outubro 19, 2007

Jimi Hendrix Experience

Depois de falar de Eric Clapton, falar de Jimi Hendrix se torna quase necessário. The Experience foi uma das primeiras bandas no formato power trio. Inspirado no líder do Cream (banda de Eric Clapton, também um power trio) Jimi Hendrix liderava a banda. Morto em 1970, o Jimi Hendrix Experience teve uma curtíssima carreira, gravando praticamente três discos de estúdio: “Are You Experienced?” (1967), “Axis: Bold as Love” (1967) e “Electric Ladyland” (1968). Ao final de 1968, The Experience terminou, e em vida, Jimi somente lançou mais um disco, gravado ao vivo.

Jimi gravou pouco em estúdio, mas posso assegurar que seu experimentalismo mudou a forma de tocar guitarra. São inúmeros os músicos admiradores de Hendrix, que entre inúmeros shows, tocou com a maioria dos músicos de peso de sua época, tais como Beatles, Clapton e Jim Morrison, e fez o incrível show de encerramento do famoso festival de Woodstock. Existe até uma história, que não sei ao certo, que Jimi tocou uma música dos Beatles num show em que Paul McCartney esteva presente, porém esta música era praticamente inédita e Jimi havia escutado no ensaio dos Beatles, que faziam parte desse festival e tocariam depois de Hendrix. Não lembro ao certo, mas existem muitas e muitas histórias e mito de Hendrix é talvez maior que ele mesmo.

Hendrix não teve tempo de fazer uma leitura de suas influencias, assim como descrevi de Clapton. Após sua morte os inúmeros shows registrados se transformaram num sem número de novos álbuns. Tinha uma maneira de tocar bastante solta, com uma seqüência de acordes que tinham uma pitada de jazz. Não posso dizer muito mais sobre Hendrix, foi um músico que conheci por, digamos, segunda mão. Não gosto muito daqueles timbres gravados por ele, coisa de época. As gravações no final dos anos 1960 não tinham a fidelidade de hoje. Tinha um lado bastante simples, que combinado aos inúmeros recursos dos pedais de efeito, dos quais Hendrix foi o maior entusiasta, e desta maneira modificou a forma de se fazer rock´n roll.

O que não vejo lá nenhuma graça é da forma como é visto, muito além de um mito. Detesto isso. E detesto mais ainda quem não consegue enxergar além do mito. Dele, em sua vida pessoal, não vejo nada de interessante. Prefiro ficar com o músico inovador. Talento ele tinha de sobra, infelizmente não soube sobreviver. Aliás, esse é um dos maiores mitos. Por que inúmeros músicos se transformam num mito após sua morte? Qual sentido das drogas e do álcool, daquela autodestruição? Isso só serve para manter uma atmosfera que nada leva além de uma perturbação. Aquela loucura o levou embora aos 28 anos de idade. Quanto mais poderia ter produzido se vivo estivesse? Envelhecer é uma virtude, da qual muitos cantores não puderam usufruir. Outros como Angus Young, Mick Jagger, continuam fazendo rock´n roll, tendo superado essa etapa, sem mudar muito seu estilo de vida. Mas a reflexão feita por Paul McCartney, tendo gravado belo DVD no pequeno Cavern Club, onde retoma o “antes dos Beatles”, e principalmente Clapton, me faz ver que existem caminhos múltiplos, porém às vezes não há a placa com o sinal de “pare”.

“(…) No stop signs, speedin' limit
Nobody's gonna slow me down
Like a wheel, gonna spin it
Nobody's gonna mess me 'round
Hey Satan! Paid my dues
Playin' in a rockin' band
Hey Mama! Look at me
I'm on my way to the promise land
I'm on the highway to hell
Highway to hell
I'm on the highway to hell
Highway to hell (…)”


Highway to hell – AC/DC

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