Estou com certa dúvida da vitória brasileira amanhã contra o México. Espero que ganhe, pois se não começará uma crise a respeito de Dunga, o que vai tirar o foco da cassação do presidente do Senado Federal. Tudo acontecendo no mesmo dia. Certo que muito mais importante é saber se o Brasil vai para a Copa, que esta realmente vai ser realizada, a ver essa baderna generalizada em que está a política nacional. Realmente como falou um leitor, um dos poucos que escreve nesse blog – e escreve muito bem, até agora não sei por que não tem um blog, nem que seja para falar da administração da vinícola no mosteiro – o melhor lugar para se discutir a política nacional é a revista Playboy.
Mas voltando ao Dunga, ele tem uma enorme possibilidade de se manter no cargo. Basta para tal ter resultado. No fundo não depende dele. Mas veja só, quantas vezes se viu Ronaldinho Gaúcho fazer gol de falta na seleção brasileira? Certo que nem foi um gol tão bonito quanto o do Branco, na Copa de 1994, contra a Holanda. Aquela falta era mais longe e o goleiro era muito melhor que este dos Estados Unidos. Mas, vamos lá.
Antes eu torcia o nariz para o Dunga, agora quero que fique. São dois motivos diferentes. O primeiro que à época de sua escolha como técnico, eu achei estranho entrar um ex-jogador que nunca tinha sido técnico de nada ser escolhido. Era o capitão do time em 1994, mas isso não deixa, por exemplo, Cafú apto a comandar a seleção (da qual foi capitão em 1998 e 2002). Agora, o segundo, é que sendo Dunga o técnico mostra que o Brasil (como seleção) consegue se reinventar e dar responsabilidade de quanto é representativa a vitória para o “povo” brasileiro.
Detesto falar em “povo”. Fica parecendo que tenho interesses em coletivizar certas glórias do esporte como sendo algo genérico da cultura brasileira, o que não é. Brasileiro pode jogar muito mal e detestar futebol e ser legitimamente brasileiro. Mas o que é péssimo é ver a falta de preparo psicológico desses atletas. Ser um ídolo do futebol não representa ser rico. Representa ser ídolo do futebol, só. Bater bola, ir para seleção e ganhar títulos. Ficar rico veio depois, e logicamente bem vindo, pois afinal de contas, um dos maiores clichês do mundo, só intelectual é que gosta de pobreza. Aliás, intelectual, dos anos 60, é o que gostava de falar da seca do nordeste tomando uísque com gelo (péssimo) à beira mar, no Rio de Janeiro. Agora colocar futebol sob as máximas de uma cultura é diminuir as suas naturais possibilidades futuras. Ou seja, não há nada de intelectual em falar de futebol. Mas voltando aos atletas, eles sabem que são ricos e isso os fazem ser colocados em meios aos quais nunca antes tiveram contato e ainda acham que vão se sair bem. Bem, o que importa é jogarem e qualquer um por mais simples que possa ser espera isso deles. Ninguém reclama que andem de BMW ou morem em casas enormes, mas desde que suem a camisa por seus times e quando na seleção, por essa. Essa é a lógica da popularidade do esporte. Depois de popular começa o atleta a fazer propaganda de coisas. Aí que ele entra em terra estranha de vez e começa a fazer mais besteiras ainda. E aí então começa a fase Vicente Matheus: “O difícil não é fácil”. Depois se envolvem em política. Alguém perguntou para ele sua opinião? Normalmente não. Mas sempre tem um “gênio” da propaganda política que acha que uma pessoa vencedora no esporte pode influenciar e conseguir um votinho a mais para algum paspalho. Quando o próprio atleta se torna político, a primeira questão é saber para qual cargo está se dispondo a concorrer e quais são suas propostas. Normalmente são vazias. Se seus comentários sobre o próprio esporte já era fraco, como podem suas bases ser resistentes para a política, onde existe certa cortina de fumaça entre a verdade e o jogo político, entre a dramatização de um fato e sua suavização política?
Mas saindo um pouco da seara política ou comportamental do atleta, tem aquele que por amor ao esporte encontra um caminho depois de sua carreira, já que esta normalmente termina com a juventude do atleta. Muitos deles se empenham nas federações de seus esportes ou mesmo acabam chegando a treinadores e fazendo o trabalho da renovação do esporte. Estes sim, têm sólidas bases para avançar. Não param de aprender e não param de ensinar. Em outros termos, podemos generalizar que uma carreira de personalidade pública, como atleta, político, ator, músico, se espera sempre uma polidez baseada em valores arraigados no fundo da sociedade. Valores estes de certa forma universais. Aqui não entra religião, política, mas sim um norte que gera esperança. Uma vez uma pessoa me disse que a pior coisa que alguém pode fazer por um ser humano é lhe retirar a esperança, pois para muitos lhes resta somente isso.
Mas voltando ao Dunga, ele tem uma enorme possibilidade de se manter no cargo. Basta para tal ter resultado. No fundo não depende dele. Mas veja só, quantas vezes se viu Ronaldinho Gaúcho fazer gol de falta na seleção brasileira? Certo que nem foi um gol tão bonito quanto o do Branco, na Copa de 1994, contra a Holanda. Aquela falta era mais longe e o goleiro era muito melhor que este dos Estados Unidos. Mas, vamos lá.
Antes eu torcia o nariz para o Dunga, agora quero que fique. São dois motivos diferentes. O primeiro que à época de sua escolha como técnico, eu achei estranho entrar um ex-jogador que nunca tinha sido técnico de nada ser escolhido. Era o capitão do time em 1994, mas isso não deixa, por exemplo, Cafú apto a comandar a seleção (da qual foi capitão em 1998 e 2002). Agora, o segundo, é que sendo Dunga o técnico mostra que o Brasil (como seleção) consegue se reinventar e dar responsabilidade de quanto é representativa a vitória para o “povo” brasileiro.
Detesto falar em “povo”. Fica parecendo que tenho interesses em coletivizar certas glórias do esporte como sendo algo genérico da cultura brasileira, o que não é. Brasileiro pode jogar muito mal e detestar futebol e ser legitimamente brasileiro. Mas o que é péssimo é ver a falta de preparo psicológico desses atletas. Ser um ídolo do futebol não representa ser rico. Representa ser ídolo do futebol, só. Bater bola, ir para seleção e ganhar títulos. Ficar rico veio depois, e logicamente bem vindo, pois afinal de contas, um dos maiores clichês do mundo, só intelectual é que gosta de pobreza. Aliás, intelectual, dos anos 60, é o que gostava de falar da seca do nordeste tomando uísque com gelo (péssimo) à beira mar, no Rio de Janeiro. Agora colocar futebol sob as máximas de uma cultura é diminuir as suas naturais possibilidades futuras. Ou seja, não há nada de intelectual em falar de futebol. Mas voltando aos atletas, eles sabem que são ricos e isso os fazem ser colocados em meios aos quais nunca antes tiveram contato e ainda acham que vão se sair bem. Bem, o que importa é jogarem e qualquer um por mais simples que possa ser espera isso deles. Ninguém reclama que andem de BMW ou morem em casas enormes, mas desde que suem a camisa por seus times e quando na seleção, por essa. Essa é a lógica da popularidade do esporte. Depois de popular começa o atleta a fazer propaganda de coisas. Aí que ele entra em terra estranha de vez e começa a fazer mais besteiras ainda. E aí então começa a fase Vicente Matheus: “O difícil não é fácil”. Depois se envolvem em política. Alguém perguntou para ele sua opinião? Normalmente não. Mas sempre tem um “gênio” da propaganda política que acha que uma pessoa vencedora no esporte pode influenciar e conseguir um votinho a mais para algum paspalho. Quando o próprio atleta se torna político, a primeira questão é saber para qual cargo está se dispondo a concorrer e quais são suas propostas. Normalmente são vazias. Se seus comentários sobre o próprio esporte já era fraco, como podem suas bases ser resistentes para a política, onde existe certa cortina de fumaça entre a verdade e o jogo político, entre a dramatização de um fato e sua suavização política?
Mas saindo um pouco da seara política ou comportamental do atleta, tem aquele que por amor ao esporte encontra um caminho depois de sua carreira, já que esta normalmente termina com a juventude do atleta. Muitos deles se empenham nas federações de seus esportes ou mesmo acabam chegando a treinadores e fazendo o trabalho da renovação do esporte. Estes sim, têm sólidas bases para avançar. Não param de aprender e não param de ensinar. Em outros termos, podemos generalizar que uma carreira de personalidade pública, como atleta, político, ator, músico, se espera sempre uma polidez baseada em valores arraigados no fundo da sociedade. Valores estes de certa forma universais. Aqui não entra religião, política, mas sim um norte que gera esperança. Uma vez uma pessoa me disse que a pior coisa que alguém pode fazer por um ser humano é lhe retirar a esperança, pois para muitos lhes resta somente isso.
Um comentário:
“Brasileiro pode jogar muito mal e detestar futebol e ser legitimamente brasileiro.”
Ufa! Não detesto, só me é pessoalmente irrelevante. Então ainda tenho alguma legitimidade!
Mas se você disse, está falado. Quer dizer, não entendo nada de futebol. Aliás, esse assunto é um perigo. Como não conheço a escalação do meu time ou da seleção, nem os jogadores do momento, nem os resultados e os lances dos últimos jogos, nem o andamento dos campeonatos, só posso tratar de qualquer destes tópicos com evasivas, e aí se o interlocutor insistir corro o risco de levantar suspeitas e minha identidade alienígena ser revelada.
Li uma piada num blog que fazia graça com os boxeadores cubanos, dizendo que comprovavam a tese de que todo esportista é burro. Um conhecido meu que também não gosta de futebol, para dizer pouco, parte para uma atitude diferente da minha: já sai declarando que detesta futebol, não quer saber nem ouvir falar etc. e tal. Trabalha na área esportiva, ou quase. Eu gosto de brincar que futebol não pode ser um esporte digno por deixar os polegares opositores apenas para dois dos vinte e dois jogadores [agora torço para que o Fernando não se lembre da cobrança lateral, porque apesar de ser uma parte ínfima do jogo, não dá para fazer piada e o cara rebater com um “mas”]. Aí ele coleta todas as opiniões contra o futebol e as retransmite para mim, inclusive a da “burrice” dos jogadores. Mas burro é ele, que ganharia muito mais dinheiro se conseguisse trabalho na área, objetivo certamente inalcançável quando se sai por aí falando a torto e a direito mal da coisa. Ou então que não venha reclamar de dinheiro, ora bolas! Também tem a história da onipresença opressiva do esporte, oh! opressão! Até que ponto você é tão gravemente oprimido e a partir de então se deixa oprimir? Ta bom, também preferiria que o esporte idolatrado fosse outro, mas justamente, aí não haveria problema não é?
Agora se eu ganhasse milhões, chutava a bola para trás e guardava todo o dinheiro para sustentar 24h de leitura pelo resto da vida. Rsrs. Mas nem essa desculpa é válida. Monir não trabalha? Talvez seja um trabalho inconstante, por ficar viajando para aqui e acolá, mas assim também é o “trabalho” de um atleta, ou não?
A sim, o leitor vinícola ainda precisa plantar muitas videiras até ter suco suficiente para encher um barril. Rsrs.
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