novembro 23, 2008

Adeus lírico!

Bem, todos sabem da existência do Foro de São Paulo, este ente que vem dando sérios problemas para a imprensa governista conseguir dar lógica a ações do governo. Lógica como o empréstimo para se fazer o metrô de Caracas, empréstimo ao Equador, venda por preço inferior de refinaria da Petrobrás à Bolívia, entre outras questões trabalhadas dentro dos participantes do Foro de São Paulo. Sim, todos sabem, e se não sabem é bom recorrer ao recente livro do Dr. Heitor de Paola e descobrir por conta própria, que a minha paciência é muito próxima de zero a respeito desse caso.

Não, meus queridos, Lula é um grande idiota latino-americano. Ele consegue ser pior que George W. Bush, que foi impecável como “presidente do Iraque” ou como chefe de segurança nacional (ver aqui). O que me falaram outro dia é que sou um “radical”. Não, sou até suave demais; nunca falei deste assunto no blog. Esta talvez seja a primeira vez que sou mais direto a respeito deste ilustre senhor de barbas. E, claro, para pedir um adeus lírico. Já deveria ter perdido seus poderes políticos em 2005, quando do escândalo do “mensalão”. Não perdeu e ganhou as eleições, o que, como diz Reinaldo Azevedo, urna não é tribunal, logo, não sei o que faz a oposição neste país. Bem, sei que ele é adorado por 70% da população, que eu logo tendo a pensar em que tipo de gente vive ao meu lado neste país e o que esperam para seu futuro...

Pensei em várias vezes que sua consciência poderia um dia pesar e ajudar aos pobres deste país. Mas não, isso nunca aconteceu. Nem o tal auxílio “bolsa-família” ou “fome-zero” fazem algo acontecer nas consciências destes senhores, que continuam numa “macabra” onda revolucionária. Onde querem chegar? Quem querem enganar? Muita gente da classe média está ainda anestesiada com a atual situação geral, de bons ganhos e de uma estabilidade econômica brasileira, sem se dar conta de sua estrutura de porcelana. Mas o que se pode esperar de uma população que mal sabe a diferença entre substância e essência? E isso falo da incrível classe média semi-letrada, não dos pobres desdentados. Não acho que as críticas de outros tempos devem parar no esquecimento do “eu disse isso?”. Uma metamorfose ambulante congênita que a classe média consegue esquecer do seu discurso de ontem para fazer um novo hoje, sem coerência alguma, somente justificando o injustificável para simplesmente fazer bonito em face dos muitos rostos aspirantes a concordar com tudo que seja retoricamente estético, mesmo sem lógica alguma.

Ser considerado “radical” hoje é por um dia ter sido complacente com algum rosto aspirante de antes. Lembrando que “Jesus não tem dentes no país dos banguelas”, a História dá a nota somente no fim do período, não importando os rumos que as forças de mercado ou as forças políticas tomem. Não há “orientador” para a conclusão dos atos.

Toda a vez que lembro da carta que Fernando Henrique Cardoso escreveu durante a campanha de 2006, e que a campanha do PSDB não seguiu sua essência com o desastroso resultado. Mais uma derrota. Assim como este ano quando novamente FHC falou que a aliança deveria ter sido mantida desde o começo, alertava para o bom desempenho do atual prefeito de São Paulo, reeleito. De novas forças e novos rumos, de novos discursos e de discursos sem fundamento além do retórico sem lógica. De certa forma, a orientação existe. O que falta é ouvido. E olhem bem, não estou falando de nenhum líder liberal ou conservador, mas de um líder da social democracia, um “socialista fabiano”, talvez. Claro, para um rosto aspirante chamar pelo nome certo é quase um ato de loucura.

Algo que aprendi é nunca tentar entender a mente de uma pessoa vítima da “nova era” ou com viés esquerdista. Sempre é uma farsa. Um liberal, eleitor da esquerda daqueles tempos imaculados e com autocrítica suficiente é de uma total e completa harmonia. Claro, uma pessoa que minimamente sabe que John Locke não é um personagem de seriado, que sabe do que se trata o Foro de São Paulo, já leu mais de dez livros na vida e sabe a diferença entre liberalismo e neoliberalismo, não pode ser alguém idiota suficiente para acreditar em falácias e consegue firmar uma lógica entre fato e retórica, entre discurso de ontem e discurso de hoje, e, mais que tudo, preza por liberdade de expressão.

Não vou me alongar neste assunto chato, pois não quero uma Al Qaeda eletrônica no meu pé. E também como certa vez um amigo me perguntou em que este assunto atrapalha minha vida e só pude responder que sou produtor cultural. Se cultura é um bem maior, e este é simplesmente solapado, não me resta muito a não ser claro com o que é a “essência” do meu trabalho, não com as “substâncias” que o compõe.

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