Certa vez uma pessoa me escreveu dizendo que eu não precisava responder que não lembraria de passar outra vez no meu blog. Imagino o que se passa. Já li inúmeros blogs dos quais nunca mais passei novamente. Alguns me indignei com o que lia, como certa vez um deles criticava a Sandy por cantar “standards de jazz” em sua carreira solo. Era um daqueles que acreditam que sem o mercado, sem o consumo e sem o capitalismo o mundo seria bem melhor... Em outros gostei do que lia, em partes; falava muito bem sobre política, sobre comportamento e um lixo sobre religião. Um outro fala muito bem em René Girard, que mal conheço, além das citações. Mas é um caminho, sempre.
Conhecer algo novo atrás de uma indicação é sempre legal. Descobrir também é bom. Como outro dia li no blog da Norma Braga, que é um dos blogs que volto constantemente mesmo sem conhecê-la nem nada, só para ver o que esta escrevendo, falando do livro Ortodoxia, de Chesterton. Um dos livros que estão na fila das minhas leituras.
Uma outra ocasião alguém me falou de um blog de nerds, onde havia um podcast de nerds, aliás, muitíssimo engraçado, porém longo demais. Gostaria de ter mais tempo para me divertir com essas coisinhas, mas ta difícil.
Bem, por fim entrei num blog há pouco tempo que falava dos grandes blogs e porque era um pequeno blog e porque existem mais de 100 mil pequenos blogs só no Brasil. E, resumindo, se trata de ter a liberdade de escrever o que bem entender, desde que dentro das regras do provedor e que não haja ofensas a outras pessoas. Nada mais natural. Nada mais do que faço. Se sou lido e detestado, ou se nem meus amigos me lêem não faz tanta diferença, afinal o que importa é ter este espaço para escrever a hora que eu bem entender e sobre o que quiser (dentro daquelas regras lá estabelecidas). Agora, agradeço muito aos muitos leitores que me lêem, da forma anônima e também daqueles que me escrevem.
Sinto às vezes decepcionar aos que aqui entram atrás somente de informações “arquitetônicas”. Afinal, a idéia inicial do blog, em 6 de abril de 2007, era a de que “do ponto de partida ao ponto final se traça um caminho. Este pode ser curto, longo, sofrido ou mesmo tranqüilo. Nunca saberemos qual caminho realmente tomamos à não ser no ponto de chegada. Assim inicio esse blog, timidamente e sem saber aonde vou chegar. Aqui vou falar de tudo um pouco: da arquitetura, do urbanismo, da literatura, da arte, da vida, da cultura, da música, do cinema e até do futebol. “Tudo ao mesmo tempo”, ou quase tudo, em tempos diferentes. Mas o importante é o caminho, sempre. Caminhar é preciso.” E continuo seguindo este princípio até hoje.
O interessante que ao longo desse período de tempo tive momentos que sofria muito para escrever. Outros que de tão cansado os textos saiam avessos, embolados, necessitando reescreve-los, coisa que até hoje não fiz. Muitos temas estão parados e muitas pesquisas travaram. Se um dia conseguir retomar parte já me dou por feliz. Fora isso, cada postagem é uma quase amostra dos temas que cuido e muitos deles são de entretenimento, pois nem só de pesquisa viva o homem. Paralelamente a este blog existe um arquiteto trabalhador e um pesquisador acadêmico que está travado entre um Aldo Rossi e uma Jane Jacobs, que está ansioso por ver o livro sobre a Fundação Iberê Camargo e o novo livro de residências de Sylvio de Podestá, além de abismado com a quantidade de informações de Trivium. Há também uma pessoa que almeja dar aulas, logicamente de arquitetura, mas pode ser de qualquer tema também.
Outro dia fui entrevistado para um trabalho de educação artística, por uma adolescente muitíssimo interessada, integrante do programa “aprendiz”, na empresa que trabalhava. Ela me disse que expliquei bem os tópicos relacionados à arquitetura. Se eu fosse dar aulas para adolescentes iria ser extremamente visual e iria enchê-los de datas e informações. Claro, não iria dar certo, mas fiquei apavorado com a postagem de Zeca Camargo a respeito da Bienal. Será que eles não querem fazer nada mesmo? Sinto que a internet só serve a quem se interessa ou a quem tem algum estimulo externo de busca.
Tenho certo receio de naufragar na possível investida da docência, mas seria um naufrágio somente meu? Lendo sobre Arthur Schopenhauer, ele não era muito popular com alunos. Bem longe do início do tema previsto para este tópico tenho ficado muito passivo a respeito de certas coisas, não xingando ninguém, e observo que muita gente mereceria Não é do meu feitio sair xingando, como certos cães de blog até grandinhos. Na verdade eu simplesmente ignoro. Tanto é que até hoje lembro de uma citação bastante interessante no site Arq!Bacana e no blog da revista portuguesa Atlântico. Das negativas não lembro de nenhuma, se é que há alguma... Devo ser também ignorado.
O importante mesmo é que o banco Real dá dez dias no cheque especial... Essa frase me faz lembrar de quanto gosto da profissão de publicitário. Recentemente estava vendo o livro de Washignton Olivetto, O Primeiro Agente Nunca Esquece, em que o marcador de páginas é uma alça cor-de-rosa de sutiã. São coisas que se poderia dizer que é feio e tal, mas se for racionalizar em termos profissionais, é um dos melhores trabalhos de edição gráfica que vi. Genial. Tenho muita curiosidade sobre os trabalhos publicitários, desde a concepção original até a execução artística do trabalho. E esse interesse é além da curiosidade uma questão profissional a ser tratada. Quando lembro de entrevistas do arquiteto Jean Nouvel que li, em muitos momentos ele dizia trazer para a arquitetura muita coisa do universo publicitário. Isso sempre me foi bastante interessante, porém pouquíssimas vezes consegui ir mais longe nestes temas. Ou seja, quanto mais para frente vou, mais temas me sobram. Lembro de um maravilhoso texto sobre a arquitetura residencial e o cinema dos anos 50 (Livre pensar é só pensar: casa, cidade e pax americana). Como se vê, tudo há uma breve ligação arquitetônica. Vamos em frente! Ou melhor, vou em frente, já que um dos pressupostos deste blog é justamente ser individual.
OBS.: Enquanto escrevia estas poucas palavras e orquestrava as muitas idéias, escutava o novo disco do Judas Priest - Nostradamus. Este merecerá em breve uma postagem...
Caminhar é preciso. Três perguntas se tornam importantes: Quem é você? De onde você veio? Para onde você vai? Por todas elas existe um caminho. Nem sempre chegar é o mais importante.
novembro 27, 2008
Arquitetando Caminhos e a liberdade de escrever
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