Ontem a encontrei em frente ao Cine Belas Artes. Agora chama HSBC Belas Artes e está todo reformado. Esperava por dois amigos para ir a outro lugar e lá era o ponto central para o triplo encontro. Ela estava de roupas pretas e óculos escuros e junto com seu marido Carlos Alberto Riccelli. Ele esta mais em forma do que eu. E ele tem 62 anos de idade. Por sinal muito mais simpático. Bem, eu, como fã de Bruna, fiquei observando, pensando se falava ou não, se pedia uma fotografia, ou não... Fãs são sempre umas bestas, ainda mais pegos de surpresa.
Bruna me lembra, não sei por que, uma outra mulher, que também, nos anos 1980 me chamava muito a atenção. É Nancy Wilson, a vocalista e guitarrista da banda Heart, que tive o prazer de assistir em 2006, na Arena do Hard Rock Cafe, em Hollywood (na Florida). Dois anos mais nova que Bruna Lombardi, fez um show espetacular começando com uma música do Led Zeppelin e terminando com outra, passando no meio do show por mais outra, além de cantar a clássica Barracuda. Tudo isso tocando numa belíssima Gibson Les Paul negra. Um timbre de voz magnífico, um show inesquecível.
Bruna Lombardi me traz ótimas recordações e ao lado de Maitê Proença são as duas mulheres mais lindas da televisão brasileira nos anos 1980. Bruna tinha um lado ainda mais fantástico: o de ter desaparecido das telas nos anos seguintes. Isso traz um mistério fantástico no imaginário, lembrando sempre dela bela e maravilhosa, mesmo numa novela como Roda de Fogo. Uma novela bastante intrigante, cheia de nuances. Uma trama que permaneceu um tanto quando viva por causa do programa TV Pirata, que com sua paródia Fogo no Rabo, manteve Roda de Fogo por pelo menos mais três a quatro anos no imaginário popular.
Seria difícil falar mais de Bruna Lombardi, se há pouco tempo seu filme, O Signo da Cidade, está ainda na minha mente. É incrível, Bruna hoje com 56 anos de idade é ainda uma referencia de beleza. Lembro-me ainda de seu programa na extinta TV Manchete, Gente de Expressão, que era na verdade um programa de entrevistas que fazia nos Estados Unidos. Lembro de entrevistar Van Halen, no inicio dos anos 1990, logo após o lançamento de F.U.C.K. (1990). Para quem era adolescente naqueles anos nada melhor que ver a bela Bruna entrevistando a banda de um dos melhores guitarristas do mundo (e detalhe: na época com Sammy Hagar nos vocais).
O mais interessante que há poucos anos soube que também escrevia. Infelizmente não consegui ter acesso a seus romances lançados nos anos 1980. Não sou um conhecedor de poesia e normalmente me impressiono facilmente, o que não me faz um bom crítico dessa arte; acabo gostando de tudo... E por isso nem me atreveria a comentar nada de suas poesias. Mas é sempre interessante ressaltar que no Brasil uma pessoa bonita, famosa, como Bruna, não possa também ser uma ótima poetisa. Só no Brasil que isso acontece. Uma falta de critérios de saber que uma pessoa pode fazer bem várias coisas, sem o estigma que cada uma dessas ações trás consigo.
Gostaria de me aproximar mais do cinema e da poesia, mas não estão nas minhas maiores paixões. Vejo o cinema como diversão, não como produto cultural de alta cultura. Gostei muito, por exemplo, de ter lido um grande ensaio sobre o filme O Silêncio dos Inocentes, tratando de todas as questões simbólicas que o filme trás. Se talvez esse hábito comum nos anos 1960 ainda existisse, talvez meu interesse por cinema fosse maior. Hoje existe uma indústria da especulação sobre as pequenas histórias das produções e atores que são mais importantes que os filmes que atuam. Um exemplo disso é O Homem da Máscara de Ferro, onde um ator como Leonardo Di Caprio fica perdido em meio a John Malkovich, Jeremy Irons e Gerard Depardieu.
Bem menos pretensioso, o cinema nacional não forma astros, estes, quando surgem, estão ligados à televisão. Mas de certa forma nunca são valorizados erroneamente pela crítica e público. Até diria que no Brasil são poucos os péssimos atores que duraram mais que uma temporada. Outro dia, num teatro de São Paulo, Paulo Henrique Amorim falou uma das poucas verdades sobre cinema brasileiro: este é acompanhado pelo jornalismo; “todo mundo leu a entrevista de Walter Salles, mesmo sem ver o filme” (estou escrevendo a frase de memória).
Não sei ao certo os caminhos que levaram Bruna e Carlos a morarem no exterior, mas com certeza as causas estão no Brasil, de fato. Outra questão que não é difícil pensar é que nos Estados Unidos a oportunidade de trabalho em produtoras deve ser muito maior, sem contar crises e outros fatores bem tipicamente brasileiros. Fico às vezes a imaginar andar pelas calçadas, como a do Teatro Chinês, em Hollywood (agora sim, na Califórnia) e encontrar com eles outra vez. Los Angeles me pareceu uma cidade igual a São Paulo: com uma bela história nos anos 1960, mas no presente uma cidade suja e cheia de problemas decorrente da superlotação de habitantes.
Até pensei em começar escrevendo este texto pensando São Paulo como uma cidade pulsante, em poder encontrar com Bruna Lombardi e Carlos Riccelli numa esquina próxima à Avenida Paulista. Em poder assistir a quantidade de show de bandas nos mais variados locais, desde Morumbi (Estádio Cícero Pompeu de Toledo), Pacaembu (Estádio Paulo Machado de Carvalho) como no Citibank Hall e Bourbon Street. Mas aí lembrei-me do Rio de Janeiro, que na minha primeira visita à cidade me dei de frente a Maria Mariana (autora e atriz na série Confissões de Adolescente, ícone na minha adolescência) na praia da Barra da Tijuca. Ou seja, isso não é nenhuma característica exclusiva de São Paulo. Talvez aqui seja mais estranho por a cidade ser tão agressiva, afinal, aquele local da Rua da Consolação onde se deu o encontro, que foi o início dessa postagem, não é nenhum local de prazer como a praia citada. É até emocionante narrar isso, pois a quantidade de pessoas que ali estavam e nem sequer devem ter percebido que se tratava de Bruna Lombardi é algo até para um ensaio maior. E essa indiferença tem sentido: se não fosse fã de Bruna, talvez me fosse tão indiferente quanto aquela massa toda. E o que nos faz ver diferença nessas pessoas que não vemos nas outras? Isso sim, um ensaio daqueles de cem folhas com inúmeras citações e uma bibliografia gigantesca, que deixo para algum psicólogo, sociólogo ou curioso qualquer escrever. O que me interessa é ver que a Bruna é bonita e me emociona.
Bruna me lembra, não sei por que, uma outra mulher, que também, nos anos 1980 me chamava muito a atenção. É Nancy Wilson, a vocalista e guitarrista da banda Heart, que tive o prazer de assistir em 2006, na Arena do Hard Rock Cafe, em Hollywood (na Florida). Dois anos mais nova que Bruna Lombardi, fez um show espetacular começando com uma música do Led Zeppelin e terminando com outra, passando no meio do show por mais outra, além de cantar a clássica Barracuda. Tudo isso tocando numa belíssima Gibson Les Paul negra. Um timbre de voz magnífico, um show inesquecível.
Bruna Lombardi me traz ótimas recordações e ao lado de Maitê Proença são as duas mulheres mais lindas da televisão brasileira nos anos 1980. Bruna tinha um lado ainda mais fantástico: o de ter desaparecido das telas nos anos seguintes. Isso traz um mistério fantástico no imaginário, lembrando sempre dela bela e maravilhosa, mesmo numa novela como Roda de Fogo. Uma novela bastante intrigante, cheia de nuances. Uma trama que permaneceu um tanto quando viva por causa do programa TV Pirata, que com sua paródia Fogo no Rabo, manteve Roda de Fogo por pelo menos mais três a quatro anos no imaginário popular.
Seria difícil falar mais de Bruna Lombardi, se há pouco tempo seu filme, O Signo da Cidade, está ainda na minha mente. É incrível, Bruna hoje com 56 anos de idade é ainda uma referencia de beleza. Lembro-me ainda de seu programa na extinta TV Manchete, Gente de Expressão, que era na verdade um programa de entrevistas que fazia nos Estados Unidos. Lembro de entrevistar Van Halen, no inicio dos anos 1990, logo após o lançamento de F.U.C.K. (1990). Para quem era adolescente naqueles anos nada melhor que ver a bela Bruna entrevistando a banda de um dos melhores guitarristas do mundo (e detalhe: na época com Sammy Hagar nos vocais).
O mais interessante que há poucos anos soube que também escrevia. Infelizmente não consegui ter acesso a seus romances lançados nos anos 1980. Não sou um conhecedor de poesia e normalmente me impressiono facilmente, o que não me faz um bom crítico dessa arte; acabo gostando de tudo... E por isso nem me atreveria a comentar nada de suas poesias. Mas é sempre interessante ressaltar que no Brasil uma pessoa bonita, famosa, como Bruna, não possa também ser uma ótima poetisa. Só no Brasil que isso acontece. Uma falta de critérios de saber que uma pessoa pode fazer bem várias coisas, sem o estigma que cada uma dessas ações trás consigo.
Gostaria de me aproximar mais do cinema e da poesia, mas não estão nas minhas maiores paixões. Vejo o cinema como diversão, não como produto cultural de alta cultura. Gostei muito, por exemplo, de ter lido um grande ensaio sobre o filme O Silêncio dos Inocentes, tratando de todas as questões simbólicas que o filme trás. Se talvez esse hábito comum nos anos 1960 ainda existisse, talvez meu interesse por cinema fosse maior. Hoje existe uma indústria da especulação sobre as pequenas histórias das produções e atores que são mais importantes que os filmes que atuam. Um exemplo disso é O Homem da Máscara de Ferro, onde um ator como Leonardo Di Caprio fica perdido em meio a John Malkovich, Jeremy Irons e Gerard Depardieu.
Bem menos pretensioso, o cinema nacional não forma astros, estes, quando surgem, estão ligados à televisão. Mas de certa forma nunca são valorizados erroneamente pela crítica e público. Até diria que no Brasil são poucos os péssimos atores que duraram mais que uma temporada. Outro dia, num teatro de São Paulo, Paulo Henrique Amorim falou uma das poucas verdades sobre cinema brasileiro: este é acompanhado pelo jornalismo; “todo mundo leu a entrevista de Walter Salles, mesmo sem ver o filme” (estou escrevendo a frase de memória).
Não sei ao certo os caminhos que levaram Bruna e Carlos a morarem no exterior, mas com certeza as causas estão no Brasil, de fato. Outra questão que não é difícil pensar é que nos Estados Unidos a oportunidade de trabalho em produtoras deve ser muito maior, sem contar crises e outros fatores bem tipicamente brasileiros. Fico às vezes a imaginar andar pelas calçadas, como a do Teatro Chinês, em Hollywood (agora sim, na Califórnia) e encontrar com eles outra vez. Los Angeles me pareceu uma cidade igual a São Paulo: com uma bela história nos anos 1960, mas no presente uma cidade suja e cheia de problemas decorrente da superlotação de habitantes.
Até pensei em começar escrevendo este texto pensando São Paulo como uma cidade pulsante, em poder encontrar com Bruna Lombardi e Carlos Riccelli numa esquina próxima à Avenida Paulista. Em poder assistir a quantidade de show de bandas nos mais variados locais, desde Morumbi (Estádio Cícero Pompeu de Toledo), Pacaembu (Estádio Paulo Machado de Carvalho) como no Citibank Hall e Bourbon Street. Mas aí lembrei-me do Rio de Janeiro, que na minha primeira visita à cidade me dei de frente a Maria Mariana (autora e atriz na série Confissões de Adolescente, ícone na minha adolescência) na praia da Barra da Tijuca. Ou seja, isso não é nenhuma característica exclusiva de São Paulo. Talvez aqui seja mais estranho por a cidade ser tão agressiva, afinal, aquele local da Rua da Consolação onde se deu o encontro, que foi o início dessa postagem, não é nenhum local de prazer como a praia citada. É até emocionante narrar isso, pois a quantidade de pessoas que ali estavam e nem sequer devem ter percebido que se tratava de Bruna Lombardi é algo até para um ensaio maior. E essa indiferença tem sentido: se não fosse fã de Bruna, talvez me fosse tão indiferente quanto aquela massa toda. E o que nos faz ver diferença nessas pessoas que não vemos nas outras? Isso sim, um ensaio daqueles de cem folhas com inúmeras citações e uma bibliografia gigantesca, que deixo para algum psicólogo, sociólogo ou curioso qualquer escrever. O que me interessa é ver que a Bruna é bonita e me emociona.
Um comentário:
Realmente,a Bruna Lombardi é inesquecivel.A medida que passa o tempo,ela fica mais bonita.Essa entrevista com os caras do Van Halen também esta na memoria.Eles super ironicos e tentando uma cantada de leve na Bruna.
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