julho 29, 2007

O pan e os cubanos

Onde já se viu! Pedir para toda delegação de seu país partir fundamentado na suspeita de uma deserção coletiva. Realmente só poderia vir de um governo autoritário uma medida dessas. Se os atletas representam seu país, com orgulho, se deveria explorar mais o porquê dessa hipótese de deserção. Isso implica numa lógica muito óbvia: Cuba não é boa nem para os cubanos. E uma hipótese de “roubar” atletas é algo tão subjetiva quanto às estatísticas oficiais de Cuba. Há anos venho pedindo liberdade para Cuba, que só existe ainda por ser uma ilha. Se estivesse no continente muito provavelmente a fuga de cubanos seria muito maior. Isso serve de alerta para os aficionados em Cuba, que acham que até a medicina deles é avançada... Engraçado, se é tão avançada por que não fazem “papers” internacionais? Ou melhor, por que chamaram um médico espanhol para cuidar de Fidel?
Diga-se, nada contra os cubanos e eles mereciam ser mesmo aplaudidos, mas o regime de Fidel merece sim toda reprovação. Não adianta nada ser ouro nos jogos pan-americanos ou olímpicos e não fazer parte do mundo. Ser somente um instrumento de ação política nas mãos de um governo autoritário. Aos que acham que a ditadura no Brasil foi cruel, pensem que em Cuba ela dura desde 1959, fazendo muito mais mortos e prisioneiros políticos do que a soma do Brasil, Chile e Argentina. E mais: não tem como acabar numa democracia. Não sem correr muito sangue antes. E sangue inocente.

Aos que falam que Fidel consegue fazer times maravilhosos com uma economia capenga, vale lembrar que lá se tem mesmo um programa de esportes e aqui não. Não é uma questão de igualdade, pois nos Estados Unidos e no Canadá tem programas e os resultados dos atletas são indiscutivelmente melhores que o de Cuba. Vai me dizer que o Canadá teve menos medalhas neste Pan que o Brasil? Sim teve, e na história dos Pans? Até a Argentina teve mais medalhas que o Brasil (aqui). Agora vamos colocar em valores proporcionais. Eu bem gostaria de saber quanto é o investimento anual real do governo cubano em relação à população e quanto é o dos Estados Unidos ou mesmo do Brasil. Isso falando somente em termos estatais. Se forem somar os investimentos privados daria, talvez, acho eu, um número igual ou muito próximo.
Cuba tenta encarar o gigante americano, obtendo sucesso em muitas modalidades, isso é inquestionável. Assim como é inquestionável a superioridade do Brasil em Copas do Mundo. Até aí, isso depende mais de sacrifício do atleta do que propriamente do investimento do país. Fazer guerra pelo esporte é uma verdadeira distorção da finalidade dos jogos. Mas, diga-se, isso foi inventado pelos Estados Unidos e pela extinta URSS. Não é a toa que os Estados Unidos não compareceram aos jogos olímpicos de Moscow em 1980, assim como a URSS não compareceu aos jogos em 1984 em Los Angeles. Em 1988, em Seul, na Coréia, os dois paises (ops... um país e uma reunião de paises forçados a competirem juntos) disputaram pela última vez essa besteira de guerra nos esportes. De 1990 até hoje, acredito que Cuba poderia ter parado com essa besteira, encaminhando seu governo a uma abertura maior, principalmente em termos de liberdades individuais. Sua economia, hoje baseada no turismo, poderia ser a real economia do esporte. É ruim ver nossos jogadores brilhando na Europa? Pior seria ver seus brilhos se apagarem.

julho 26, 2007

Mais Megadeth e sem querer

Estava lembrando que quando dei título a certa postagem, nada poderia ter, digamos assim, regado aquele momento se não Megadeth. Se trata de “The World Needs a Hero”, uma coletânea de músicas do Megadeth, cujo nome fiz uma pequena questão: “Why the world needs a hero?”. A postagem nada tem a ver com o Megadeth, pelo menos não diretamente, ou melhor, que eu saiba. A minha idéia era aquela que está lá, daquela forma e com aquelas palavras. Talvez o máximo que colocaria é dizer que gosto muito da personagem que foi Ayrton Senna. Talvez somente isso tenha faltado. Diria que dos meus 10, 12 anos até sua morte, foi a época que mais assisti F1. Mas como na verdade o Senna era coadjuvante naquele texto, não cumpria relaciona-lo de forma mais aprofundada.

Agora, por que Megadeth? Porque falar em Megadeth no meio de uma discussão sobre a “direita americana” é de uma falta de seriedade e conhecimento que não consta de nenhuma boa intenção, por mais infernal que ela seja. Seria o mesmo de falar que Gene Simons (Kiss) é republicano (pequenas ironias)...

What a Hell is from Megadeth, Arizona?

Não lembro ao certo se a frase acima era escrita com a grafia certa. Não consigo lembrar exatamente, pois li esta frase numa camiseta em 1995. Na época ouvia mais do que hoje a banda. Ainda não ouvi o novo disco, mas agora por pura preguiça. Já estou com ele aqui e pela primeira audição que tive, continua sendo o mesmo Megadeth de sempre. Aliás, isso quer dizer mais do que simplesmente o som, mas as letras também parecem ser coerentes com o Megadeth de sempre. Ou seja, um Megadeth é um Megadeth é um Megadeth (Nossa, muito Megadteh...).

Mas é interessante falar um pouco mais sobre Megadeth. Num vídeo do Metallica (não lembro o nome), onde falam mais de 9 horas sobre a banda, num de seus piores momentos, aonde a banda quase chegou ao fim, Lars Ulrich (baterista do Metallica) conversa com Dave Mustaine. Durante a conversa filmada, Dave diz que sempre se sentiu o número dois, que o Metallica era tudo que ele queria ser. Sou obrigado a dizer que o talento de Mustaine é algo que não se pode chamar, nem de longe, de número dois. Isso demonstra sua afinidade com aqueles cujo início de carreira fora conjunto.

Fora essa parte, Mustaine realizou ótimos trabalhos, junto com Marty Friedman e David Ellefson. Foram ótimos discos do rapaz vindo do Arizona. O Arizona é um dos estados americanos de menor densidade demográfica e onde existem muitas bases militares, fazendo com que a pouca população seja em grande parte formada por militares. Em Phoenix fica a fábrica da Caterpillar, talvez uma das maiores fábricas de equipamentos pesados do mundo. Também é bom explicar que a baixa densidade é por causa do clima desértico e não nenhum outro motivo diferente. Diga-se de passagem, o meio-oeste americano é praticamente um deserto, do Novo México a Nevada, passando pelo Arizona. Las Vegas, em Nevada é praticamente um oásis no meio do deserto. Próximo à Las Vegas, já no Arizona, fica talvez um dos locais naturais mais conhecidos dos Estados Unidos no mundo: o Grand Canyon. Como sempre, nos Estados Unidos pode parecer não ter absolutamente nada num lugar e quando menos se espera tem um milhão de pequenas coisas. No ano de 2000, atravessei o Arizona dentro de um Gray Hound. Fui de Miami, na Florida, até Los Angeles na Califórnia dentro daquele ônibus da Gray Hound, com suas confortáveis poltronas que em estado natural estão a 90 graus e reclinadas a 89. Passando, naquele verão de 2000, pela máxima temperatura de 115Fº (45Cº?). E, pasmem, não fui ao Grand Canyon...
Depois de atravessar o Arizona, nada melhor que ouvir Megadeth. É totalmente compreensível sua sonoridade. Nada no Arizona teria maior afinidade. Na minha volta à Florida, logicamente, fui de avião. Gray Hound novamente somente em curtas distâncias. E digo mais: bons tempos antes de 11 de setembro de 2001. Não digo nunca mais estaremos seguros de novo, mas que com certeza a liberdade daqueles anos está comprometida por longos anos.

Eu e Brian May

Não, eu não conheci Brian May pessoalmente. Muito gosto faria desse encontro, porém ele ainda não aconteceu, nem como espectador. Para quem não sabe quem é Brian May, ele é o guitarrista do Queen, banda formada por Freddie Mercury, nos anos 1970. Freddie Mercury é talvez uma das figuras mais conhecidas da pop music. Morto em 1991, ainda jovem e em plena atividade musical, era um dos maiores cantores de seu tempo, tendo feito um disco (ou um show, não lembro ao certo) com a cantora lírica Montserrat Caballe, se não me engano relacionado à Barcelona, onde foram realizados os Jogos Olímpicos de 1992. Isso sem contar a grandiosa carreira junto a sua banda, o Queen.
Mas retornado à Brian May, após a morte de Freddie Mercury, continuou gravando discos e tocando guitarra. Um bom guitarrista e foi precursor do que hoje se conhece por G3. Em 1992, durante um festival na cidade espanhola de Sevilha, Brian May tocou junto com outros dois guitarristas a música Liberty. Estes guitarristas eram Steve Vai e Joe Satriani. Aquilo foi o início do G3, que conta já com três DVD´s gravados (que eu conheço), onde Vai e Satriani tocaram com Eric Johnson, Yngwie Malmsteen e John Petrucci. Mas Brian May, antes de ser famoso músico do Queen, estudava astrofísica. E agora, quase trinta anos depois, retoma sua tese de doutorado conforme noticiado aqui.
Eis ai a única questão que temos em comum: buscamos um PhD. Mas eu estou longe dele. Nem sequer fiz um mestrado e estudo um tema já muito discutido nas faculdades, mas que ainda parece ser impenetrável nas mentes dos dirigentes sob qual o urbanismo esta tutelado. Quem sabe um dia eu e Brian May tenhamos nosso PhD. E como ele mesmo coloca na reportagem, com todo rigor e nada honorário. Só posso terminar esta postagem afirmando que Brian May se torna a cada dia mais influente em ser ele mesmo. Poucos músicos conseguem a proeza de mostrar o seu todo sem cair em estereótipos um tanto quando obscuros e mostrar com isso todo um interesse maior que ele próprio, para o que ele pensa. Em poucas palavras, mostrar que atrás daquele jeito existiu uma vida ligada a assuntos de interesses gerais e nem por isso ele precisou usar um terno, gravatinha e “cara de conteúdo”. Nem muito menos apela para questões de transcendência ou qualquer outro obscurantismo. Nem posso falar do conteúdo, pois é uma área da qual não entendo praticamente nada. Mas se esta fazendo sob a tutela científica e não esta sendo simplesmente um artista pop com diploma PhD, o tema deverá despertar alguma reação na comunidade científica (Eu acredito nisso... Porém posso estar enganado).

julho 25, 2007

Esquentando os tamborins


Uma imagem vale por dez palavras... Mas o que importa é que a Oktoberfest esta começando na Alemanha... Vai uma cervejinha aí? Vale lembrar que não é apologia ao álcool. Mas é apologia à festa de Baco remodelada!

Outro dia saí num bar maravilhoso, onde serviam a Erdinger no ponto e de forma correta. Raridade. (Weissbier)

julho 24, 2007

Reveillon 2005

Nada melhor que se despedir de 2005 em um clima cosmopolita. Esta foto foi no último dia de 2005. Nada demais falar um pouco sobre como eu soube do Epcot pela primeira vez. Foi em 1980, num programa de TV. Mostrava a maquete do que seria o Epcot. Até ali, não entendia muito bem o que era um parque de diversões. Ainda mais um parque que reproduziria a atmosfera de alguns países, que teria uma atmosfera futurista, um parque que naquele momento já tratava de algo que hoje parece modismo: “sustentabilidade”. Toda a água da chuva, que cai sobre a grande esfera é reutilizada. A esfera tem a proporção de uma bola de golf para um campo de sei lá quantos buracos, do tamanho dos Estados Unidos. Simbólico. Na faculdade de arquitetura aprendemos a ver a arquitetura de muitas formas. Um livro que foge um pouco da atmosfera que digamos assim impera nas faculdades de arquitetura é “Aprendendo com Las Vegas”, de Robert Venturi.

Vinte anos depois daquelas primeiras imagens, pisei lá pela primeira vez. Já conhecia Las Vegas, boa parte da Califórnia e um bocado da Flórida. Mas esta vez que estive lá foi especial. Passar a virada do ano de 2005 para 2006. Nada melhor que Epcot para isso. Poderia estar um pouco mais vazio, mas foi bem divertido...

julho 23, 2007

Jørn Utzon e Megadeth


Essa foto é uma das mais interessantes: Megadeth e ao fundo a Ópera de Sydney, projeto de Jørn Utzon. Uma das obras de arquitetura de que mais gosto.

julho 22, 2007

Pequenas notas sobre o tópico Companhia S/A Auto-estradas

Santo Amaro se torna bairro da zona sul do município de São Paulo em 1935. É importante saber que no período de 1890 a 1930, tanto São Paulo quanto Santo Amaro eram cidades de hábitos rurais, porém neste período ocorreu a industrialização na cidade de São Paulo, enquanto Santo Amaro continuava com sua economia agrária. Com o advento da construção da represa de Guarapiranga em 1906, e posteriormente com a represa Billings e a retificação dos Rios Pinheiros, Jurubatuba e Tietê, Santo Amaro tem outro valor regional e que muito estava ligado à estrutura de São Paulo.

Não obstante, a região que hoje compreende os bairros todos até próximo do bairro de Campo Belo pertencia ao município de Santo Amaro. Eram regiões rurais e o que hoje se conhece como Avenida Santo Amaro foi a primeira ligação rodoviária ligando Santo Amaro a São Paulo, cortando uma região de fazendas e chácaras. A população paulista e satamarense eram até meados de 1930 bastante reduzidas, ao se comparar com a atual.

Conforme já havia feito uma pequena postagem falando sobre a importância dos rios nas cidades (A cidade e o rio) a questão de projetos como o da Companhia Auto-estradas formataram em muito as regiões da cidade de São Paulo. Numa outra postagem mencionei que a região onde está o parque do Ibirapuera foi cogitada para se construir a sede do São Paulo Futebol Clube, que funcionava no local onde hoje é a sede da Portuguesa de Desportos, no bairro do Canindé. Muitos projetos existiram para muitas regiões de São Paulo. Minha pesquisa acadêmica foca exatamente aspectos da conservação dos antigos centros urbanos, como o de Santo Amaro, onde se podem tirar muitas questões de não planejamento da instalação de projetos de grande porte que geram impactos ambientais e urbanos e estes por sua vez acabam com a identidade urbana.
No caso de Congonhas, é nítido que a cidade sufocou o aeroporto. O que antes também havia acontecido com o Campo de Marte. Assim como aconteceu com as saídas para o litoral paulista (caminho do Mar, Anchieta e Imigrantes). O crescimento urbano de São Paulo é muito maior do que alguém algum dia pudesse planejar, principalmente nas décadas de 1960 a 1980. Assim chegamos a um misto de crescimento desordenado, falta de medidas de planejamento específico, mais conhecidas como “operação urbana”, onde uma das mais conhecidas na zona sul é Operação Urbana Águas Espraiadas, e uma terrível especulação imobiliária. Nada do que a Companhia Auto-estradas fez é pecado. Especulação imobiliária é um negócio e como outro qualquer motivado por ter de um lado uma demanda e por outro uma iniciativa (empreendimento). O problema é isso não ter limites estabelecidos em macro-escala. Construir e vender não é pecado, o pecado esta na falta de critérios para estas construções e a falta de prioridades públicas, ou falta de política urbana. É mais um problema de opção política, às vezes impopular, para garantir um futuro com certas qualidades ambientais. Isso foi comum em todos os paises do mundo, pois o crescimento populacional ocorrido após a segunda metade do século XX, foi mundial. Existem muitas soluções. Basta ter vontade.

Companhia S/A Auto-estradas – Uma história sobre Congonhas

Trechos retirados do livro: Guarapiranga – Recuperação Urbana e Ambiental no Município de São Paulo. Coordenação: Elisabete França. São Paulo: M. Carrilho Arquitetos, 2000. Páginas 48 a 50.

“Em 1925 formou-se a empresa S/A Derrom-Sanson, que tinha como objetivo a “construção e conservação de estradas de rodagem, terraplanagem, arruamento e calçamento” e serviços afins. (...)

Dois anos mais tarde, a empresa ampliou seu capital e alterou sua constituição; passou a ser a principal acionista da então criada S/A Auto-estradas. A iniciativa foi de Louis Romero Sanson, que conseguiu atrair para a nova companhia um seleto grupo de empresários, com nomes de expressão na sociedade paulista dos anos de 1930. A meta inicial da Auto-estradas era construir uma estrada pavimentada em concreto, ligando São Paulo a Santo Amaro. Mas na esteira desse objetivo vieram outros ainda mais ambiciosos e economicamente mais lucrativos, que foram conhecidos como “Projeto Interlagos”, quais sejam: as avenidas Washington Luís e Interlagos, o Aeroporto de Congonhas e a “Cidade Satélite de Interlagos”, compreendendo hotel, igreja e autódromo, em áreas destinadas para uso residencial, comercial e industrial.

Para por em prática todo este empreendimento. A companhia iniciou suas ações negociando grandes glebas de terras com os proprietários dos terrenos que seriam cortados e, consequentemente, beneficiados com a construção da estrada de rodagem. Parte das propriedades eram passadas para a S/A Auto-estradas, que acumulou um patrimônio imobiliário considerável, valorizado com a implantação dos seus próprios empreendimentos. Anos depois, a comercialização dessas terras passou a ser o principal negócio da companhia.

A construção da auto-estrada para Santo Amaro iniciou-se em 1927, pelo lado de São Paulo, e as obras forma concluídas só em 1933. O trajeto total tinha 14 quilômetros, começando na Avenida Brigadeiro Luís Antônio até o pedágio na Vila Sophia, próximo à Chácara Flora, seguindo uma variante para a represa.

(...) Em 1929, a auto-estrada foi inaugurada, com parte do leito em concreto e parte ainda em terra, pois o revestimento asfáltico foi concluído só dois anos depois. A empresa enfrentou problemas financeiros decorrentes da inadimplência de seus clientes, o que dificultou o andamento das obras, mas não chegou a paralisá-las. Em 1940, foi construída uma variante em direção à represa, que dava acesso exclusivo à Cidade Satélite de Interlagos e ao autódromo.

A propaganda da auto-estrada procurava passar uma visão da nova via, voltada para o automóvel (...). Porém, como nessa época eram poucos os que possuíam automóveis, a empresa implantou também uma linha de auto-ônibus entre São Paulo e Santo Amaro, para facilitar o acesso ao empreendimento.

A despeito de todas as suas iniciativas, os negócios da S/A Auto-estradas não iam bem no início dos anos de 1930. Um novo e grandioso empreendimento daria fôlego à companhia: em 1935 iniciaram-se as obras de uma pista de pouso, futuro Aeroporto de Congonhas. A aviação constituía, naquele momento, um ícone de modernidade e a população idolatrava aqueles que com suas máquinas cruzavam os ares. Eram cada vez mais freqüentes as travessias, os “raids” aéreos, as competições e apresentações de pilotos, na maioria vindos de famílias da elite nacional ou estrangeira.
Além do mais, São Paulo necessitava de outro campo de pouso, pois o existente Campo de Marte não atendia mais às demandas do tráfego aéreo e às exigências das companhias internacionais, Apesar de não ser proprietária, a Auto-estradas tinha opção de venda de uma gleba de 880 mil m² na região de Congonhas e lhe interessava comercializar essas terras para a instalação do novo aeroporto. Os argumentos técnicos para convencer o Governo do Estado a adquirir aqueles terrenos eram sua acessibilidade, visibilidade, drenagem e área disponível. Varias estratégias foram usadas para convencer o interventor estadual à época, Armando de Salles Oliveira, a optar, entre as ofertas em tela, pela região de Congonhas, e ele finalmente acabou autorizando a compra destas terras. Em 1938 o aeroporto já estava operando com vôos de passageiros e de cargas. Além de aviões militares, de treino e de turismo, conforme relatório da Secretaria de Viação e Obras Públicas de São Paulo.”

Um golpe em 1961...

Desde 2005, com uma pausa de reflexão bastante grande, venho apurando dados para uma pesquisa que sempre me chamou a atenção. Sempre tive muita curiosidade a respeito do referido “Golpe Militar”. Uma questão de lógica se firmava ali. Em 2004, tive um dos primeiros indícios do que sempre desconfiei. Aparentemente eu sempre desconfio de respostas prontas e rápidas, ou aquelas que dão margem a versões. Primeiro de tudo dessa pesquisa esta sendo a coleta de dados. Segundo aspecto a coleta de versões, que são importantes por acompanharem fatos, mesmo que a interpretação deles seja menos importante. A bibliografia sobre o período, de 1964 a 1984 é bastante escassa e o pior de tudo que os agentes, de um dos lados, praticamente não mais existem. Do outro parece existir sempre um viés ideológico. O pior de tudo é não saber onde realmente estou pisando.

Para mim esta pesquisa será de fundo científico, e, claro, tem um objetivo maior, que deverá servir para no futuro como base para outra pesquisa. Eu procurei saber primeiramente por que o estudo de história no Brasil sempre foi muito complicado. Primeiro os agentes da história não faziam questão de escrever sua versão e, segundo, quando o faziam era quase fantasiosa. Ter acesso a um livro como “A Arte da Política”, de Fernando Henrique Cardoso, é quase uma raridade brasileira. É um livro baseado em fatos, não em versões. O interessante que é escrito por um agente da história, o próprio presidente. Voltando ao caso do “Golpe” a primeira vez que tive contato com algo reproduzido de forma um pouco mais isenta, foram os quatro volumes escritos por Elio Gaspari: “A Ditadura Envergonhada”, “A Ditadura Escancarada”, “A Ditadura Derrotada” e “A Ditadura Encurralada”. São notas que não acabam mais. Mas finalmente pela primeira vez alguém mostrou de cara que o período não foi homogêneo. O que já vários pesquisadores apontavam para isso, principalmente no primeiro período, governado pelo Marechal Humberto de Alencar Castello Branco.

Outro caminho que resolvi acrescentar foi mapear nomes e fazer uma breve biografia de cada agente. Comecei e não acaba mais de aparecer nomes. O mais interessante foi saber que Castello Branco fora chefe de gabinete do presidente Marechal Eurico Gaspar Dutra, eleito em 1945 e governado até o final de seu mandato em 1951, onde passou democraticamente a presidência para Getulio Vargas, eleito em 1951. No aprofundamento da pesquisa, é nítido que o governo de Dutra, onde se destacaram alguns planos desenvolvimentistas, aparecem outras questões, como a própria eleição de 1945, onde surge o Brigadeiro Eduardo Gomes. Fernando Moraes, um escritor que tem já em seu currículo algumas biografias, entre elas uma que agora deverá sair em breve, escreveu recentemente uma biografia sobre o Brigadeiro Montenegro. Eduardo Gomes e Montenegro foram duas figuras importantes no cenário nacional, normalmente em lados opostos.

O mais interessante de fazer esta pesquisa é que ela “não se enquadra no perfil” da minha formação. Foram-se os tempos em que o meio acadêmico brasileiro era formado de reais pesquisadores. Hoje em dia, uma formação tem que se pautar em diretriz especifica da formação do seu “perfil”. Ou seja, não importa que você tenha um plano de pesquisa com hipóteses, material bibliográfico, metodologia de trabalho, identificação de todo os agentes promotores, o fato de ser arquiteto me impede de trabalhar um tema da sociologia ou história (desde que não seja ligada diretamente à história da arte). Logo decidi fazer esta pesquisa com próprio empenho e com o auxilio de alguns outros curiosos. Mas sempre me restringindo a encontrar os fatos e conclusões sozinho. O mais interessante esta sendo ver que a maré é bem contraria a lógica dos fatos. E se fica num clima de mais expectativa para ver os fatos se desdobrarem. Isso inclui um recente lançamento do livro, que ainda não tive a oportunidade de ler, do ex-ministro do exército General Sylvio Frota. Cada ano aparece mais possibilidades, o que era de se esperar, afinal já passa de mais de vinte anos de abertura política.

O que é interessante que não foi uma “guerra” da qual existiu lados vencedores e fracassados. E justamente por isso existiu anistia, para os dois lados. Isso é de uma importância altíssima e sem esse detalhe se complica muito o entendimento de vários aspectos desse período histórico. Como falei logo no começo do texto, um fato que me chamou muito a atenção foi um artigo do jornal “O Estado de São Paulo” de 2004, mostrando uma lógica do que aconteceu naquele ano de 1964. Não reproduzo o artigo aqui, pois existe todo um caráter de assegurar as minhas fontes e mais ainda, checar por todos os lados a hipótese. Se fosse conclusivo eu colocaria aqui e daria meu endosso, como prova. O que mais quero com essa postagem é que a reflexão de um período não cabe em poucas linhas e poucas idéias e nem foram poucos os que agiram para uma coisa e outra coisa. E muito menos serve de prova uma reportagem de jornal. Em setembro desse ano tinha planejado uma viagem, por onde passaria em Washington, justamente para ter acesso a mais documentos desse período, na visão americana. Não tenho pressa para seguir esta etapa da pesquisa ainda, pois muita coisa já pode ser acessada e necessito de muito mais tempo do que eu me dedico a esta pesquisa para as devidas traduções dos trechos do que já tenho (e o que é de domínio público). Além da versão americana tem a versão francesa dos fatos. Esta quase obscura para as lentes deficientes da crítica histórica brasileira.

Mas uma questão eu coloco aqui, e, sem dúvida, é mais importante e honestamente pautada mais por uma lógica do que por uma questão de versão. Se existiu “apoio” americano para o “Golpe”, existia apoio soviético para a “revolução”? Muito importante para esclarecer certas dúvidas é que quando um sistema de segurança é desarticulado ou extinto seus documentos não podem simplesmente ser colocados como acesso público. Pois ali existe verdade, mesmo que grande parte seja fruto de paranóia ideológica. Sabe-se de muitos documentos da CIA. Sabe-se das suas atuações no exterior. Assim como se sabe da Interpol, dos sistemas de segurança franceses e dos israelenses. O que não se sabe, ou melhor, não se publica em português, sobre como agiu a KGB e em que paises tiveram suas articulações. Nitidamente sabe-se das articulações em Cuba. Isso é fato, e não versão. E, como já disse um grande estudioso num assunto ligado a Maçonaria, é que o êxito de uma sociedade secreta é permanecer secreta.

Aos amigos só tenho a dizer que esperem com muita paciência a minha emissão dos fatos. Pois, por mais que este tema me agrade muito, ele no momento é secundário. E mais que isso, a importância dele para se entender o atual momento, passados estes mais de vinte anos, vem perdendo sua importância e assim digo que estamos chegando à adolescência da redemocratização no Brasil. E como qualquer adolescência é cheia de verdades que se desmancham com a idade e a maturidade.

A maturidade é proveniente daquilo que não se entende. O esforço para o entendimento é em grande parte escutar e observar as atitudes daquilo que está próximo à sua volta. Não se deixar levar pela proximidade dos fatos e assim captar a sensação e desta ter a certeza nas atitudes tomadas. É lógico que a proximidade da minha família com a do Presidente João Belchior Marques Goulart me anima bastante para tocar esta pesquisa, que acredito publicar na forma de um livro em 2016. Essa data tem todo um plano. Não é à toa. Desde os anos 1960 a distancia entre as famílias aumentou, praticamente quando da mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília. O que tenho são os inúmeros depoimentos daqueles meus tios e tias velinhos, dos quais muitos já se foram. Mas era agradável demais conversar com eles. Em muitos casos ouvia as histórias de São Petersburgo, quando criança, e achava que era somente uma época. Nunca esperaria ver, com meus próprios olhos, aos quatorze anos, que aquelas histórias dos anos 1940 eram mais vivas do que nunca, naquele início de anos 1990.

E para finalizar este pequeno texto, tenho em mente uma outra pesquisa, que já andei muito nos últimos dois meses. Esta sim, ligada ao meu “perfil”. Falarei mais dela em breve.

Notas de Rodapé

Ao falar de Fernando Moraes, ele é o biografo de ACM – Antonio Carlos Magalhães. Ele iniciou estes trabalhos biográficos em 1996. Estava com eles não conclusos justamente esperando a aposentadoria do então senador, falecido nesta última sexta-feira, 20 de julho de 2007. Esperava lançar esta biografia já com ACM fora do meio político, pois isso é muito ruim para um biografo fazer uma biografia de quem ainda atua e tem possibilidades de influenciar direções nacionais, caso do senador. O que ele poderia ter feito é um primeiro tombo, Volume I, algo assim, e tentar dividir o período político do senador. Pois o lançamento da biografia com ele já fora da cena terrestre, deixa uma dúvida de suas críticas ao escritor. E por outro lado deixa Moraes a trabalhar mais tranqüilo, sem a pressão de colocar fatos constrangedores. Não sei, mas preferiria a versão analisada pelo biografado.

Por que 1961?

Bem, esse título não poderia nascer se não de uma música que ouvi aos quinze anos de idade. Isso dá outro tópico. Mas vai a letra:
O Sonho é Popular (1991) – Engenheiros do Hawaii

“a pampa é pop
o país é pobre
é pobre a pampa
(o PIB é pouco)
o povo pena mas não pára
(poesia é um porre)
o poder
o pudor
VÁRIAS VARIÁVEIS
o pão
o peão
GRANA, ENGRENAGENS
a pátria
à flor da pele
pede passagem...PQP
o sonho é popular
eu li isso em algum lugar
se não me engano é Ferreira Gullar
falando da arquitetura de um Oscar
o concreto paira no ar
mais aqui do que em Chandigarh
o sonho é popular
UMA PÁGINA ARRANCADA
UM SEGREDO MANTIDO
EM PASSAGENS SUBTERRÂNEAS
SOB A PRAÇA DA MATRIZ
UMA STÓRIA MAL CONTADA
UMA MENTIRA REPETIDA
ATÉ VIRAR VERDADE
(UMA PÁGINA VIRADA)
UMA PÁGINA SUBTERRÂNEA
UM SEGREDO ARRANCADO
EM PASSAGENS MAL CONTADAS
ATÉ VIRAR VERDADE
A VERDADE A VER NAVIOS
UMA MENTIRA REPETIDA
...REPETIDA, REPETIDA
NUMA PÁGINA QUALQUER
UM GOLPE EM 61
UM GOLPE QUALQUER
NUM LUGAR COMUM”

julho 19, 2007

Não raro...

Não raro é procurar o culpado...
Não raro é ao saber que é o culpado, desconversar ou silenciar, para tirar o corpo fora...
Não raro é dividir a culpa e não arcar com a responsabilidade...
Não raro é trocar o certo pelo incerto... Só para ver se melhora....
Não raro é ver que dá trabalho dar rumo ao país...
Não raro é ver que o ranzinza de ontem é o certo de hoje...

Por que digo isso? Porque...

Não raro vejo pessoas a me falarem abóboras a respeito daquilo que não entendem...
Não raro é ver que o Josué tinha razão...
Não raro é ver que o óbvio, no Brasil, parece “teoria da conspiração”...
Não raro é saber que o silêncio dá mais medo que o barulho...
Não raro é não saber quem estava de que “lado” em 1964...
Não raro é não saberem quem “ditou” as regras entre 1930 e 1945...
Não raro é não ter lido “Memórias do Cárcere”...

Quer mais?

Não raro é não saber quem era presidente da ONU quando da criação do Estado de Israel...
Não raro é ouvir que Geoge Bush é “genocida” e Fidel Castro é um “democrata”...

Por que o governo Lula tem culpa no acidente da TAM?

Por Cesar Maia, prefeito da cidade do Rio de Janeiro:

Ex-blog do Cesar Maia em 19 de julho de 2007:

“1. Ontem -no Rio-Centro, durante o PAN - a assessoria de comunicação do governo federal distribuía para a imprensa alguns "papers" sobre o que o governo federal vem fazendo. Um deles tinha o seguinte título: MINISTÉRIO DO TURISMO APLICA 107 MILHÕES DE REAIS. Quando se lê o texto se verifica que estes 107 milhões de reais foram aplicados no novo terminal do aeroporto Santos Dumont no Rio. Como a Infraero pertence ao Ministério da Defesa, fica-se pensando na seriedade daquele "paper".

2. Mas se a Ministra do Turismo se atribui responsabilidade sobre as obras de um aeroporto interno do Rio, por muito maior razão deve se atribuir responsabilidade sobre as obras do maior deles, o aeroporto de Congonhas. Coerentemente, a ministra deverá ser ouvida sobre as obras de lá... assim como chama a si, as de cá. (...)”


Quando vai tudo bem, o governo colhe os frutos (como no caso da super-safra de soja), mas na hora que as coisa vão mal (acidente da GOL, acidente da TAM, caos aeroportuário) a responsabilidade é de governos passados. Para ser mais exato, só não conseguiu até hoje culpar FHC da corrupção do seu governo...

Sempre tive muitas críticas ao governo de Fernando Henrique Cardoso, mas isso vai para outro texto, onde posso falar exatamente o porquê das coisas. Isso num outro dia, que eu esteja menos revoltado. Só posso dizer que nunca, em momento nenhum, achei que Lula ou PT fosse solução para o Brasil.

Em 2004 falei que o governo teria que melhorar a infra-estrutura, isso incluiria além do fornecimento de energia (hidroelétricas), mudanças nos portos e aeroportos, além de estradas e outras benfeitorias. Não se pode negar que o último governo que trabalhou nesse sentido não era eleito pelo povo.

Agora vamos aos fatos de Congonhas.

O aeroporto é mais antigo que os bairros que o circulam. Não se pode fechar aquilo que veio antes. Pode-se e foi levemente esboçado pela Infraero, vetar aeronaves de maior porte de pousar em Congonhas, como a do acidente da TAM. A segurança dos passageiros e dos habitantes à área do entorno do aeroporto sempre deveria ser prioridade. Sendo assim algumas medidas deveriam ser tomadas. A priori estariam ligadas às pistas de pouso e decolagem. O que importa agora é realmente avaliar isso para o futuro. Diminuir o fluxo do aeroporto e propor um novo aeroporto. Pensando já numa rede que pudesse ser ligada ao metrô e trens da CPTM. Reformar o Campo de Marte também seria uma alternativa.

O transporte aéreo em todo mundo passa por dificuldades. Dificuldades financeiras, diga-se. Logo se vê que no Brasil acontecem coisas absurdas. Nos últimos dez anos, talvez quinze, o número de brasileiros aumentou nos aeroportos. Ao mesmo passo que empresas sumiram do mercado, como a Transbrasil, VASP e a Varig. Eram mal administradas? Eram... Deveriam ser ao menos. Coisa que a Gol não é, pelo menos aparentemente. A TAM cresceu. Teve sua primeira mancha na queda do avião em 1996. Era culpa do avião. Ao menos até hoje não se esclareceu isso com tanta certeza. Dois dias atrás acontece essa tragédia em Congonhas, onde não só a aeronave como o edifício em que ela se chocou, são da TAM.

Pouco mais de 10 meses, dois aviões se chocam no ar. Depois se desencadeia uma onda de atrasos e surgem hipóteses de deficiência nos sistemas de controladores de vôo. Nada provado. Ainda. Porém o ministro da economia diz que isso é culpa de uma “pujança econômica”. A ministra do turismo diz que é uma questão de relaxar e gozar. Não raro se verá que a culpa que cabe ao Estado, de proteger a população de acidentes, já que o governo é o controlador do espaço aéreo e de seus portos, será esvaziada em demagogias e em busca de culpados, quase sempre nunca encontrados. Ao se encontrar um, se divide a culpa dele com outros, já que a culpa é sempre de quem veio antes. Poderia ponderar aqui todos os tópicos acima e dizer que não é uma questão de politizar a questão, mas nunca ates nesse país estivemos tão inseguros nos céus.

E digo mais: o caminho que esse governo toma, não é em busca da democracia. Nem em busca dos cidadãos. Nem em busca de soluções para os problemas. Mas em busca dos interesses dos empresários. Mas em busca de um novo modelo de país, do qual você será “salvo”. Se você acredita em salvação que não seja sagrada, confie nesse governo que com certeza você vai conseguir chegar lá. Tomara que não seja como as quase 400 vítimas dos dois acidentes, TAM e Gol. E tomara que também não seja como as quase 40 mil mortes ligadas ao narcotráfico, área onde o governo federal atua com verdadeira “presença”. Tomara também que não seja com a fome continuada dos atendidos pelos “programas sociais”. Bem, eu já fui longe demais do tema. Fico por aqui, revoltado com essa forma de ver o mundo. Que não é minha, mas desse governo, que em 2002 pregou que seria a “salvação”. Eu votei no Serra.

Lembro, como se fosse hoje, de um programa de Garotinho, que em sua mão estava “a carteira de trabalho” e ao fundo a foto de Getúlio Vargas... Em nenhum momento ele falou em quantas pessoas morreram nas mãos daquele que criou a “carteira de trabalho”. Claro, ele não leu “Memórias do Cárcere”. E ele nem deve ter lido “Olga”. Nem ele e nem o Lula. O Ciro Gomes virou ministro de governo. Como disse acima, não raro achar que fatos comprovados são “teorias da conspiração”. O engraçado é saber que a “Carta do Trabalho”, feita por Vargas, era inspirada (copiada) da “Carta del Lavoro”, de Benito Mussolini. Assim como saber que a única oposição que Lula tem hoje é de uma meia dúzia de bons samaritanos que não são cegos e muito menos ignorantes.

Infelizmente eu sozinho nada posso fazer. Escrevo aqui para uma parcela de amigos, dos quais não espero que concordem comigo, pois, como dizia Nelson Rodrigues, toda a unanimidade é burra.

julho 18, 2007

Palavras...

Faço minhas as palavras de Cesar Maia:

Ex-Blog do Cesar Maia em 18/07/2007:

“É HORA DE ORAÇÃO E SOLIDARIEDADE COM AS FAMÍLIAS!

Uma tragédia como essa no aeroporto de Congonhas não pode levar a especulações a respeito de causas. O momento é de consternação, solidariedade com as famílias e muitas orações. As equipes técnicas que investigam devem trabalhar em profundidade e sem açodamento para que - ao lado das conclusões - venham as medidas que impeçam que outras tragédias ocorram.”

julho 17, 2007

Aviões

Hoje também foi um dos piores dias da aviação brasileira. O acidente ocorrido no aeroporto de Congonhas é uma tragédia. Provavelmente a pior tragédia em aeroportos no Brasil. Tivemos o ano passado o acidente envolvendo a aeronave da Gol e à quase 11 anos atrás a queda do avião da TAM no bairro do Jabaquara.

Tinha escrito logo no começo do blog sobre meu receio de andar de aviões: Aviões I, Aviões II, Aviões III, Aviões IV e Aviões V. Tentava ser bem humorado. Mas em todos os casos existe muita tristeza.

Sobre os Jogos Pan-americanos de 2007

Espero que o Brasil ganhe mais medalhas que Cuba. De ouro, claro. Até o momento posso dizer que a participação brasileira esta indo muito bem. Hoje em específico, com duas medalhas de ouro na natação, batendo o recorde pan-americano. Sem maiores interpretações. Essa pequena disputa entre Cuba e Estados Unidos (perdida por Cuba a milhas de distância) é simplesmente ridícula. O melhor de tudo foi o desertor de Cuba, que resolveu que ficará no Brasil após os jogos. Espero que o governo, amigo de Fidel, não resolva manda-lo de volta.

julho 15, 2007

Megadeth

Não posso dizer nada, pois ainda não escutei o novo disco do Megadeth. Mas lendo aqui, ao que parece Mustaine está indo muito bem! Vou pesquisar.

A parte das idéias debatidas no álbum, o que eu acho mais absurdo é quem não gosta de heavy metal se importar em fazer comentários. Esse “beautiful people”... Não tem mais o que fazer mesmo. Eu não comento o que o Boy George faz... E nem me interesso em saber...

Novo portal do Estadão

Parece que essa nova reformulação do portal do jornal "O Estado de São Paulo" esta melhor que a última, mas ainda assim, estou meio confuso. O índice de noticias que era tão bom, agora está um pouco mais chato. Com o tempo me acostumo de novo. Fazer o que...

Brasil de Dunga

Quem diria! Ganhar da Argentina e de goleada. O primeiro tempo foi bom, com o Brasil praticamente tendo maior domínio da partida. Belo gol, logo aos 4 minutos, de Júlio Batista e depois um gol contra da Argentina, mostrava o quanto o time (da Argentina) estava atrapalhado. A Argentina vinha com uma campanha nesta competição melhor que a do Brasil e tinha todas suas estrelas em campo. No segundo tempo a Argentina melhorou muito e o jogo foi bastante truncado, com um número excessivo de faltas. Tendo até cartão amarelo para o goleiro Doni. Tevez que merecia um, só ganhou mais tarde. E o terceiro gol brasileiro veio com certa facilidade até, num belo passe de Vagner Love para Daniel. Parecia que a Argentina estava jogando totalmente a frente, assim o contra ataque brasileiro ficava livre.
Mesmo Robinho não brilhando, o time conquistou essa vitória com muita garra. Assisti a partida pela Rede Globo e, segundo Galvão Bueno, faz 14 anos que a Argentina não ganha um título de expressão no futebol. Agora, sobre Dunga sou obrigado a dizer que sua atuação foi boa durante esta competição. Para seu currículo ganhar uma Copa América com pouco mais de um ano de seleção e ao mesmo tempo de experiência como técnico é talvez inédito no mundo. Vale uma pesquisa. Vamos ver até quando ele permanece no comando da seleção. Muito provavelmente até ano vem está garantido. Faço uma aposta que ele fica até a Olimpíada. E se ganhar a medalha de ouro na Olimpíada virará praticamente uma lenda entre os técnicos do mundo. Mais um ano e saberemos.

The Pritzker Architecture Prize

Um dos maiores prêmios que um arquiteto pode ter é receber o Pritzker. No Brasil somente dois arquitetos tiveram este privilégio: Paulo Mendes da Rocha, em 2006 e Oscar Niemeyer, em conjunto com o americano Gordon Bunshaft, em 1988. Este ano o prêmio foi para o arquiteto britânico Richard Rogers. Rogers é conhecido mundialmente por ter projetado, em conjunto com Renzo Piano, o “Centre Georges Pompidou” em Paris, em 1970.

O prêmio teve sua primeira edição em 1979, homenageando o arquiteto Philip Johnson (1906-2005). Em suas quase trinta edições homenageou praticamente todos os grandes arquitetos do século XX. A lista completa abaixo:
1979 – Philip Johnson (EUA)
1980 – Luis Barragán (México)
1981 – James Stirling (Inglaterra)
1982 – Kevin Roche (EUA)
1983 – Ieoh Ming Pei (China? EUA)
1984 – Richard Meier (EUA)
1985 – Hans Hollein (Áustria)
1986 – Gottfried Boehm (Alemanha)
1987 – Kenzo Tange (Japão)
1988 – Oscar Niemeyer (Brasil) e Gordon Bunshaft (EUA)
1989 – Frank O. Gehry (EUA? Canadá?)
1990 – Aldo Rossi (Itália)
1991 – Robert Venturi (EUA)
1992 – Álvaro Siza (Portugal)
1993 – Fumihiko Maki (Japão)
1994 – Christian de Portzamparc (França)
1995 – Tadao Ando (Japão)
1996 – Rafael Moneo (Espanha)
1997 – Sverre Fehn (Noruega)
1998 – Renzo Piano (Itália)
1999 – Sir Norman Foster (Reino Unido)
2000 – Rem Koolhaas (Holanda)
2001 – Jacques Herzog e Pierre de Meuron (Suíça)
2002 – Glenn Murcutt (Austrália)
2003 – Jørn Utzon (Dinamarca)
2004 – Zaha Hadid (Iraque? Reino Unido)
2005 – Thom Mayne (EUA)
2006 – Paulo Mendes da Rocha (Brasil)
2007 – Richard Rogers (Ingraterra)

O Sorriso da Paula Toller

Neste sábado de madrugada, a cantora Paula Toller, nascida em 23 de agosto de 1962, se apresentou no programa Altas Horas, de Serginho Groisman na Rede Globo. Além de Paula Toller apresentando músicas de seu segundo álbum solo, estavam os atores Erik Marmo e Ney Latorraca. Além do sorriso de Paula, que é fascinante, mostra toda sua beleza, eu acho um pouco impossível falar que ela já esta com quase 45 anos de idade. Eu ainda lembro dela nos anos 1980, quando “Kib Abelha e Os Abóboras Selvagens” era uma banda nova, uma revelação. E hoje com mais de duas décadas de existência. Na verdade só parei para pensar nisso após uma pergunta de Ney Latorraca, ao perguntar como ela mantinha a beleza. Até aquele momento eu tinha ainda a impressão que ela tinha 30 anos de idade...

A respeito dos discos de Paula, eu já sabia que tinha lançado, pois vi alguns outdoors pela rua. O que eu acho estranho ver é outdoors. Mas não me arrisco a dizer muito, pois acabei dormindo depois do primeiro bloco do programa. Afinal já eram altas horas... O interessante foi saber que ela tinha um disco solo anterior, com regravações de músicas que ela ouvia na infância. Fico sempre pensando em que será que estas pessoas ouviam e fico feliz em saber que era Noel Rosa, Carmem Miranda. Isso dá uma linha de pensamento do que se passou no Brasil, para hoje isso parecer algo muito raro. Eu senti isso outro dia ouvindo uma bate papo com o ex-senador Artur da Távola, um dos grandes conhecedores de música no Brasil.

Professor Dunga

Eu realmente detesto aquela típica expressão de jogador ao se dirigir ao técnico como “professor”. O Dunga, ou melhor, professor Dunga, hoje se dirigiu ao ex-técnico da seleção brasileira Mário Jorge Lobo Zagallo, como professor Zagallo. Hoje, pelo que entendi no Esporte Espetacular, faz dez anos que Zagallo fez aquela declaração: “Vocês vão ter que me engolir”. E se Dunga ganhar a competição seria um “teremos que engolir um Dunga”. Eu realmente não acreditava na possibilidade do time brasileiro chegar à final da Copa América. Mas, hoje, sendo a final contra a Argentina, torço muito pelo Dunga e espero que Robinho brilhe bastante. Nada melhor que aquele comercial da Gol, onde o protagonista gripa pela janela (em Buenos Aires): “Pentacampeão!”

PS.: Nada contra os argentinos, mas que o comercial é bom , é. E ganhar deles nas finais também.

O Pan e a paciência

Ainda bem que não escrevi nada sobre o Pan. Teria esquecido alguns aspectos importantes tais como as vaias que Lula teve e inicialmente não entendi as vaias aos americanos. Pois, havia esquecido aquele cartaz do “Bem vindo ao Congo”. Ou seja, muito complexo falar sem ter paciência de saber todos os fatos. A melhor coisa é esperar para ver o que acontece, sem se intoxicar com a “vontade de medalhas” das redes de televisão. Elas virão ao mesmo paço do esforço empregado pelos atletas e, lógico, da história anterior deles. Não adianta esperar muitas medalhas sabendo de como é a “maravilhosa” infra-estrutura do esporte no Brasil. Só para dar um dado, são hoje no Brasil mais de 500 mil jogadores de futebol (profissionais) e na esgrima, são 500 atletas praticantes (profissionais). Se o Brasil perdesse para a Jamaica no futebol seria sim uma desgraça, mas se não ganhar mais medalhas na esgrima, faz sentido. Não sei dizer quantos habitantes tem a Jamaica, mas com certeza não passa de alguns milhões (se chegar a isso). Só de jogadores profissionais temos nada mais que a população inteira da Jamaica. Fica um pouco óbvio termos uma seleção melhor que a deles. Mas, lembrando que os Estados Unidos devem ganhar a maioria das medalhas dessa competição, não quer dizer que somente o número absoluto seja significativo. Pois a estrutura que se tem de esporte nos Estados Unidos possibilita certos resultados, como o 2 x 1 contra o Brasil na Copa Sub-Vinte de Futebol, realizada no Canadá. Aliás, quantos eventos esportivos ao mesmo tempo: Copa Sub-Vinte, Pan e Copa América.

julho 11, 2007

Fly by Night

“(...) Fly by night, away from here
Change my life again
Fly by night, goodbye my dear
My ship isn't coming and I just can't pretend

Moon rise, thoughtful eyes

Staring back at me from the window beside
No fright or hindsight
Leaving behind that empty feeling inside (...)”

Fly by Night – Rush

Nada melhor que ouvir Rush quando não se esta tão bem...

Uruguai

Sobre o jogo que levou o Brasil à final da Copa América, transmitido ontem, finalizado nos pênaltis: Por um instante achei que o erro ao bater o pênalti era o fim do Brasil na competição que mal assisti. Mas o Uruguai foi pior. O Uruguai tem tradição em ganhar do Brasil de virada... No Maracanã... Em 1950...

E quem diria, hein, Dunga na final!

E se falando em futebol, ótimo texto de Daniel Piza.

julho 09, 2007

9 de julho

Hoje se comemora o inicio da Revolução Constitucionalista, que em 1932, polarizou o Estado de São Paulo contra o resto do país exigindo uma Constituição. É sempre bom lembrar que em 1930, Getulio Vargas tomou o poder à força, depois da derrota na eleição para o paulista Julio Prestes. Ali foi o fim da República Velha, da República do “Café com Leite”, onde se alternavam no poder sempre um representante mineiro (leite) ou um paulista (café).

Sempre é bom lembrar porque isso acontecia. No Brasil era somente permitido ter um partido político por Estado da Nação, assim sendo dois estados ou mais se coligavam e elegiam o presidente. Assim se associaram por anos os estados de Minas Gerais e São Paulo, naquele momento as maiores elites econômicas brasileiras. Veja que o café chegou a representar para o Brasil 60% da economia brasileira, durante o auge do que hoje se considera “ciclo do café”. Para se ter uma idéia, a soja durante seu maior momento até hoje (safras de 03/04), com mais de 50 milhões de toneladas, sendo o Brasil segundo maior produtor do mundo e maior exportador do grão, não se chega a 16% da economia. Para se ter uma idéia, esses 16% é maior que a economia de vários paises da América do Sul juntos.

E se lutou naquele ano de 1932 por uma constituição. Era uma exigência que um governo, mesmo sendo ele totalitário, tivesse uma constituição. Assim como durante o regime militar também fizeram uma constituição. E finalmente em 1988 fizeram a Constituição que hoje esta em vigor. É interessante lembrar que ao se proclamar à República no Brasil fizeram também uma nova constituição, revogando aquela feita pelo Imperador, que era até então uma das mais duradouras no mundo. Viva São Paulo, por ter enfrentado aquela ditadura de Vargas para conquistar direitos para todos os brasileiros.

Às vezes sim, às vezes não... (Parte V - Resumo)

Resumindo tudo. O elo nessas postagens é o fato de tentar entender que nossa sociedade atual também possui seus mitos. Não estamos livres disso, pois sabemos (conhecemos) os mitos das sociedades antigas e não sabemos quais são os atuais.

Comecei comentando que existiam questões que foram pouco discutidas naquele início de orkut, onde muita gente escreveu sobre vários aspectos e a discussão não passou de uns poucos dias. Uma delas é que no orkut em cada comunidade a que se pertencia era como um selo, uma identificação de preferências pessoais. Era uma colocação de questões das quais ou você fazia parte (ou fez no passado) em contradição com outras. Algo como estar na comunidade do Corinthians e do José Saramago, ao mesmo tempo. E ali, um pouco da história de cada um era contada, como por qual colégio passou, etc. Colocando a segunda questão, da falta de articulação ou desligamento com a história. Onde voltei a isso na parte III, pontuando um exemplo sobre os Beatles.

Ainda na parte I, coloquei a questão do esporte e das drogas. O esporte é valorizado a um bom tempo, desde os anos 1930, sendo bastante ampliado nos anos 1960, sempre como prevenção à saúde. Já as drogas, coloquei a questão de o quanto existe de preconceito a respeito de umas e preconceito a favor a respeito de outras. Se fosse ampliar este espectro, poderia colocar até chegar a outras questões, desde religião aos preconceitos vários existentes nas sociedades, desde poder econômico até questões culturais. Em suma, mais uma contradição: esporte é valorizado como um hábito saudável e da mesma forma existe uma preconceito a favor das drogas, que não é saudável, de forma alguma.
E a ultima questão, que ficou a mais confusa de todas, está nas questões dos padrões do amor. Onde acredito que todas as melhoras sociais são esquecidas por questões fantasiosas, onde se espera a continuidade de vários aspectos que foram abolidos, ou melhor, que atualmente não fazem mais sentido. Mas de qualquer forma, se tenta mitificar, assim criando uma nova cultura de consumo do amor, como produto. O que não é bem assim, mas que se interligando todos os aspectos chegamos à conclusão que se compra mais uma imagem a uma realidade. São os novos mitos modernos. Nem tão novos e nem tão modernos.

Às vezes sim, às vezes não... (Parte IV)

Para caminhar entre as partes deste texto, realmente é necessária a leitura na ordem do I ao IV. E ainda terá pelo menos o V (contando com esse IV).

No último tópico fiz um exemplo baseado na música e sua colocação no contexto geral. Agora quero colocar a outra questão baseada nas relações do amor. É tão difícil fazer esse texto, a primeira parte surgiu tão facilmente e os aspectos colocados como a falta de continuidade histórica da parte I, entraram novamente na parte III. De uma forma geral eu só separei por questão de apresentar todas as idéias, mas ainda de forma a organizar melhor posteriormente.

Numa relação onde as causas e efeitos acabam se confundindo, onde se tenta encontrar uma padronização um pouco ilógica para o amor, aparece alguns aspectos que ultrapassam a minha paciência. É um pouco lógico que ao se unir a uma pessoa seu desejo seja o de curtir aquilo tudo junto. Mas nem sempre a sua atividade geral deixa isso acontecer na plenitude. Vai se adaptando, afinal nem tudo que é desejado é possível, ou mesmo nem tudo que é desejado é admissível. Isso é extremamente simples em sua essência, mas extremamente complicado em sua execução. Mas quando não se tem a vontade de criar uma história, nada se pode fazer. Uma questão de se basear em um alicerce tão fraco não é tão complicada quanto um alvo que não é aquele que você realmente deseja. Como dizia Shakespeare: “Se seus sonhos estiverem nas nuvens, não se preocupe, pois eles estão no lugar certo; agora construa os alicerces.”

Bem, vamos tentar fechar. Não adianta tentar atravessar as fases de construção das relações do amor. Estas são naturalmente construídas se há um objetivo para isso. Não existe nada ai que não seja uma mistificação de um processo que é, em si, algo que não se tem explicação racional. E por este lado, se cria uma produção de cunho cultural, onde desde o casamento até o relacionamento sem comprometimento tentam se basear em razão e lógica. Alguém que escape a isso fica com um ar de “alternativo”, quando exatamente desde os anos 1960 o mundo caminha para a resolução dessa questão e tentar dar o máximo de liberdade para as relações amorosas. Ou seja, para aquelas raparigas que acreditam que ao se chegar a certa idade já deveriam estar casadas, sugiro pensar dois aspectos: O que foi que construiu para isso e o quanto isso é realmente importante? Com essa resposta, todo o resto estará já resolvido. Como falado desde o começo dessa série, as contradições são a maior constante em todas estas relações.

Ás vezes sim, às vezes não... (Parte III)

Vamos montar uma pequena estrutura, um rápido exemplo hipotético. A música tende hoje a separar as pessoas. Não deixa as pessoas a separarem da forma que bem entendem. Existe a “boa música”. Quem é que classificou em boa ou ruim? Para isso você vai buscando o caminho daquilo que você gosta e daquilo que você é influenciado. Nisso se forma pequenos núcleos de pessoas que seriam “os iguais”. E nesse núcleo não se discute a diversidade, mas sim a “defesa” da “boa música”. Nem que ela nem seja tão boa. Nem que exista algo muito melhor. Assim se formam os “clássicos”. Distorcendo a natureza da própria música.

É importante nesse exemplo esclarecer que para se entender a música como duradoura, seu tempo é um fator diferente do tempo das artes plásticas ou arquitetura, por exemplo. Vamos detalhar: Beatles era considerado passageiro nos anos 1960 e chega até hoje sendo lembrada como umas das bandas mais influentes na música pop mundial. Mas se compararmos a um Mozart, a música dos Beatles ainda terá que passar algumas décadas para realmente verificar sua real influência e durabilidade nas sociedades futuras. Ou seja, para o grupo que estuda Beatles como fenômeno, ainda terá muito chão pela frente. Documentar a história não é tarefa fácil. E interpreta-la depois é outro trabalho. Por isso usar o referencial da música é o mais complicado, pois seu tempo é o mais demorado de todas as outras artes (para resumir um pouco).

Então, baseado no exemplo, a falta de reflexão perdida no tempo em se defender a música atual deixa transparecer nos dias atuais que certas coisas têm o mesmo valor. É lógico que não podemos mesurar a arte, mas é nítido que a composição de Mozart não tem o mesmo valor de Beatles. Assim como Shakespeare não tem o mesmo valor de Paulo Coelho (aqui vai mais um rodapé: o valor de Paulo Coelho será dado pelo tempo, igual ao que foi dado à literatura e o teatro de Shakespeare, Machado de Assis ou Sófocles, por exemplo. Em nenhum momento seria eu a comentar a obra de Paulo Coelho ou mesurar seu valor).

Para esta falta de reflexão vai ai meu recado a respeito da música de Marisa Monte, Vanessa da Mata, Chico César, assim como suas influencias como Djavan, Milton Nascimento, Roberto Carlos, Gilberto Gil e Caetano Veloso, entre outros. É sempre bom lembrar que antes deles todos existiu Zequinha Gonzaga, Cartola e que na mistificação parecem pertencer a algum mundo que ninguém sabe onde é, de que Brasil eles vieram. Nunca vi, estudando jazz, se esquecer dos músicos e das canções das gerações de 1920, 1930...

Às vezes sim, às vezes não... (Parte II)

Já resumida a primeira parte, vamos à segunda: amor e consumo.

Para abrir esta parte segue trecho de outro texto de Reinaldo Azevedo, agora do dia 05 de julho:

“(...) Volta e meia, a imprensa é invadida, por exemplo, por notícias contra o Opus Dei, uma prelazia papal (...). O dado que mais escandaliza o noviciado esquerdista é o uso do cilício, opção feita por alguns de seus membros. Seu eventual usuário é tratado com as tintas dispensadas a um lunático, a um psicopata. Já um sujeito que ingere um comprido de ecstasy ou que rasga a própria veia para nela inocular droga, ah, esse não! Há de ser digno de respeito, compreensão e, com freqüência, admiração. Eu nunca soube que um usuário do cilício — que só pode fazer bem ou mal a si mesmo — tenha ido parar no hospital, onerando o serviço público de saúde. Não por isso. Também não consta que ronde escolas para fazer tráfico de penitência. Não obstante, veja você: há um preconceito a favor das drogas, que é uma chaga social, e um preconceito contra o cilício — que só é visto por quem usa.(...)”

Esse pedaço do texto traz para a segunda parte o elo com a primeira. É fato que tudo isso ocorre ao mesmo tempo. O Amor acontece ao mesmo tempo em que pensamos em estar bem, tanto fisicamente como psicologicamente. Digamos que existam três fatores para nós classificarmos “se estamos bem ou não”. Seriam a mente, o corpo e o “espírito” (para ser mais exato neta parte teria que entrar na contribuição dos filósofos gregos e refutar a questão de mente e corpo somente, pois não tenho como afirmar que o Amor se encontra somente na mente, no mesmo lugar que a inteligência. Prefiro ficar com os gregos, que diferenciam as duas partes, sendo o espírito, onde estaria o Amor, o instinto e outra onde estaria o conhecimento, a inteligência). Falar do amor é falar também de algo prazeroso. Algo que buscamos, ou melhor, que nos acontece sem saber bem por quê. Acho que os versos de Camões podem nos dizer mais:

Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Em se tendo o Amor como fim, o caminho trilhado para ele é um caminho natural. Não existem padrões. Pode-se amar de muitas maneiras e ser o mesmo amor. A intensidade desse amor é algo que não se pode mesurar. Portanto, não existe uma hipótese de se ter barreiras para ele. Existe como tudo uma maturidade, mas não tira o mérito da etapa anterior. O que incomoda é o aspecto colocado como “tempo”. Não existe um tempo, por mais pesquisas que se fez sobre isso, não se chegou a nenhuma conclusão definitiva. Fala-se da diferença entre paixão e amor, sobre quanto tempo dura e se este tem motivos de atração, nos instintos mais selvagens do homem. Mas isso nada tem a ver com o consumo de amor como um produto. Talvez essa seja a parte mais polêmica. O fato de o Amor não ser algo fácil, nem de se explicar e nem de sentir, também nada ter a ver a convivência de pessoas com o fato de se amarem. Não é por amor que as uniões não têm êxito. Tem os outros fatores todos envolvidos. O fato de estar bem psicologicamente e fisicamente é importante. Ou seja, o consumo por uma forma preestabelecida de amor é uma das grandes manifestações sem explicação, ou melhor, mistificadas. Numa sociedade onde se consome desde a imagem, onde não existe mais aquele tempo para o repouso, para a reflexão, fica bastante comprometido o êxito das relações que representam o amor, como a formação do núcleo familiar. Não sou eu a dialogar sobre estas formas, principalmente que no fundo é só uma parte do todo, e muito menos pontuar os aspectos negativos e positivos da sociedade de consumo. Principalmente que os exemplos anteriores a essa sociedade estariam onde? Na Idade Média?

Bem, a relação que quero chegar nessa segunda parte esta exatamente no posicionamento igual ao dos esportes: faz bem fazer esporte, mas se esta fazendo da forma que é boa à saúde ou se esta enganando o estado psicológico? Assim como as drogas, existe no consumo material uma relação de preconceito em se aceitar as coisas como podem ser, ou na total falta do planejamento das coisas. Quando se entra numa faculdade, a única coisa que sabemos que ao término do curso estaremos aptos a exercer a profissão, assim como no amor sabemos que ao nos dedicar a uma pessoa nós estaremos junto com alguém, mais nada além. Mas nos esforçamos para conquistar as metas as quais temos simpatia e evitamos as que não temos. Da mesma forma mudamos de idéia, ou não, a respeito das questões, por inúmeros motivos.

Seria como se não existe um tempo para se casar, não existe um tempo (se não o físico) par se ter filhos, assim como não existe um prazo (além do dado pela saúde) para se conquistar as questões materiais as quais somos ligados. Ou seja, casar por querer ter filhos é o mesmo de viver infeliz para tentar encontrar a felicidade naquilo que você nem sequer sabe o que é (ou vai ser). Seria uma questão de se pesquisar como se sente a mãe de, por exemplo, Felipe Massa, da Fórmula 1, ou a mãe de Luciano Huck, Angélica, ou qualquer outra celebridade ainda jovem, que já tenha certo tempo de carreira e que de uma forma possa se dizer bem sucedida, e comparar com o depoimento da mãe do Champinha (sei lá se esta escrito certo, não me importa escrever errado nome de assassino) ou do Maníaco do Parque (Francisco de Assis Pereira). Nunca se sabe o que seu filho pode se transformar, mas o lógico é que nenhuma mãe quer ser a mãe do Maníaco do Parque. Luta para não ser.

Mas entrando diretamente na parte que tange o consumo, temos nele a nossa maior conquista em termos sociais (não entro aqui no mérito de serem positivas ou não, pois o termo “maior” esta colocado como número de estudos). Nesse aspecto existem muitas pesquisas. E a relação desse consumo e seu elo com as opções individuais e àquelas opções feitas baseadas no Amor, são intermináveis.

Resumindo, o consumo confundido com amor, além de ser um dos mitos a serem estudados (não por mim), é um daqueles locais onde existe a maior falta de padrões, ou melhor, onde existem padrões distorcidos preestabelecidos na sociedade atual. E neles se reflete toda uma cultura, ou subproduto dessa cultura (isso que me interessa). Este subproduto esta no cinema, na televisão, na música e até mesmo no esporte.

julho 08, 2007

Às vezes sim, às vezes não... (Parte I)

Hoje estou irritado. Podia iniciar esta postagem com esta frase e assim até seria justo o conteúdo. Não é o caso. Primeiro porque não estou irritado. Segundo se trata de algo que no fundo não incomoda. É uma postagem um pouco dura. Pois não costumo ser político e sempre digo o que gosto e o que não gosto. Não tenho o costume de ficar em cima do muro. Acontece comigo, como em todo ser humano, de gostar de coisas que teoricamente excluem outras, ou no mínimo são contraditórias.

Algumas das questões que coloco se debateram logo no início do orkut, um pouco e como sempre rasteiramente. Eu comentei um pouco sobre o que vou falar na postagem “Always Heavy Metal”, ainda tentando somente apresentar a idéia sem ir muito fundo no que eu realmente acho. Como também não irei agora aos aspectos todos. Isso porque demanda mais tempo e pesquisa a que estou disposto a dispensar a este assunto. Nessa hora que penso na faculdade de sociologia. Por que lá não se estuda aspectos ligados a estes? Seria um bom tema de mestrado: “As possibilidades da felicidade através dos clichês da sociedade de classe média e suas mistificações.”

Algumas vezes enxergo certos vícios sociais como subproduto de uma cultura baseada em desligamentos históricos. Certo apego a questões de momento, sem nenhuma reflexão do que realmente tem importância naquilo. Isso se baseia nas maiores contradições possíveis. A primeira esta no conjunto esporte e drogas. Os dois subprodutos de duas culturas rasteiras, sem nenhuma profundidade.

Fazer esporte é algo ligado a algum tipo de prazer, não a um estado emocional qualquer. Não se faz esporte para se "estar bem". Isso é normalmente um resultado, mas não é meio. Estar bem de saúde poderia ser, mas no geral é mais um aspecto psicológico do que um bem estar físico. Não vejo a saúde das pessoas diretamente ligada a prática de seu esporte. Claro, para se obter este resultado seria necessária uma pesquisa de campo, com vários aspectos, entre eles o estudo físico dos casos. Mas o resultado deverá mostrar se é um mito o de se fazer esporte e estar bem de saúde fisicamente ou se somente o psicológico das pessoas que demonstra essa sensação. Normalmente vejo que as pessoas fazem os exageros, por certo período, e depois tomam certo cuidado, fazendo até certo sacrifício por outro período, até chegar num resultado específico. Exemplos não faltam de gente que engordou, passou um tempo gordo e num determinado momento fez um regime e ficou bem, magro, etc. Agora se está saudável, só o médico sabe. Mas seu psicológico está ótimo. Normalmente isso já basta para a pessoa. Mas a pesquisa deveria ser mais funda. Mostrar que não basta. Ou melhor, a autocrítica do indivíduo deveria ser mais embasada não em resultado superficial, mas profundo. Uma pesquisa americana mostrou que inúmeros obesos estavam melhores de saúde a muito magros. O noticiário alarmou isso com o objetivo que era o da busca por saúde e não um estado de espírito, não a busca pela chamada auto-estima, muito confundida, e nem uma questão de estética.

Ao mesmo passo que temos os que se enganam com suas incursões esportivas, aquelas meninas que compram suas calças de ginástica e suas bicicletas, ou que passeiam nas esteiras e aulas de spinnig das academias, ou aqueles que montam suas formas (“bombadas”) numa divisão entre farmácia e desfile nas academias, como uma forma de “estar bem”. Também temos as “patotas” da sub-cultura das drogas, que também querem “ficar bem”. O engraçado esta na chamada questão do preconceito. Existe preconceito com as drogas? Sim, existe. Para todas. Cigarros e álcool, por exemplo. Que belo exemplo é o do bêbado, não? Realmente ele empolga a juventude. Mantém uma fileira de fãs de carteirinha que usam camisetas com protesto contra a proibição das propagandas em televisão. Usam o álcool como exemplo de como libertar o seu “eu” e como momento de inspiração, não? Realmente a mente tomada pelo álcool é muito mais criativa, principalmente quando se dirige... “A habilidade cresce!“

E os cigarros então? Uma outra pesquisa americana relaciona que o câncer de pulmão dobrou nos últimos dez anos e que o habito de fumar diminuiu dois terços na mesma região de Los Angeles. Imaginou se não tivesse diminuído o habito de fumar? Os casos teriam quadruplicado! (Se achou que eu ia usar isso como defesa do cigarro pode ir parando de ler o texto por aqui, pois não consegue entender o grau de seriedade disso. Os aspectos que fazem o câncer de pulmão crescer nesse período são ligados a fatores como ar condicionado, alimentação, poluição ambiente e consumo de álcool, entre outros. Mas não tira o mérito do resultado devido ao fumo ter diminuído, mesmo que o estudo não consiga formalizar isso. E ainda, a diminuição do fumo acarretou a diminuição de outras doenças respiratórias. Há uma amplitude de fatores aí.) Logo esclarecido esse prólogo rasteiro sobre as drogas faço uma pergunta bem interessante, baseada em pesquisa recente que diz ter o consumo de drogas no Brasil aumentado: Por que existe tanto preconceito quando ao cigarro e a ao álcool e certa mistificação a respeito do uso das outras drogas? Só para finalizar cito uma parte de um texto do jornalista Reinaldo Azevedo, do dia 04 de julho de 2007:

“(...) Não caio nessa conversa de que fumar um “baseado” é o mesmo que tomar uma taça de vinho ou uma dose de uísque. Não é. Trata-se de uma mentira; pura empulhação de gente que é simpática ao consumo de drogas ilícitas. E se for uma garrafa de vinho de uma vez? Bem, não me peçam para arbitrar se é melhor ser maconheiro ou alcoólatra. Acho as duas coisas ruins. É evidente que existe gente que consome maconha eventualmente e está socialmente integrado. Mas não é menos evidente que, regra geral, trata-se de uma espécie de cultura marginal: as pessoas acabam se identificando por conta desse hábito ou vício, que substitui quaisquer outras afinidades.
O lobby pró-droga, especialmente entre artistas e agregados, é grande. Chegou também à academia e ao jornalismo. E vem acompanhado de uma forte patrulha sobre a linguagem. Se você chamar um consumidor contumaz de maconha de “maconheiro”, ele se ofende; dizer que um aspirador de pó ambulante é um “cocainômano” é visto como preconceito. (...)”

Resumo dessa primeira parte: Temos uma mistificação se a prática do esporte como é feita atualmente, ou melhor, a valorização da prática, sem muito acompanhamento médico de prevenção esta sendo eficiente na saúde da população e a contradição de se ter uma cultura mística sobre o preconceito de certas drogas a respeito de outras, tem sua efetiva ligação com a mesma saúde. O objetivo desse primeiro grupo seria o estudo sobre o aspecto psicológico e social em virtude do aspecto físico e de saúde.

Classic Cars

Nada mais interessante quando se esta andando pela rua, com uma amiga, se para na frente de um carro e se exclama aquele “nossa!”. E a amiga diz mais rápido ainda “que foi?”. E você exclama algo incompreensível a ela como “250-S”. Já me aconteceu isso inúmeras vezes.

Tenho enorme apresso pelos Opalas, carros produzidos pela Chevrolet entre 1968 e 1992. Da mesma forma gosto também dos Ford Galaxie e Landau. Popularmente conhecidos como banheiras. Também gosto bastante dos Willis Overland, que foram os fabricantes do Jeep, aquele modelo clássico da Segunda Guerra Mundial. Que fabricaram também um outro utilitário chamado Rural e uma pick-up. Depois da Fusão da Willis com a Ford, a pick up foi batizada de F-75, e tinha um motor de 4 cilindros e um design muito interessante.

Mas em termos de design, nada substitui as Mercedes-Benz dos anos 1970 e 1980 (até 1983/84). Se há algo que ainda quero fazer na vida é restaurar automóveis. Não sou fã de tunnig. Gosto mesmo é de modelos originais de fábrica. E tenho apreço por carros europeus. A única exceção são mesmo os modelos Landau e Galaxie. Não me impressiono muito com carros americanos, mas que um Mustang é algo de um valor inestimável é, assim como o Thunderbird, Corvette e vários Dodge. Assim como alguns carros japoneses, como o Mitsubishi 3000 GT. Mas como a vida é feita de opções, eu opto somente pelos Mercedes dos anos 1970 e de nacionais dos 1970, como o Opala, o Landau. E tenho uma vontade de começar a restaurar por uma valente perua produzida somente no Brasil, a Brasília. Outro dia lendo uma reportagem de Quatro Rodas Clássicos, me deparei com algo que já havia esquecido: a Variant II. Praticamente uma Brasília. (aqui) A Brasília foi o primeiro projeto de carro da Volkswagen produzido fora da Alemanha.

Mas esse meu interesse por Mercedes doas anos 1970 tem um motivo. No Brasil, com a proibição da importação de automóveis, a partir de 1974, só entrariam automóveis importados via corpo consular. Os cônsules instalados no Brasil importavam em sua maioria Mercedes-Benz em todo este período (1974-1992). Um dos motivos era a presença da fábrica da Mercedes-Benz no Brasil, por onde se podia importar peças, acessórios e tintas legalmente para o Brasil. Assim não sendo tão cara nem tão demorada a manutenção dos automóveis de luxo.

Para o público de uma maneira geral, com a proibição das importações, nasceu para quem sonhava em ter um automóvel exclusivo, os “fora de série”, onde duas fábricas fizeram muito sucesso: a Puma e a Miura. Os Pumas eram fabricados sob uma mecânica Volkswagen e se fizeram clássicos com aqueles modelos pequenos. E também foi clássico o “Puma Opala”, o consagrado Puma GTB, relançado em 1989 como Puma GTB S2. Os Miuras eram esportivos que inicialmente tinhas também mecânica Chevrolet. Tanto é que nos anos 1980, um dos Miuras chegou a sair já com “incríveis” néons sob o carro... Também foram sucesso o MP Lafer, uma réplica de uma dos modelos da inglesa MG. Era também feito com mecânica Volkswagen. Além dos famosos carros especiais, feitos principalmente pela Dacon, grande revendedora Volkswagen, nos anos 1970 e 1980.

Também tivemos a moda das pick up´s de cabine dupla. A Souza Ramos Veículos Especiais era a líder desse segmento, com sua marca SR. Eram as famosas F-1000 e D-20 sendo alteradas para agradar esse público. Tivemos também aquele lixo, fabricado principalmente pela Rodão, chamado Baja Bug.

Após a abertura das importações, em 1992, praticamente todas as fábricas fecharam suas portas, sobrando algumas que trabalham com réplicas. Sei que a Puma começou a fabricar caminhões e também exportar para paises africanos e que algumas empresas hoje trabalham com tunnig.
Um dos poucos projetos sérios para se fabricar um carro nacional foi a extinta Gurgel. Fabricou jipes em sua grande maioria, mas já no final dos anos 1980, inicio dos 1990 concluiu um projeto completo para um veiculo urbano, o BR-800. Não sei até hoje o que fazia a Gurgel não ter nenhuma tecnologia de ponta para seus carros, sendo um Gurgel quase que um sinônimo de carro feito em casa. Hoje vendo a Troller, não consigo entender por que a Gurgel não conseguia pelo menos ter um design um pouco melhor. Era claro o seu fim.

Weissbier

Nada melhor que uma cerveja. Antigamente eu me preocupava com o aspecto popular da cerveja. Além de não saborear o amargo das cervejas Pilsen. Mas tudo isso acabou quando tomei uma cerveja do tipo Weiss. A primeira vez foi num finado bar chamado Mercedes. Fechou as portas a cerca de um ano. O bar tinha o nome de “Mercedes Café” devido ao local onde estava instalado, um galpão, ter sido uma oficina especializada em Mercebes-Benz, chamada J. Benz. Lá foi a primeira vez que tomei uma cerveja Weiss, uma Erdinger. Naquele copinho de 500 ml. Depois disso simplesmente não tinha lá muita vontade de beber outra cerveja. O preço diminuiu um pouco, nos últimos anos. Mas para que minha lembrança dessa cerveja fosse algo inesquecível, durante meus dias na Alemanha, tomei praticamente todos os dias cerveja Weiss, de várias marcas diferentes e até visitei o museu da cerveja. Nada melhor do que beber algo cujo sabor é mais que tudo um prazer. Lembrando, beba sempre com moderação e se beber não dirija (só andei de metrô e trem na Alemanha... por que será?).

O tempo e a poesia

“O tempo não pára.” Ou “o tempo voa e não faz escalas em nenhum lugar”. Entre outras. Mas falar sobre o tempo me lembra rapidamente de um texto, escrito por Rui Ohtake, sobre o livro de Sigfried Giedion, “Espaço, Tempo e Arquitetura” (aqui). Mas em falar do tempo, queria antes de mais nada indicar a leitura de uma poesia, do blog Quimera Ufana: O tempo Urge!

Ao mesmo passo queria indicar o blog de poesias da Poetisa Lancinante.

julho 07, 2007

Bancos...

De pouco mais de uma década para cá o mercado financeiro vem se transformando novamente. Em virtude da inflação dos anos 1980, os bancos se modernizaram e tem no Brasil uma das maiores eficiências em compensação bancaria e sistemas de processamento de dados. Essa primeira transformação era mais nítida ao final dos anos 1980 e inicio dos anos 1990, se compararmos com Uruguai e Argentina, por exemplo.

Depois houve o aspecto de se fazer os caixas eletrônicos. Começou também nos anos 1980 com os caixas do “Banco 24 horas”, até que Itaú e Bradesco foram espalhando os seus, seguido por todos os outros bancos. Lógico, os que atuavam no varejo. Os bancos de atacado, aqueles que visam somente contas de pessoas jurídicas, continuaram invisíveis, como o famoso banco francês CCF (Credit Commercial de France), adquirido pelo HSBC anos atrás. Somente quem trabalhou um pouco com o mercado financeiro lembra do CCF. Era avaliado como um dos melhores bancos de atacado.

No meio dos anos 1990 começou a ruir algumas estruturas, como o Bamerindus, comprado pelo HSBC, o Nacional, adquirido pelo Unibanco, o Econômico, adquirido inicialmente pelo Excel, depois pelo Bilbao Viscaia e finalmente pelo Bradesco. Dessa forma sumiram um número significativo de bancos do mercado. O Itamaraty, comprado pelo BCN que foi comprado pelo Bradesco. A Fusão do ABN com o Banco Real, que é o foco principal dessa postagem. A quantidade de bancos estaduais que foram anexados, como o Banespa pelo Santander, o Bandepe pelo ABN Real, o Banestado e o Banerj comprados pelo Itaú entre outros.

Mas voltando ao ABN Real, agora esta de novo no foco de uma nova aquisição, ou fusão. O Real se diferencia de outras fusões por, primeiro de tudo, nunca esteve em prejuízo e nem próximo de falência. Sua estrutura cresceu muito após a aquisição e conta com uma estrutura internacional muito boa. Não acompanhei o ranking dos últimos anos, mas entre os bancos privados eram sempre Bradesco e Itaú nos dois primeiros lugares e entre os outros lugares estavam o Unibanco, o HSBC, o Santander e o ABN. Entre outros como Safra e Citibank. Esta fusão, se for com o Braclays inglês, basicamnete nada muda no mercado brasileiro, mas se for com o Santander, este passará a ser o maior banco privado brasileiro. O que é péssimo. O Santader é o banco com um dos maiores número de reclamações. Até bem pouco tempo, não tinha digerido ainda o Banespa. Bem, a respeito desta nova fusão, até o Itaú já se manifestou interessado em comprar a parte brasileira do ABN. Eu acho que ainda vamos ter muito a ouvir dessa futura transação.

A par disso, um banco que deveria ter sido privatizado, parece que volta a ser foco de outra fusão. Agora com o Banco do Brasil. O BESC – Banco do Estado de Santa Catarina – passou a ser nacional em 1999 e até agora ainda não foi privatizado. Tem características de um banco regional, algo complicado no Brasil, fora da região Norte. Pois atende praticamente todas as praças do estado de Santa Catarina. Sua fusão com o Banco do Brasil é péssima. O Banco do Brasil vem ao longo do tempo perdendo a simpatia das praças regionais. Particularmente, com o aumento das atividades das casas lotéricas, a Caixa Econômica Federal vem ganhando muito mais clientes que o Banco do Brasil. Não posso avaliar nenhum dos dois, como cliente, mas minha impressão é a de que nenhum tem bom atendimento. A Caixa agrega muitas funções além das normais de um banco, como o FGTS e o maior financiamento imobiliário do Brasil.

O BESC e o ABN são ao mesmo tempo o contrario um do outro. Pelo menos nesse momento, já que um está fazendo uma estratégia internacional, trabalhando um mercado bastante promissor, enquanto o outro está sendo adicionado justamente para o banco que já não atendia a região, com uma estrutura onerosa.
Esse mercado financeiro brasileiro daria uma boa pesquisa.

julho 06, 2007

A cidade e o rio

Em 2003 tive a oportunidade de ficar uma manhã inteira conhecendo o edifício do BankBoston, atual Itaú Personalité, na Av. Luis Carlos Berrini, aqui em São Paulo. Lá fomos orientados por toda a equipe de facilities, nome empregado por eles para a equipe de infra-estrutura, normal a qualquer banco que tenha um número a se considerar de agencias. Lá passamos por todas as áreas e uma das mais interessantes foi exatamente a de negócios em bolsa de valores, cujo ar condicionado trafega pelo piso e não pelo teto. Assim o teto tinha um desenho diferenciado e com acústica mais eficiente. Um prédio de muito boa tecnologia, digna do escritório SOM - Skidmore, Owens & Merrell. Mas no final disso tudo, entramos novamente numa questão de escala. O BankBoston tinha naquele momento 70 agências. É muito fácil falar em tecnologia e controle quanto se tem uma rede pequena. Tanto é assim que nunca conseguiu aumentar a rede, ficando restrito a algumas agências localizadas em endereços famosos. Normalmente casas restauradas e convertidas em agência. Tudo muito interessante, mas pouco prático e se mostrou ter um alto custo financeiro.

Esta introdução na verdade nada tem a ver com o tema, mas foi nessa visita que um livro, patrocinado pelo BankBoston, chamado “As Cidades e os Rios”, que não consegui achar em lugar nenhum para conhecer seu conteúdo, foi apresentado. Apresentado e comentado, porém, se comentou que as cidades todas têm uma forte ligação com os rios que por ela passam. Por esse motivo, então, o edifício se localizava a beira do Rio Pinheiros. Mais um papinho, ou seria o inicio do papinho, daquela visita, que, falando francamente, foi uma visita de instalações e não de arquitetura.

Agora, voltando a idéia da cidade e dos rios, São Paulo foi fundada na colina formada por três rios: Anhangabaú, Anhembi e Tamanduateí. Hoje todos invisíveis, canalizados. Além disso, se formos recolocar a região da Av. Luis Carlos Berrini nas origens da história da urbanização paulista, esta estaria na cidade de Santo Amaro. Também sendo colonizada e formada por seus caminhos fluviais, pelo Rio Pinheiros e Jurubatuba.

Conforme escrevi em trabalho acadêmico no ano 2000:

“(...) Acerca do Colégio de Piratininga formaram-se vários aldeamentos indígenas em virtude das aldeias fundadas pelos padres da Companhia de Jesus que depois foram agrupadas em torno de capelas construídas já por proprietários de terras locais e comunicavam-se com o Colégio através de precários caminhos terrestres ou por rotas fluviais. Alguns aldeamentos desapareceram, outros formaram núcleos fixos, como as aldeias de Pinheiros, Embú e Ibirapuera, esta localizada na margem esquerda do Rio Geraibatiba, hoje Jurubatuba, que deu origem à vila de Santo Amaro.(...)”

Se ampliarmos isso, veremos que a vida urbana depende de muitos aspectos para se manter, digamos, viva. Aquele fenômeno das cidades fantasmas no meio oeste americano, se deu por não mais ter recursos minerais para se manter viva a cidade. Enquanto existia o ouro, se mantinha viva a cidade artificialmente, como até hoje é mantida Las Vegas. Assim como ao se estudar duas das civilizações antigas, os egípcios e os persas, sem a relação com os Rios Nilo, Tigre e Eufrates, nunca teriam prosperado. Em suma, a idéia de se falar dos rios paulistas hoje, se faz necessária. Pois, no mundo se resgata a cultura da cidade relacionada ao rio. Este não sendo mais uma barreira, mais sim um lugar. Da mesma forma as paradas das estradas de ferro também contribuem para a formação de novos centros urbanos, assim como no litoral os portos tinham esse fator de agregar em torno de si.

O fenômeno paulista tem outras diferenças, pois se aqui o rio foi fator para se fundar a cidade, onde existe pesquisa que fora construída uma fortaleza, claro, não de proporções iguais àquelas construídas no litoral, sua importância como entreposto comercial só viria a acontecer ao final do século XIX, já no ciclo do café.

Saúde

Uma das coisas que mostram nossa total fragilidade humana esta no fato de nossa saúde ficar abalada. Outro dia busquei por uma academia. Estava interessado em voltar a fazer alguma atividade física. Para tal, resolvi buscar um médico para ver como estou fisicamente e então iniciar as atividades físicas. Para minha surpresa, pela primeira vez em mais de 30 anos de vida fui considerado inapto para atividades físicas. Pelo menos até realizar uma série de exames. Os primeiros já estão marcados para a segunda quinzena de agosto. Até lá, só mantenho uma dieta mais restritiva de açucares e carboidratos. O problema principal é avaliar minha capacidade cardíaca, ante o meu excesso de peso. Se alguém me vir, nem vai notar nada, ainda mais sabendo que costumo andar a pé em longas caminhadas. Mas como me falaram, depois dos trinta anos tudo já fica mais envelhecido. Bem, nos próximos seis meses estarei sob observação. Nada de mais, no fundo.

Bush sai. E daí?

Tem certas coisas que não entendo. Existe certo anti-americanismo no Brasil, do qual não faço parte de maneira nenhuma. Aquele anti-americanismo que desde o transito estar mal por causa da visita de Bush até a falta de emprego é causada pelos Estados Unidos.
Não quero, de forma alguma, dizer que existe gente burra no mundo. Isso é um fenômeno mundial e não creio que seja maior no Brasil que no resto do mundo. Afinal, hoje descobri que o Big Mac mais caro do mundo é o brasileiro. Ou seja, nos Estados Unidos o Big Mac custa US$ 3,41 e no Brasil US$3,61, segundo informações do jornal “Folha de São Paulo”.
O que não entendo é que falam tão mal do Bush, que vai embora ano que vem. Só quero ver de que vão falar depois de sua saída, do próximo. Pensando bem, ele vai embora, depois de oito anos, mas Fidel Castro fica. Certo que como um amigo me disse, Cuba só é falada no Brasil, pois para o resto do mundo é irrelevante. Mas da mesma forma que defendo liberdade para Cuba, também defendo a liberdade no Tibet, assim como defendi a liberdade no Timor Leste. E o Bush? Nada... Afinal, ele ano que vem volta ao Texas e daqui uns dois anos ninguém mais lembrará dele. Ou lembrará como o único presidente americano que fomentou no mundo o anti-americanismo.

julho 04, 2007

4 de julho

Hoje se comemora o dia da Independência dos Estados Unidos. Já passei dois feriados de 4 de julho lá. A quantidade de bandeirinhas nos carros chega a ser maior que no Brasil durante as Copas do Mundo. Mas é um dia de muita importância para os americanos, assim como outros feriados, a exemplo da comemoração a Martin Luther King e o Thanks Given (o dia de ação de graças). Eu nunca passei um 31 de outubro lá (Halloween), mas pelo que sei é mais lembrado no cinema que na realidade.
Esperem por meu texto do dia 9 de julho. Este feriado merece. Já que a visita do papa Bento XVI eu não mencionei aqui no blog, afinal eu gostei da idéia de ter aquele feriado em específico.

Senado Federal

O Senado Federal brasileiro é uma instituição mais antiga que a República do Brasil. Foi efetivamente criado após a independência do Brasil e a primeira reunião foi em 1826. A idéia de um Legislativo bicameral é que o Senado seja um conselheiro, um guia, uma brigada de pessoas que já conhecem bem o meio político, os pilares da sociedade. Um local ideal para ex-presidentes, claro, se estes tiverem como ajudar e não atrapalhar. Ou seja, minha opinião é que a Câmara seja a representação da sociedade e o Senado a instituição que faça essa representação ser efetivada em sua plenitude, observando os seus aspectos. É um pouco do que diz a história do Senado, baseada na câmara dos Lordes inglesa.

Se há algo que eu me arrependo na vida é ter votado presidencialismo em 1993, naquele plebiscito. Se tivéssemos uma república parlamentarista seria muito melhor. Essa mania de parar de seguir a França e seguir os Estados Unidos dá nisso.

Eu apoio certas medidas para as eleições de senadores. Por exemplo, ter somente dois representantes por Estado, como nos Estados Unidos (acabei de falar neles, mas é a vida, o senado deles é melhor que o nosso). Diminuiríamos de 81 senadores para somente 54 (já imaginou como as despesas cairiam?). Agora, não sou contra o mandato de oito anos. Só acho que a exigência para ser senador deve ser além de 35 anos de idade, ter tido outros dois mandatos completos de quatro anos no legislativo, não importando se vereador, deputado estadual ou federal. Eu sou contra essa coisa de sair no meio do mandato para concorrer à outra eleição. No caso do Senado isso acarreta a entrada de um estranho completo no Senado. Normalmente um ser desconhecido e sem votos, que é o suplente de senador. Se o senador sai, em seu lugar deve ser feita uma nova eleição (coisa utópica) ou o suplente necessariamente precisaria ter também cumprido a exigência de dois mandatos, além dos 35 anos. Isso daria certa qualidade técnica ao corpo de senadores.

Por falar em Senado, até agora não entendi por que Renan ainda está lá. Alguém acusado de algo suspeito denigre a imagem do político de uma forma geral. Como no Brasil o político já goza de extrema “boa fama”, isso faz só piorar o que já anda mal. Este é um pouco o aspecto da condição cultural do Brasil. Não temos nada mais do que a representação do que a sociedade votou, passados mais de 20 anos do final do período militar. Se esta maturidade não chegou ainda é devida a um de dois motivos: falta de interesse dos políticos ou realmente demora mesmo.

Não me admira nada ver que isso não é um fato localizado somente no Brasil. Mas, além de um aspecto mundial, aqui no Brasil certos valores ainda careciam de um pouco mais de trato, por aqueles que querem ser representantes da sociedade.

Estamos um pouco melhores que a Rússia, isso eu garanto. Lá eles passaram de uma monarquia (sei lá o que era, regime do Czar) para uma ditadura e simplesmente abriram para uma democracia moderna presidencialista (o detalhe que a ditadura deles durou quase o século XX inteiro...). Já nós brasileiros tivemos uma ditadura, de 1930 a 1945, depois tivemos eleições. O presidente eleito, Marechal Eurico Gaspar Dutra, fez novas eleições ao final de seu mandato e o ditador foi eleito, suicidando-se antes de acabar seu mandato. Mas tivemos Juscelino Kubitschek, que ao lado do Marechal Eurico Gaspar Dutra, foram os únicos presidentes eleitos a terminar seus mandatos entre 1945 e 1964. Esse pouco de democracia já nos deu um pouco de experiência anterior, que pode ser comparada. Nada mais justo do que dizer que após o período de Juscelino o país foi parar nas mãos dos populistas. Tanto o ganhador das eleições, Jânio Quadros, como o segundo colocado, Adhemar de Barros, eram populistas (escrevi já um pouco sobre isso aqui.). Logo, a continuidade só viria com o candidato indicado por Juscelino, terceiro colocado naquele pleito.

É estranho falar em continuidade e mudança. Se alguém queria o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso por continuidade, teve alguma, mas o engessamento foi pior que a mudança. E quem achava que Serra em 2002 era a continuidade, viu que não era bem ele.

É, 1993. Só isso que me arrependo. Ia ser mais complicado e instável? Ia. Mas nesse período, de 1993 para cá, seria outra história, a do Brasil.

julho 03, 2007

Imigrações

Pesquisando um fenômeno relacionado ao aumento relativo da população no período entre 1890 e 1930, descobri uma questão que já havia passado e não interpretado. Sabia da imigração de alemães para colônias em alguns locais, inclusive Santo Amaro (hoje, bairro da cidade de São Paulo) durante o período imperial. Ou seja, a minha dúvida da substituição dos funcionários escravos por imigrantes, coisa que parece ser tão obvia, não foi bem assim. Pois havia imigração já antes mesmo do Brasil Imperial, já em 1817. Caso da colonização de suíços, radicados no Brasil na região serrana do Rio de Janeiro. Esta população daria origem à Nova Friburgo, primeira colonização não-lusitana no Brasil.

Havia outros interesses além deste, como dar solução ao despovoamento do interior e a fragilidade demográfica do Sul ante a ameaça argentina. Para se ter uma idéia, a leva imigratória trouxe ao Brasil, entre 1819 e 1959, cerca de 1,6 milhões de italianos, 694 mil espanhóis, 257 mil alemães e 222 mil japoneses. Embora este número possa ser expressivo, o Brasil entre os paises americanos foi o de menor volume de imigrantes, sendo estes números muitos menores aos direcionados para Argentina, Estados Unidos e Canadá.

julho 02, 2007

Elvis...

Elvis Aron Presley nasceu em Tupelo, Mississipi, no ano de 1935. Morreu em sua casa em Memphis, Tennessee, a famosa Graceland, em 16 de agosto de 1977*. Elvis foi um músico marcante desde os anos 50. Talvez um único branco a cantar black music em seu tempo. Além de influencias do pop, country e do gospel. O que hoje mais impressiona é ter passado praticamente três décadas, sempre fazendo sucesso. E, se não me engano, a frase de Lennon a respeito da viagem dos Beatles aos Estados Unidos, diz mais ou menos que a melhor coisa foi ter conhecido Elvis pessoalmente. Era um fenômeno, até hoje sem igual. O que mais me impressiona é que Elvis era contrario ao uso de drogas. Para ele os comprimidos não eram drogas. Aliás, não só para ele naqueles tempos. Uma morte, com pouco mais de 40 anos de idade, por pura besteira. Lembrei dele ouvindo Frank Sinatra cantando “My Way”. Tem uma versão de “My Way” no disco “Elvis: Aloha from Hawaii – Via Satellite”, de 1973. Este disco que ouvia muito, na infância.

*informações do site www.elvis.com

Os três textos

Já que continuo aguardando o Renzo Piano da postagem anterior – comprar a Black Friday é isso: o melhor preço, porém, não chega nunca – aca...