dezembro 29, 2007

Uma prévia...

Fazer um balanço de 2007 é complicadíssimo. Passei por uns momentos mágicos e para mim parece que se passaram uns três anos. Mudanças de emprego, mudança de oportunidade e curiosidades além de ter deixado de fazer coisas por descuido com datas e prazos. Falta de planejamento. Mas como planejar o acaso? Uma busca por algo novo nunca parou, e não seria este 2007 diferente. Mas vou tentar limitar meus comentários mais ou menos à questão que mais trato aqui e que no fundo é a linha guia desse blog: a cultura.

Cultura é difícil de comentar já que em teoria são assuntos abstratos. Mas objetivamente a cultura se expressa na forma de filmes, álbuns, programas de televisão, textos, livros, pinturas, esculturas, fotografias, edifícios, jardins, praças e tudo que pode ser fruto do desenho urbano ou da arquitetura. É difícil comentar, principalmente que vários fatores concorrem juntos.

Fui de certa forma muito pouco a shows, cinemas e mostras este ano. E nas mostras que fui, como no caso da Bienal de Arquitetura, não fui aos fóruns de discussão, o que deixaria a mostra mais rica. Outra mostra, sobre Charles Darwin, diria interessante, mesmo eu não dando lá muita importância para ele. Mas o final do ano mostrou um MASP em plena decadência, com o roubo de dois famosos quadros de seu acervo.

E quanto aos álbuns que lançaram este ano, os que eu escutei logo ao lançamento, não me chamaram lá muito a atenção. Não consigo destacar grande coisa. No caso do álbum do Megadeth – United Abominations - a discussão sobre a capa foi maior ao trabalho propriamente dito. Do bom álbum que o Rush lançou sou obrigado a dizer que me deixou mais saudosista de seus trabalhos anteriores (o Megadeth também). Um bom trabalho foi o de Robert Plant com Alison Krauss. A tal volta do Led Zeppelin, que nem sequer comentei aqui, não achei nada além de uma boa forma de se colocarem na mídia, pois o show foi ruim pelo que pude ver pelos flashs nas redes de TV... Na música a melhor coisa foi mesmo ter aprendido muito com Artur da Távola em seu programa sobre música erudita. Um de seus programas não me sai da mente, e até o comentei aqui. No âmbito nacional digo que o trabalho de acústico continuado com novas músicas dos Engenheiros do Hawaii, intitulado “Novos Horizontes”, foi muito bom. Mereceria uma postagem dedicada a eles, mesmo que a eles dediquei muitas postagens ao longo do ano...

Da televisão não posso dizer que algo novo tenha acontecido. A Record tevês seus altos e baixos. Como entretenimento, um programa como o de Roberto Justos merece destaque e o que me faz ver que a rede ainda está longe de se comparar com o Globo é colocar o tal Simple Life na continuidade do programa de Justus, achando que o público é mesmo imbecil... A TV Globo teve seus momentos, mas está também em decadência. Fez duas mini-séries bem estranhas. Uma com a pseudo-autora Perez, falando sobre uma Amazônia de Chico Mendes e Galvez, muito mal feita e mal escrita... A outra baseada na obra de Ariano Suassuna, era para ser um estouro e não foi nada... Basta ver que para 2008 vão passar em janeiro uma série de filmes e não há projeto algum de novas mini-séries. Quando a Globo está em decadência, nem se espera encontrar em outra TV alguma coisa útil para ver. A Rede TV embarcou na onda de ter um seriado, uma versão nacional do Desperate Housewives, que já transmitia com certo sucesso. Nada de novo... Outra vez...
Bem, em suma, não posso dizer que 2007 foi lá grandioso. Não se discutiu os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro e o Brasil já ganhou uma Copa. O Campeonato Brasileiro foi péssimo, com um time ganhando com rodas à frente do restante e um minguando, acabando rebaixado à segunda divisão. Isso só mostrou a falta de continuidade e de investimento nos esportes, onde, novamente, quando o futebol está em decadência, o resto nem sequer pode ser comentado... Ou alguém viu por aí a final da Liga, Copa, qualquer coisa, dos times nacionais de vôlei? Ou seja, fora os campeonatos de futebol o resto do esporte no país é uma piada. De que adianta uma seleção brasileira de vôlei medalha de ouro se o vôlei nem sequer tem uma Liga Nacional, com algum time de expressão? Bem, que em 2008 algumas das minhas perguntas sejam respondidas, principalmente depois das derrotas nas competições olímpicas...

Na política algumas coisinhas começaram a mudar. Talvez em 2008 seja este uma dos temas mais interessantes do ano. Mas a cultura política está longe de melhorar. Quem sabe com mais coragem a oposição posso realmente existir... E isso é uma previa do que se passou em 2007.

Um comentário:

João Batista disse...

E o que adianta a primeira medalha olímpica que o Brasil conquistou ter sido no Tiro Olímpico, além de outras medalhas na mesma modalidade, já que ninguém nem sabe que isso existe, e todo mundo tem medo de armas, como aquela criancinha do Fantástico de anos atrás, mesmo sem entender nada sobre armas (tanto a criancinha, obviamente, como “todo mundo”), isto é, é como um medo do escuro, que a menininha do Fantástico também deve ter. Ou não, já que se aventura tão jovem em tão tenebrosas florestas. Bem, para aceitar chegar perto da Regina Cazé não pode ter medo do bicho papão mesmo. Estranho é, depois disso, ter medo de armas.

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