junho 30, 2007

Bicicletas

Nunca fui um atleta. Não fui por pura preguiça ou falta de vontade. Não sei até hoje qual das duas. Aos doze anos nadava. Participei de competições, etc. Aos quatorze não tinha mais tempo devido aos estudos. Nunca mais voltei. Aos quinze estudava na Escola Técnica Federal de São Paulo, um dos melhores locais onde estudei na minha vida. Tinha uma estrutura maravilhosa para tudo. Um boa biblioteca, atelier para artes plásticas, música e artes cênicas, campo de futebol gramado, futebol society na areia, pista de cooper e até aparelhos de musculação. Mas minha vontade de fazer esporte era pequena, ainda mais eu jogando nada bem futebol. Algumas aulas de educação física (uma vez por ano) eram dadas no parque do Ibirapuera. Eram aulas de condicionamento físico na pista de cooper do parque. Na época a escola tinha algo em torno de quatro mil alunos, separados em seis cursos técnicos: mecânica, eletrotécnica, edificações, telecomunicações, eletrônica e processamento de dados. Além disso, tinha dentista, psicólogos, médicos (que apareciam uma vez por ano, e olhe lá). Tinha até um lendário professor de educação física, que andava pela escola de terno.

De um tempo para frente eu comecei a andar de bicicleta. Tinha até um grupo, que andávamos no parque do Ibirapuera e no campus da USP. Ali realmente me encontrei em fazer algum esporte. Andava bastante. Ao final do ano de 1994, comprei um bicicleta maravilhosa, uma Giant. Até hoje ela ainda manda bem. Impressionante isso. Realmente isso prova que qualidade é realmente uma questão essencial.

Hoje quase não ando, mas estou fazendo planos para voltar. Depois desse período já pratiquei artes marciais, academia, mas acho que vou voltar ao karatê e à bicicleta. O que até hoje não entendo é que na USP não posso mais ir. Pois até hoje as tais ciclovia nunca saíram. Hoje têm horários pré-determinados para se andar lá. Tenho eu, um amador, que competir com aquele bando de frescos “profissionais”, que, em minha opinião, fazem do prazer de andar de bicicleta uma verdadeira batalha. Um sacrifício. Não posso generalizar, mas atropelar as pessoas por andar depressa demais lá é um absurdo. Da mesma forma quando vou andar num domingo, no parque do Ibirapuera, e vejo as criancinhas sendo quase atropeladas por aqueles boçais que andam tão rápido, pelo simples prazer de andar rápido, sem nenhuma preocupação com a questão coletiva do parque. Bem, depois não podem reclamar da proibição dos horários.
Muitos dos alunos da USP, principalmente os que não tem carro, tem dificuldades de se locomover pelo campus. A bicicleta é uma boa forma de resolver isso. Levando em conta ainda a existência de certa quantidade de cursos em período integral, tendo aulas em vários institutos diferentes. Eu acredito que isso deveria ser mais valorizado. Em Curitiba tem ciclovia. Muita gente vai para o trabalho de bicicleta. Quando estive na Alemanha vi muita gente andar de bicicleta, tanto indo ao mercado, quanto ao trabalho. Eu acho que certas coisas do interior poderiam ser muito melhor incorporadas ao nosso ambiente urbano. Só tenho dúvidas em relação às distâncias percorridas em São Paulo. No fundo, não acredito na hipótese de substituir carros por bicicletas, no dia a dia. Não acredito que podemos ter regiões com aquele ar holandês, de bicicletas por todo lado. Mas acredito que os momentos de lazer pelo menos deveriam ser mais planejados.

A Cópia

Não entendo a Bandeirantes. Tem uma boa equipe de jornalismo, mas sua cópia mal feita do “Roda Viva” (TV Cultura) é um pouco medíocre. No domingo passado foi entrevistado o ex-presidente do PFL, ex-senador Jorge Bornhausen, no programa “Canal Livre”, da TV Bandeirantes. As perguntas de certa forma boas, mas faltou uma dinâmica melhor. A dinâmica de se convidar alguns jornalistas a mais, talvez da própria Band. Dá até saudades da Marília Gabriela. Pelo menos ela ficou famosa ao fazer algumas perguntas e obter respostas famosas, na época de seu programa “Cara a Cara”. Durante as eleições a cobertura da Bandeirantes foi boa, o que acredito que poderia ter continuado. Sinto falta de uma discussão sobre os rumos da política nacional.

Falando um pouco do ex-senador, ele disse que a idéia do Democratas (novo nome do PFL – Partido da Frente Liberal) é de uma renovação. Iniciando já pela mudanças na direção geral para um jovem político, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e da consolidação da atuação dos prefeitos e do partido como oposição. Era já esperada a renovação e acredito que é um inicio de uma renovação geral na política brasileira, há tempos sufocada com um aparelhamento de idéia única.

Áustria

Os dois paises que pisei do velho continente foram a Áustria e a Alemanha. Numa viagem de pouco mais de uma semana. Posso dizer que me senti em casa, coisa fácil de explicar, já que nada tem a ver a situação que meus bisavôs lá viveram. Conheci da Áustria somente a cidade de Salzburg, a cidade de Wolfgang Amadeus Mozart. E a bela vista do Rio Danúbio que atravessa a cidade.

Não sei de que região era meu bisavô. Se fosse de Salzburg, diria que pisei nas terras dos meus antepassados, porem como não sei, fico a imaginar onde seria. Muito provavelmente não era Salzburg, pois lá era praticamente uma região independente, onde fica um dos castelos mais bem conservados de toda Europa. Uma fonte barroca, a maior de toda Europa fora da Itália. Também lá estão o Palácio de Mirabel. Gostei muito da cidade. Mas voltando ao meu avô, este trabalhava nas plantações de trigo. Talvez por isso ao chegar ao Brasil trabalhou sempre com padarias. Minha avó tinha verdadeira paixão por padarias. Chegou a ficar um bom tempo numa visita nossa à padaria de Benjamin Abrahao no bairro de Higienópolis, em São Paulo. Não sei ao certo se na Áustria já tinham negócios com moinho de trigo e padaria. Uma boa pesquisa se faz necessária.

Alemanha

A Alemanha. Até hoje venho buscando a origem de meu sobrenome de origem alemã. Meu bisavô nasceu durante o período do império Austro Húngaro, o que talvez explique a grafia do nome. Porém, em muitos momentos, apontam a origem para o norte da Alemanha, região da Prússia. A Prússia foi um dos estados mais importantes da Alemanha. Sendo dissolvida por completo depois da Segunda Guerra Mundial.

Não sei ao certo, mas meu bisavô de origem alemã casou-se e logo veio para o Brasil. E alguns anos depois a irmã de sua esposa (polonesas, minha bisavós), casado com um austríaco, também saiu da Europa para o Brasil. Naqueles anos que aproximavam a Primeira Guerra Mundial, como já escrevi anteriormente, a situação de vida na Europa era precária e a imigração para paises da América, entre eles o Brasil, era bastante comum.

As primeiras imigrações alemãs para o Brasil aconteceram ainda durante o período imperial, como em Santo Amaro (hoje bairro do município de São Paulo) onde havia uma grande colônia alemã. No sul do Brasil, nos três estados, a colonização alemã foi maior nos primeiros anos de Brasil República (entre 1890 e 1930). Sendo até hoje o estado de Santa Catarina a maior expressão (excluindo Florianópolis, cuja colonização foi açoriana).

Polônia

Na postagem anterior falei da família por parte de meu pai, oriunda da Ucrânia. Já por parte de minha mãe existe uma tripla descendência: polonesa, austríaca e alemã. Não sei ao certo quando chegaram minhas duas bisavós da Polônia, que eram irmãs. Para ser mais exato, meus avós maternos eram primos. Tanto que meus avós falavam o polonês. Minha avó nasceu em Porto União, estado de Santa Catarina, e meu avô era de Cruz Machado, mesma cidade de meus bisavós paternos, no estado do Paraná.

Tenho recolhido informações de sua chegada aqui no Brasil, mas ainda há dúvida do porto que saiu da Europa. Tanto a Polônia quanto a Ucrânia estavam na eminência de guerra, Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa, então as condições de trabalho estavam muito ruins, assim sendo minhas bisavós saíram da Polônia em direção à Alemanha, ainda não sei bem os motivos, já que os depoimentos são contraditórios. Mas uma questão é certa: uma delas casou-se com um austríaco e a outra com um alemão. Vindo para o Brasil posteriormente.

Meus bisavós maternos, por parte “austro-polonesa”, eram do ramo de padarias. Tiveram algumas, nas cidades em que moraram. Minha avó materna, também nascida em solo brasileiro, em 1929, morou por quase toda juventude no interior do estado de São Paulo, somente mudando para o Paraná quando resolveu se casar com meu avô, seu primo. Tem uma historia toda engraçada no meio disso, porém eles não puderam se casar na igreja católica, pois necessitaria de uma autorização expressa do Papa.

Ucrânia

Outro dia uma amiga pediu para explicar a origem do meu sobrenome. Disse que era o nome de um peixe da Ucrânia. Eu não sei dizer qual é a relação com a família, se em algum momento eram próximos aos pescadores, o que acho bem difícil, pois, pelo que sei de meu bisavô, ele é Quiev e era marceneiro. E dos bons. A casa que ele construiu, entre os anos 1910 e 1920, esta lá de pé até hoje. Não sei ao certo quando foi construída, pois meu bisavô desembarcou no Rio de Janeiro em meados de março de 1909, tendo saído de Trieste em janeiro. Do Rio de Janeiro foi até Paranaguá, onde pegou o trem até Curitiba, onde foi enviado a uma vila de colonização em Vera Guarani (localizada no estado do Paraná) e anos depois se mudou para Cruz Machado (cidade localizada próxima da divisa entre Paraná e Santa Catarina). Na época ele mesmo abriu o caminho que chegava até sua propriedade. Ele chegou aqui já com toda família, sendo minha avó nascida em abril de 1909, já em solo brasileiro.

Com a cortina de ferro instalada nos paises que formaram, a partir de 1917, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e por ser a igreja ortodoxa ucraniana desvinculada da Apostólica Romana, não faço idéia se lá acharia arquivos correspondentes aos meus bisavós. Pelo que sei, antes de vir para o Brasil, aprendeu um pouco de português durante a viagem de navio, tinha trabalhado na região da Prússia. E na Ucrânia não havia ficado nenhum familiar, pois seu único meio irmão havia ido com a família para o Canadá, ao mesmo paço que ele veio para o Brasil.

Tenho estudado a Ucrânia onde fica a maior parte da produção agrícola da antiga URSS. Durante os anos 1930 houve enorme escassez de alimentos naquela região. Os descendentes de ucranianos estão no Brasil localizados em regiões do estado do Paraná, principalmente.

Expedições em Curitiba... em 2007

Os livros a serem estudados no programa “Expedições pelo Mundo da Cultura” ao longo deste ano em Curitiba, são, “Hamlet”, de William Shakespeare, “Ilíada”, de Homero, “A Peste”, de Albert Camus, “O Processo”, de Franz Kafka, “Fedro”, de Platão, “A Ilha”, de Aldous Huxley, cujo comentário muito rápido na postagem sobre a cultura pop, “Antígona”, de Sófocles, “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann, “A Metamorfose”, outra obra de Franz Kafka, “As Consolações da Filosofia”, de Boécio, “Rei Lear”, também de William Shakespeare, “Os Demônios”, de Fiódor Dostoievski, “O Livro de Jô” da Bíblia, “Prometeu Acorrentado”, de Ésquilo, “O Castelo”, terceira obra estudada no programa de Franz Kafka, “Fausto”, de Goethe, “Odisséia”, outra obra de Homero, “A Tempestade”, terceiro livro estudado de William Shakespeare, “O Misantropo”, de Molière, e o fechamento com “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes.

Expedições em 2006...

O programa “Expedições pelo Mundo da Cultura”, teve início em 2006, em Curitiba. Foram dezesseis títulos estudados: O primeiro livro estudado foi “Como Ler um Livro”, de Mortimer Adler e Charles Van Doren, já esgotado nas livrarias. Existem as versões em inglês. No primeiro dia do programa este ano de 2007, foram explicadas algumas técnicas de leitura abordadas por este livro; O segundo livro foi “Crime e Castigo”, de Fiodor Dostoievski; O tercerio foi “O Estrangeiro”, de Albert Camus. O quarto livro foi “Em Busca de Sentido”, de Victor Frankl; O quinto livro foi o ensaio “A Rebelião das Massas”, de Jose Ortega y Gasset; O sexto livro foi “O Coração das Trevas”, de Joseph Conrad; “Apologia de Sócrates”, de Platão, foi o sétimo livro; O oitavo livro estudado, foi outra obra de Fiodor Dostoievski, “Os Irmãos Karamazov”; O nono livro estudado foi “O Saber dos Antigos”, de Giovanni Reali; O décimo livro do programa foi “O Vermelho e o Negro”, de Stendhal; O décimo primeiro livro foi “O Jardim das Aflições”, de Olavo de Carvalho. O décimo segundo livro foi “O Homem sem Qualidades”, de Robert Musil; O décimo terceiro livro foi “A Crise do Mundo Moderno”, de René Guenón, também esgotado nas livrarias, pois, na verdade nunca existiu edição brasileira, a única existente é portuguesa; O décimo quarto livro foi “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley; O décimo quinto livro foi também de Albert Camus, “O Homem Revoltado”, e o fechamento do programa com “A Divina Comédia”, de Danti Alighieri.

Como podemos constatar o programa para São Paulo este ano foi baseado no programa dado em 2006 em Curitiba, sendo adicionados outros títulos, também presentes no programa de Curitiba para este ano. O importante de se deixar claro que o programa não é dedicado ao estudo literário, mas sim sobre os temas abordados nos livros e suas reflexões sobre o cotidiano. O curso se divide em três partes interligadas, sendo a primeira uma contextualização do autor e da obra no tempo, a segunda a leitura de trechos selecionados e uma terceira onde se discute os aspectos culturais das obras. O que o torna totalmente livre e independe de pré-requisitos, ou seja, cada livro termina em si, não sendo necessário participar de todos. Mas o fechamento anual é importante pois acaba sendo fechado todos os possíveis elos sobre as obras escolhidas.

Expedições...

Eu não citei nenhuma vez aqui o programa “Expedições pelo Mundo da Cultura”, em São Paulo. Participei de todas as reuniões, inclusive uma extra, sobre um tema pré-determinado e espero ansiosamente por outro dia especial. São reuniões onde se toma contato com temas da alta cultura, onde são lidas e discutidas partes dos livros em questão. Não é um curso de filosofia e nem um curso de literatura. Vamos aos temas.

A primeira reunião, realizada em fevereiro, abordou o livro “Crime e Castigo”, de Fiodor Dostoievski. A segunda foi em março sobre o livro “O Estrangeiro”, de Albert Camus. Na terceira reunião, também em março, o livro abordado foi “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley. A quarta e mais longa até o momento, ocorrida em maio, abordou o livro de René Guenón, “A Crise do Mundo Moderno”, o único esgotado nas livrarias. Este também será um dos dois ensaios estudados no programa. No começo de junho, foi realizada a quinta reunião, onde foi estudada a obra “Hamlet”, de William Shakespeare. E hoje será realizado o sexto encontro, de onze previstos, sobre a peça de teatro “Antígona”, de Sófocles.

A reunião extra que ocorreu em maio, foi a respeito do filme “Quem somos nós”, talvez um dos dez piores filmes que assisti nos últimos dez anos. Assim como atualmente “O Segredo”, que eu ainda não assisti, é um filme que desperta a curiosidade das pessoas sobre o “exoterismo”. A próxima reunião extra, que muito me interessa, será sobre a obra de Fiodor Dostoievski, onde provavelmente serão discutidas outras 4 obras. Esta sessão extra será orientada também por Ipojuca Pontes, cineasta e jornalista, além de José Monir Nasser, professor da PUC de Curitiba, orientador do programa.

Os próximos encontros a serem realizados são: o romance “A Metamorfose”, de Franz Kafka, em julho, o ensaio “A Rebelião das Massas”, de Jose Ortega y Gasset, em agosto, “Rei Lear”, de William Shakespeare, em setembro, “Apologia de Sócrates”, de Platão, em outubro e o fechamento, em dezembro, com “A Divina Comédia”, de Danti Alighieri. Este livro também foi o fechamento do programa no ano de 2006, em Curitiba. Este ano o fechamento de Curitiba, realizado no final de novembro, será o livro de Miguel de Cervantes, “Dom Quixote”.

junho 29, 2007

Blog da Carranca

Ontem li as primeiras postagens do novo blog do portal do jornal O Estado de São Paulo, da jornalista Adriana Carranca. Gostei do pouco que escreveu, vamos ver o que virá. Leiam. Se fosse há alguns anos atrás, eu falaria: “sendo do Estadão, então manda...” parafraseando o comercial da Perdigão. Hoje em dia eu leio primeiro, depois aponto.

O Aprendiz 4 – Acertei, mesmo errando

E o Tiago venceu mesmo a prova. Venceu com mérito. A peça de teatro que produziu não era boa e nem a criatividade, mas a arrecadação foi monstruosa, quase três vezes o valor que a Mariana arrecadou. Uma coisa é certa, como Justus afirmou: Ela prezou pela qualidade e ele pela eficiência. Na medida em que as coisas fluíram, mostrou exatamente que ela tinha uma imaturidade. Resultado bem interessante, mesmo eu achando aquele projeto dele bem meia boca. Assim como eu, a presidente do Conselho da TAM. Agora, a Ticiane Pinheiro estava com a pior maquiagem de todos os tempos. E descobri que a Martha tem uma tatuagem na perna... Bem, acertei que era o Tiago que ganharia, mas errei todos os motivos.

junho 28, 2007

Amanhã terminará (ops hoje) – Aprendiz 4

Acompanhei a quarta edição de “O Aprendiz”, apresentado por Roberto Justus, na Rede Record. Torcia pela Martha, não por ser ela arquiteta, mas por ela falar bastante e ter um projeto que me interessa pessoalmente. Não tinha nenhuma idéia nem para fazer parte dos 26, ou 28 mil (cada hora Justus fala um número) candidatos que se inscreveram. Eu acho que o vencedor será o Tiago, pois me pareceu que o Justus tinha mais simpatia por seu projeto e ao apresentá-lo para a presidente do conselho da TAM e ao presidente da Sky, ele pareceu mais ponderado, mesmo, no fundo, os dois projetos possuírem pontos fracos apontados. Mas eu acho que na tarefa Tiago irá pior que a Mariana. Basicamente ganhará o programa perdendo duas tarefas seguidas...

Acompanhei a terceira edição, ano passado, e torcia pela segunda colocada (nem lembro do nome). Naquela final, Justus demonstrou um ótimo argumento para não contratá-la. Poi se tratava de um emprego longe de seu comando e ela tinha um perfil que seria melhor estando próxima dele.
Sempre aprendo um pouco nesse programa, a última questão relacionada à diferença entre qualidade e dimensão (a eliminação do Pedro por confundir a qualidade de Santiago com a dimensão de São Paulo) foi um bom toque para os desinformados. Aqueles que ao falar de turismo na Argentina, esquecem ser formada por brasileiros a maior quantidade dos turistas estrangeiros que visitam aquele país. Agora, pontuo que, ou as fragilidades dos candidatos ficam mais expostas na televisão, ou são (alguns deles) muito mal preparados mesmo. Na terceira edição, o Nakao era um dos maiores potenciais do programa, mas não tinha o perfil para um publicitário. Assim como outros seis candidatos não tinham. Mas será que era necessário ter esse perfil? Em suma, eu discordo da opinião emitida pela Martha, que o programa é um MBA, mas eu digo que com certeza, sob o ponto de vista do entretenimento, me parece muito mais interessante que Simple Life.

Sobre o vinho branco

Outro dia, o jornalista Renato Machado apresentou uma belíssima reportagem sobre os vinhos brancos produzidos na Alemanha. Para quem, como eu que adora vinho branco, foi um momento marcante, pois em toda a reportagem sobre vinhos, raramente se trás alguma nota sobre os vinhos brancos. Parabéns Renato, continue assim.

Nota de rodapé
Outro dia li no blog da jornalista Cristina Padiglione sua postagem sobre a inveja dessa série de reportagens de Renato Machado. Leiam. Não concordo com ela, mas tudo bem. Eu gosto do Renato Machado e não o acho nada chato. Ela não o chama de chato, só diz que é tratado assim. Por quem será?.

Pastéis de Batata

Uma das maravilhas da culinária eslava é o pastel de batata. Não sei escrever o nome do prato, nem em sua grafia original (em polonês) e nem em uma fonética latina. O melhor é falar pastel de batata. Em suma, é como um risoli, porém com massa de batata, a mesma usada no nhoque, e recheio de purê de batata. Não aquele purê com leite, mas um purê de batatas com certas ervas e com tempero característico do sabor daquela culinária. Depois ele é cozido e não frito. Não vejo a hora de viajar em julho para saboreá-los.

Mais sobre o K7

No meio do caminho do texto sobre cultura pop, lembrei de um dos grandes acontecimentos ligados aos K7: o aluguel de cds. Lembro muito de alugar em conjunto com os amigos certos cds e gravá-los em fitinhas K7, como “The Wall” do Pink Floyd. Isso por volta de 1991 ou 1992. E mais um monte de raridades, como “Last Concert in Japan” do Deep Purple, entre outros. Ao se proibir o aluguel de cds, acredito que ao mesmo tempo em que também o consumo por vendas crescia, terminou por ter um período curto, mas muito interessante para conhecer bandas novas.

Nota de rodapé

Fiquei sabendo pela CBN que o Rush lançou novo álbum. Se fosse naqueles tempos de cassete e aluguel de cds, com certeza este seria um da lista. Hoje, se baixa ele da internet em mp3. Se for bom e tiver boa oferta no mercado, se compra o cd. Eu pelo menos faço isso. Ainda compro cds...

Sobre cultura pop

Eu tive uma namorada que não conseguia entender direito esse negocio de cultura pop. Para ela, o que valia era algo entre o erudito e “papo cabeça”. Ela se impressionava com o universo pop que apresentei a ela, nos nossos incríveis seis meses de namoro. Seis meses praticamente sem ver os amigos. Mas para que amigos quando se estuda num local onde “o pecado mora ao lado”. Não daria para durar mais do que isso, mesmo. Principalmente naquele meu momento pessoal. Volto nisso logo mais.

Bem, mas o que mais intrigava ela e até então eu nunca tinha pensado a respeito, era a relação do consumo com a cultura. E uma cultura sub pop. Logicamente uma cultura do underground. Se é underground não pode ser pop, certo? Até existiu, (ou existe) uma gravadora que se chamava Sub Pop. Porém, o que existe era uma cultura onde iniciados acabam conhecendo bem algumas bandas, e, como estas acabam sendo as primeiras dos novos iniciados, se tem a impressão de que aquilo é pop. É estranha essa relação, ainda mais colocando a questão do consumo no meio disso. E mais estranha ainda que se exista realmente legiões de fãs para bandas que nunca tocaram nos rádios. Isso é um fenômeno, normalmente identificado por “tribo”. Os “rotuladores” normalmente esquecem que eles também fazem parte disso, mesmo que eles não saibam. Pois se existe algo pop, logicamente existe algo erudito e algo underground. Essa nova parcela é que é nova demais para os padrões pré-estabelecidos. Pois antes só existia o erudito e o popular. Então, logo se rotulou o underground de uma das frações do popular, não importando o que de cultural ali poderia estar sendo discutido e produzido. Logicamente que a grande maioria das bandas esta ligada a cultura popular, mas aquelas que buscam por um caminho dentro dos temas da alta cultura, não podem ser simplesmente colocadas como popular.

Um exemplo disso esta, de traço equivocado, é o Doors. Seu nome foi inspirado num dos livros de Aldous Huxley – “The Doors of Perception” – mas o enredo do livro foi equivocado. Era exatamente o contrário do que pregou a banda. Diga-se, Aldous Huxley sempre fez esse tipo de armadilha, vide seu livro “A Ilha”. Mas, em compensação, temos algumas músicas maravilhosas como “Alexander The Great” do Iron Maiden. Muitas bandas, além de tocar em temas ligados a mitologia grega, também já fizeram discos temáticos inteiros como o de Rick Wakeman, “Myths & Legends Of King Arthur & The Knights Of The Round Table”, ou mesmo bandas nórdicas que relembram a lenda de Valhalla. Se isso é cultura popular, é uma cultura popular que atravessa os séculos e que nada tem a ver com a cultura popular atual. Assim como, da mesma forma, músicas como “Olhos Negros” do folclore russo (não sei escrever nos caracteres russos, então vai traduzido) são hoje temas mais ligados aos descendentes desses imigrantes do que cultura popular, propriamente dita. Isso sim, poderia se chamar de fração da cultura popular.

Mas voltando ao meu momento pessoal, durante aquele namoro, passava por verdadeiros momentos mágicos em relação à música. Tinha descoberto novas bandas, do hoje rotulado “metal melódico”, e estava empolgado em descobri-las. A internet possibilitava isso a um custo próximo de zero. Foi nesse momento que conheci Nightwish e Lacuna Coil, por exemplo. Além de mostrar a ela o quanto eu gosto de Malmsteen. Onde ela identificou maior influência erudita. O fato que ela não conseguia distinguir a tal MPB, da Música Popular Brasileira. Onde esta a divisão entre Milton Nascimento e Ivete Sangalo. Ela entendia o meu lado de respeitar, e muito, todos aqueles medalhões da nossa MPB, mas, com suas palavras, não via meus olhos brilharem com aquilo. Mas nos seus momentos de fúria, dizia que aquilo é uma cultura comprada na Megastore.

O mesmo acontece com a televisão. Eu vejo gente falando cobras e lagartos da televisão aberta. Muito do que falam não faço a menor idéia do que se trata. Realmente não assisti. E isso porque me defino uma pessoa que gosta de televisão. Ou seja, voltando aos meus primeiros textos nesse blog, continuo não entendendo o que tem de tão errado na televisão que não possa ser evitado, para tamanha importância dada por Arnaldo Antunes nesses anos todos. É tão simples: se não gosta de televisão não veja, mas não fale daquilo que não viu. Assim como nunca fiz uma postagem falando de Paulo Coelho, pois não posso falar daquilo que não li, não poderia falar da televisão se não soubesse o que passa nela, assistindo. Não é uma questão de não ter opinião sobre o assunto, mas simplesmente de não tratar de aspectos dos quais não se tenha observado. Por exemplo, por que nunca li Paulo Coelho? Alguns de seus livros já me chamaram a atenção, como “11 minutos”, mas não tive oportunidade e nem tanta vontade de ler, não passou de mera curiosidade. Mas poderia dizer que isso se deve ao fato de ser Paulo Coelho, ou seja, seu livro foi discutido e amplamente divulgado. Assim, da mesma forma, alguém pode ouvir uma banda muito inferior em qualidade musical simplesmente por não ter sequer ouvido falar nela.

Em dezembro, durante encontro com Arnaldo Jabor, pelo lançamento de sua caixa de DVD´s, se discutiu um pouco sobre esse aspecto da indústria cultural. Suas palavras foram mais ou menos estas: Nem tudo que esta na prateleira das lojas de livros tem igual valor. Minhas perguntas a ele ficaram restritas aos aspectos do cinema nacional e a Petrobrás: Se a Petrobrás for privatizada hoje, acaba o cinema nacional? Em sua resposta contou sobre Ipojuca Pontes e o fim da Embrafilmes, que hoje vê com certo aspecto positivo. Também tratamos de comentar sobre o livro de Ipojuca Pontes, aos quais fez elogios. Ou seja, não se pode falar de algo, mesmo que aquilo o tenha prejudicado, sem tomar corpo do contexto ao qual se esta inserido. É basicamente a questão dos iniciados e não iniciados. Isso parece não ter mais fim.

junho 27, 2007

K7

Minha casa esta em reforma. Daquelas lentas, onde se mexe em uma coisa de cada vez. Esses dias mexeram numas caixas que guardo há uns anos, sem mexer. Numa delas minhas fitas K7. Não tenho muitas, algo em torno de setenta. Nada mal para quem gosta de música. Tenho muitas fitas demo, de bandas como Zero Vision, que tento lembrar e não consigo saber de onde. Escutei e nada me diz. A demo do Angra de 1992, entre outras.

Em compensação, tenho outras que contam um pouco da minha história nesse mundo. Uma delas é uma coletânea do Black Sabbath, que gravei em 1991. São duas fitas BASF - Ferro Extra I (sei lá o que quer dizer isso) de 60 minutos cada. Lembro que na época era uma fita mediana, nacional. Mas nelas gravei todas as faixas daquela coletânea – “We Sold our Soul for Rock´n Roll” – Black Sabbath. Escrevia nas capinhas das fitas os nomes das músicas. Tempos depois escrevia com um amigo a máquina nas capinhas. Meu irmão conseguiu um software em 1992, e então as capinhas já ficavam com cara profissional, impresso em colorido, numa impressora matricial Citizen. Depois desenvolvi um método: por dentro um papelzinho com todos os nomes, pois ficava organizado e sem confusão. Na parte de fora escrevia somente na borda para identificar a fita.

De todas estas fitas olho hoje como valorizei alguns nomes da música que hoje nada me dizem como Peter Frampton. Usei para ele, em 1991, uma fita Sony de 54 minutos, chamada HF-ES. Era a melhor fita para se gravar de um cd. Mas as minhas fitas prediletas eram as Sony UX. A partir de 1993, praticamente gravava sempre nelas, ou em algumas Maxell, ou TDK importadas. Um dos cds que gravei praticamente junto com o lançamento foi o “Sex & Religion” (1993) de Steve Vai. Numa UX. Acho que é minha predileta até hoje, ao lado de uma de Stuart Hamm. E, claro, a fita onde tenho gravado o Widowmaker, a banda de Dee Snider, vocalista do Twisted Sister. Esse cd que não encontro em lugar nenhum...

O mais interessante é que separo as fitas cassete até hoje por estilos musicais. As do Rush, as de classic rock, onde tenho uma coletânea de 90 minutos de Beatles, cuja capinha fiz no CorelDraw (1994).

Nesse monte de fitas identifico que praticamente não aparecem algumas bandas como Iron Maiden. Tenho somente o “Killers” gravado. Em compensação do Metallica só não tenho gravado o “Ride the Lighting”, meu álbum predileto, pois tenho em vinil e em cd. Algumas coletâneas de músicas de bandas de uma música só, como The Mamas and The Papas, Eagles, Doors... Será que preciso dizer que músicas são? Tem alguns programas de rádio, coletâneas de bandas como Judas Priest, cuja menina que gravou para mim escreveu além dos nomes, os discos a que pertencem, os anos de lançamento dos discos e o tempo de duração de cada faixa.

Lembrando do filme “Alta Fidelidade”, eu diria que gravar uma fitinha para alguém, além de criativo, sempre escondia algo. A ultima que gravei foi em 2003: Sammy Hagar e Van Halen (com Sammy Hagar). Mas a mais importante foi uma do Megadeth para uma menina do cursinho. Aquela eu penei. Demonstrar algo “romântico” com Megadeth foi além de irônico, “ensurdecedor”. Mas o resultado até hoje dessa fita foi muito bom. A princípio, porque a menina, além de muito culta, tinha certa simpatia com o lado “punk” de Dave Mustaine (é, ele tem um). Hoje em dia se grava um cd, mas dificilmente tem a mesma garra (pegada) daqueles tempos. Como eu sempre afirmo, “nunca se escutou tanta música como hoje em dia, com mp3, etc., e tanta música ruim é produzida”, um dos meus poucos aforismos.

In My Dreams With You

“(...)I know that you belong to me every night
You suddenly appear in my eyes
It happens when I sleep
It isn't right
What I do in my dreams with you (...)”
In My Dreams With You - Steve Vai

Nada melhor do Steve Vai para começar a falar de Steve Vai. Ano passado ganhei de presente de aniversário o DVD “Live in London”. Comprei na mesma época o “G3 Live in Tokyo”. E agora, o que espera ansioso até, um novo álbum. Certo que sendo ao vivo “Sound Theories”, como todos os discos de Steve Vai, demora a apreender todo o conteúdo. Não posso eu comentar mais nada mais nesse momento sobre o álbum. Só digo: é muito Steve Vai. Para quem já assistiu a um show dele, vai sentir o que ele tentou transportar para o esse novo cd.

Notas de rodapé

E eu também não poderia deixar de comentar que o melhor cover que já assisti de “In my dreams with you” foi da banda Tempestt (http://www.tempestt.com.br/). Foram poucos os covers que vi de Steve Vai, mas com certeza vai ser difícil ver outra banda tão boa como o Tempestt. Boa sorte na Suécia!

“Sex & Religion”, álbum de Steve Vai de 1993, que contém a música “In my dreams with you”, só me traz ótimas recordações. Próximo post!

junho 24, 2007

A propaganda e a qualidade

Outro dia lia um texto dos anos 80 onde alguém falava muito mal da propaganda, dizendo em que grau se afetava o consumidor. Praticamente dizia que era uma prática para enganar o consumidor. Isso, nos dias atuais, parece uma das coisas mais absurdas que se pode afirmar. Com código de direito do consumidor e organismos de defesa do consumidor, a situação é nitidamente um absurdo. Naqueles anos já era um absurdo. Digamos que a propaganda era enganosa, realmente uma enganação (como a pizza do Camelo, hoje em dia). Era durava pouco e logo se espalhavam notícias boca-boca que aquilo não passava de enganação. Talvez demorasse mais tempo do que hoje, e prejudicasse mais gente (por isso temos hoje os organismos de defesa), porém é nítido que a qualidade dos produtos sempre teve papel mais importante no processo do que a campanha publicitária. Ou seja, mesmo com uma campanha maravilhosa nenhum produto porcaria poderia dominar o mercado. Pode acontecer, isso sim, picos de sucesso. Mas ao mesmo tempo isso pode ser mais prejudicial ainda para o produto. Imaginemos o caso de um produto famoso de baixa qualidade. Sua qualidade é melhorada, porém com os picos de sucesso que teve no passado, a noção do mercado é que continua sendo porcaria e a campanha terá que ressaltar que o produto mudou. Algo um pouco “Nova Schin” (Olha, eu falando que a Nova Schin é melhor que a anterior, se nunca experimentei nenhuma das duas, como comparar?). Um trabalho a mais.

Em suma, falar mal da propaganda, ou simplesmente achar que ela pode ser a única salvação, são dois conceitos errados. Mas uma boa campanha, mesmo sendo o produto líder de mercado, valoriza e consolida a qualidade do produto na mente dos consumidores e, mesmo uma péssima propaganda, não afeta tanto se a qualidade daquele produto já estiver consolidada.

Uma das propagandas que me chama muito a atenção é a dos tubos e conexões Amanco. Seu único concorrente é a Tigre. E não vejo reação da Tigre em mudar seus comerciais, principalmente aqueles ruins do mico (sempre achei eles chatíssimos, com aquele humor um tanto quanto fora de momento). A idéia pode ate ser boa, mas um tanto quanto chata. Enquanto a Amanco se dispõe a dizer que seu produto trás novas tecnologias ao mercado (coisa que eu não posso afirmar, pois ainda não tive a oportunidade de compará-los, nem em preço) e aquele comercial com o Carlinhos Brown, se fixa na mente das pessoas. É “Amanco! Amanco!” pulsando na cabeça das pessoas. Gostaria de saber se já mudou algo nas vendas tanto da Tigre como da Amanco. Terei que esperar até a FEICON de 2008 para saber.

junho 23, 2007

Que acontece?

Não sei ainda o porquê a Segunda Guerra mundial mantém até hoje uma legião de fãs. Até entendo o interesse histórico, mas tantos outros momentos se passaram depois da Segunda Guerra como a reconstrução européia, a queda do muro de Berlin, a abertura soviética, “a guerra nas estrelas”, guerra do Vietnã, Guerra do Golfo, 11 de setembro, Guerra do Iraque e mais uma monte de outras guerras. Realmente entendo a dimensão que foi a Segunda Guerra, que segundo estudiosos, nada mais era que desdobramentos da Primeira Guerra.
Mas eu fico em dúvida sobre dois aspectos: se é uma questão extremamente comercial, coisa um tanto quanto macabra convenhamos, ou se é certa espera por uma suposta terceira guerra. Nada justificaria essa legião que acaba comprando jipes da segunda guerra, restaurando e até se vestindo com roupas dos exércitos em ocasiões comemorativas. Em nenhum momento vejo destes “admiradores” as lembranças das questões realmente constrangedoras dessa guerra, como o Holocausto e o inicio da Guerra Fria. Existe aí uma questão de “anti-herói”. Algo que me causa certo desconforto. E, para quem insiste nisso, sugiro uma visitinha aos cemitérios judaicos alemães. É a parte triste da guerra e mais real. Também sugiro a visita à obra de Daniel Libeskind, o Museu Judaico de Berlin. Justamente para nunca esquecer o que foi aquilo realmente.

Arte Negociada

Ótimo texto de Fernando Serapião na revista Projeto. Tocou ai em muitas sombras. Aliás, faz bons anos que Serapião escreve sempre com muitas informações interessantes e curiosidades, como o texto sobre Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha na edição de fevereiro deste ano, da revista Piauí.

Nesse texto, aborda duas questões que acho muito interessantes, como o Estado Novo e a produção arquitetônica de Niemeyer para o Estado. É realmente um texto de referencias múltiplas. Leiam.

Só acho que faltou colocar a questão de recursos financeiros do arquiteto quando da construção de sua casa. Creio que ao projetarem suas próprias residências, essa pode ser uma variante importante.

Economicamente falando...

Sou um leigo para falar de economia. Assumo que já estudei um pouco sobre o assunto e o que mais me interessa não é realmente a economia pessoal, mas aquela que movimenta aspectos ligados à arquitetura e urbanismo. Muitas cidades se desenvolveram por aspectos ligados essencialmente à economia. As próprias mudanças na cidade de São Paulo, tanto na reconstrução como na expansão, tem suas origens ligadas à economia.

O interessante é analisar a questão de inversão econômica. Começo falando de um Brasil dos anos 1960. Havia o início da inflação, fruto de um crescimento econômico rápido, proveniente das ações de governo de Juscelino Kubitschek. Assim se inicia a década de 1960. Como Juscelino não conseguiu eleger seu sucessor, suas políticas não foram desenvolvidas amplamente. Após a renuncia do presidente Jânio Quadros, ocorreram inúmeros quadros históricos até a tomada de poder pelos militares em 1964. E, dentro deste período, até o endurecimento do regime contra a revolução, prosseguindo até o final do mandato do terceiro presidente, onde ocorreu um fenômeno de inversão econômica. O mundo passava pela crise do petróleo no começo dos anos 1970, com desdobramentos em nível mundial, enquanto no Brasil se assistia ao “milagre econômico”. Os inúmeros fatores que fomentaram a passagem do Brasil para a 8ª economia do mundo naquele momento são ainda hoje um tanto quando esfumaçados, mas o controle final da inflação só se deu na metade dos anos 1990, com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas o curioso disso, que este controle se dá com um crescimento pífio da economia, que prossegue até os dias atuais, enquanto que mundialmente se viu um dos maiores ciclos de crescimento econômico.

Depois reclamam dizer que o Brasil anda na contramão da história...

O foco que tenho pesquisado dentro da economia é exatamente este que incide na barreira de se estudar esse período militar. Existem versões oficiais duvidosas, versões não oficiais mais duvidosas ainda e pesquisas sérias. Uma das pesquisas mais sérias desse período esta nos combustíveis alternativos, como o álcool – o programa pró-álcool – e o programa de enriquecimento de urânio. Ações militares estratégicas até aquele momento únicas na América do Sul. Tenho certa dúvida em relação à Argentina, se já havia algum tipo de desenvolvimento do urânio e ações nucleares. Assim como também não se consegue fazer nenhuma ligação entre estas pesquisas e ações do governo dos Estados Unidos.

Outra questão esta na reserva de mercado. Ao se fecharem as importações em 1974, houve fomento da demanda da industrialização nacional e ao mesmo tempo, ocorreu um fenômeno de obsolescência dos parques industriais. Ou seja, as pesquisas avançavam em algumas áreas e em outras, devido a não concorrência, simplesmente ficavam obsoletas e caras inviabilizando um maior crescimento. É só identificar a melhoria nas montadoras de automóveis, que desde os anos 1970 pouco modernizou suas fábricas e seus produtos, até a abertura das importações nos anos 1990.

Uma terceira questão esta no crédito ao consumidor. Prática essa incomum até meados dos anos 1970. Esta teve enorme choque no fomento da micro-economia.

Bem, tenho um longo trabalho pela frente. Vou à luta.

Sobre o aborto

Não tenho muito a dizer sobre o aborto. Sou contra. Pronto. Não seria necessário dizer mais nada, o assunto se encerra em si. Não vou nem colocar questões de cunho religioso aqui, mas só de lógica.

Digamos que algum dia eu entre nesse debate, coisa pela qual só teria a dizer que em todas as questões colocadas em favor do aborto eu não creio que alguma delas seja suficientemente boa para se tentar discutir, deixaria claro que as palavras religião e moral não poderiam ser utilizadas por nenhum dos lados. Isso deixaria o debate bem pouco produtivo do lado favorável. Pois, se religião é uma das maiores inimigas do aborto, a moral seria ligada diretamente a ela. Tiramos isso e vemos que a lógica terminaria por fazer a outro argumento favorável ao aborto.

O aborto é, em suma, a saída de uma gravidez não desejada. O fato é como essa gravidez aconteceu. Por estupro? Esta prevista em lei esta prática já. Nada de novo. Aliás, eu defenderia a pena de morte para os estupradores. Isso sim seria um ganho. O problema é exatamente esse: eu creio na pena de morte como conceito, mas não como prática. Afinal, um assassino nunca teria castigo igual ao que conferiu a sua vítima, mas na prática como se pode matar alguém? É terrível. Quem seria o carrasco a fazer isso? Em suma, talvez a idéia de deixar o sujeito mofando pelo resto da vida numa cadeia é a solução mesmo. Mas voltando, e se for por descuido ou por ignorância? O problema esta em como resolver isso. As pessoas querem correr riscos e depois não assumir as conseqüências? Imaginem que não seja gravidez e sim AIDS. Como seria solução final? Bem, seria só a morte do individuo irresponsável e não a vida em jogo de um inocente. Seria essa a lógica se não custasse muito ao Estado esse tratamento. Um indivíduo inocente poderia custar mais? Sim, poderia. Para as duas questões existem as políticas de esclarecimento, as políticas de informação, a saúde preventiva. Prevenir continuaria sendo o maior objetivo de todos. Então para que liberar uma prática que em nada mudaria a situação? Ou melhor, pioraria. Se o caos na saúde já esta assim, imaginem com um número maior de cirurgias de aborto?

Em suma, tirando o aspecto religioso e só usando a lógica chego à conclusão que esta política nada tem a ver com as condições atuais, já que se pode haver planejamento familiar, métodos contraceptivos e informações subsidiadas pelo governo. A gravidez indesejada é produto de inúmeros fatores e entre eles estão escolhas individuais. Num estado de direito, democrático, estas escolhas sempre são respeitadas. Até mesmo em desacordo com a lei. Exemplo: o uso de drogas é individual. Tanto das livres como das ilícitas. Assim como sexo. Seus resultados e suas responsabilidades também são ações individuais. O aborto seria então uma ação individual da mulher? Não. Pois para ela produzir o feto, teve ajuda de um homem. Ele é parte desse processo também. Se em comum acordo decidem que não era esse o resultado que desejavam, deveriam rever suas atitudes, pois, agora, põe em jogo a vida de uma terceira pessoa (o inocente). Seria tudo fácil se fosse um simples cachorro, não? – manda ele pro abrigo de animais. Infelizmente não é (e nem com o cão eu acho que seja).

Finalizando, vou colocar uma frase de um texto de uma pessoa que gosto de ler, mas, como não concordo com ela a respeito do aborto, deixarei de fornecer a fonte: “(...) A campanha pela descriminalização do aborto não deixa de ser uma redundância. Tornar legal o que desde há muito é tolerado por lei? Isto é coisa de igrejeiros que, sabe-se lá por quais razões, continuam crendo na ficção jurídica de que aborto é crime. Fosse assim considerado, faltaria cárcere para mais de milhão de pessoas por ano. (...)”

Qual minha opinião após isso tudo? Continuo contra.
Agora, com um pouquinho de religião. É sabido que a Igreja Católica Apostólica Romana fala para os fieis (e somente a eles) que não deveriam “fazer amor” antes do casamento. Método 100% eficaz (antes do casamento), diga-se. Se você não faz nada, não poderia nem ser infectado com o vírus HIV e nem ter uma gravidez inesperada. Agora, será que os não fiéis conseguem seguir este método?

Televisão Pública

Não entendo o porquê se fazer uma Rede Pública de Televisão no Brasil. Não seria muito mais fácil aumentar a participação das televisões estaduais existentes, como a TV Cultura e TVE? Eu até sei quais fatos andam por trás dessa idéia de se fazer uma rede pública, mas nem os comento, pois já tem blog suficiente para dar “pitaco” no assunto.

A minha opinião, é a de que já existem um monte de programas públicos e redes, como a TV Câmara, TV Senado e as estaduais, como a TV Cultura e a TVE (RJ). Eu não entendo como pode o governo se distanciar mais ainda do “seu povo” pretendendo gastar algo em torno de 350 milhões de Reais. Ou melhor, eu até sei, mas guardo para mim “o segredo” dessa história. Mas o que mais desanima, é que até redes profissionais, como a Record, se complicam em manter uma programação de qualidade. Imagine com os recursos limitados por verbas estatais. Creio que a grade vai demorar anos para se completar e mais: vai ser mais difícil ainda avaliar a tal qualidade.

O que a TV Cultura fez, durante a minha infância, não era entrar de sola e concorrer com as redes comerciais, mas tratar de dar alternativa. Assim foram “Castelo Rá-Tim-Bum” e “Ilha Rá-Tim-Bum” (mais recentemente, na minha época eram “Bambalalão” e uns desenhos animados). Teve o Marcelo Tas e outros. Realmente a qualidade rendia seus pontinhos de audiência. Se esse fosse realmente o objetivo da rede pública, não era muito mais fácil fomentar as redes estaduais e transmitir seus sinais do que montar uma estrutura toda nova?

Nunca vi a politicagem se misturar tanto com a falta de objetivos concretos. Esse governo já esta mais de seis meses (do segundo mandato, já que essa coisa de rede pública nunca foi comentada no primeiro) e ainda não mostrou a que veio. Ou melhor, só mostrou a que veio. E de novo as propostas de 2002 e 2006 de nada servem a não ser ganhar eleição.

Com esse “dinheirinho” da Rede Pública não dava para fazer uns bons hospitais? Já que com o “dinheirinho” que arrecadam com a CPMF (o “P” é de Provisório, hahahaha) não andam conseguindo melhorar a saúde pública.
Só o Boris Casoy tem razão: “Isso é uma vergonha”.

Bombril: mais do mesmo

As novas propagandas da Bombril, com o ator Carlinhos Moreno, estão cada vez mais divertidas. Com a presença de Pelé e Nelson Ned, se faz mais do mesmo que já foi um enorme sucesso. O mais interessante dessa volta, esta no fato de nunca ter saído da cabeça das pessoas. Por mais que se tenha passado o tempo, a propaganda foi um dos maiores sucessos de garoto propaganda associado ao produto no Brasil. É simples e aquele jeito do ator demonstra uma enorme simpatia com o público. Nada melhor do mais do mesmo.

Eu acredito que a propaganda brasileira é uma das melhores do mundo, mas não tenho como avaliar. Tanto nos Estados Unidos como na Inglaterra e Alemanha, eu não tive como comparar as propagandas televisivas, nem muito menos as programações. No período que estive nos Estados Unidos, assistia alguns canais específicos, como CMT, a VH1 e até mesmo a Roma TV, a TV do Vaticano (em italiano). Lembro bem das propagandas do Burger King, que na época do remake de King Kong, lançou o King Combo. Fora isso, não me recordo de nada que tenha me surpreendido.

Mais uma semana...

Fiquei sem computador por mais uma semana. Agora, de volta, resolvi mudar as cores do blog. Teve um incentivo de uma amiga falando sobre minhas “influências”. Principalmente alterar o fundo escuro. Quanto ao nome do blog, é claro que o nome nasceu pela influência do clássico livro de Artigas: “Caminhos da Arquitetura”. Tenho a edição antiga. A nova inclui o livro “A Função Social do Arquiteto”.

Agora vamos ao trabalho.

junho 13, 2007

Decepção...

Escrevi que gostaria de ser publicitário, que assim não teria que fazer projetos executivos e faria o resto da vida estudos preliminares, etc. e tal. Porém lembrei que, pior que isso, é fazer arte final ou então aquelas apresentações gigantes e intermináveis. Ou seja, sempre haverá algo chato para fazer em todas as profissões.

Mas a decepção não esta nessa questão, mas na descoberta de uma profissão que consegue ser mais complicada que a arquitetura. Complicada, aqui, no sentido de não ser valorizada culturalmente, como ocorre em outros países e como já ocorreu no passado aqui no Brasil. Nem vou entrar nos méritos sobre honorários, pois teríamos que lembrar de algumas estrelas que são bem remuneradas e de outros que conseguem gerir financeiramente bem seus escritórios. Ou mesmo lembrar daqueles que recebem por reserva técnica, o que desvaloriza em muitos casos o projeto em virtude de alguma especificação mais compensadora financeiramente a outra solução técnica simplesmente similar mas de remuneração inferior. Lembro às vezes das palavras de Lúcio Costa, que dizia quanto perguntado sobre que recado daria aos jovens arquitetos, para estes desistirem e fossem fazer outra coisa.

Pois bem, é a profissão de jornalista. Ser jornalista hoje, é sem dúvida encarar um mercado mais competitivo e mais complicado àquele da arquitetura. Um dos fatos que mostra isso claramente está na incrível formação de jornalista. Uma formação generalista, que seria a mais bem dotada em se conhecer a língua portuguesa. Porém sabemos que existe jornalista que não sabe a diferença entre rapto e seqüestro, ou mesmo que defende a teses do “perigo de morte” e não “perigo de vida”. Assim maltratando a inculta e bela. Claro que existem jornalistas muito bons, assim como existem arquitetos, médicos, advogados, dentistas, etc. muito bons também. E, lógico, o sucesso financeiro não é de forma alguma critério para se definir ou não aspectos qualitativos à suas performances. Claro que aqui falo de cursos superiores. Profissões como a de ator, por exemplo, não se exige curso superior, mas seria tão complicada quanto à de jornalista.

Focando nas comparações primarias das dificuldades entre arquitetos e jornalistas, veja que é uma comparação um tanto difícil, pois bem: as únicas profissões que não se ensinam e se aprendem são a medicina e a arquitetura. Por que digo isso. Pois tanto na arquitetura quanto na medicina se aprende fazendo. Outras profissões como o direito, são estudadas e possuem uma parte prática e outra teórica, sendo muito fácil separar uma da outra. Imagine um médico fazendo um transplante de coração somente em teoria? Ou um arquiteto que não desenhe seus projetos. É fácil a um engenheiro civil calcular a armação de um pilar somente sabendo sua dimensão, sem necessariamente ter que desenha-lo. Assim como para um advogado é factível saber todas as leis sobre determinada área e fazer consultoria sem, por exemplo, saber fazer uma audiência ou não conhecer procedimentos de fórum na prática. Assim como acho possível uma pessoa sem diploma de jornalismo saber conduzir uma redação.

Esta seria então a primeira diferença entre um arquiteto e um jornalista: o ofício da arquitetura demanda certa especialização que precisa ser aprendida e praticada enquanto que, como disse antes, a generalização do jornalismo não o especifica para nada. Posso, como este texto tende a um lado científico, e como tal pode ser contestado em inúmeros aspectos, os quais seriam necessários maiores esclarecimentos e detalhamentos, estar completamente enganado. Mas analisando, um arquiteto recém formado tem, mesmo que sua experiência seja pequena, todos os pré-requisitos necessários para exercer sua profissão. Um jornalista recém formado, tende a buscar saber sua vocação ou sua vontade (talvez até oportunidade) e inicia uma busca por aperfeiçoar-se. Ou seja, sua formação carece de aspectos do mercado. Aquele mercado que atualmente não disponibiliza oportunidades e é extremamente competitivo. Aquele que exige cada vez mais especializações de outra ordem (como idiomas). Aquele com critérios cada vez mais subjetivos e cada vez mais próximo das “profissionais de recursos humanos“.

Agora uma das principais vantagens, tanto do jornalismo quanto do arquiteto, que com o passar do tempo se tornam cada vez melhores e não “obsoletos”, como em algumas profissões, onde a idade é fator competitivo. O respeito e a construção mais lenta de uma carreira são exemplos extraordinários dessas profissões hoje tão pouco valorizadas culturalmente. Realmente em tempos onde “O Reino da Quantidade e o Sinal dos Tempos” (para quem ainda não sabe, este é o nome do livro de René Guenón) é substituído por “O Monge e o Executivo” não se podia esperar nada mais que esta realidade decepcionante.
Quem seria eu de não reconhecer o valor da arquitetura brasileira. Principalmente no exterior, com a premiação do Pritzker, em 2006, a um arquiteto brasileiro - Paulo Mendes da Rocha. Mas o que padece aqui não é a profissão ou mesmo o resultado da produção arquitetônica, mas sua referencia cultural. Assim como o jornalismo, que não mais esclarece, confundindo aquilo que era sua vocação. Estamos num momento de verdadeira crise cultural, onde vejo saída para arquitetura, mas não para o jornalismo, pelo menos em um prazo aceitável.

Na minha infância...

A melhor coisa de se lembrar da infância é ver que até hoje a levamos conosco. Algumas questões parecem se repetir com as sobrinhas e primos, bem mais novos. O que acho mais interessante é a criatividade fora dos padrões. Se me lembro bem, em 1997, li “A Vida Digital”, de Nicholas Negroponte, onde em determinado momento, falava sobre a formação de paradigmas, com uma analogia muito interessante. Imagine vendo alguém flutuar na sua cozinha enquanto toma café, para você seria espantoso, chocante talvez, mas para uma criança aquilo faria até sentido, dentro de seu universo ainda não enriquecido de conceitos e verdades (ou quando este adulto empobrecido de imaginação).

Imagine eu comentando uma frase (que achei de uma imaginação fantástica) e uma amiga da minha sobrinha me perguntou se era verdadeira. A frase sem sentido era algo assim: Furou seu pescoço com uma furadeira e depois bebeu seu sangue com canudinho. Esse universo que as crianças criam é realmente fantástico. Mas o melhor é lembrar dele e não ficar nele eternamente ou como a moda atual onde se infantilizam vários temas.

Essa discussão nasceu tempo atrás no blog do Daniel Piza, quando ele comentou o filme “Muito Gelo e Dois Dedos d´Água”. Seu comentário era que o filme relembra a adolescência dos 80. Em suas palavras: “O filme "Muito Gelo e Dois Dedos d'Água", de Daniel Filho, com roteiro do casal Alexandre Machado e Fernanda Young, começa com um humor negro interessante, raro na comédia brasileira, e tem algumas cenas muito engraçadas, como a da maconha dentro do carro. Mas a partir daí tudo se dilui em piadas adolescentes - ou de quem o foi nos anos 80 - e se encaminha para o final edificante de telefilmes, em que a garota supostamente moderna e "descolada" se revela tão careta quanto moçoilas dos anos 40. É um fenômeno bem atual, esse: por baixo de piercings e tatuagens se encontra uma mente travada e preconceituosa.” Que, analisando bem, realmente faz sentido. O que não faz sentido é ficar nessa recordação de anos 80 eternamente.

Mas voltando a minha infância, do final dos 70 e inícios dos 80, onde nasceram certos gostos, e havia certo clima. Até já comentei em alguns textos (aqui e aqui). Mas ali também nascia outro hábito: a leitura. Lia um monte de coisas, menos o que era obrigado pela escola. Pode até parecer piada, mas era exatamente assim. Lia e dizia que queria ser escritor. Lembrei disso hoje, quando falei que em algum momento errei na escolha da carreira e deveria ser publicitário. Afinal publicitários não fazem projetos executivos. Não locam pilares e não se preocupam com os tubulões. Vivem de Estudos Preliminares.

Se eu fosse escritor, escreveria sobre qualquer coisa, menos bula de remédio (essa tem assinatura: Mário Prata) e manual de usuário. Esses eu já escrevi e são todos sempre iguais. Mudam uns botões e umas rotinas, mas de resto, tudo igual. Lembrei que já escrevi também manuais de identidade visual. Escrevi também trabalhos monográficos. Um deles esta até no meu certificado de conclusão: “A Arquitetura e o Espaço Coletivo”. E em breve estarei escrevendo uma Dissertação. De certa forma, algo da minha infância permanece em mim, além de detestar suco de maracujá. História essa que mereceria até um off topic.

Eu realmente não lembro dessa história, mas meu pai conta que uma vez, logo que entrei na Escola Luís de Camões, em 1981 (isso eu lembro), voltei um dia da escola e disse que não tinha nada para beber lá. Só um suco horrível de maracujá. Segundo meu pai, eu deveria achar que era suco de laranja e ao me decepcionar com o gosto horrível do maracujá, traumatizei. Ainda bem que meu pai é advogado e não psicólogo.

junho 12, 2007

Informática...

É só começar a falar e o micro simplesmente parou... Em mais ou menos um mês, duas panes...

Isso lembra o velho ditado: A informática veio para resolver os problemas que antes não existiam...

junho 08, 2007

O paradigma por qual passei

Retomando a idéia original de ciclos, ando reparando que dois anos é um tempo tido como natural para que mudanças ocorram. Ou seja, o natural é que a cada dois anos aconteça alguma coisa que te motive a alguma mudança. Isso falando de ordem externa. Sabe aquele momento que você diz, “agora sim, esta tudo bem”, daqui a dois anos esse momento passa, independente de você achar que é hora ou não. Claro, tem nisso inúmeras outras razões, mas vejo isso acontecer. As mudanças às vezes levam três anos... Às vezes nem um ano. O tempo não é o fator principal, mas sim o final e o começo de um ciclo. Essa história de ciclos só se compara com as de coching...

Mas voltando à minha experiência individual, em 1994, inicio minha carreira, como estagiário numa fábrica. Tinha uma sala, uma mesa e uma prancheta. Lá ficava desenhando. Tinha também uma bancada, uma mapoteca e uma estante com um monte de protótipos e carcaças de plástico, alumínio e aço. Passados alguns dias trouxeram um micro computador. Era o melhor micro da empresa, um 386. Tinha leitora de cd! Coisa rara na época. Passados mais alguns dias, trouxeram uma impressora matricial tamanho A3. Só faltava agora fazer algum uso de tudo aquilo. Instalei a versão 4.0, de CorelDraw, e o pacote Office do Windows (na época o Windows 3.1). Bem, era o inicio de tudo. Já em 1995, recebi um scanner, da HP. Era gigante! Fomos então trabalhando na confecção de manuais de usuário, repassando os desenhos técnicos do papel vegetal e nanquim, para arquivos digitais e, nas horas vagas, jogando. Desde campeonatos de tetris até o grande Wolfnstein 3D. Diga-se que este jogo, junto com um outro primeiro emulador de F1 foram meus primeiros contatos com um PC. Isso, hoje, parece pré-histórico. Saí da empresa para trabalhar em pesquisas de mercado, retornado anos depois por conta da faculdade de arquitetura a trabalhar com computação gráfica. Nesse período, a tecnologia da informação passou modificando tudo. Daqueles micros, para Pentium I, II, III, IV e não parou mais. De simples correio (e aquele malote onde sempre circulava a Playboy do mês) e telefone para e-mail, conversas em tempo real e celular. Tudo isso num curto intervalo de tempo. O que era acessível a poucos, hoje é quase banal.

Se nesse período existisse a internet (assim como a temos hoje) teria sido uma “zona de conforto” de muito mais que dois anos... Garanto! É bastante difícil explicar um departamento de projetos numa fábrica. Pois já é difícil dizer para as pessoas que existem arquitetos, como eu, que não se interessam muito em design de interiores e muito menos em decoração. E atualmente digo ainda que tenho interesse reduzido em design de produtos, sendo um claro admirador de projeto de arquitetura e história do urbanismo e da arquitetura. Que coisa, projetando desde os simples protótipos dos adaptadores de placas, ou dos suportes de baterias, daqueles equipamentos da fábrica, para hoje pensar nas propostas urbanas para a região da Represa do Guarapiranga. E mais: usando de instrumentos como o Google Earth, a fotografia digital e o desenho em CAD. Mas retornando ao departamento de projetos, só se faziam projetos da própria fábrica. O tempo ocioso era inacreditável, pois nem sempre a fabrica contava com muitos projetos novos. E a parte que contei dos jogos, era igual à das empresas que bloqueiam sites e impedem a instalação de softwares de comunicação: não era permitido. E todo mundo fazia.

O que acho ruim hoje nisso tudo é a falta de segurança dos arquivos gerados. Num grande corpo empresarial, no passado, para se sair de lá com algo, demandava provas matérias um tanto quanto visíveis, em forma impressa ou copiada em muitos disquetes ou até mesmo cd´s. Hoje um mínimo e-mail e um pen drive, que carrega muito mais que muitos disquetes, podem fazer diferença nos sistemas de segurança, não pensados nessas hipóteses. E, assim como na internet, a parte dos direitos autorais esta cada vez mais prejudicada. Nisso há uma questão de escalas também, que abordarei num próximo texto.

Contra a Corrente

Há muitos anos venho observando a quantidade de eventos e investimentos no Parque do Ibirapuera. Realmente é o parque da cidade de São Paulo com maior número de visitantes e, com efeito, é o único com tantas atrações também. Sempre me opus a isso. È vergonhoso ter somente um parque como símbolo de parque urbano paulista. O Parque Villa-Lobos seria um dos parques que naturalmente serve a região oeste da cidade. Assim como o Parque do Povo (Carandiru) serve à zona Norte da cidade. Assim como temos parque como da Aclimação, o Trianon, na região da Vila Mariana e Avenida Paulista. E não esquecendo o Parque do Piqueri na zona leste, assim como outros parques como Burle Marx, Guarapiranga, entre outros.

Com esta quantidade de parques na cidade é justo ter todo direcionamento para o Ibirapuera? É, minha opinião, absurdo não se valorizar e não haver eventos nos outros parques com a dimensão do Parque do Ibirapuera. E mais absurdo ainda saber que no plano diretor estão contempladas a compra daquelas casas em volta do parque para sua futura ampliação. Nada contra a ampliação, mas realmente é prioridade ampliar o parque? E ainda com a desapropriação daquelas casas? E nada contra os eventos do parque. Mas não se podiam ter muito mais eventos se os outros parques também fossem capacitados? Só acho que faltam políticas claras das secretarias de cultura das estâncias municipais e estaduais. Na verdade, falta também uma cultura sobre parques urbanos.

Os parques urbanos nascem da necessidade de se ter nas cidades lugares para o ócio. Nas nossas atuais vidas os parques são cada vez mais necessários. E acredito ainda que o número de parques da cidade é pequeno. Isso talvez justifique a falta de visibilidade que se tem da diferença entre Ibirapuera e outros parques, pois, estes, também ficam cheios aos fins de semana. Agora entre estarem cheios de gente sem ter o que fazer, ou melhor, sem ter a mínima estrutura, não impede a criação de novos pólos de atração fora do Parque do Ibirapuera. E vou mais além. Alguns parques temáticos da cidade, como Jardim Botânico, Jardim Zoológico, Instituto Butantã, não integram as políticas de cultura. Para esta gente ciência não é cultura. Assim como gostaria de ver um museu de história natural, também adoraria ver um centro de estudos sobre os rios, abordando as histórias dos rios que formaram desde a capitania de São Paulo até o estado atual dos Tietê, Tamanduateí, Pinheiros. Já imaginou um passeio turístico sobre o Rio Tietê?

Outro dia recebi um convite sobre o primeiro passeio de barco no Rio Tietê. Infelizmente não pude participar. Continuo contra a corrente que atualmente insiste em centralizar eventos e centros culturais na Paulista e Centro. Assim como não creio que só exista o Parque do Ibirapuera para isso. Nunca entendi a centralização que se dá em tudo na cidade de São Paulo. Já tinha escrito outro texto tratando desse assunto e continuo sem entender a razão para essa centralização.

junho 05, 2007

Sobre a Mooca

Um manifesto em relação à maneira de reestruturar uma parcela do patrimônio industrial paulistano se aproxima. Um dos bairros mais tradicionais de São Paulo, que ainda possui toda uma arquitetura industrial preservada, composta de seus galpões antigos construídos em tijolos, a Mooca, esta ameaçada por uma especulação imobiliária sem muito sentido. Sim, é necessário fazer o bairro se modificar, se modernizar, mas ao mesmo tempo temos que preservar e valorizar a história anterior desse bairro. As cidades européias souberam preservar e se modernizar.

Claramente no início o movimento moderno queria, sugeria, propunha a devastação de grandes áreas para se construir algo moderno. Passado anos sabe-se que a maneira de tentar apagar a cidade anteriormente construída é uma tolice. Leonardo Benévolo escreve no prefacio do livro “São Paulo: Três Cidades em Um Século”, de Benedito Lima de Toledo (1980), que São Paulo é hoje uma das maiores metrópoles do mundo e que sua velocidade de crescimento foi tão rápida “(...) a ponto de apagar, no espaço de uma vida humana, o ambiente de uma geração anterior (...).” Exatamente por isso temos que pensar em preservar trechos urbanos e não deixa-los completamente abandonados ao ponto de nunca se regenerarem (algo próximo ao que aconteceu na Luz, que mesmo depois de grande ainda não consegue se estabilizar). Ou se regenerar pela total destruição. Ressurgir das ruínas. O custo social disso é muito mais alto. Leia mais aqui.

Presente: Oscar Niemeyer

Muito se escreveu sobre a obra de Oscar Niemeyer. E nunca ele conseguiu produzir tanto como nos últimos dez anos. No passado se falava muito de suas obras não concluídas, como o Museu de Caracas. Agora se fala dele com as obras concluídas 50 anos depois, como o Auditório do Parque do Ibirapuera. É interessante analisar sua obra construída nos últimos anos e ver que a polêmica continua. Apareceu num jornal, ao lado de Domenico e Masi, falando sobre uma obra sua em Ravello, cidade italiana, onde havia manifestações contrarias à sua construção. Assim como houve (e ainda há) polemica na finalização da obra do Auditório do Ibirapuera (com a retirada ou não de uma parte da marquise já construída e tombada pelo Patrimônio Histórico). Mas ainda volto a uma fase anterior. A obra do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (na época de sua inauguração, em 2002, chamada NovoMuseu somente) onde Niemeyer interfere em uma obra de sua autoria dos anos 60. E como toda sua obra, gera a polemica de sempre. Em dezembro fará 100 anos de idade. O Príncipe de Astúrias quer comemorar seu centenário com a inauguração do centro cultural projetado por Niemeyer, em Astúrias, no norte da Espanha. Em 2003, Niemeyer projetou para a Serpentine Galery um pavilhão que ficaria durante o verão montado no Hide Park, em Londres. Parece que continua lá, só por ser obra de Niemeyer, enquanto que todos os dos anos anteriores foram desmontados ao fim do verão. Veja fotos aqui do pavilhão.

Agora, fora a obra arquitetônica de Niemeyer, existe um discurso que nada tem a ver com ela. Esse discurso eu dispenso.

Daniel Piza - Um ano de blog

Hoje, dia 05 de junho de 2007, o blog do jornalista Daniel Piza faz um ano. É um dos blogs que li desde o começo e o leio faz certo tempo já, desde 2002, 2003... nem lembro ao certo. Nunca foi um blog de milhões de comentários, mas sim de opinião, basicamente de muita coisa que gosto, como literatura, música, futebol, e “va lá, política”. Também fala sobre comportamento, gastronomia e restaurantes, arquitetura e urbanismo. Sua coluna sempre muito interessante e comecei lendo já discordando dele. Pois falava sobre o edifício recém inaugurado à época, do Novo Museu, em Curitiba. Não era bem discordando, mas talvez fazendo ressalva da diferença daquela obra a outras de Niemeyer. Em seu blog, só discordei dele a respeito de sua opinião de não acreditar num Estado Mínimo. Nada de mais, na verdade. E poderia dizer que não gosto de Radiohead, também. Mas que concordo plenamente que se pode gostar tanto de Tadao Ando como de Frank Gehry.

junho 04, 2007

Why the world needs a hero?

Vou narrar uma história ocorrida em 1994. Estava com um amigo e este veio até minha casa e fomos juntos fazer uma entrevista coletiva para emprego. Não sei se mudou muito isso até hoje, não trabalho com recursos humanos. Não conheço também especialista em recursos humanos, só caio de vez em sempre na mão dessas pessoas. Enquanto o emprego esta em crise, o profissional de recursos humanos esta em alta. Normalmente muito pouco preparados especificamente tentam abstrair de conceitos subjetivos perfis adequados às funções específicas. Tenho eu certa dúvida a respeito de seu jogo da incerteza.

Vamos por partes. A primeira situação que me surge sempre é o quanto este profissional conhece a área específica de atuação do possível candidato. Muito diversas entre si, os currículos são baseados nelas e não em perfis. Logo alguém pode me dizer que isso não importa, e sim os aspectos subjetivos. Já chego neles. Ou seja, não se pode ser especialista em algo, pois este conhecimento é tido pelo profissional avaliador somente como uma, e somente uma, qualificação. Não importa para ele a prova material disso, é só mais um critério. Um plus. Veja bem, nada contra esse critério, mas a minha dúvida esta na natureza da qualificação. Um mestrado, não é simplesmente um plus. Deve-se avaliar a especialidade daquele tema tratado serve ou não ao melhor desempenho na vaga a ser preenchida. Isso faz sentido. Vamos a um exemplo: um médico com a cara feia e antipática, mas que sabe diagnosticar um remédio e um tratamento moderno é muito mais eficiente que um médico super-simpático e solícito que nada entende além de uns poucos procedimentos clínicos básicos. Por que uso esse exemplo? Pois no profissional de medicina ninguém tenta ludibriar sua capacidade ou põe em cheque sua competência ou mesmo tenta distorcer suas funções baseadas na sua “experiência pessoal”. Pode desconfiar, pedir segunda opinião com outro médico, mas nunca e em nenhum momento se satisfaz com a explicação rasteira, pois ou a dor, a doença, o sintoma ou até pior que isso (mas ai já é tarde), não deixa. Quanto ao segundo aspecto, os subjetivos, quanto menos especialização, mais fácil se torna a avaliação geral. Ai então, os subjetivos critérios têm mais valor. Pois, a partindo do princípio que os candidatos tendem a igualdade, nada mais importa que então seus aspectos psicológicos. Não confundir ai aspectos psiquiátricos. Ou seja, se o sujeito é doente psiquiátrico não se enquadra, por exemplo, em ambiente socialmente aceitável, não é de jeito nenhum candidato a nada. Só se for uma vaga para homem-bomba, por exemplo.

Mas voltando a cena de 1994. Fomos nós a esta reunião. Foi num prédio próximo de casa onde estava uma multidão. Preenchemos uma ficha, com nome e dados. Uma pessoa passou recolhendo e então se formou um círculo, todos em pé e ao centro a avaliadora. Ela deu então uma pergunta a todos e esta seria respondida individualmente para todo o grupo. Era: qual sua opinião a respeito de Ayrton Senna ser um herói nacional? Algo assim. Lembrando que isso foi pouco tempo após a morte de Senna, no acidente em Ímola. Foi então ela chamando alguns candidatos pelo nome e pedindo para responder. O chavão das respostas era exatamente que Senna era um herói nacional e que tinha muito orgulho de ser brasileiro por causa disso. Logo via que ninguém ali sequer alterava algo. Até meu caro amigo ser chamado e respondendo que não acompanhava as corridas de Formula 1 e não tinha então nenhuma opinião sobre as contribuições sociais dele ao Brasil. Praticamente desconhecia as atividades sociais dele. Por um momento notei todo mundo um tanto quando reflexivo. Com uma cara de indignação e ao mesmo tempo tentando ver se existia ali naquela resposta a chave do mistério da questão apresentada. Não fui nem convocado a responder, nem todos os candidatos o eram, mas não concordaria com meu amigo. Mas também não iria dizer que ele era um herói nacional. Era uma personalidade do esporte, que até hoje, mesmo passados mais de 13 anos de sua morte, motiva exemplos de boa conduta. Nada mais. Sei lá em que subjetividade isso poderia se enquadrar. Uma questão como essa quer mostrar o que do candidato? Sua simpatia ao ídolo do esporte? Sua coragem “brasilianista”? Sua sensibilidade a respeito de uma noticia que parou o Brasil? Essa talvez a mais adequada. Mas significaria que alguém fazer uma análise racional, seria então balizar sua insensibilidade? E se o rapaz não tem interesse nenhuma em corridas? Por que seria o herói dele? Ele estava informado do que ocorrera, mas nada impede de não ser ele fã do homem. Essa política de moldar perfis é como o carnaval ser a representação da alegria geral do povo brasileiro do ano todo. Ou pior, dizer que o samba é a única música do brasileiro.

E como volto à dúvida: afinal se busca um perfil adequado ou se busca adequar os perfis para as vagas? Busca-se um ator de perfil adequado ou a verdadeira face do candidato? Ai nesse momento mora um conceito. O candidato estar interagindo com o mercado, saber ter visão do mercado e da situação geral, de ser empreendedor, agressivo ou cauteloso é diferente de forjar a si esse perfil, embasado numa “estética de mercado”. Poderia ainda adicionar a essa “estética de mercado” um “modismo”. Esta na “moda” ser agressivo, ser empreendedor, ser conservador, ser sei lá o que... Mas ser você mesmo esta aonde?

Fora estes dois aspectos, o fato de o “entrevistador profissional” não ter conhecimento especifico sobre a área de atuação do candidato e se basear em aspectos subjetivos de análise, este terceiro aspecto de se formalizar um perfil ideal pela mídia ou academia (não creio que faculdades formem algum perfil, que não o oriundo de sua tradição, mas...) são os atuais critérios de uma futura colocação no mercado. Quem nunca passou por isso, não?

Além disso, num planejamento de carreira, também existem aquele boatos sobre os perfis relacionados ao tempo de permanência nos empregos. Se ficar muito tempo é acomodado. Se ficar pouco tempo é oportunista. Claro, ai começa as inúmeras pequenas condições: se ficou muito tempo mudando de cargo dentro da empresa, então é investimento. Se ficar no mesmo cargo, não. Mesmo sendo este cargo dinâmico e tendo passado por inúmeras mudanças. Exemplificando: Um web designer que fica cinco anos no mesmo cargo, mas durante esse período no exercício desse cargo somente, absorveu todas as mudanças tecnológicas, é ou não um acomodado? Veja que é muito relativo, mas a exposição é essa: cinco anos no mesmo cargo, sem promoções. As atribuições mudaram? Não. Mas absorveu a tecnologia nova para continuar na mesma função. Isso é fácil de se expor, se o entrevistador conhecer as especificidades do cargo. Se não, simplesmente pode voltar à afirmação inicial de um acomodado.

No fundo, o que quero relacionar se é ou não válida a existência desse profissional de recursos humanos. Se ela causa ruído ou clareia as alternativas. Como disse inicialmente, se a criação de empregos estivesse em alta, a demanda estaria equilibrada e os “ruídos” estariam eliminados por uma questão de qualificação específica. Mas com a opção na “Economia do Mais” ou “O Reino da Quantidade e o Final dos Tempos” o mundo padece mesmo é de um herói.

junho 03, 2007

Futebol - Campeonato Brasileiro 2007

Não estou conseguindo acompanhar nada desse campeonato. O pior que a última vez que acompanhei um campeonato inteiro foi em 2004. Aliás campeonatos e a Olimpíada quase inteira. Em 2005 não vi nem a final do campeonato brasileiro. Mesmo torcendo muito não tinha como me organizar para ver o campeonato. Estranho eu estar falando nisso. Pois antigamente eu só acompanhava as copas do mundo. Aliás tento acompanhar hoje em dia até alguns jogos internacionais, como a Eurocopa. Se não me engano teve a pouco um jogo entre França e Ucrânia. Falo com um amigo em Ribeirão, que me diz ter todos os canais pay per view, assim não perdendo nada dos campeonatos. Bons tempos que tinha pelo menos os canais todos da TVA...

Fazer parte ou não...

Outro dia falava com uma amiga a respeito do fato de comer ou não carne. No fundo a carne não é tão complicada. O que vem junto com a carne talvez o seja. Imagine o sofrimento do animal? Imagine só, criar animais e engorda-los para refeição. O pior é engordá-los. Em tempos e gorduras saturadas, engordar o bicho é praticamente uma besteira, se na hora do beneficiamento da carne descarta-se muito dessa gordura. Mas e como seria não comer mais carnes? O pior é não comer mais carnes e nem usar nada de origem animal. Isso inclui leite, ovos, gelatina, sapatos de couro, travesseiros de pena de gansos e artigos de couro e lã natural. E mais: peixes, camarões, lagostas e lulas. Ou como diz o pai de uma amiga: só não como cadáveres. Já se imaginou comendo verduras, legumes, frutas, mel e tudo isso frio? (Sim, frio, pois segundo os Vegans, o calor mata os vegetais...).
Realmente até ai parece uma opção de vida. O problema é fazer parte disso e impor suas opções para quem ainda não pode dispensá-las. Um caso ocorrido nos Estados Unidos, de um bebê que morreu de fome por culpa dos hábitos de seus pais naturebas exagerados, é algo que recria toda a discussão sobre temas ligados praticamente à tudo que se trata sobre a Nova Ordem Mundial. Um tanto quanto complicado. Ser este um tema que não interessa seria o mesmo de se tornar um Merssault. Ser este tema defendido por mim seria o mesmo de me tornar um Raskolnikov. O melhor mesmo é ser um Hamlet nessas horas. E que Shakespeare continue sendo o guia...

As Batatas


Elas fazem parte de praticamente toda a culinária européia. Desde as francesas saute, as saladas de batata alemã, até a famosa batata inglesa. Muitas formas e maneiras de se prepará-las. Uma omelete francesa com batatas, purê de batata ou batatinhas fritas mesmo. Tem uma batata frita, ela inteira, que antes é cozida, depois frita. Um espetáculo.

Outro dia fui ao Baked Potato, coisa que fazia muitos anos que não ia, e pedi uma batata com recheio de strogonoff. Maravilha! Conseguiram juntar dois pratos que adoro em um só.

Tenho percebido que minhas preferências gastronômicas não mudaram muito desde o período que fiquei sem comer carne. Hoje aprecio mais ainda seu sabor. Devem ter sido os cangurus que comi em Munique, ou aquele coelho em Coconut Grove.

Como pude esquecer!


Sim, existe uma diferença entre a eleição para prefeito de 2000 e 2008 (em São Paulo). Se realmente isso se concretizar (o que acho muito difícil) teremos na disputa de 2008 em São Paulo, o PTC. Existe uma lenda de que se a ex-prefeita Marta Suplicy se candidatar, o agora deputado federal (PTC-SP) e estilista Clodovil Hernandez também participará da disputa. São Paulo nunca mais será a mesma!

junho 02, 2007

Ano que vem, nos Estados Unidos


Ano que vem terá além das eleições para prefeito, as eleições presidenciais nos Estados Unidos. É o fim do mandato Bush. Os Democratas e os Republicanos já fazem suas apostas. Ainda não estou a par de todas as articulações de todos os presidenciáveis americanos. Mas os Democratas já saíram na frente, com um “desfile” de candidatos. Tem a senadora Hillary Clinton, o senador Barak Obama e o agora ativista ecológico, ex-presidente Al Gore. Este ainda não declarado, mas óbvio candidato. Sinto dizer, mas creio na vitória de um republicano. Não vejo nesses nomes nenhuma força motivacional para realmente debater os temas mais importantes nos Estados Unidos: imigração, guerra do Iraque e política externa.

É muito difícil saber o que realmente esta acontecendo lá. Inúmeros motivos eu poderia dar. Um deles é a falta de uma Rede Globo, hahaha! Os jornais The New York Times ou The Washington Post são referencias democratas, o que impede de ver o todo do que acontece lá. É um pouco diferente do Brasil. Lá os programas de rádio dão audiências muito maiores e mais representativas, como o de Rush Limbaugh. Mas esse não é o meu foco. Fico por enquanto de olho nos republicanos para ver o que aparece. Tenho certa simpatia pelo ex-prefeito de Nova Iorque Rudy Giuliani. Não sei se ele vai em frente na disputa. Mas depois dele, New York nunca mais foi a mesma... Dele e de Charles Bronson...

Ano que vem...

Eu espero retornar a esse tema ainda muitas vezes, para ver o que mudou nesse meio do caminho. Que vai mudar, vai. Isso vai. Até agora só há indecisão. Nada de certo, nada diferente. Temos duas eleições importantes ano que vem. As prefeituras, onde vou comentar a atual situação dos candidatos e a eleição para presidente dos Estados Unidos. Não estou fazendo correlação com elas, é simplesmente uma questão de tempo: as duas serão ano que vem.

A eleição para prefeitura de São Paulo esta simplesmente um mar de indecisões. Um prefeito que assumiu um governo no meio do caminho, depois de 1 ano e 3 meses de governo de José Serra, atual governador do estado de São Paulo. Pode se candidatar à reeleição. Mas ele é pouco conhecido e nunca antes um prefeito foi tão “patrulhado” como ele. Jânio Quadros, quando prefeito de São Paulo, conseguia estampar seu trabalho todos os dias na mídia, por suas ações inusitadas ou por posturas diferentes do cotidiano da cidade. Mas Gilberto Kassab só ganha a mídia nos momentos negativos de sua gestão. Não vi até hoje nenhuma menção na mídia a respeito de alguma obra concluída ou em fase de execução de seu governo. Essa é sua situação hoje. Não tem apoio nenhum da mídia, não tem carisma, não consegue emplacar diferenças no cotidiano da cidade (nem vou falar da parte da poluição visual, pois seria ao mesmo tempo negativa e positiva, sendo um debate mais atendo, ver que o projeto não era exatamente de seu governo) e não tem apoio direto de todo seu partido. E ainda digo mais: o possível candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, divide o quadro dentro de seu partido e no PSDB.

Geraldo Alckmin por sua vez é conhecido e tem uma herança de governo bastante interessante e alguns, como direi, desentendimentos com o atual governador, o que não consegue usar de forma positiva. Mas é um candidato muito mais viável que em 2000, isso sem dúvidas. Principalmente comparando que os seus possíveis adversários seriam os mesmos de 2000.

Entrando nesse mérito, nada mais direto que comparar os dois outros possíveis candidatos. E mais: comparar suas posturas com as de 2000. Marta Suplicy, é a aposta única do Partido dos Trabalhadores (isso soa quase como uma ironia). Foi prefeita, tem sue méritos no CEU, no transporte público e suas mais negativas obras que deixaram a cidade um caos, em seu último ano de mandato. Mesmo concluídas são inertes e invisíveis. Tem uma herança de um governo federal cuja imagem de 2000 é simplesmente contraria à atual. Mas é, ainda assim, viável. Se em 2004 não teve viabilidade de se reeleger, não creio muito em sua vitória, nem com a possível exposição como ministra (de um governo desestruturado, diga-se, é quase negativo).

E o outro candidato, nada mais nada menos que o de sempre: Dr. Paulo. Sabe-se lá por que os chamam de doutor. Mas é o eterno candidato. Com uma gestão que ficou a muito esquecida e posteriormente deformada pelo seu “pupilo” Celso Pitta, fez o suicido político completo, sendo base de apoio do atual governo. Certo que é um tanto em cima do muro, mas é apoiador do que a Marta defenderá. Logo, não creio em sua vitória. Maluf é um caso raro. Um sujeito que conquistou (por herança) dois grupos de eleitorais diferentes, é hoje um quase nada. Ele era a herança de Adhemar de Barros, o populista e ao mesmo tempo herdeiro dos eleitores de Jânio Quadros. Dois quadros da política paulista que demandam muitas linhas de textos para sublinhar as inúmeras diferenças. Basta lembrar da eleição presidencial de 1960, onde os dois eram candidatos e tinham nítidas plataformas distintas (mesmo os dois sendo populistas). Vale lembrar que o então presidente Juscelino Kubitschek apoiava outro candidato, general Henrique Teixeira Lott, este tendo como vice João Goulart.

Mas ter outra eleição com os mesmo candidatos de 2000 é um retrocesso sem tamanho. Em 2004, a força do PSDB era evidente. Uma prefeita candidata, usando a máquina para se eleger com obras a lá Dr. Paulo, só poderia dar vitória para uma eleição que se mostrava com esse resultado. Mas ela tinha naquele momento um plano de governo. Se foi um erro não a reeleger, nunca se saberá. Fica na especulação do “se...”. Mas aquele ano de 2004 (e parte de 2003) se fazia vistas grossas ao que dizia ter feito antes. Não se pode ter tanta fragilidade numa prefeitura. Erros são comuns em administrações públicas, infelizmente. Mas a falta de um perfil com cara de prefeito é o pior de tudo. Um prefeito deve ter o espírito de governar uma prefeitura e se preparar para este cargo. Não pode ser tão “reflexivo”, nem ter tomadas de decisões às pressas e nem ser populista. Mas um administrador com cara de prefeito. Um exemplo de prefeito poder-se-ia dizer que era Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do estado do Paraná. Mas a questão não muda: Em 8 anos nada mudou em São Paulo? Respostas somente no ano que vem.

junho 01, 2007

Foi hoje. Brasil 1 x 1 Inglaterra

Nada daquilo que eu esperava... Como sempre errei tudo. hahahahah! Afinal, arquiteto não é vidente. E como técnico de futebol sou bom jogador de baralho. Mas esse 1 x 1 salvo no gongo, foi um tanto quanto estranho. Se Kaká e Ronaldinho Gaúcho não vão jogar a Copa América, que tipo de “treino” foi esse jogo? E olha que como só acompanhei o segundo tempo, não posso meter bronca no Dunga. Mas uma questão: alguém acredita que Dunga chega na Copa? Ta bom, ta bom. Na Olimpíada pelo menos?

É hoje! Inglaterra x Brasil

Mais comentários ao cair da noite sobre o jogo Brasil x Inglaterra. Eu chuto que o Brasil ganha de 2 x 0. Chutes... Talvez nem seja tão morno como outros jogos. Chuto um cartão vermelho também...

Os três textos

Já que continuo aguardando o Renzo Piano da postagem anterior – comprar a Black Friday é isso: o melhor preço, porém, não chega nunca – aca...