fevereiro 22, 2008

Dias cheios...

Uma semana cheia de fatos a refletir. Mas não uma reflexão rápida. Os resultados só virão mesmo em longos anos. Com a tal renúncia de Fidel Castro podemos começar a pensar numa Cuba realmente livre um dia. Não creio que seja em breve, mas o que é insuportável dessa história é ficar aparecendo o rosto de Fidel toda hora na televisão. E os comentários de nossos “intelectuais”? Cada um... Nem dá para comentar...

E o outro fato é a independência de Kosovo. Aquilo está em pé de estourar outra guerra desde há muito tempo. Hoje, a região dos Bálcãs está multifacetada em inúmeros pequenos países. O que um dia foi a Iugoslávia hoje vive um momento de enorme convulsão social. Mas Kosovo é o ponto neural de todo o conflito. Não sei se será resolvido um dia, mas essa independência tem mais lados que um poliedro... Hugo Chaves, que nunca se cala, resolveu dizer que não reconhece Kosovo, pois acredita ser pressão dos EUA. A Espanha não reconhece, pois teme o aumento interno das pressões dos bascos por sua independência. E o povo de Kosovo?

Em suma, a vontade de todos parece ser criar uma nova Israel, o que não vai acontecer. Assim como se acredita na hipótese de se criar um novo Vietnã com o Iraque. Tenho a impressão que os comentaristas estão todos errados e que na verdade a solução será outra, tanto no Iraque quando em Kosovo. E que os chutes dessa vez estão passando dos limites do suportável.

É nítido que Cuba vai tentar seguir um caminho como a China, porém com a indústria do turismo. Não haverá crescimento muito acelerado e nem muito menos uma Cuba forte economicamente. Será, mais uma vez, propaganda de um sistema para continuar com uma Cuba sem liberdade para os cubanos e formando mais gente igual. Mais gente mais igual que as outras... “Todos iguais, uns mais iguais que os outros”. No fundo será mais uma republiqueta, mas com o diferencial de ter tido um passado que será propagado como “glorioso”. Ohhh! Que óbvio!

E Kosovo? Bem, deve seguir o caminho do leste europeu. Não ter grande coisa a oferecer além de mão-de-obra barata especializada ou a imigração. Nos dias atuais não creio que exista possibilidade de conflitos armados ou novas ditaduras. Pode ser que existam ditaduras referendadas por votos. Ditaduras “legitimadas” por pseudo-democracia. Isso deve ser comum no leste europeu. Não tenho lá grandes informações, mas parece que alguns paises ainda vivem sob governos não democráticos, como a Bielorrússia. Mesmo que muitos brasileiros ainda tenham suas enormes afinidades com a região, motivada talvez por fantasias, acho difícil também surgir uma força economicamente forte em toda a região. Ou seja, tudo vai ficar muito igual nos próximos anos, sem lá grandes avanços, nem sociais e nem econômicos. Fica a cargo do Brasil (ai, ai, não fica então?), da China, que pode sofrer recessão, Índia, que parece ser mesmo o grande país para os próximos cinco anos, e quem sabe a Rússia, que acredito ser o único país do leste europeu com alguma importância. De resto, parece que tudo continuará muito igual.

Quanto ao Iraque, o problema se chama Irã. De resto deverá continuar sob intervenção dos Estados Unidos. Coisa que o novo presidente (John McCain, muito provavelmente) não irá mudar (mesmo sendo Obama ou Hillary).

Para tristeza de todos nós, a África, caminha para um caminho de conflitos e guerras civis e não o do desenvolvimento, com raras exceções. Se hoje me fosse perguntado qual continente teria a melhor possibilidade de crescer, diria ser a África, onde creio que existem (sempre existiram) possibilidades de se fazer turismo, de se implantar empresas (em vez da China), e de se estender a democracia e a paz como na América do Sul.

Rodapé

Se John McCain teve ou não um caso com uma lobista trinta anos mais nova é de uma irrelevância absurda... Se for assim que chamem Mitt Romney outra vez... É fogo... A inveja demonstra realmente como são sujos os meios para a política.

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