Lembrando do começo do rock nacional, me recordo de dois ícones da década de 1980: Roupa Nova e Rádio Táxi. Importante certa impressão que tenho sobre anos 1970 antes. Acho que nunca falei a respeito do que penso daquelas bandas nacionais dos anos 1970, mas para não me demorar muito, pouca coisa que se produziu naqueles anos chegou aos 1980 com a profundidade inicial. Diria que só o que era quase brega chegou. Vamos por partes. Mutantes: a carreira da “roqueira” Rita Lee nos anos 1980, com “Lança Perfume” e “Cor-de-rosa Choque” é realmente uma dúvida, recordando o que havia produzido com Os Mutantes. Mais pop do que isso impossível. Aqui é bom lembrar da diferença entre pop e popular. Da diferença entre Chico Buarque e Ivete Sangalo. Não é por um ser melhor que outra, não. Simplesmente seria como a música sertaneja de raiz e a música produzida pelas duplas sertanejas (do talvez “country pop Brazil”). Uma não desqualifica outra. Mas a herança desse novo modelo pop é base do sucesso tanto para Roupa Nova como Rádio Táxi.
Bom lembrar que Rádio Táxi nasceu nos anos 1970, mas seu sucesso com os hits “Garota Dourada”, ”Eva”, ou mesmo o tema de abertura de novela “Sanduíche de Coração” são o que foi de mais pop naqueles anos. Ao lado deles Roupa Nova, com uma base harmônica bastante interessante, também fizeram parte de trilhas de novela, como “Transas e Caretas” (1983), com “Whisky a Go-Go” e “Que Rei sou Eu?” (1989), com “Coração Pirata”. Se bem me lembro Roupa Nova teve o recorde de músicas em trilhas de novelas de todas as bandas e músicos brasileiros. Roupa Nova, também teve grandes sucessos como “Show de Rock´n Roll”, “Sapato Velho”, “Dona”, “Volta Para Mim” e “Seguindo no Trem Azul”. Tudo muito brega, praticamente como tudo nos anos 1980.
Diria que, da mesma forma que Ana Maria Bahiana separa a década de 1970 em duas partes (no seu bate-papo sobre seu livro, “Almanaque dos Anos 70”, no programa “Sempre um Papo” da TV Câmara), sendo a primeira até 1975/76, onde o pessimismo era geral em relação ao término do regime militar de exceção, e dos anos posteriores a 1976, já com vistas da abertura militar iniciada com a lei da anistia, eu separo a década de 1980 também em duas partes, sendo a primeira essa parte brega, com Roupa Nova e Rádio Táxi e resquícios dos anos 1970, como Pepeu Gomes, Raul Seixas e Rita Lee com a nova safra de bandas surgidas nos anos 1980, como Blitz, Paralamas do Sucesso, Titãs, Barão Vermelho, Legião Urbana e Capital Inicial (as duas oriundas da banda Aborto Elétrico), Engenheiros do Hawaii, Inimigos do Rei, Nenhum de Nós, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens e a mais conhecida de todas: RPM. Diria que um momento também pode ter marcado muito esta década: o “Rock In Rio” de 1985. Foi ali que o Brasil realmente se abriu para o rock´n roll.
O que é interessante é ver de onde surgiram as bandas, as pessoas. Paulinho Mosca era dos Inimigos do Rei, hoje um dos candidatos à nova MPB. Nando Reis e Arnaldo Antunes foram dos Titãs e o atual baixista dos Titãs, Lee, era do Rádio Táxi. Wander Taffo, que fez uma curta carreira, com dois bons discos nos anos 1990, sem nenhum sucesso, era o guitarrista do Rádio Táxi. Paulo Ricardo, que dispensa maiores apresentações, já tentou refazer o RPM pelo menos duas vezes. Da mesma forma que hoje Engenheiros do Hawaii é sinônimo de Humberto Gessinger, Paulo Ricardo queria o mesmo para o RPM. Lobão foi baterista da Blitz, da qual também fez parte Fernanda Abreu (que até hoje me pergunto se sua participação foi vital para existência da Blitz). Lulu Santos, pelo que eu saiba, foi produtor e trabalhou na Som Livre. No fundo, nenhuma dessas bandas era como direi, iniciante. Já eram maduras quando chegaram ao sucesso. Se pensar em Titãs, os primeiros discos não tiveram o sucesso de “Cabeça Dinossauro”. Não por nada, acredito até que bandas de um único disco poderiam fazer um excelente trabalho. Mas acho muito difícil aparecer um gênio musical e ser identificado logo ao seu primeiro trabalho. Vejo por exemplo Marjorie Estiano, que participou de bandas de garagem em São Paulo, é hoje atriz, mas fez uma carreira como cantora e pode vir a despontar novamente (não acredito muito nisso). Fez recente participação especial no segundo DVD do Roupa Nova, cantando um tema de Rita Lee.
Bem, esse é um ponto também em comum das duas bandas: lançaram DVD´s lembrando seus sucessos passados. Roupa Nova, para ser ainda pior lançou um segundo DVD, este com participações especiais e tocando músicas de sucesso dos anos 1980, como “Flagra” e “Lança Perfume” de Rita Lee. Não sei qual sucesso atingiu o Rádio Táxi nesse retorno, porém ficam assim registrados que estes músicos todos não pararam, mas também não produziram mais sucessos como no passado. Pior ainda, quase caíram no completo esquecimento. Entendo que é realmente difícil uma banda ter uma longa vida de sucesso, mas Paralamas, Titãs e Engenheiros, só para ficar em alguns poucos exemplos, se reinventaram, o que não consigo ver nem no Rádio Táxi e nem no Roupa Nova.
Bom lembrar que Rádio Táxi nasceu nos anos 1970, mas seu sucesso com os hits “Garota Dourada”, ”Eva”, ou mesmo o tema de abertura de novela “Sanduíche de Coração” são o que foi de mais pop naqueles anos. Ao lado deles Roupa Nova, com uma base harmônica bastante interessante, também fizeram parte de trilhas de novela, como “Transas e Caretas” (1983), com “Whisky a Go-Go” e “Que Rei sou Eu?” (1989), com “Coração Pirata”. Se bem me lembro Roupa Nova teve o recorde de músicas em trilhas de novelas de todas as bandas e músicos brasileiros. Roupa Nova, também teve grandes sucessos como “Show de Rock´n Roll”, “Sapato Velho”, “Dona”, “Volta Para Mim” e “Seguindo no Trem Azul”. Tudo muito brega, praticamente como tudo nos anos 1980.
Diria que, da mesma forma que Ana Maria Bahiana separa a década de 1970 em duas partes (no seu bate-papo sobre seu livro, “Almanaque dos Anos 70”, no programa “Sempre um Papo” da TV Câmara), sendo a primeira até 1975/76, onde o pessimismo era geral em relação ao término do regime militar de exceção, e dos anos posteriores a 1976, já com vistas da abertura militar iniciada com a lei da anistia, eu separo a década de 1980 também em duas partes, sendo a primeira essa parte brega, com Roupa Nova e Rádio Táxi e resquícios dos anos 1970, como Pepeu Gomes, Raul Seixas e Rita Lee com a nova safra de bandas surgidas nos anos 1980, como Blitz, Paralamas do Sucesso, Titãs, Barão Vermelho, Legião Urbana e Capital Inicial (as duas oriundas da banda Aborto Elétrico), Engenheiros do Hawaii, Inimigos do Rei, Nenhum de Nós, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens e a mais conhecida de todas: RPM. Diria que um momento também pode ter marcado muito esta década: o “Rock In Rio” de 1985. Foi ali que o Brasil realmente se abriu para o rock´n roll.
O que é interessante é ver de onde surgiram as bandas, as pessoas. Paulinho Mosca era dos Inimigos do Rei, hoje um dos candidatos à nova MPB. Nando Reis e Arnaldo Antunes foram dos Titãs e o atual baixista dos Titãs, Lee, era do Rádio Táxi. Wander Taffo, que fez uma curta carreira, com dois bons discos nos anos 1990, sem nenhum sucesso, era o guitarrista do Rádio Táxi. Paulo Ricardo, que dispensa maiores apresentações, já tentou refazer o RPM pelo menos duas vezes. Da mesma forma que hoje Engenheiros do Hawaii é sinônimo de Humberto Gessinger, Paulo Ricardo queria o mesmo para o RPM. Lobão foi baterista da Blitz, da qual também fez parte Fernanda Abreu (que até hoje me pergunto se sua participação foi vital para existência da Blitz). Lulu Santos, pelo que eu saiba, foi produtor e trabalhou na Som Livre. No fundo, nenhuma dessas bandas era como direi, iniciante. Já eram maduras quando chegaram ao sucesso. Se pensar em Titãs, os primeiros discos não tiveram o sucesso de “Cabeça Dinossauro”. Não por nada, acredito até que bandas de um único disco poderiam fazer um excelente trabalho. Mas acho muito difícil aparecer um gênio musical e ser identificado logo ao seu primeiro trabalho. Vejo por exemplo Marjorie Estiano, que participou de bandas de garagem em São Paulo, é hoje atriz, mas fez uma carreira como cantora e pode vir a despontar novamente (não acredito muito nisso). Fez recente participação especial no segundo DVD do Roupa Nova, cantando um tema de Rita Lee.
Bem, esse é um ponto também em comum das duas bandas: lançaram DVD´s lembrando seus sucessos passados. Roupa Nova, para ser ainda pior lançou um segundo DVD, este com participações especiais e tocando músicas de sucesso dos anos 1980, como “Flagra” e “Lança Perfume” de Rita Lee. Não sei qual sucesso atingiu o Rádio Táxi nesse retorno, porém ficam assim registrados que estes músicos todos não pararam, mas também não produziram mais sucessos como no passado. Pior ainda, quase caíram no completo esquecimento. Entendo que é realmente difícil uma banda ter uma longa vida de sucesso, mas Paralamas, Titãs e Engenheiros, só para ficar em alguns poucos exemplos, se reinventaram, o que não consigo ver nem no Rádio Táxi e nem no Roupa Nova.
O Roupa Nova às vezes me lembra Fábio Junior, com musicas de sucesso nos anos 1980, shows atualmente cheios, certa exposição na mídia, mas, sem um detalhe: um Fábio Junior à frente da banda. Só tenho a dizer que a eternidade dos Rolling Stones se deve muito ao fato de ter um frontman como Mick Jagger.
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