Na madrugada, às vezes, combatendo a insônia, consigo exatamente o contrário: ficar vidrado, assistindo com mais interesse aos filmes da televisão. O detalhe que, como sempre, acabo com algo totalmente inusitado. Na ultima vez foi o incrível filme de Claudio Cunha, O Gosto do Pecado, de 1980, no Canal Brasil. Não conheço o trabalho de Claudio Cunha e nem nunca havia ouvido falar do filme. Mas o que me chamou a atenção logo de cara foi o ano em que o filme foi feito, a virada da década de 1970 para 1980; a fotografia, de uma São Paulo já com os contornos de metrópole atuais e de um Guarujá ainda “clássico”, até com a mesma balsa que ainda hoje faz a transição de Santos. Os apartamentos e o escritório, aqueles telefones de disco, o orelhão da antiga Telesp, uma época que vivi na infância e tenho ainda uma imagem mental.
Claro que essa imagem mental é o que mais me atrai nestes filmes, mas fico contente que o cinema brasileiro tenha conseguido um grau maior de profissionalismo. Neste caso específico, a história é muito boa, mesmo com a simplicidade das cenas, mas já assisti a muitos filmes, neste mesmo Canal Brasil, que não consigo dizer outra coisa além de perda de tempo. E digo mais: o cinema dos anos 1960 e 1970, não entrando na questão estética, eram de uma precariedade e de uma má produção que não dá nem para começar a falar. Era também assim em outros países. Nos fins dos anos 1970 e principalmente nos anos 1980 começam a melhorar muito e se inicia a era dos “efeitos especiais”. A produção fica muito mais profissional. Não que Hollywood não a tivesse, mas não com a qualidade que se apresentava a partir daí. E no Brasil o cinema começou de novo, pelo menos para mim, nos ano 1990, com um nível muito mais próximo do internacional. E isso é nítido já pelas referencias de Central do Brasil e Cidade de Deus.
Mas nada melhor que reviver os tempos passados; uma questão de saudosismo. E O Gosto do Pecado me fez sentir isto. Tirando a parte mais erótica do filme, que cenas tão apimentadas que beira a pornografia, a história do filme é impressionante. Seria como analisar as fraquezas humanas e aqueles tempos em que era complicado refazer a vida após um divórcio. Ele tenta tratar da sociedade e daqueles anos, e retrata muito bem isso, quase como num roteiro à moda de Nelson Rodrigues. Claro, a beleza da atriz Simone Carvalho também ajuda muito no imaginário da trama. Mas tem exageros típicos de uma época. E é por esses exageros que esse filme, com uma história muito boa, não passa de um “cult” sem maiores apreciadores. No fundo isso é uma atitude do diretor; uma escolha que leva do céu ao inferno uma produção.
Claro que essa imagem mental é o que mais me atrai nestes filmes, mas fico contente que o cinema brasileiro tenha conseguido um grau maior de profissionalismo. Neste caso específico, a história é muito boa, mesmo com a simplicidade das cenas, mas já assisti a muitos filmes, neste mesmo Canal Brasil, que não consigo dizer outra coisa além de perda de tempo. E digo mais: o cinema dos anos 1960 e 1970, não entrando na questão estética, eram de uma precariedade e de uma má produção que não dá nem para começar a falar. Era também assim em outros países. Nos fins dos anos 1970 e principalmente nos anos 1980 começam a melhorar muito e se inicia a era dos “efeitos especiais”. A produção fica muito mais profissional. Não que Hollywood não a tivesse, mas não com a qualidade que se apresentava a partir daí. E no Brasil o cinema começou de novo, pelo menos para mim, nos ano 1990, com um nível muito mais próximo do internacional. E isso é nítido já pelas referencias de Central do Brasil e Cidade de Deus.
Mas nada melhor que reviver os tempos passados; uma questão de saudosismo. E O Gosto do Pecado me fez sentir isto. Tirando a parte mais erótica do filme, que cenas tão apimentadas que beira a pornografia, a história do filme é impressionante. Seria como analisar as fraquezas humanas e aqueles tempos em que era complicado refazer a vida após um divórcio. Ele tenta tratar da sociedade e daqueles anos, e retrata muito bem isso, quase como num roteiro à moda de Nelson Rodrigues. Claro, a beleza da atriz Simone Carvalho também ajuda muito no imaginário da trama. Mas tem exageros típicos de uma época. E é por esses exageros que esse filme, com uma história muito boa, não passa de um “cult” sem maiores apreciadores. No fundo isso é uma atitude do diretor; uma escolha que leva do céu ao inferno uma produção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário