Lançado ano passado no Brasil pela Companhia das Letras, o livro “O ano de 1993”, escrito em 1975 por José Saramago, é para mim uma dúvida. Diz nas sinopses que li que se trata de um estilo diferente do que veio depois e muitas histórias de outros de seus livros estão lá esboçadas. Que trata de um mundo distante, de um mundo futuro.
José Saramago é o único autor em língua portuguesa a ganhar um Nobel de literatura. Não que isso seja o que define uma boa de uma má qualidade de produção literária, mas lembrando que um dos meus escritores prediletos, Albert Camus, ganhou o Nobel de literatura de 1957, imagino ser o prêmio uma forma de pensar sobre a obra desde português, que já tive a chance de ouvir pessoalmente mais de uma vez.
Numa das vezes que ouvi Saramago, na Livraria Cultura, ela comentou muito sobre seu livro “Ensaio sobre a Cegueira” (1995), que em sua opinião é um livro bastante duro para fazer com que as pessoas se emocionassem tanto como diz ouvir pelas ruas. E o papo sempre flui para assuntos políticos onde Saramago costuma chutar um bocado. Não que chute, mas emite uma opinião um tanto quando complexa para alguém de sua idade dizer que a “contradição” não é ainda algo que consegue compreender...
Mas voltando a sua obra literária, o que me deixa em dúvida de sua qualidade não está no escritor Saramago, mas na sua obra publicada. Certa vez um crítico disse que “O ano da Morte de Ricardo Reis” (1984) é o melhor livro de Saramago. Outros dizem que a polemica em torno de “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” (1991) fez com que Saramago fosse retirado de alguns círculos e colocado em outros, assim como sua militância política. Mas não observam a respeito das qualidades literárias deste livro.
Durante a época chata de vestibular li “Memorial do Convento” (1982). Não sei se por causa da pressão ridícula daqueles tempos de vestibular ou por causa do livro mesmo, eu não guardo deste título grandes recordações. Guardo de outro, que prefiro esquecer...
Eis que tenho vontade de ler “Ensaio sobre a Lucidez” (2004) e “As Intermitências da Morte” (2005). E acho que muito se deve pela leitura de “Ensaio sobre a Cegueira”. Eu tenho digamos um pouco de anticorpos para expurgar as opiniões pessoais de Saramago, mas tenho dúvidas a respeito da metafísica de seus romances. É ainda muito curto o tempo para entender se Saramago estará entre os escritores que serão lembrados no futuro. Mas creio que muito do que escreve tenho vontade de ler. Não sei se é marketing, pois se o for sou a vítima de um marketing contrario, pois de certa forma ele é hoje um escritor “globalizado”. Gosto que seus livros são publicados no Brasil com a grafia original de Portugal. É interessante ler o original de uma obra, seja ela qual for. Sinto isso na hora de ler Tolkien em “O Silmarillion”. Bem, são coisas distintas, porém leitura sempre demanda paciência e “uma fé cega”...
José Saramago é o único autor em língua portuguesa a ganhar um Nobel de literatura. Não que isso seja o que define uma boa de uma má qualidade de produção literária, mas lembrando que um dos meus escritores prediletos, Albert Camus, ganhou o Nobel de literatura de 1957, imagino ser o prêmio uma forma de pensar sobre a obra desde português, que já tive a chance de ouvir pessoalmente mais de uma vez.
Numa das vezes que ouvi Saramago, na Livraria Cultura, ela comentou muito sobre seu livro “Ensaio sobre a Cegueira” (1995), que em sua opinião é um livro bastante duro para fazer com que as pessoas se emocionassem tanto como diz ouvir pelas ruas. E o papo sempre flui para assuntos políticos onde Saramago costuma chutar um bocado. Não que chute, mas emite uma opinião um tanto quando complexa para alguém de sua idade dizer que a “contradição” não é ainda algo que consegue compreender...
Mas voltando a sua obra literária, o que me deixa em dúvida de sua qualidade não está no escritor Saramago, mas na sua obra publicada. Certa vez um crítico disse que “O ano da Morte de Ricardo Reis” (1984) é o melhor livro de Saramago. Outros dizem que a polemica em torno de “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” (1991) fez com que Saramago fosse retirado de alguns círculos e colocado em outros, assim como sua militância política. Mas não observam a respeito das qualidades literárias deste livro.
Durante a época chata de vestibular li “Memorial do Convento” (1982). Não sei se por causa da pressão ridícula daqueles tempos de vestibular ou por causa do livro mesmo, eu não guardo deste título grandes recordações. Guardo de outro, que prefiro esquecer...
Eis que tenho vontade de ler “Ensaio sobre a Lucidez” (2004) e “As Intermitências da Morte” (2005). E acho que muito se deve pela leitura de “Ensaio sobre a Cegueira”. Eu tenho digamos um pouco de anticorpos para expurgar as opiniões pessoais de Saramago, mas tenho dúvidas a respeito da metafísica de seus romances. É ainda muito curto o tempo para entender se Saramago estará entre os escritores que serão lembrados no futuro. Mas creio que muito do que escreve tenho vontade de ler. Não sei se é marketing, pois se o for sou a vítima de um marketing contrario, pois de certa forma ele é hoje um escritor “globalizado”. Gosto que seus livros são publicados no Brasil com a grafia original de Portugal. É interessante ler o original de uma obra, seja ela qual for. Sinto isso na hora de ler Tolkien em “O Silmarillion”. Bem, são coisas distintas, porém leitura sempre demanda paciência e “uma fé cega”...
Mas voltando ao “O ano de 1993”, tenho simpatia por seus títulos. Não posso acreditar que nesses tempos onde tudo que se encontra numa prateleira de uma Megastore promete ter o mesmo valor, encontrar toda a obra de José Saramago editada com edições de luxo, é até positivo, mas seria melhor ainda que se pudesse ter acesso a isso por um preço menor; e se títulos de outros autores pudessem ser também acessíveis ou pelo menos editados. Um exemplo é uma pessoa que comentou a respeito de “O ano de 1993” teria uma enorme proximidade com “1984” de George Orwell. Não sei até hoje quais as influencias de Saramago, mas creio que Orwell poderia estar entre elas. Mas não creio que seria uma das maiores influencias. A língua portuguesa é bastante complexa por si só, e Saramago teria outras enormes influencias em sua própria língua, o que de modo nenhum não impede a influencia estrangeira. Bem, conforme comecei, termino: “O ano de 1993” continua me deixando em dúvida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário