Já comentei aqui sobre como o programa melhorou em termos estéticos. Mas nunca tinha sequer me dado ao trabalho de me aprofundar no conteúdo. Outro dia estavam falando de pessoas ricas e apareceu o arquiteto Ricardo Julião que acabou de comprar um jatinho para melhorar seu deslocamento pelo Brasil, assim podendo atender melhor seus clientes em diversos lugares sem ter que passar por congestionamentos aéreos. E o pastor (ou será bispo?) tentava explicar que essas diferenças de quem tem mais ou menos dinheiro são naturais e tentava expor a diferença entre a inveja e a ambição. Num certo momento disse com todas as letras que a igualdade é um pecado, pois as pessoas que trabalharam mais, que lutaram mais, devem ser recompensadas por isso. E mesmo que eu tenha lá algumas divergências com a IURD – Igreja Universal do Reino de Deus – como o aborto, por exemplo, sou obrigado a dizer que o trabalho dos pastores na maioria das vezes esta sendo benéfico ao seu público.
É difícil ser liberal num país onde as forças políticas tentam interferir em todas as instituições, desde a religião aos costumes populares. Dizer que a IURD faz um trabalho para os seus fieis bem feito nada tem a ver com dizer que eu a defendo. Nada tem a ver com preconceito, muito pelo contrário. A maioria das pessoas tem preconceito em relação aos evangélicos e eu digo que prefiro a eles, pois eles acreditam numa moral cristã, a quem não segue moral alguma, assim como John Locke (1632-1704) já expressara séculos atrás em seu tratado... (lógico que isso tem um tanto de maneirismo). Assim como outras manifestações religiosas, a IURD nunca forçou ninguém a participar de seus cultos, ou seja, quem lá está, está por própria vontade. Como diz o jornalista Reinaldo Azevedo, cada um acredita no que quer, e ele acredita somente em igrejas que sejam mais velhas que o uísque que toma... Faz sentido... Muito sentido... O que não faz sentido é o governo dizer o que se deve ou não acreditar...
Mas voltando ao caso do programa, este é feito pela IURD e para seu próprio público, assim como o Papa Bento XVIII só fala aos fiéis da Igreja Católica. Confundir isso com a palavra da “verdade” é o mesmo que achar que o governo deve ser o condutor da moral do povo... Mas é interessante saber que no programa se fala algo interessante. Isso dá margem para especular até quando a bancada evangélica estará ao lado desse governo. Certo que nas tais estatísticas sobre corrupção esta tem a maioria dos envolvidos nos escândalos.
O interessante que as faculdades de sociologia brasileiras nem sequer estudam o fenômeno da evangelização no Brasil, para entender o que faz existir um crescimento das igrejas evangélicas, quanto mais entender o porquê de representantes dessa comunidade se envolveram nesses casos de corrupção. São dúvidas que a Universidade simplesmente ignora e a mídia de forma geral nem sequer põe na pauta de suas reportagens. Será que é tão irrelevante assim? Estudos americanos existem para essa área. O problema que as especificidades de cada país são distintas, não se podendo saber se aqueles resultados obtidos pelas pesquisas lá tem relevância com as particularidades de cultura brasileira. Aliás, a cultura brasileira é complicada de se entender e com a atual formação das faculdades, mais interessadas em politicagem que em encontrar soluções, deixa um vazio de informações. Isso gera um monte de interpretações erradas e um monte de posturas tão sólidas como uma gelatina. Basta ver com cuidado os dois livros do jornalista Ali Kamel – “Não Somos Racistas” e “Sobre o Islã” – que tentam colocar em debate estes temas. Bem, depois que Gilberto Freyre ficou por muito tempo simplesmente esquecido pela Universidade não se podia esperar que esta tivesse se modificado. Quem sabe, um dia, poderemos ver alguém da área acadêmica falando sobre Mario Ferreira dos Santos... Nesse aspecto é ótimo estudar noutra área do conhecimento, onde a politicagem não pode fazer tanto estrago.
O meu problema é identificar os fenômenos e não ter sequer opinião a respeito deles. E o pior de tudo é nem ter a quem recorrer. Era mais fácil, muito mais fácil, simplesmente sair por aí dizendo que a Record está ótima ou que está uma porcaria. O que eu expresso que tem coisas boas lá e não consigo identificar as coisas ruins, já que até hoje os temas discutidos nos poucos programas que assisti eram de forma geral noticias do cotidiano. O que é interessante é como a IURD está mais conectada com o cotidiano das pessoas que a Igreja Católica. Teve o Papa que vir ao Brasil para temas como o aborto entrassem na pauta dos jornalistas brasileiros... E o engraçado que o povo, de forma geral, estava mais próximo das palavras do Papa que da palavra dos jornalistas. Por que será?
É difícil ser liberal num país onde as forças políticas tentam interferir em todas as instituições, desde a religião aos costumes populares. Dizer que a IURD faz um trabalho para os seus fieis bem feito nada tem a ver com dizer que eu a defendo. Nada tem a ver com preconceito, muito pelo contrário. A maioria das pessoas tem preconceito em relação aos evangélicos e eu digo que prefiro a eles, pois eles acreditam numa moral cristã, a quem não segue moral alguma, assim como John Locke (1632-1704) já expressara séculos atrás em seu tratado... (lógico que isso tem um tanto de maneirismo). Assim como outras manifestações religiosas, a IURD nunca forçou ninguém a participar de seus cultos, ou seja, quem lá está, está por própria vontade. Como diz o jornalista Reinaldo Azevedo, cada um acredita no que quer, e ele acredita somente em igrejas que sejam mais velhas que o uísque que toma... Faz sentido... Muito sentido... O que não faz sentido é o governo dizer o que se deve ou não acreditar...
Mas voltando ao caso do programa, este é feito pela IURD e para seu próprio público, assim como o Papa Bento XVIII só fala aos fiéis da Igreja Católica. Confundir isso com a palavra da “verdade” é o mesmo que achar que o governo deve ser o condutor da moral do povo... Mas é interessante saber que no programa se fala algo interessante. Isso dá margem para especular até quando a bancada evangélica estará ao lado desse governo. Certo que nas tais estatísticas sobre corrupção esta tem a maioria dos envolvidos nos escândalos.
O interessante que as faculdades de sociologia brasileiras nem sequer estudam o fenômeno da evangelização no Brasil, para entender o que faz existir um crescimento das igrejas evangélicas, quanto mais entender o porquê de representantes dessa comunidade se envolveram nesses casos de corrupção. São dúvidas que a Universidade simplesmente ignora e a mídia de forma geral nem sequer põe na pauta de suas reportagens. Será que é tão irrelevante assim? Estudos americanos existem para essa área. O problema que as especificidades de cada país são distintas, não se podendo saber se aqueles resultados obtidos pelas pesquisas lá tem relevância com as particularidades de cultura brasileira. Aliás, a cultura brasileira é complicada de se entender e com a atual formação das faculdades, mais interessadas em politicagem que em encontrar soluções, deixa um vazio de informações. Isso gera um monte de interpretações erradas e um monte de posturas tão sólidas como uma gelatina. Basta ver com cuidado os dois livros do jornalista Ali Kamel – “Não Somos Racistas” e “Sobre o Islã” – que tentam colocar em debate estes temas. Bem, depois que Gilberto Freyre ficou por muito tempo simplesmente esquecido pela Universidade não se podia esperar que esta tivesse se modificado. Quem sabe, um dia, poderemos ver alguém da área acadêmica falando sobre Mario Ferreira dos Santos... Nesse aspecto é ótimo estudar noutra área do conhecimento, onde a politicagem não pode fazer tanto estrago.
O meu problema é identificar os fenômenos e não ter sequer opinião a respeito deles. E o pior de tudo é nem ter a quem recorrer. Era mais fácil, muito mais fácil, simplesmente sair por aí dizendo que a Record está ótima ou que está uma porcaria. O que eu expresso que tem coisas boas lá e não consigo identificar as coisas ruins, já que até hoje os temas discutidos nos poucos programas que assisti eram de forma geral noticias do cotidiano. O que é interessante é como a IURD está mais conectada com o cotidiano das pessoas que a Igreja Católica. Teve o Papa que vir ao Brasil para temas como o aborto entrassem na pauta dos jornalistas brasileiros... E o engraçado que o povo, de forma geral, estava mais próximo das palavras do Papa que da palavra dos jornalistas. Por que será?
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