E os lançamentos editoriais continuam a todo vapor no Brasil. O interessante é que se vê por aí pouca gente lendo. Será verdade? Ler é uma forma também de entretenimento. Gosto de ler para me divertir. A leitura de entretenimento normalmente é leve, flui bem. E nem por isso precisa ser leviana e pouco profunda. Dois lançamentos recentes me chamaram a atenção. Primeiro pelo gênero, a biografia, e segundo pelo tema, tratam do rock nacional. São elas: “Agente é Assim”, uma biografia da banda Barão Vermelho e “Revelações por Minuto”, sobre o RPM, um doa maiores fenômenos de vendas da década de 1980. Gosto de biografias. Normalmente avançam além do biografado dando um bom recorte daquele período.
No caso dessas duas biografias, fica uma interrogação: porque uma biografia nesse momento? Sobre Barão Vermelho, a parte mais interessante da banda foi enquanto Cazuza era membro da banda, mesmo eu não gostando dele. E sobre Cazuza foram feitas muitas biografias e até um filme. O interessante que eles próprios reconhecem isso na biografia. Seria ruim de minha parte dizer que nem tenho interesse em saber da banda, mas para fomentar alguma curiosidade a mais, esta biografia acompanha um novo álbum, de músicas inéditas.
O RPM é um caso diferente. Este biografia já era esperada. É talvez a banda que tenha se perdido mais no tempo que as outras dos anos 1980. Isso, claro, das bandas que tiveram mais que uma música de sucesso. Paulo Ricardo se manteve na mídia, mas nada que fez depois chegou próximo ao sucesso com o RPM. Ele vive praticamente do fantasma do RPM. Luiz Schiavon hoje é tecladista da banda de Fausto Silva, no Domingão do Faustão, da Rede Globo de televisão. Estão prevendo uma volta agora em 2008 e este livro seria o inicio dessa volta.
Agora, eu acho que essas biografias nada mais são que um novo modismo como foram os acústicos. Conforme Lobão declarou, ele foi o ultimo a gravar um acústico. O RPM gravou um acústico e um show para DVD em 2002, com uma nova composição – “Vida Real”, tema do programa Big Brother. O Barão Vermelho já gravou também seu acústico e acredito que essa biografia nada mais é que uma jogada de marketing. Em suma, quando se espera que comecem a fazer biografias sérias registrando aqueles tempos, elas escapam pelo caminho fácil de fazer uma jogada de marketing.
Gostaria que essas biografias fossem recheadas de fatos inéditos e não mais uma no meio de tantas outras. Para um primeiro registro, até que a do RPM está num bom caminho. Para mim esse tal rock nacional continua sendo mais uma fase mal explicada, onde as nuvens cinzentas encobrem as falhas, que são naturais e o que os torna mais humanos, e continuam a tentar fazer algum “mistério” sobre como foi aquele período dos anos pós-abertura, anos Sarney, para ser mais exato. O Titãs lançou, se não me engano, em 2003 sua biografia. E olha que é uma banda que nunca deixou de gravar, tendo uma história muito mais ampla (afinal eram oito membros) e não tinha um jogo de marketing por trás desse lançamento. Eu acredito que faltaria uma biografia sobre a Blitz. Foi uma banda que teve influencia sobre outras bandas e que teve muito do seu material ainda censurado pelo Regime Militar de Exceção. Vai aí uma idéia. Se for para revirar os anos 1980, é para fazer direito.
Outra questão que me pareceu interessante é que em breve, com esse acumulo de material produzido, poderemos até parar de classificar essas bandas como “anos 80”. Imagine só uma biografia sobre Paralamas do Sucesso. Os anos 1990 foram bastante importantes na carreira deles, não podendo simplesmente chama-los de “mais uma dos anos 80”. Já o RPM não. Foi realmente uma banda dos “anos 1980”. Uma banda com curtíssima duração. Mas com um reflexo até hoje bastante interessante. Merecia uma forma mais aprofundada. Acredito que essa forma só será dada na biografia de Paulo Ricardo, o que espero que seja daqui a muitos anos; algo bastante amadurecido, onde ele poderá até contar sobre suas participações como ator. Uma coisa pode-se falar de RPM: foram poucos discos e um tempo curto, mas a maioria de suas músicas se tornou hit, inclusive “Vida Real”, tema do programa Big Brother. Se eles se juntassem assim e fizessem um disco inteiro, tenho certeza que bons sons sairiam de lá. É estranho, mas separados não produzem grandes coisas.
No caso dessas duas biografias, fica uma interrogação: porque uma biografia nesse momento? Sobre Barão Vermelho, a parte mais interessante da banda foi enquanto Cazuza era membro da banda, mesmo eu não gostando dele. E sobre Cazuza foram feitas muitas biografias e até um filme. O interessante que eles próprios reconhecem isso na biografia. Seria ruim de minha parte dizer que nem tenho interesse em saber da banda, mas para fomentar alguma curiosidade a mais, esta biografia acompanha um novo álbum, de músicas inéditas.
O RPM é um caso diferente. Este biografia já era esperada. É talvez a banda que tenha se perdido mais no tempo que as outras dos anos 1980. Isso, claro, das bandas que tiveram mais que uma música de sucesso. Paulo Ricardo se manteve na mídia, mas nada que fez depois chegou próximo ao sucesso com o RPM. Ele vive praticamente do fantasma do RPM. Luiz Schiavon hoje é tecladista da banda de Fausto Silva, no Domingão do Faustão, da Rede Globo de televisão. Estão prevendo uma volta agora em 2008 e este livro seria o inicio dessa volta.
Agora, eu acho que essas biografias nada mais são que um novo modismo como foram os acústicos. Conforme Lobão declarou, ele foi o ultimo a gravar um acústico. O RPM gravou um acústico e um show para DVD em 2002, com uma nova composição – “Vida Real”, tema do programa Big Brother. O Barão Vermelho já gravou também seu acústico e acredito que essa biografia nada mais é que uma jogada de marketing. Em suma, quando se espera que comecem a fazer biografias sérias registrando aqueles tempos, elas escapam pelo caminho fácil de fazer uma jogada de marketing.
Gostaria que essas biografias fossem recheadas de fatos inéditos e não mais uma no meio de tantas outras. Para um primeiro registro, até que a do RPM está num bom caminho. Para mim esse tal rock nacional continua sendo mais uma fase mal explicada, onde as nuvens cinzentas encobrem as falhas, que são naturais e o que os torna mais humanos, e continuam a tentar fazer algum “mistério” sobre como foi aquele período dos anos pós-abertura, anos Sarney, para ser mais exato. O Titãs lançou, se não me engano, em 2003 sua biografia. E olha que é uma banda que nunca deixou de gravar, tendo uma história muito mais ampla (afinal eram oito membros) e não tinha um jogo de marketing por trás desse lançamento. Eu acredito que faltaria uma biografia sobre a Blitz. Foi uma banda que teve influencia sobre outras bandas e que teve muito do seu material ainda censurado pelo Regime Militar de Exceção. Vai aí uma idéia. Se for para revirar os anos 1980, é para fazer direito.
Outra questão que me pareceu interessante é que em breve, com esse acumulo de material produzido, poderemos até parar de classificar essas bandas como “anos 80”. Imagine só uma biografia sobre Paralamas do Sucesso. Os anos 1990 foram bastante importantes na carreira deles, não podendo simplesmente chama-los de “mais uma dos anos 80”. Já o RPM não. Foi realmente uma banda dos “anos 1980”. Uma banda com curtíssima duração. Mas com um reflexo até hoje bastante interessante. Merecia uma forma mais aprofundada. Acredito que essa forma só será dada na biografia de Paulo Ricardo, o que espero que seja daqui a muitos anos; algo bastante amadurecido, onde ele poderá até contar sobre suas participações como ator. Uma coisa pode-se falar de RPM: foram poucos discos e um tempo curto, mas a maioria de suas músicas se tornou hit, inclusive “Vida Real”, tema do programa Big Brother. Se eles se juntassem assim e fizessem um disco inteiro, tenho certeza que bons sons sairiam de lá. É estranho, mas separados não produzem grandes coisas.
Um comentário:
Parabéns por sua análise e comentários do meu livro. Gostei muito. Obrigado. Marcelo Leite de Moraes.
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