junho 27, 2007

K7

Minha casa esta em reforma. Daquelas lentas, onde se mexe em uma coisa de cada vez. Esses dias mexeram numas caixas que guardo há uns anos, sem mexer. Numa delas minhas fitas K7. Não tenho muitas, algo em torno de setenta. Nada mal para quem gosta de música. Tenho muitas fitas demo, de bandas como Zero Vision, que tento lembrar e não consigo saber de onde. Escutei e nada me diz. A demo do Angra de 1992, entre outras.

Em compensação, tenho outras que contam um pouco da minha história nesse mundo. Uma delas é uma coletânea do Black Sabbath, que gravei em 1991. São duas fitas BASF - Ferro Extra I (sei lá o que quer dizer isso) de 60 minutos cada. Lembro que na época era uma fita mediana, nacional. Mas nelas gravei todas as faixas daquela coletânea – “We Sold our Soul for Rock´n Roll” – Black Sabbath. Escrevia nas capinhas das fitas os nomes das músicas. Tempos depois escrevia com um amigo a máquina nas capinhas. Meu irmão conseguiu um software em 1992, e então as capinhas já ficavam com cara profissional, impresso em colorido, numa impressora matricial Citizen. Depois desenvolvi um método: por dentro um papelzinho com todos os nomes, pois ficava organizado e sem confusão. Na parte de fora escrevia somente na borda para identificar a fita.

De todas estas fitas olho hoje como valorizei alguns nomes da música que hoje nada me dizem como Peter Frampton. Usei para ele, em 1991, uma fita Sony de 54 minutos, chamada HF-ES. Era a melhor fita para se gravar de um cd. Mas as minhas fitas prediletas eram as Sony UX. A partir de 1993, praticamente gravava sempre nelas, ou em algumas Maxell, ou TDK importadas. Um dos cds que gravei praticamente junto com o lançamento foi o “Sex & Religion” (1993) de Steve Vai. Numa UX. Acho que é minha predileta até hoje, ao lado de uma de Stuart Hamm. E, claro, a fita onde tenho gravado o Widowmaker, a banda de Dee Snider, vocalista do Twisted Sister. Esse cd que não encontro em lugar nenhum...

O mais interessante é que separo as fitas cassete até hoje por estilos musicais. As do Rush, as de classic rock, onde tenho uma coletânea de 90 minutos de Beatles, cuja capinha fiz no CorelDraw (1994).

Nesse monte de fitas identifico que praticamente não aparecem algumas bandas como Iron Maiden. Tenho somente o “Killers” gravado. Em compensação do Metallica só não tenho gravado o “Ride the Lighting”, meu álbum predileto, pois tenho em vinil e em cd. Algumas coletâneas de músicas de bandas de uma música só, como The Mamas and The Papas, Eagles, Doors... Será que preciso dizer que músicas são? Tem alguns programas de rádio, coletâneas de bandas como Judas Priest, cuja menina que gravou para mim escreveu além dos nomes, os discos a que pertencem, os anos de lançamento dos discos e o tempo de duração de cada faixa.

Lembrando do filme “Alta Fidelidade”, eu diria que gravar uma fitinha para alguém, além de criativo, sempre escondia algo. A ultima que gravei foi em 2003: Sammy Hagar e Van Halen (com Sammy Hagar). Mas a mais importante foi uma do Megadeth para uma menina do cursinho. Aquela eu penei. Demonstrar algo “romântico” com Megadeth foi além de irônico, “ensurdecedor”. Mas o resultado até hoje dessa fita foi muito bom. A princípio, porque a menina, além de muito culta, tinha certa simpatia com o lado “punk” de Dave Mustaine (é, ele tem um). Hoje em dia se grava um cd, mas dificilmente tem a mesma garra (pegada) daqueles tempos. Como eu sempre afirmo, “nunca se escutou tanta música como hoje em dia, com mp3, etc., e tanta música ruim é produzida”, um dos meus poucos aforismos.

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