dezembro 08, 2007

Voltei...

Voltei. Não ainda como gostaria. Não vou renovar tudo ainda por aqui. Vai demorar muito. Mas tenho que dizer: estou bastante ansioso. Isso é bom por um lado e péssimo por outro. Estas duas semanas foram bastante agitadas, além da pressão normal que já estou até acostumando. Foi fora do padrão. E paralelo a isso, ainda muita coisa aconteceu. Vai ser difícil colocar tudo por aqui. Pois, lembrando, isso aqui não é um diário. No fundo não gosto dessa coisa de diários. Já pensei muito nos diários; de como eles podem marcar momentos. Mas eu vejo de outra forma: um diário é uma novela da Rede Globo. Se perder três ou quatro capítulos, não faz a menor diferença; cenas que sozinhas talvez digam mais que capítulos inteiros.

Uma vez alguém me disse, já até comentei aqui no blog, que a vida é feita de dias de preparação para alguns dias especiais. E só esses dias fazem a vida ser muito melhor que todos os outros que foram de preparação. È um jeito meio estranho de se ver as coisas. Eu acho que me acontecem coisas boas todos os dias. O mais interessante é que nunca se sabe o que vai acontecer e em que momento.

Uma das coisas mais interessante se dá ao passo que a leitura se incorpora como hábito quase vicioso. Não sei dizer, mas tem horas que acredito naquela hipótese sobre a amizade entre pessoas que não se conhecem, que também já falei aqui. Essa hipótese surgiu numa crônica do ex-senador e apresentador do programa “Quem tem medo de música clássica?”, Artur da Távola. Ele escreve:

Artur da Távola em 17/09/2007

Quem é amigo?

“Amigo é quem, conhecido ou não, vivo ou morto, nos faz pensar, agir ou se comportar no melhor de nós mesmos. É quem potencializa esse material. Não digo que laboremos sempre no pior de nós mesmos (algumas pessoas, sim) mas nem sempre podemos ser integrais para operar no melhor de nós. Há que contar com algum elemento propiciador, uma afinidade, empatia, amor, um pouco de tudo isso. E sempre que agimos no melhor de nós mesmos, melhoramos, é a mais terapêutica das atitudes, a mais catártica e a mais recompensadora. Esta é a verdadeira amizade, a que transcende os encontros, os conhecimentos, o passado em comum, aventuras da juventude vividas junto. Um escritor ou compositor morto há mais de cem anos pode ser o seu maior amigo.
Esse conceito de amizade transcende aquele outro mais comum: a de que amigo é alguém com quem temos afinidade, alguma forma de amor não sexual, alguém com quem podemos contar no infortúnio, na tristeza, pobreza, doença ou desconsolo. Claro que isso é também amizade, mas o sentido profundo desse sentimento desafiador chamado amizade é proveniente de pessoas, conhecidas ou não, distantes ou próximas, que nos levam ao melhor de nós. E o que é o melhor de nós? É algo que todos temos, em estado latente ou patente, desenvolvido ou atrofiado. Mas temos. E certas pessoas conseguem o milagre de potencializar esse melhor. (...)
Somos todos seres carentes de ser vistos e considerados pelo melhor de nós. A trivialidade, a superficialidade, as disputas inconscientes, a inveja, a onipotência, a doença da auto-referência faz a maioria das pessoas transformar-se em vítimas do próprio olhar restritivo. E o olhar restritivo é sempre fruto da projeção que fazem (fazemos) nos demais, de problemas e partes que são nossas e não queremos ver. E quantas vezes isso acontece entre pessoas que se dizem amigas. Essas pessoas (que se dizem amigas), ignoram certas descobertas do velho Dr. Freud e através de chistes passam o tempo a gozar o “amigo”, alardeando intimidade (onde às vezes há inveja) como prova de amizade. O que não é. Mesmo quando é...(...)”

Bem, depois de todas estas palavras, fica até difícil voltar ao tema. Mas é uma verdade que os livros, os filmes, as músicas nos levam para algum lugar e nos fazem gostar e admirar outras pessoas pelo simples fato de conhecer algum escrito delas, algumas música ou sua atuação num filme. E é um tanto quanto atemporal. Assim como temos as lembranças daqueles momentos de certas amizades, temos a impressão igual de que um dia tudo foi melhor. Estava lendo dia destes uma crônica que falava exatamente em como nos prendemos a certas épocas (anos 1960, principalmente) e achamos todo o resto pior, ou melhor, tentamos esquecer um pouco do resto que foi feito depois.
Tudo parece ser tão estranho.

4 comentários:

Homem Pedra disse...

Tem Meme pro-c no meu blog.

Homem Pedra disse...

Deixei um Meme para vc no meu blog.

Anônimo disse...

Oi Fernando,

encontrei seu blog num busca por fotos da construção do Copan. Adorei as que você postou em outubro, será que você pode me dizer onde conseguiu elas? Estão um pouco pequenas, e eu queria em alta qualidade... Meu email é natalia@b-up.com.br.

Muito Obrigada,
Natalia

João Batista disse...

Verdade. Conheci os dois tipos, e o último grupo sempre teve vantagem numérica. Era fácil notar a diferença: o primeiro grupo admira suas qualidades, o respeita por elas, o toma de exemplo até, e não tem vergonha de pedir ajuda. Com o segundo grupo acontece o inverso. O pior é que você nota isto, mas não conta, finge que não está vendo. Ao menos eu faço assim. Mas hoje já não tenho muita paciência não. Talvez fosse o caso de expor a verdade, jogar na cara, para os sujeitos tomarem vergonha, fazerem uma auto-analise.

Um fulano que acabara de conhecer certa vez se sentiu contrariado quando ele disse que Alemão era uma língua difícil de aprender por causa dos artigos, ao que eu respondi que achava que quanto mais línguas você aprende, mais fácil qualquer outra língua se torna de aprender, guardadas as devidas características inerentes a cada língua. Mas lá estávamos nós falando de Alemão, enquanto o sujeito apenas se virava no Inglês, que eu dominava. É verdade. Você pode até errar “nas” gêneros “a” quanto for, mas que vai aprender mais rápido se já tiver aprendido outras línguas, isso vai. Eu aprendi Italiano em um mês, agora descobri que já sei Francês sem nunca ter feito nada, talvez um ou dois meses de Aliança Francesa bastem para conhecer toda a gramática, e você quer o quê? Que eu minta? Que eu justifique a sua dificuldade, medo ou desculpa para não aprender Alemão, negando a realidade? Enfie seus probleminhas no cú e rode-os. Acontece que, à noite, o cara já fez piadinha a meu respeito. É preciso ser muito, mas muito Cristão para conviver com essa gentinha medíocre, e eu não sou, espero, ainda. Tenho vontade de descer pancada e/ou abrir a boca mesmo. Não basta o sujeito ignorar, ele precisa diminuir o outro. Por mim, que vão todos àquele lugar...

Sim, senhor Ludo, a IURD está certa, a igualdade é um pecado, cega os homens e os enche de soberba, transforma o vácuo, o vazio, a falta, o não-ser, em ser, apenas para que os desiguais se igualem e assim o pior dos dois possa se sentir melhorzinho, até que se depare novamente com outro desigual e tenha de repetir o processo, nunca saindo do ponto inicial por considerar que já tenha chegado a todos os destinos.

Os três textos

Já que continuo aguardando o Renzo Piano da postagem anterior – comprar a Black Friday é isso: o melhor preço, porém, não chega nunca – aca...