Um tempo atrás soube de um estudo de T.S. Eliot sobre os Clássicos. Vou citar a passagem do livro de Reinaldo Azevedo que o contém:
“Num magnífico ensaio chamado “O que é um Clássico?”, T. S. Eliot ilumina, como quase sempre, a inteligência: “(...) um clássico só pode aparecer quando uma civilização estiver madura, quando uma língua e uma literatura estiverem maduras; e deve constituir a obra de uma mente madura. É a importância dessa civilização e dessa língua, bem como a abrangência da mente do poeta individual, que proporcionam a universalidade. (...) A maturidade de uma literatura é um reflexo da sociedade dentro da qual ela se manifesta: um autor individual – especialmente Shakespeare e Virgílio – pode fazer muito para desenvolver sua língua, mas não pode conduzir essa língua à maturidade a menos que a obra de seus antecessores a tenha preparado para seu retoque final. Por conseguinte, uma literatura amadurecida tem uma história atrás de si. (...) Dentro de suas limitações formais, o clássico deve expressar o máximo possível da gama total de sentimento que representa o caráter do povo que fala essa língua.” (De Poesia e Poetas, T.S. Eliot apud Azevedo, Reinaldo. Contra o Consenso. São Paulo: Editora Barracuda, 2005.)
“Num magnífico ensaio chamado “O que é um Clássico?”, T. S. Eliot ilumina, como quase sempre, a inteligência: “(...) um clássico só pode aparecer quando uma civilização estiver madura, quando uma língua e uma literatura estiverem maduras; e deve constituir a obra de uma mente madura. É a importância dessa civilização e dessa língua, bem como a abrangência da mente do poeta individual, que proporcionam a universalidade. (...) A maturidade de uma literatura é um reflexo da sociedade dentro da qual ela se manifesta: um autor individual – especialmente Shakespeare e Virgílio – pode fazer muito para desenvolver sua língua, mas não pode conduzir essa língua à maturidade a menos que a obra de seus antecessores a tenha preparado para seu retoque final. Por conseguinte, uma literatura amadurecida tem uma história atrás de si. (...) Dentro de suas limitações formais, o clássico deve expressar o máximo possível da gama total de sentimento que representa o caráter do povo que fala essa língua.” (De Poesia e Poetas, T.S. Eliot apud Azevedo, Reinaldo. Contra o Consenso. São Paulo: Editora Barracuda, 2005.)
Após este texto li outro de Daniel Piza que tratava de compor o porquê ler os Clássicos (aqui). Ele acredita que os clássicos devem ser lidos também por prazer. E tudo isso serve mais especificamente para entender que o que é chamado por “alta cultura” é mais accessível do que parece. Os fatos que levam muita gente a não ler os Clássicos esta na preguiça, na total falta de tempo ou mesmo numa falta de prioridade de valor. Este terceiro também poderia relacionar com uma falta de crítica literária no Brasil, o que também poderia melhorar o caminho para valorizar certos clássicos. Não creio que seja o único caminho de um escritor, o de conhecer primeiro os clássicos para depois escrever, mas não acho que a literatura que não passa por um caminho assim pode amadurecer tardiamente. Talvez seja este o motivo que eu não leia autores recentes...
2 comentários:
Ainda não sei o que tendo a fazer, então dou às costas ao presente para viajar ao mundo universal de todos os tempos, de onde espero encontrar, enfim, um caminho a seguir, o que afinal necessito, ou sou necessitado, por assim dizer. Por profissão, gosto de Administração de Empresas. Venho de uma família de empreendedores (por um lado), como tantos imigrantes, e abro e fecho ultra-micro-negócios desde criança, rsrs... É verdade que como tal, tenho preferência por estar no topo, na chefia, sempre fui meu próprio chefe, o que perigosamente coloca em risco qualquer carreira possível de executivo subserviente. Vou chegar a CEO? Não? Quem sabe, talvez, um dia? Quantas ações da empresa terei em mãos, quanto desfrutarei do meu trabalho? Não sinto motivação para avançar nesse caminho, exceto pelo dinheiro, mas para chegar ao topo teria de dedicar mais tempo a profissão e menos ao estudo, e muito antes de qualquer inclinação administrativa/empreendedora sinto, aí sim, inclinação a filosofia. Mas a outra parte da minha família é de professores, e esse não é um caminho melhor. A não ser que encontre um bom lugarzinho ao sol, é um trabalho de cão sem a devida recompensa financeira. Então continuo a buscar o sentido, qual vida possível posso viver, quem eu quero ser, sem saber o que quero fazer, que papel social desempenhar, qual profissão seguir.
Mal me sustento, mas quem sabe, um dia, talvez, encontre um caminho. Como professor estaria abdicando da busca e fechando qualquer porta possível para me acorrentar às amarras estéreis de uma universidade sem sentido, aparelhada pela burrice e pela mentira para quê? Ensinar alunos vagabundos que se consideram o centro e a medida de todo o universo?
Ainda vou acabar entrando num mosteiro, e administrar a produção de vinho...rsrs...
É... Um caminho. Dois caminhos... Três caminhos... Uma vez falava com uma família de professores, que até haviam montado uma escola dentro de sua propriedade para ensinar mais gente, e eu perguntava qual era a verdadeira função de professor, já que eu era meio autodidata. E falaram que era simbolicamente acender uma vela no caminho escuro do seu conhecimento. Não era o objetivo mesmo ter uma legião de fiéis seguidores.
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