Liberdade
Com este subtítulo inicio este pequeno texto, daqueles que dão nó na garganta. Certa vez conversava com um amigo quando este me disse que não há maior liberdade do que não acreditar em nada. Sou obrigado a concordar. Se Deus não existe você está praticamente livre de tudo. Isso até me lembra uma das frases que não vou lembrar ao certo, de Ivan Karamázov, personagem de Fiódor Dostoiévski (isso me lembra da recente edição em dois volumes de Os Irmãos Karamázov pela Editora 34), onde declarava que se não existe Deus tudo é permitido. O que, obviamente, denota uma visão de que Deus existe, mesmo que muitos achem que isso queria dizer que Dostoiévski era ateu... Essas questões de inversão lógica são constantes das quais temos que fugir o tempo todo. Sem contar que confundir autor com personagem...
Até aí, não há problema algum, se volta àquela velha questão sobre a matriz moral do Liberalismo (aquele Liberalismo de John Locke...). O que não tenho lá muito a falar por falta bases teóricas mais profundas, principalmente de Eric Voegelin e Max Weber.
Ensino do Criacionismo em escolas cristãs
Recentemente saíram reportagens sobre o ensino do Criacionismo nas escolas de crença cristã, além também do estudo do Evolucionismo, como uma teoria, como sempre. Nada mais justo a dar liberdade de cunho religioso às escolas de crença cristã. Não acho que deveria ser adotado no ensino público, pois se não há nem aulas de português ou matemática, quem dera ter mais uma questão a dar margens a especulação de pessoas mal intencionadas.
No ensino público sempre há a falta de alguma coisa, há sempre má intenção de alguém. Se há alguma coisa que aprendi nos meus oito anos de ensino público é encontrar raras ocasiões de boa intenção ou verdadeiros educadores. E o engraçado que eram sempre as professoras em fase de aposentadoria que eram as boas professoras, as que realmente tinham alguma preocupação com educação (não na formação de manadas).
Agora, ser favorável ao ensino do Criacionismo não diz nada. Declarando: sou católico. E mesmo que não acreditasse em nada (quem não acredita em nada, acredita que não acredita) seria falta de liberdade não deixar ensinar o Criacionismo. Se os pais dos alunos não gostam, que mudem seus filhos para outra escola, não cristã.
Laico não significa não ter religião, mas sim respeitar todas as religiões. Há alguns ritos que não me incomodam, mas há outros que tenho mesma opinião de René Guenón, que era muçulmano. E nem por isso saio por aí a escrever sobre as minhas objeções.
Haja paciência
Questões que já abordei algumas vezes é que não gosto de falar sobre religião. Primeiro que é bastante pessoal, o que é bom; é individual e a opinião quando emitida sem o peso dos preconceitos é sempre de grande valor, conforme comecei este texto falando sobre a opinião de meu amigo, que mesmo pensando diferente de mim, teve um pensamento bastante interessante e digno de enorme respeito. Não tenho paciência para questões de ordem dogmática. Não há como discutir sem a mesma base de dados. Para ser mais exato, discutir sem conhecer a obra de São Tomás de Aquino ou de Santo Agostinho, é muito complicado. Isso entre cristãos.
Conforme escreve um grande professor: “O processo é trabalhoso, mas simples: cumprir as tarefas tradicionais do estudo acadêmico, dominar o trivium , aprender a escrever lendo e imitando os clássicos de três idiomas pelo menos, estudar muito Aristóteles, muito Platão, muito Tomás de Aquino, muito Leibniz, Schelling e Husserl, absorver o quanto possível o legado da universidade alemã e austríaca da primeira metade do século XX, conhecer muito bem a história comparada de duas ou três civilizações, absorver os clássicos da teologia e da mística de pelo menos três religiões (...)”. Bem, eis mais um caminho.
Com este subtítulo inicio este pequeno texto, daqueles que dão nó na garganta. Certa vez conversava com um amigo quando este me disse que não há maior liberdade do que não acreditar em nada. Sou obrigado a concordar. Se Deus não existe você está praticamente livre de tudo. Isso até me lembra uma das frases que não vou lembrar ao certo, de Ivan Karamázov, personagem de Fiódor Dostoiévski (isso me lembra da recente edição em dois volumes de Os Irmãos Karamázov pela Editora 34), onde declarava que se não existe Deus tudo é permitido. O que, obviamente, denota uma visão de que Deus existe, mesmo que muitos achem que isso queria dizer que Dostoiévski era ateu... Essas questões de inversão lógica são constantes das quais temos que fugir o tempo todo. Sem contar que confundir autor com personagem...
Até aí, não há problema algum, se volta àquela velha questão sobre a matriz moral do Liberalismo (aquele Liberalismo de John Locke...). O que não tenho lá muito a falar por falta bases teóricas mais profundas, principalmente de Eric Voegelin e Max Weber.
Ensino do Criacionismo em escolas cristãs
Recentemente saíram reportagens sobre o ensino do Criacionismo nas escolas de crença cristã, além também do estudo do Evolucionismo, como uma teoria, como sempre. Nada mais justo a dar liberdade de cunho religioso às escolas de crença cristã. Não acho que deveria ser adotado no ensino público, pois se não há nem aulas de português ou matemática, quem dera ter mais uma questão a dar margens a especulação de pessoas mal intencionadas.
No ensino público sempre há a falta de alguma coisa, há sempre má intenção de alguém. Se há alguma coisa que aprendi nos meus oito anos de ensino público é encontrar raras ocasiões de boa intenção ou verdadeiros educadores. E o engraçado que eram sempre as professoras em fase de aposentadoria que eram as boas professoras, as que realmente tinham alguma preocupação com educação (não na formação de manadas).
Agora, ser favorável ao ensino do Criacionismo não diz nada. Declarando: sou católico. E mesmo que não acreditasse em nada (quem não acredita em nada, acredita que não acredita) seria falta de liberdade não deixar ensinar o Criacionismo. Se os pais dos alunos não gostam, que mudem seus filhos para outra escola, não cristã.
Laico não significa não ter religião, mas sim respeitar todas as religiões. Há alguns ritos que não me incomodam, mas há outros que tenho mesma opinião de René Guenón, que era muçulmano. E nem por isso saio por aí a escrever sobre as minhas objeções.
Haja paciência
Questões que já abordei algumas vezes é que não gosto de falar sobre religião. Primeiro que é bastante pessoal, o que é bom; é individual e a opinião quando emitida sem o peso dos preconceitos é sempre de grande valor, conforme comecei este texto falando sobre a opinião de meu amigo, que mesmo pensando diferente de mim, teve um pensamento bastante interessante e digno de enorme respeito. Não tenho paciência para questões de ordem dogmática. Não há como discutir sem a mesma base de dados. Para ser mais exato, discutir sem conhecer a obra de São Tomás de Aquino ou de Santo Agostinho, é muito complicado. Isso entre cristãos.
Conforme escreve um grande professor: “O processo é trabalhoso, mas simples: cumprir as tarefas tradicionais do estudo acadêmico, dominar o trivium , aprender a escrever lendo e imitando os clássicos de três idiomas pelo menos, estudar muito Aristóteles, muito Platão, muito Tomás de Aquino, muito Leibniz, Schelling e Husserl, absorver o quanto possível o legado da universidade alemã e austríaca da primeira metade do século XX, conhecer muito bem a história comparada de duas ou três civilizações, absorver os clássicos da teologia e da mística de pelo menos três religiões (...)”. Bem, eis mais um caminho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário