setembro 11, 2007

11 de setembro

Texto escrito por mim em 25 de abril de 2004.
Onde você estava em 11 de setembro?

Daquela manhã lembro-me muito bem. Tinha acabado de levantar, quando soube por meu pai que um avião havia se chocado ao Word Trade Center, em Nova York. Até aquele momento era somente então um acidente. Um momento mais se passou e eu diante da televisão vi a segunda colisão. O Datena já estava no ar, narrando um dos piores acidentes de toda história americana.

Naquela manhã fui trabalhar pouco mais de quarenta minutos depois da segunda colisão, por volta das dez horas da manhã. Chegando ao escritório, estavam todos conectados na internet, já atrás de noticias sobre o, até aquele momento, acidente. Trabalhei o dia todo, mas o rendimento foi bastante baixo. Todos à espera de noticias. A certa hora da tarde, tinha-se a noticia que no espaço aéreo americano somente tinham autorização para voar o Força Aérea Um e aviões militares. Certo tempo depois, a internet estava lenta, praticamente parada. Dizem que existiu uma sobrecarga, mas até hoje não sei a verdade. A partir daquele dia então ouvi inúmeras histórias sobre aquele momento, aquele dia.

Passados quase três anos ainda escuto histórias inéditas daquele dia. Certa vez comprei um cd do Sting, gravado ao vivo em 11 de setembro de 2001, na Itália. Soube que o Bruce Springsteen gravou um disco em homenagem às vitimas. O Paul McCartney assistiu a queda das torres pela janela do avião no aeroporto de Nova York. O então governador do Paraná, Jaime Lerner, estava ao telefone com sua filha, residente em New Jersey, no momento do acidente. Além das personalidades, tenho algumas de pessoas próximas como de um amigo na Califórnia, que narrou da seguinte forma: Estava dormindo, eram umas seis ou sete da manhã, quando um amigo me telefonou e me falou para ligar a televisão correndo. Os pais de uma amiga iriam voltar para o Brasil exatamente naquela manhã, estavam no aeroporto, só souberam do ocorrido mais tarde. Outra bastante significativa ocorreu há muito pouco tempo, um outro amigo, que trabalhava no período noturno, disse que tinha chego durante a madrugada e acordado por volta das dezenove horas. Até aquele momento não sabia de absolutamente de nada. Uma das mais estranhas foi a de um professor que estava voltando de Moscou naquela manhã e assistiu em uma televisão no aeroporto, sem entender uma só palavra do que se passava. Só via as imagens, sem saber se era um filme ou realidade.

Acredito que em todas essas histórias, e nas muitas que existam, o maior ponto em comum, em maior ou menor grau, é certa mudança ou ruptura da rotina. Essa ruptura dada talvez pela velocidade da informação. Pela curiosidade de se ter uma solução para o que aconteceu. Saber o que houve ou que esta acontecendo agora. Depois ao medo, do receio, do que poderia vir a acontecer. Será que só em Nova York? Da evacuação de alguns edifícios em todo o mundo, após a noticia de um possível atentado. Da mudança de hábitos nos momentos seguintes. Nas preocupações posteriores em eventos como a Copa do Mundo, as Olimpíadas ou mesmo na comemoração das passagens de ano em todo mundo. Todo o lugar que existir um aglomerado humano irá existir agora também uma preocupação a mais.

Realmente, o mundo mudou depois desse dia. Nós mudamos mesmo sem saber o porquê isso tudo aconteceu.

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