junho 07, 2009

Algumas reflexões sobre Copa do Mundo

Estava simplesmente pensando em quais seleções poderiam ter sido campeãs nas copas e não foram. Talvez a mais famosa seja a Holanda de 1974. E ainda mais estranho ver que perdeu a final em 1974 para a Alemanha Ocidental e em 1978 para a Argentina, que eram respectivamente os países sede da competição. E tudo isso começou porque o Uruguai foi campeão no Uruguai em 1930 e no Brasil em 1950. Depois não vi mais nenhuma participação relevante desta seleção.

A Itália poderia ser considerada talvez a mais importante equipe européia, campeã em 1934 na Itália, em 1938 na França, em 1982 na Espanha e em 2006 na Alemanha, e vice-campeã em 1970 no México e em 1994 nos Estados Unidos, sendo nas duas ocasiões derrotas para o Brasil. Claro, o Brasil é sem dúvida a seleção com maior número de vitórias, sendo campeão em 1958 na Suécia (única vez que uma seleção das Américas ganha na Europa), em 1962 no Chile, em 1970 no México, em 1994 nos Estados Unidos e em 2002 na Ásia (Coréia do Sul e Japão) e vice-campeão em 1950 no Brasil e 1998 na França. Assim sendo o Brasil a única seleção que venceu em todos os continentes, já que estas copas – 1970, 1994 e 2002 – foram as únicas disputadas fora da América do Sul e da Europa. O México sediou por duas vezes a Copa do Mundo, em 1970 e 1986, sendo campeãs seleções sul-americanas nas duas ocasiões. Por este motivo existe a grande expectativa da vitória do Brasil na África do Sul

Por sua vez, na Europa a Alemanha é a maior vice-campeã de todos os tempos. Foi campeã em 1954 na Suíça, em 1974 na própria Alemanha e em 1990 na Itália, sendo vice-campeã em 1966 na Inglaterra, em 1982 na Espanha, em 1986 no México e em 2002 na Ásia.

Na minha infância, desde os fins dos anos 1970 e durante os anos 1980, Argentina, Alemanha e Itália dominaram as copas. Era ainda Alemanha Ocidental, mas tinha no comando Franz Beckenbauer. Ainda na Copa de 1982 o Brasil ainda dispunha de uma grande seleção, talvez nem tão famosa quanto da Holanda de 1974, com Sócrates, Zico e Falcão entre outros. Já de 1986 a 1994 a seleção brasileira não fazia parte deste grupo seleto. Era um momento de baixa no futebol brasileiro. Zico perdendo pênaltis na Copa de 1986 foi talvez mais traumatizante que a derrota para Itália em 1982. Em 1986 minha seleção já era a Alemanha, derrotada em 1982 pela Itália na final. Não cheguei a torcer em nenhum momento para a Argentina, nem em 1986, nem muito menos em 1990 por ter eliminado o Brasil. Mas ao lado da Alemanha era a seleção que fazia os maiores espetáculos daqueles anos, com Diego Maradona no campo.

Falar em Copa do Mundo e não falar destas quatro seleções – Brasil, Itália, Alemanha e Argentina – é falar de outra coisa. Juntas conquistaram 14 das 18 edições do campeonato. O interessante que na renovação da seleção brasileira nos anos 1990, nenhuma das três protagonistas anteriores teve renovação igual. Esta seleção de Ronaldo, Rivaldo, Romário, Roberto Carlos, Cafú, foi vitoriosa por praticamente 12 anos – 1994. 1998 e 2002. A nova seleção, de Kaká, Robinho, Luis Fabiano ainda não apresentou sua marca. E no mundo mais nenhuma outra seleção desponta com a mesma emoção dos anos 1980 e 1990. Alguns momentos existiram como as seleções de Camarões e Nigéria, apresentando alguma novidade no panorama mundial. Mas nenhuma delas se estabeleceu. Diria que o futebol, em termos mundiais, vive um momento com um pouco menos de brilho. E nessa hora parece que o Brasil leva um pouco de vantagem. E esta vantagem se deve ao fato de ter mais de 500 mil jogadores profissionais brasileiros – desde times de várzea aos pequenos clubes do interior. Esse número chega a ser maior que a população de alguns países na faixa de idade dos jogadores profissionais para uma competição como a Copa do Mundo. Mas, de forma ainda um pouco estranha, se esperam novos Pelés, Maradonas, para que o espetáculo nunca termine.

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