abril 26, 2009

Das indicações...

Como recorrer ao seu próprio blog para suas anotações? Fácil. Basta ter como objetivo entender o que estão te passando, assim, sem nenhuma cobrança. Estava lendo um texto e este continha dois livros, que vão estar ou estão já a venda, em português, e que são de autores que constam de um livro que li há um tempo. Ficava pensando em como conseguir os tais textos para entender mais do que tratava. Mas por que o meu interesse nesses textos desses autores e não em outros? Simplesmente que estes são autores que interessam por falar de cultura, de uma forma mais geral. Assim como o livro Dentro da Baleia, de George Orwell, organizado por Daniel Piza, os textos tratam de falar sobre crítica de literatura, de tentar entender momentos e tentar fazer uma breve classificação das coisas. Mas estes textos são perdidos no tempo e a junção deles num único livro dá acesso rápido. Os dois livros que me refiro são O Livro dos Insultos, de H. L. Mencken e a coletânea de ensaios de George Steiner, da revista New Yorker. Onde acharia estes textos se não por indicação? Como sempre um ensaio faz aparecer um novo autor sempre. Mas isso só tem interesse para quem um dia pretende escrever um ensaio.

Numa aula, um tempo atrás, lia um ensaio que tinha citações de outros autores que felizmente conhecia. Isso é ótimo. Dá segurança por se basear num pensamento que já conhece e mais, num pensamento que já teve certa identificação. E o contrario também: citação de um autor que não concordo e, portanto, logo não se vai poder concordar, a não ser que a articulação seja melhor e faça explicar algo que não se conseguiu do original. Voltando, isso só serve para quem tem interesse em se aprofundar. Logo, um maior conhecimento de vários autores faz formar uma visão muito mais livre. Como Fernando Henrique Cardoso coloca, “(...) a liberdade depende da informação. Não há liberdade sem que a pessoa tenha acesso para poder escolher. No fundo é isso, liberdade sem escolha não é liberdade. E essa escolha muitas vezes depende de haver canais culturais, canais de informação que permitam que cada um faça por si próprio a avaliação daquilo que lhe parece melhor.
Isso só é possível agora. Inclusive, creio que a famosa discussão sobre a mídia que vai dominar tudo, que vai influenciar, vai ser diferente. Porque hoje, com o bombardeio de informações que existe, não há mais quem possa ter o monopólio da interpretação. Há uma valorização do indivíduo, do cidadão, neste mundo que parece ser monstruoso, que é feito para esmagá-lo. Mas ele pode escolher os canais que ouve, a forma de juntar a informação. Isso depende não só da informação, mas da formação, da educação. (...)” (CARDOSO, F. H. - 1999).

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