fevereiro 03, 2008

Paradise City

Take me down to the paradise city
Where the grass is green
And the girls are pretty
Oh, won't you please take me home (...)”


Paradise City – Guns n´Roses (1987)

Esta postagem poderia se chamar como se desviar do assunto sem fazer muita força... Uma das formas de se falar de assuntos banais é justificar uma letra como a de “Paradise City” e pedir para me levar a uma cidade paraíso, onde a grama é verde e as garotas bonitas... Mas não... Eu prefiro mesmo estar na “selva de concreto” e trilhar os caminhos da urbanização e seus reflexos de dinâmica muitas vezes não assimilável.

É uma força de expressão a de encontrar caminhos dentro da estrutura existente e não criar uma “sociedade alternativa”. Como já afirmou inúmeras vezes um grande professor, o importante é por a cabeça no mundo e não o mundo na cabeça. Esse texto inicial, de três, mostram que a certa superficialidade mostra uma busca muito maior que uma exposição. Na verdade a busca por exposição é algo que não entendo. Com a minha timidez tenho até amigos que sequer sabem o que faço profissionalmente (que é desenhar edifícios, para ser mais exato e simplista). O engraçado é confundir meu lado extrovertido com falta de timidez. Na prática ninguém crê na minha timidez e que sou somente extrovertido em pouquíssimas ocasiões, mas basta eu mesmo reler meus textos e notar a minha total timidez neles também. E o pior quando ocorre a tal exposição indesejada, como no caso da minha postagem que foi parar no blog Atlântico. Poxa! Tantos textos meus mais interessantes, até mesmo um sobre uma das hipóteses da influência das arquiteturas portuguesas, muito mais interessantes do que o péssimo textinho sobre o quanto eu desconheço Portugal. Já me disseram para focar mais em assuntos no blog, o que já disse que não é hora e nem tempo para tal. É melhor estar definido como blog de assuntos diversos a um de “assuntos ligados a arquitetura”, somente. Não sei se quero discutir somente assuntos de arquitetura, ou de música, televisão, etc. Não tenho interesse em permanecer num mesmo assunto e nem fazer um diário, mas sim de tentar ver os caminhos feitos pelos inúmeros assuntos abordados.

Por exemplo, se “Paradise City” for real? Seria então a cidade ideal? Não é fácil imaginar uma cidade ideal? Crianças normalmente desenham uma casa com chaminé e fumaça, com uma árvore à frente. Mesmo num país tropical... Que é a tal chaminé nos desenhos? Mesmo quem mora em apartamentos desenha uma casa com telhadinho... O engraçado que não passa disso a “educação artística” que se tem na escola. Imagine discutir uma obra de Van Gogh... Afinal, para que serve mesmo a pintura? E nessas horas que vejo que quando se pensa assim é que existe mais a se descobrir do que uma simples letra de música e uma simplificação dos temas...

A aparência de se fazer sério, como certa vez li num blog desses críticos de críticos do atual governo, é que se tenta disponibilizar um padrão. Tudo que estaria fora deste padrão seria então “satanizado” (detesto usar esta palavra, mas no caso ela tem força expressiva significativa...). Era o que o tal crítico fazia a Sandy cantando o “standards” de jazz. Na opinião dele, ela não serve para a coisa. O fato que nem sequer falou para que possa servir ela então. São aqueles pseudo-intelectuais que nunca vão entender que uma geração cresceu ouvindo Sandy & Junior e que eles não são a Xuxa, que mais parece professora de terceira série (Explicando: Um criança gosta de Xuxa aos 6 anos, mas aos 12 a Xuxa continua somente agradando a outras crianças de 6 anos, enquanto que Sandy agradou a galera em varias fases da vida... Uma raridade. Basta lembrar da Simoni do Balão Mágico, que ao crescer simplesmente não tinha espaço e nem público). Em nenhum momento esse crítico da “burguesia”, da “música comercial sem profundidade”, pensou (eu também estou querendo demais, eles só seguem o tal padrão... Pensar não é com eles) que com ela cantando antigas canções consagradas de jazz poderia abrir caminhos para pessoas buscarem no jazz o que ela tanto se encantou a ponto de tentar cantar. Em nenhum momento passa na cabeça desses intelectuais que uma música popular pode despertar interesse em outros assuntos? Parece esquecer que um dia ele também não conhecia jazz e alguém mostrou a ele, ou encontrou um caminho que o levou. Esse caminho é mais importante do que ficar criticando a moça que tem seu público e canta para ele (não somente para ele, mas garanto que se tentou agradar alguém não foi a tal crítica). Certa vez lembro de perguntarem ao guitarrista dos Mamonas Assassinas o que achava das crianças estarem escutando sua música e respondeu que se soubesse que as crianças gostariam tanto não colocaria os palavrões nas músicas. Mas a culpa não é dos Mamonas de que as crianças gostaram deles. Por isso e outras coisas que entendo porque intelectual no Brasil sempre fala em “realidades”... Em suma, não entende que a realidade dos fatos nem sempre corresponde ao que foi projetado e isso tem algum motivo. Estou novamente justificando “Paradise City”, pois eu bem que podia perguntar por que não se estuda seriamente o aumento da religiosidade do brasileiro. Bem que eu gostaria de saber as causas. Mas parece que o assunto não é muito interessante para os “acadêmicos” que preferem escrever sobre a mitologia da globalização e dos revolucionários brasileiros... É realidade demais para suas “realidades”...

Um comentário:

Renata disse...

putz. sei lá. discordo. paradise city, de uma maneira um pouco grotesca, também é uma procura pra selva " deles". do tipo faca isso para chegar la. nao faca aquilo. continue nisso, mesmo sendo um lixo e tracando seu caminho para la.... nao acho tao banal assim. e, depois de tudo, a tal da paradise city e tao e somente " home".... nao, nao eh tao besta qto parece ser. chega ate a ser saudosista de raizes, de buscas insanas que, por nao seber mais voltar, continua-se indo. e se espera que seja um ciclo . que o melhor que vira seja o melhor que ja foi......

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