junho 08, 2007

O paradigma por qual passei

Retomando a idéia original de ciclos, ando reparando que dois anos é um tempo tido como natural para que mudanças ocorram. Ou seja, o natural é que a cada dois anos aconteça alguma coisa que te motive a alguma mudança. Isso falando de ordem externa. Sabe aquele momento que você diz, “agora sim, esta tudo bem”, daqui a dois anos esse momento passa, independente de você achar que é hora ou não. Claro, tem nisso inúmeras outras razões, mas vejo isso acontecer. As mudanças às vezes levam três anos... Às vezes nem um ano. O tempo não é o fator principal, mas sim o final e o começo de um ciclo. Essa história de ciclos só se compara com as de coching...

Mas voltando à minha experiência individual, em 1994, inicio minha carreira, como estagiário numa fábrica. Tinha uma sala, uma mesa e uma prancheta. Lá ficava desenhando. Tinha também uma bancada, uma mapoteca e uma estante com um monte de protótipos e carcaças de plástico, alumínio e aço. Passados alguns dias trouxeram um micro computador. Era o melhor micro da empresa, um 386. Tinha leitora de cd! Coisa rara na época. Passados mais alguns dias, trouxeram uma impressora matricial tamanho A3. Só faltava agora fazer algum uso de tudo aquilo. Instalei a versão 4.0, de CorelDraw, e o pacote Office do Windows (na época o Windows 3.1). Bem, era o inicio de tudo. Já em 1995, recebi um scanner, da HP. Era gigante! Fomos então trabalhando na confecção de manuais de usuário, repassando os desenhos técnicos do papel vegetal e nanquim, para arquivos digitais e, nas horas vagas, jogando. Desde campeonatos de tetris até o grande Wolfnstein 3D. Diga-se que este jogo, junto com um outro primeiro emulador de F1 foram meus primeiros contatos com um PC. Isso, hoje, parece pré-histórico. Saí da empresa para trabalhar em pesquisas de mercado, retornado anos depois por conta da faculdade de arquitetura a trabalhar com computação gráfica. Nesse período, a tecnologia da informação passou modificando tudo. Daqueles micros, para Pentium I, II, III, IV e não parou mais. De simples correio (e aquele malote onde sempre circulava a Playboy do mês) e telefone para e-mail, conversas em tempo real e celular. Tudo isso num curto intervalo de tempo. O que era acessível a poucos, hoje é quase banal.

Se nesse período existisse a internet (assim como a temos hoje) teria sido uma “zona de conforto” de muito mais que dois anos... Garanto! É bastante difícil explicar um departamento de projetos numa fábrica. Pois já é difícil dizer para as pessoas que existem arquitetos, como eu, que não se interessam muito em design de interiores e muito menos em decoração. E atualmente digo ainda que tenho interesse reduzido em design de produtos, sendo um claro admirador de projeto de arquitetura e história do urbanismo e da arquitetura. Que coisa, projetando desde os simples protótipos dos adaptadores de placas, ou dos suportes de baterias, daqueles equipamentos da fábrica, para hoje pensar nas propostas urbanas para a região da Represa do Guarapiranga. E mais: usando de instrumentos como o Google Earth, a fotografia digital e o desenho em CAD. Mas retornando ao departamento de projetos, só se faziam projetos da própria fábrica. O tempo ocioso era inacreditável, pois nem sempre a fabrica contava com muitos projetos novos. E a parte que contei dos jogos, era igual à das empresas que bloqueiam sites e impedem a instalação de softwares de comunicação: não era permitido. E todo mundo fazia.

O que acho ruim hoje nisso tudo é a falta de segurança dos arquivos gerados. Num grande corpo empresarial, no passado, para se sair de lá com algo, demandava provas matérias um tanto quanto visíveis, em forma impressa ou copiada em muitos disquetes ou até mesmo cd´s. Hoje um mínimo e-mail e um pen drive, que carrega muito mais que muitos disquetes, podem fazer diferença nos sistemas de segurança, não pensados nessas hipóteses. E, assim como na internet, a parte dos direitos autorais esta cada vez mais prejudicada. Nisso há uma questão de escalas também, que abordarei num próximo texto.

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