setembro 28, 2007

Tais

Quem matou a Tais? Bem, não interessa. Nem faço idéia de quem seja Tais, além de personagem de Alessandra Negrini. Não assisti a essa novela. Não por nada, não tive lá muita vontade para tal. Não acredito que só há novelas ruins. Assisti “Pé na Jacá”, e dava muita risada com o “peladão” (personagem de Marcos Pasquim). Parecia muito com uma outra novela, de uns anos atrás, também com Pasquim, com Carolina Ferraz e Danielle Winits. Não lembro o nome. Isso, por sinal, é uma constante. Não lembrar o nome da novela e nem da novela de uma forma geral. A novela que esta sendo reprisada no “Vale a Pena Ver de Novo” só lembrava da tal família Sardinha. Da trama, não faço idéia.

É só puxar pela memória e me vem à mente “Que Rei Sou Eu”. Poderia dizer que foi a melhor novela que vi. Lembro de muita coisa e a trama era interessantíssima e mais ainda, tinha um fundo de crítica maravilhoso. Mas além dessa tinha “Top Model”, que no final da minha adolescência, ao lado de uma série – Shop Shop - que não virou série, tratava da tal “geração shopping”. Era a primeira vez que assistia a um modismo virar tema de novela. Assim se passou com “Vamp” e até uma outra, cuja atriz principal, Daniela Perez, ao lado de Eri Johnson, tratava do tema dos góticos e darks. Foi o ultimo papel de Daniela. Ela, que fora bailarina numa produção fantástica da extinta TV Manchete, “Kananga do Japão”, teve sua vida tirada quando iniciava seu estrelato global. E ai que eu faço uma das primeiras questões: Por que todo ator quer trabalhar na Globo?

Ou melhor, nem respondo isso. Simplesmente complemento, dizendo que praticamente os melhores atores do Brasil trabalham na TV Globo. A Globo já fez novelas boas, até antes do meu nascimento, assim como também já fez produções lastimáveis, como em 2006, a mini-série “Amazônia”. Digamos que nos últimos anos vem fazendo produções sem muita qualidade. E o resto das televisões? A Record fez uma regravação de “A Escrava Isaura” e teve muito sucesso, assim como outras novelas. Não assisti nenhuma delas. Não posso comentar nada sobre as novelas propriamente ditas, a não ser que estão com inúmeros atores que foram da Globo. Mas a estética, os temas, a crítica não me parece ter mudado em nada. Fora o tal “realismo”, que eu dispenso, parece que nada mudou e que a guia intelectual das produções da Record é a Globo. Sem contar que não entendo os horários das novelas. Assim como o SBT, a Record não tem grade fixa. Certo que todo o dia vai ao ar o “Fala que eu te escuto”, onde normalmente tenho tempo de assistir TV. O que me sobra de alternativa é Amaury Jr. ou algum reprise de filme. Logo, se faz TV somente pensando no grande público.

A Globo tem atendido em muito a expectativa de quem tem insônia. Os filmes são bons da sessão “Corujão”. Outro dia passou “Laranja Mecânica”. Que alternativa foi criada pelas TV´s abertas? Tudo custa caro e é difícil, segundo os críticos. Só lembrando que o “Perdidos na Noite”, programa inicial do apresentador Fausto Silva, era num horário tardio e alternativo. O que falta é criatividade na televisão. Ou melhor, nem criatividade, mas pessoas interessadas em atender pequenos grupos. Tenho um amigo que tem um programa de TV alternativo. Muitas vezes vejo o programa dele e acho fantástico já ter rompido mais de 5 anos no ar. É muito fácil reclamar da Globo e da novela, mas fazer alguma coisa realmente diferente pouca gente faz.

Ao se tratar de audiência, acredito que fazendo um bom trabalho, a audiência aparece. Veja o caso da Rede TV, em seu projeto mais recente exibe “Donas de Casa Desesperadas” e já vai colhendo os frutos disso. Não vai bater 50 pontos de audiência. Mas para quem sabe ser democrático, sabe que isso pouco importa. Saber que existe alternativa e que trabalhada possa se tornar viável é uma grande trabalho. O futuro da Globo é sim, perder audiência. Não deter 50% dos domicílios grudados ao seu canal. Tanto é assim que hoje a Globo pode somente ser comparada a estúdios de cinema, por suas produções. Mas isso se deve ao fato que se passaram mais de vinte anos da redemocratização e a única alternativa que se fez em termos televisivos foi a TV Manchete. Dizer que a TV da Igreja Universal um dia poderá chegar perto da Globo é por si só uma grande incompatibilidade, só pelo fato de ter já em sua origem uma regra. Como ter uma programa judeu na Record? Isso é só um exemplo de como uma TV segmentada não poderá nunca ser pragmática ao ponto de atender a todos os públicos.

E pensar que falei tudo isso para dizer que ontem entrou no ar o canal Record News, que não será transmitido pela TVA cabo, somente no sistema digital. Ao lado da TV Pública, teremos duas televisões segmentadas (isso se a TV Pública realmente acontecer). Isso tem lados bons. Os que todos falam por ai. Mas afirmo: nada disso ira tirar a liderança da Rede Globo. E eu acredito que a Globo deverá se reinventar em breve, assim como a RCTV esta caminhando. Quando assisti ao fim da TV Manchete pensei que algo novo poderia vir. Nada. Como já afirmei antes, ruim com a Globo, pior sem ela.

2 comentários:

Anônimo disse...

Querido Ludinho... como tu és criativo.... Meu Deus!

Beijos Querido... passei por aqui!

João Batista disse...

A TV pública, como tantos outros projetos Petistas, é uma benção: é uma enorme fonte de motivação para arranjar dinheiro e dar no pé. Rsrs.

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