“(...)
chuva de containers, entertaines no ar
eu
presto atenção no circo que nos cerca
chuva
de containers, entertainers no ar
começo
a achar normal algum boçal detonar
se
tudo passa, talvez você passe por aqui
e me
faça esquecer tudo que eu vi
se tudo passa, talvez você passe por
aqui
e me faça esquecer que...
… falta pão, o pão nosso de cada
dia
sobra pão, o pão que o diabo amassou
(…)'
Toda Forma de Poder
e música incidental: Chuva de
Containers
Engenheiros do Hawaii - Novos
Horizontes (2007)
Toda vez que escuto esta
música, nesta versão acústica, do segundo (terceiro) álbum
acústico dos Engenheiros do Hawaii eu consigo ver finalmente a
reinvenção de Toda Forma de Poder.
Sempre esperei por uma versão melhor que a gravada ao vivo em 1989,
no álbum Alívio Imediato.
E em Novos Horizontes
foi possível. O estranho é esperar sete anos para escrever isso...
Lembro
de ter escrito algo a respeito em 2007... Mas não tinha escrito o
quanto me agradou esta versão. Eu já citei mais de uma vez alguma
parte de Toda Forma de Poder,
mas sempre algo na versão original me deixava com uma sensação de
querer algo mais, uma versão diferente, não sei dizer se esta foi a
materialização plena desse desejo, mas com certeza a mistura com
Chuva de Containers,
do álbum GLM (1992),
foi tão interessante, tão densa. Lógico, só para quem é fã. Não
sendo fã de Engenheiros
nem sequer dará conta que houve a música incidental... Eu mesmo
tenho consciência disso e nem me importo. Continuo gostando muito da
versão.
De
certa forma, acho que falar de Engenheiros
e lembrar de pelo menos dois momentos marcantes na minha vida que os
escutava muito e que parecia encontrar nas letras algo que me tocava
profundamente. Não sei dizer porque eles estavam lá, mas estavam e
esta é a história. Poderiam ser outras bandas, outras composições,
outras histórias. Mas não, lá estava o Humberto e os músicos,
fazendo um som...
Falar
dos nossos momentos é sempre interessante. E
essa postagem de hoje fala mais de mim mesmo. Um pouco
autobiográfica, mesmo sem ser. Um pouco daquilo que é e que não
sei dizer porquê. Um pouco de nada que diz tudo...
O
disco é mais uma experiência interessante. Músicas novas gravadas
ao vivo ao lado de versões acústicas de músicas consagradas.
Novamente, deve ser interessante para um pouco além dos fãs, mas
não muito. Minha opinião.
Foi
praticamente o último disco antes de Humberto começar a se dedicar
a literatura. Depois se dedicou ao projeto Pouca Vogal e
ao atual Insular, seu
primeiro disco solo. E foi por enquanto o último disco dos
Engenheiros do Hawaii. Já
era hora de abandonar este nome...