abril 19, 2007

Whitesnake e Judas Priest

Um dos shows mais comentados no período em que estive ausente do Brasil foi das bandas Judas Priest e Whitesnake. Tocaram as duas bandas no mesmo dia, 9 de setembro de 2005, no Anhembi, em São Paulo, com abertura da banda Angra.

Alguns afirmam que Coverdale não estava muito bem aquele dia. Outros dizem que está acabado de vez e há quem comenta que o show foi ótimo. Depois de ter visto Rush em 2002, no Estádio do Morumbi, não acredito em mais nenhum comentário. Só acredito naquilo que vejo. Logicamente, existem comentários de pessoas que muito prezo. Pessoas que não costumam banalizar e nem muito menos contar chavões e serem guiados por algum preconceito estúpido.

Estes shows demonstram muito da falta de critério do público, de uma forma geral. O primeiro era o comentário infantil da diferença de público das duas bandas. Isso é resultado da falta de visão e do radicalismo cada vez mais intenso no Brasil. As pessoas perderam a noção de diversidade. Nos anos 80, em programas populares como “Cassino do Chacrinha”, tocavam, Paralamas do Sucesso e Jane e Erondi. E todo mundo saia feliz. O que mais espanta, realmente, é o fato que para grande parte do público leigo, Whitesnake e Judas são bandas de ”rock pesado”. São a mesma coisa. Já para os fãs do Whitesanke, se dizem discriminados ou importunados pelos “sujinhos” fãs do Judas. Os fãs do Judas se vangloriam de que a banda tocava depois, pois, seria vergonhoso abrir para Whitesanke. É nítida a visão equivocada dos dois grupos.

Judas Priest se apresentou com Rob Halford, lenda viva do heavy metal. Tinha acabado de lançar um álbum. Era nítido que estava numa fase muito superior ao Whitesanke. Exatamente por isso fechou a noite. Se aqui estivesse, teria ficado muito feliz de ver Judas com seu front man original. E de quebra ver também Whitesnake, que é uma banda sensacional. Claro, não era um Whitesnake com Steve Vai. Mas era Coverdale. Uma banda que poderia muito bem fechar uma noite gloriosa, caso estivesse em situação semelhante ao Judas. Acredito que Coverdale esteja preparando para seu novo álbum, uma revisão de sua fase anos 70. Em 2006 assisti Heart, em Hollywood, Florida, na arena de show do Hard Rock Cassino e Hotel Seminole. Tocou hits como “Barracuda” e “Bebe Le Strange”. Abriram e fecharam o show com músicas de Led Zeppelin. Creio que a fase de lantejoulas dos anos 80 já este enterrada. Pelo menos por bandas dos anos 70. Acredito que o próximo caminho de todas estas bandas são reflexões sobre o inicio de carreira.

Sei bem que show, ainda mais no Anhembi, não são símbolos de conforto. Depois de certo tempo a paciência para eles diminui muito. Mesmo em lugares mais confortáveis como Via Funchal, ainda assim são muito ruins se comparados às arenas nos Estados Unidos. Nem falo sobre Europa, pois somente um exemplo de Munique, onde Manowar tocou na arena de vidro do Parque Olímpico, já fala por si.
Ou seja, aqui no Brasil além de agüentar a falta de estrutura para abrigar os grandes shows, temos ainda de radicalizar posições sobre bandas, que numa análise mais profunda, são bandas que tem história e grande reputação no mundo do rock. Já passados mais de 20 anos do primeiro Rock in Rio, que colocou o Brasil na rota das grandes bandas, e o público ainda não compreendeu que a diversidade é o resultado de qualidades e não radicalismos de ordem suburbana.

Um comentário:

passaportecultura disse...

Ludo....... eu tb perdi esse show.. vc estava nos EUA e eu estava na Europa e logo depois, fui morar no Canada.
nossaaaaaaaa
adorei o seu texto sobre o pica pau
rs.
quando eu morei nos EUA, voltei com um patolino de pelúcia( e uma pantufa do pernalonga) rs.
a moça da alfândega me parou, mas qdo viu a pantufa, me liberou. kakaka
adiciona o meu blog no seus links. vou fazer o mesmo. beijo

Os três textos

Já que continuo aguardando o Renzo Piano da postagem anterior – comprar a Black Friday é isso: o melhor preço, porém, não chega nunca – aca...