(Texto escrito em 02/08/2008)
Se eu fosse adepto da religião do apocalipse ecológico diria que o mundo vai morrer de fome. A população do terceiro mundo cresceria de forma alarmante e dominaria todas as áreas de florestas e não haveria mais supersafras, pois os latifúndios estariam todos destruídos pelas políticas econômicas populistas dos países de terceiro mundo. Mas como vemos em recentes reportagens a população mundial começa a estabilizar o crescimento e até o Brasil sente a redução no número de bebês por casais e o envelhecimento da população. O aumento da produção agrícola brasileira não para de crescer, mesmo sendo um dos pontos menos focados por todos os governos, pelo menos nas duas ultimas décadas.
Um anúncio de uma pesquisa bem sucedida como o álcool combustível brasileiro, produzido a partir da cana-de-açúcar, e suas críticas como sendo um os problemas da atual crise da alta dos preços de alimentos no mundo, são os indícios claros que existe uma total incapacidade de organismos como a ONU de interpretarem dados ou de tentar manipulá-los para servir interesses escusos e obscuros. Ao mesmo passo que se encontram novas reservas de petróleo no mundo, sendo estas muitas vezes maiores que as existentes e imaginadas nas décadas de 1970, fica parecendo que os “visionários” do apocalipse ecológico tiveram de mudar de discurso. O pior de tudo é que realmente vivemos num mundo muito mais poluído e as medidas que deveriam ser tomadas, nunca implantadas por completo, talvez não sejam mais eficazes.
Mas duas certezas se fazem completar, mesmo à contra gosto dos seguidores de seitas: o crescimento da população mundial está equilibrado e tende a se manter, nunca mais sendo duplicado, como ocorreu nas décadas de 1970 a 1990, e a produção de alimentos tende a ser cada vez maior. Nesse panorama as economias tendem a serem todas bem sucedidas. Uma África que deve terminar seus conflitos internos e integrar essa onda de economia global é algo que se verá no máximo até a próxima década. Assim como nos anos 1980 a América do Sul terminou muitos dos seus conflitos e estabilizou economias como a do Brasil e do Chile, isso deverá ocorrer com maior velocidade na África. Claro, a África que assinalar estar em consonância com economias de mercado e não com protecionismos e “doenças” econômicas. Na América do Sul poderia dizer que a Venezuela sofre um caso da “doença holandesa” e nesse aspecto é uma exceção à região. Se não fossem por presidentes populistas a região já estaria muito mais desenvolvida, economicamente falando. A mentalidade de não compreender a economia de mercado e facilitar os processos de desenvolvimento, mistificando efeitos com causas, faz, principalmente do Brasil, o eterno “gigante adormecido”.
É óbvio que isso é uma das inúmeras visões que se pode ter do Brasil, mas com certeza sua economia tende a se manter boa e cada vez mais forte, ao contrário de sua cultura, cada vez menos interessante aos próprios brasileiros. Este pequeno e breve texto trata de aspectos econômicos por um não economista, mas alguém com leitura de economia. Alguém que conhece um pouco da escola austríaca de economia e tem uma visão de que as coisas andam bem na economia mesmo todo o resto atrapalhando.
Sob todo este quadro, ainda bastante trucado, ainda tenho enorme dúvida se os planos previdenciários vão agüentar o envelhecimento dessa população se não forem aferidos os mecanismos de contribuição, inclusive a fiscal. O problema é que não vejo nenhuma previsão de mudanças no curto e médio prazo. O “gigante adormecido” vai continuar assim, se é que não some em meio aos pequenos anões acordados.
Pode parecer estranho falar sobre um mito da fome mundial enquanto temos tanta fome visível nos semáforos das ruas e avenidas e nos documentários alarmistas das ONGs internacionais. Mas o futuro é acabar com a fome mundial e de forma bem diferente da apregoada pelos governos populistas. O pior disso tudo é que hoje temos um mundo dividido em três, e nem podemos pensar que ainda são aquelas antigas definições de Primeiro ao Terceiro mundo... São três grupos, sendo um deles comprovadamente auto-destrutivo e outro que tenho dúvidas se não segue princípio semelhante. O grupo hostilizado pelos dois outros é por principio o contrário de tudo aquilo que lhe atribuem. A atribuição é obviamente proposital, pois ao se chamar um governante de “tirano”, sendo este eleito e reeleito, e ao terminar seu mandato deve passar o cargo a outro, também eleito, sem substituir constituições, sem destruir as instituições formais e democráticas já tradicionais, é a mais pura obra de desinformação em andamento nunca antes vista.
Nesse aspecto falar de um futuro sem fome parece até ato de suicídio intelectual, pois, afinal, quem se interessa em ter informações legítimas sobre um assunto tão perturbado pela mídia? Digo perturbado em todos os aspectos, pois a mesma mídia que critica as ações consideradas “politicamente incorretas”, elogia os resultados obtidos com as mesmas ações. Basta um pouco de inteligência para ver a total falta de lógica nos panfletos existentes, onde o que realmente interessa são as verbas e interesses outros, nunca a real informação.