dos anos pós-abertura, anos Sarney, para ser mais exato. O Titãs lançou, se não me engano, em 2003 sua biografia. E olha que é uma banda que nunca deixou de gravar, tendo uma história muito mais ampla (afinal eram oito membros) e não tinha um jogo de marketing por trás desse lançamento. Eu acredito que faltaria uma biografia sobre a Blitz. Foi uma banda que teve influencia sobre outras bandas e que teve muito do seu material ainda censurado pelo Regime Militar de Exceção. Vai aí uma idéia. Se for para revirar os anos 1980, é para fazer direito.

Outra questão que me pareceu interessante é que em breve, com esse acumulo de material produzido, poderemos até parar de classificar essas bandas como “anos 80”. Imagine só uma biografia sobre Paralamas do Sucesso. Os anos 1990 foram bastante importantes na carreira deles, não podendo simplesmente chama-los de “mais uma dos anos 80”. Já o RPM não. Foi realmente uma banda dos “anos 1980”. Uma banda com curtíssima duração. Mas com um reflexo até hoje bastante interessante. Merecia uma forma mais aprofundada. Acredito que essa forma só será dada na biografia de Paulo Ricardo, o que espero que seja daqui a muitos anos; algo bastante amadurecido, onde ele poderá até contar sobre suas participações como ator. Uma coisa pode-se falar de RPM: foram poucos discos e um tempo curto, mas a maioria de suas músicas se tornou hit, inclusive “Vida Real”, tema do programa Big Brother. Se eles se juntassem assim e fizessem um disco inteiro, tenho certeza que bons sons sairiam de lá. É estranho, mas separados não produzem grandes coisas.

Ouça o que eu digo: não ouça ninguém

Outro dia lia algum blog cujo título era “Não acreditem em mim”, numa referencia que muito da opinião dele, blogueiro, era baseada em muitos indícios e muitas outras opiniões de pessoas que são, por assim dizer, “alguém”. Isso me lembrou um pouco o que escrevi agora pouco do Foro de São Paulo e um pouco sobre um artigo que João Mellão escreveu ano passado (aqui). Mas dei ao título dessa postagem, o nome de música e disco dos Engenheiros do Hawaii. É um pouco por aí que penso. Eu crio minha opinião baseado em questões abordadas por outras pessoas e muita reflexão minha. Está reflexão é muito maior do que a que emito aqui no blog. E assim que deve ser (diferente de muita gente que escreve uma coisa e pensa outra... ou pior: escreve para agradar quem quer que seja). Tudo que eu escrevi aqui eu assinei, claro, assim como muitas opiniões de outras pessoas. E sobre outros temas dos quais não tratei aqui, muito provavelmente por não ter tido tempo nem interesse, não significa que não tenha opinião. Mas o importante é escrever e deixar disponível para alguém ler. Se for de utilidade para alguém, já fiz minha parte. Estou mais preocupado com o crescimento cultural e isso é individual. No máximo sou uma vela nesse caminho escuro. Por isso corrigiria a frase do título por “ouça tudo e tire suas próprias conclusões”. Mas aí tem que ter paciência de um professor de primário, onde o aluno toma contato com o mundo. Mas não, minha paciência é a de um professor universitário: estou aqui para te orientar em seu próprio caminho e te avaliar depois. O único fato é que eu não farei a avaliação. Esta será feita pela sua própria vida.

Não falaram a Sarkozy

Muito provavelmente o presidente da França, Nicolas Sarkozy, não sabe da existência ou dos planos do Foro de São Paulo. Esqueceram de informá-lo. Se bem que tanta gente no Brasil não sabe do que se trata. Mas nem por isso estão menos sujeitas a padecer dos males que esta instituição, em minha opinião, a mais nefasta instituição política da América Latina. Ás vezes, alguém me pede para explicar o que é o Foro e eu, com minha pouca paciência, explico muito por alto e escuto quase sempre aquela velha expressão de que se passa uma teoria da conspiração. Não tenho vocação para explicações longas sobre assuntos que são (ou deveriam ser) de conhecimento geral, principalmente de quem pretende tratar do assunto da política internacional.

Mas esse último episódio, onde figuras conhecidas do Foro de São Paulo estiveram frente a frente (FARC, Hugo Chaves e MAG – Marco Aurélio Garcia), para tentar fazer uma negociação de resgate de reféns das FARC, incluindo representantes franceses, me deu a impressão de não terem avisado a Nicolas Sarkozy do que se tratava. Torço muito para Álvaro Uribe prosseguir em seu caminho e tentar resolver esse problema que são as FARC em seu país. Todo colombiano que conheci, quando morei nos Estados Unidos, estava lá como num auto-exílio, sempre falando que as FARC ao dominar todo o tráfico de drogas são uma das piores organizações já existentes no mundo, em termos de violência (e por que não, atentando aos direitos humanos).

Essa postagem poderia ter quinze páginas e mesmo assim faltaria espaço para falar sobre os males do Foro de São Paulo e o erro do presidente Sarkozy em tentar fazer alguma negociação com essa turma. Imagino como não se fala do Foro de São Paulo na França. É inacreditável que até mesmo aqui no Brasil, falando de pessoas inteligentes, o fato do Foro não é nem sequer debatido. Fora Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho, nenhum outro jornalista fala a respeito com seriedade.
E para finalizar esse pequeno texto, vale a leitura de uma simples postagem, das várias onde Reinaldo Azevedo comenta sobre o Foro de São Paulo: aqui. Na verdade eu nem ia mais falar sobre política aqui no blog. É desgastante e não leva a nenhuma parte. Isso porque eu só me interesso em política internacional. Um tipo de política que não tem esse desprendimento de “metamorfose ambulante” do dia-a-dia. É mais uma postura, um firmamento. Não trata de conjunturas esporádicas. E o que me faz desistir também de falar de política é a Al Qaeda Eletrônica, da qual ainda não fui vítima, mas cedo ou tarde, acabaria sendo. Não me interesso por combate frente a frente, esse desgate; mas sim pela formação de uma cultura que faça pensar por si só. Coisas difíceis nesses tempos de polarização. Não existem mais pensadores libertários. De certa forma, a vontade é a de ir embora daqui. Arrumar as malas e se mandar. Vou pensar mais nisso se no futuro o céu não clarear e continuar a choverem espertalhões e gente ignorante.

A conspiração

Alguns fatores conspiram para que eu não consiga escrever no blog. E pior que isso, os mesmos fatores conspiram também para que eu não consiga encontrar com os amigos. Sono atrasado, trabalhos extras, trânsito e chuva... Tudo seria fácil se fosse só a cidade caótica e não a pressão interna do trabalho. Tudo parece um reflexo. Mas nada de desanimo. Outras pizzas virão. O sábado é longo!

Obs.: Qual o plural certo: pizzeria ou pizzaria? Sei não, se o Aldo Rebelo ler meu blog vai querer fazer uma lei contra também os neologismos italianos. Certo que ele só deve ser contra os “imperialistas”... E vamos comemorar o dia do Saci Pererê...

Feliz 2008

Certo que as árvores de Natal já estão sendo desmontadas; as pessoas já voltam de suas férias e eu aqui desejando um feliz 2008. Afinal essa é a primeira postagem de 2008. Rumo aos meus trinta e dois anos de idade! De pensar naquele ano de 1976, quando nasci, até hoje, quantas coisas se passaram. A retrospectiva anual é meio chata até. Acho mais legal pensar em um período de tempo mais longo. Muito melhor. Faz parecer que tenho já tradições. Só penso em lugares que gostaria de ter trabalhado e não trabalhei. Teria sido tudo um tanto diferente nesta última fase. Parece-me, hoje, que sou levado pelo destino do que traçando meu próprio caminho. Bem, mas isso não é problema, vamos seguir em frente. Esta foi só a primeira postagem em 2008. A postagem de número 353, desde que inaugurei este blog, dia 6 de abril de 2007. No ano de 2007 consegui fazer, nos 270 dias desde a inauguração do blog, uma média próxima a 1,3 postagens por dia na média. Para este ano pretendo fazer uma postagem por dia ao menos na média; podem me cobrar. Já começo o ano devendo quatro postagens...

Os três textos

Já que continuo aguardando o Renzo Piano da postagem anterior – comprar a Black Friday é isso: o melhor preço, porém, não chega nunca – aca...