fevereiro 03, 2008

Bad Love

"Oh what a feeling I get when I'm with you
You take my heart into everything you do
And it makes me sad for the lonely people
I walked that road for so long
Now I know that I'm one of the lucky people
Your love is making me strong (...)


Bad Love – Eric Clapton (1989)

No texto anterior falei das realidades que vão de Xuxa, Sandy até o programa Balão Mágico, que tinha como apresentadora a tal Simoni (será com “y”? Pouco importa...). São questões populares que um intelectual não deve, segundo o padrão, se interessar. Na verdade um intelectual, novamente segundo o padrão, deve achar a “televisão muito burra, burra demais”. Mesmo que ele tenha crescido sob sua total influência... Falar de futebol, então? Imagine então ser torcedor do Corinthians? Mas falar de amor pode. Ainda mais se misturar o tal amor ao sexo e com isso formalizar uma teoria psicológica. Ok, estou sendo exagerado. É, “exagerado, jogado aos teus pés, eu sou mesmo exagerado, adoro um amor inventado...” (por que eu lembrei dessa música?).

Então, a influencia que se tem de outros meios nunca tem valor, segundo o tal padrão (isso ta ficando chato...). Logo se deve dar valor relativo a tudo? Claro que não... É exatamente neste momento que entra muito bem essa minha busca que está, na verdade, no livro “O Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder, que são as três perguntas: Quem é você? De onde você veio? Para onde você vai? Na verdade o livro se destina a uma introdução à filosofia e me foi indicado em 1996, no primeiro semestre que fiz de faculdade. Hoje diria que a melhor indicação para iniciar na filosofia é o livro de Boécio, “Consolação da Filosofia”. Nem sempre as indicações são as melhores possíveis, fazer o que...

Assim como também não se pode achar que o amor não faz parte dos temas que gostaria de tratar aqui. Gostaria muito de falar horas do “good love”, mas para tal seria necessário me expor mais. Logo, negativo... Mas está música de Eric Clapton, que não foi a primeira que escutei dele na vida, me marcou por um tempo. Ela tem uma contradição nela mesma, pois é uma música alegre sobre uma alegria que faz menção a momentos ruins anteriores (bad loves). Nos tempos atuais poderia se dizer que é uma música de auto-ajuda, até... E é de uma fase de Clapton já dos anos 1980, não das fases do Cream, dos anos 1970, por exemplo. É interessante, de novo, o fato de misturar duas situações contraditórias, como a filosofia e a tal música (rock´n roll). Mas tenho uma simples explicação para isso: é que gosto das duas coisas, e bastante. E escrevendo desta forma fica parecendo uma busca de um estilo, mas não; é a falta completa de um.

É natural que eu escreva com bastante inconstância, lembrando que nunca havia escrito sobre os temas que abordo. Tinha escrito sobre um trabalho acadêmico, que não é a mesma coisa de ter um texto curto e sucinto, abordando temas específicos e sem termos técnicos. Escrever é uma arte que se aprimora com muito tempo. O principal agora nem é escrever muito, mas tratar de escrever um pouco sempre, para também marcar idéias e conceitos que podem se perder. Uma ótima tática para avaliar suas fragilidades é colocar para fora. E não me sentiria lá muito feliz de escrever somente para mim mesmo. É bom partilhar as idéias na forma de blog, onde só tento abordar os temas sem fazer chutes e seguindo princípios. Detesto ficar dando palpite. Às vezes saem coisas da minha curiosidade, como sobre a questão da eleição presidencial americana, onde somente vejo o panorama e acompanho os fatos, sem fazer torcida. Mas fiz uma aposta em McCain. Posso errar, é claro. Mas cada vez que leio algum articulista me dá mais certeza que ele estará na disputa e com grande possibilidade de vitória.

Ou seja, além de falar de música, de televisão, falar da política exterior. E nisso tudo, no fundo, está escrito um caminho. Preocupar-me com a exposição dos textos no momento não é importante. Mas estudar os temas que se relacionam entre si me dá uma margem de desespero: de não dar tempo de estudar tudo que quero. Ás vezes tenho ficado inconformado; outras vezes simplesmente me desligo e falo de assuntos com uma superficialidade tremenda. Noutras horas fico com raiva de algo. No começo falava com um amigo que evitava escrever com raiva e ele me aconselhou a escrever e soltar o verbo. Não consegui soltar, assim, tanto quanto gostaria.

Fazendo um paralelo de “Paradise City” e “Bad Love” só tenho a dizer que em certas horas fico revoltado, não tanto como “O Homem Revoltado” de Albert Camus, mas um tanto como Axl Rose cantando no Guns N´Roses e em outras horas estou de bem com o mundo, evitando lembrar os “bad loves”.

Um comentário:

João Batista disse...

É verdade. Nestes tempos mais confusos do que outros tempos confusos, melhor ir de Eric Clapton e Paradise City do que absolutamente nada.

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