abril 25, 2009

Marcelo Tas

Não lembro se já falei alguma vez sobre o CQC, mas se o fiz foi breve e não será agora a falar deste programa, que anda sendo a novidade entre os humorísticos. Para ser mais exato o melhor humorístico de todos foi o TV Pirata. Depois, e só depois, aconteceu o Casseta & Planeta. E mais recentemente o Pânico na TV, que se comporta mais como um programa de celebridades ao contrário, sem muita qualidade indo para o lado da anti-televisão, fórmula do antigo Fausto Silva de Perdidos na Noite. O CQC vem se afirmar num nicho mais próximo à política, com uma qualidade maior e com tiradas inteligentes.

Falo do CQC porque este é o programa onde Marcelo Tas está no momento. Não prestava muita atenção nele até ler um texto de Reinaldo Azevedo no livro Contra o Consenso. Não conhecia o Ernesto Varela, e era sobre ele que tratava o texto de Reinaldo Azevedo. Aquele Reinaldo que sinto enorme falta e já tive a oportunidade de falar a ele. Porém são momentos que não vivi. Lembro do Tas da TV Cultura e depois do programa no canal 21. Após ler o texto sobre Tas, em 2007, e em 2008 com o início do CQC, vem ganhando projeção nacional e chove uma tonelada de críticas. A minha é ele ser santista...

Acho importante ter uma figura como Tas atuando na mídia nacional. Acho estranho que a crítica ainda não aconteceu em setores da sociedade esclarecida. Tenho lido e lembrado de vários textos dos finais dos anos 1980 e começo dos anos 1990, principalmente dos recentes lançamentos das antologias de Casseta Popular e Planeta Diário, onde já existia um humor de uma liberdade incrível. Parece-me que a inteligência anda sendo postergada por algum objetivo. Maus tempos estes em que a liberdade é represada por cegueira ideológica e “patrulhamento”... Onde até bom humor pode ter “algo por trás”. Mas a figura de um Marcelo Tas trás de volta a esperança de ter novas personagens na crítica cultural nacional. E o CQC só é uma ponta disso. Ao mesmo passo que Jô Soares não consegue mais cativar seu público, por não mais saber renovar seu programa, Tas fala para um público de várias faixas etárias. Assim começo a ver que aquele pensamento dos anos 1960 começa a desaparecer como pauta permanente e se inicia um novo momento. Sempre que um novo pensamento começa a ganhar corpo na sociedade ocorre certa “crise” e há muito chiado. Basta pensar naqueles anos 1980, que o pensamento dos anos 1960 chamava de “era perdida”...

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