maio 12, 2007

Pavilhão de Portugal para a Expo 98 em Lisboa


Pavilhão de Portugal, projeto de Álvaro Siza Vieira.

Estes textos que seguem abaixo, são parte da apresentação do meu Trabalho Final de Graduação em 2003. Fazia parte de um estudo sobre estruturas em concreto protendido, onde o Pavilhão de Portugal era um estudo de caso. A postagem esta dividida em duas partes: uma referente ao pavilhão e a outra ao conceito de protensão. Uma em associação a outra completam o conceito que visualmente pelas fotos não se pode definir. E uma terceira parte, que não fazia parte do trabalho, de citações de Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura sobre a obra.

O Pavilhão de Portugal

"O Pavilhão de Portugal para a Expo 98 em Lisboa, projeto do arquiteto Álvaro Siza Vieira, é formado de dois corpos separados por uma junta de construção. O corpo A é uma cobertura suspensa de dois pórticos implantados perpendicularmente ao cais, constituída por uma lamina de concreto de 20 cm de espessura, fixada nos dois pórticos, com altura mínima de 10 metros. Essa cobertura define uma área destinada a atos públicos e representações e suas dimensões são de 65 x 50 metros. A lamina de concreto forma uma catenária pela própria força da gravidade e os cabos de protensão são deixados a mostra nas extremidades.

O corpo B é um edifício de dois pisos ao redor de um pátio, concebido em concreto, cuja estrutura inferior é constituída por pilares e no pavimento superior formado por paredes portantes.

O importante é destacar que o edifício teria função ainda não conhecida ao término das festividades. Esse foi um dos princípios da concepção deste edifício, contar com a flexibilidade e de uma imagem clara. São dois fatores bastante importantes, ou seja, o uso do concreto de uma forma bastante inovadora, possibilitando a flexibilidade e a imagem clara e marcante plástica e esteticamente da estrutura que por sua vez já é o partido arquitetônico. (...)."

Conceito de Protensão

"Pfeil propõe a seguinte definição: “Protensão é um artifício que consiste em introduzir numa estrutura um estado prévio de tensões capaz de melhorar sua resistência ou seu comportamento, sob diversas condições de carga.”[1] A protensão pode ser utilizada a muitos materiais em diversos casos.
Um exemplo clássico de protensão ou pré-tensão, seria a roda de carroça. Ao contrário do que se pode imaginar, não se trata de uma peça única. A roda é constituída de várias partes de madeira, montadas por encaixes. Em torno da roda de madeira é colocado um aro de aço cuja função é, além de proteger as partes de madeira do desgaste, solidarizar o conjunto. No momento da colocação, o aro é aquecido, de forma que seu diâmetro original aumente devido à dilatação do material. Depois de colocado, o aro se resfria, voltando à temperatura ambiente e seu diâmetro tende a diminuir até o valor inicial. A roda de madeira se opõe ao movimento de contração do aro e este aplica esforços sobre ela, solidarizando-a, protendendo-a."

[1] PFEIL, Walter. Apud VERISSIMO, Gustavo de Souza. Concreto Protendido – Fundamentos Básicos.
Siza e Moura
“Quando fui ver a pala pela primeira vez não me admirei grandemente. Os esquiços, os desenhos rigorosos, as maquetes... Nada nos dá garantias sobre o que vai dar uma idéia depois de construída. Pensei sempre que a pala deveria produzir um impacto muito grande. Quando cheguei ao recinto e finalmente vi a pala, achei naturalíssimo. Não me impressionou nada. Era o que pretendia, mas não estava seguro de o ter conseguido." (Álvaro Siza Vieira).

“O que me faz impressão na pala é o facto de um objecto que deveria ser feito com materiais leves ser feito de betão e ter um ar perene. O facto de ser de betão - contra natura - é o que produz a surpresa.” (Eduardo Souto de Moura).

Um comentário:

João Batista disse...

“Essa cobertura define uma área destinada a atos públicos e representações”

Eu é que não fico debaixo disso aí! É como o cobertor da morte, o lençol do leito das horas finais, o saco de defunto, pronto para desabar, cobrir, fechar.

Os três textos

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