março 29, 2009

1 x 1

Pior que o 0 x 0. Não se pode dizer que a entrada de Julio Batista não tenha dado um novo animo ao jogo, mas nada de impressionante. Ele entrou e fez o gol. E o goleiro Julio César segurou boas bolas, mas ao final tomou um gol. Foi bom não ter sido uns quatro gols. Agora, quanto ao Equador, este só não ganhou porque é muito ruim. É daqueles que não tem salvação. Logo mais vamos ver aquelas histórias sobre altitude, etc... E nada mudará.

Abril na televisão

No passado tudo começava em março. Agora em abril. Para que esse tempo todo de férias para o Jô Soares? Bem, ele está cada vez mais chato, acho que é melhor ficar mais tempo longe, mesmo. O CQC voltou em março, conforme anunciado em dezembro. Devem ter iniciado a produção em fevereiro e mantiveram o formato. Nenhuma novidade. Digo mais: nenhuma novidade em março em nenhuma televisão. No jornalismo Heródoto Barbeiro voltou ao Roda Viva e Silvia Poppovic voltou à TV Bandeirantes, com um programa diário diferente daquele que a popularizou. Olga Bongiovanni sumiu das telas e nem faço idéia de quando e por que. Para ser exato a Rede TV! não tem nada de novo há tempos – e nada que tivesse sido importante nestes anos todos. Como falei em outra postagem, a aposta da Record é com o programa de Roberto Justus. Tudo novo e nada de novo...

0 x 0

Ver um jogo do Brasil como este primeiro tempo entre Brasil e Equador, neste domingo, 29, é melhor assistir outra coisa... Um jogo fraco onde parece o Brasil não passar do meio campo, sem contar que depois que Maicon saiu do jogo ficou pior ainda. Bem, agora é agüentar o segundo tempo... Com a esperança de que algo melhore. Impossível. É sempre assim: ganhando ninguém se importa com o técnico, com a falta de entrosamento; perdendo volta-se todo aquele papo de sempre e, claro, nada acontece. Já dizem que Dunga não vai para a Copa. Então por que ele está mantido no cargo? Que tipo de idéia é esta? Quem ganha com isso?

março 25, 2009

Iron Maiden e a lama...

Demorei, mas resolvi dar atenção ao show incrível de uma das maiores bandas do planeta, num lugar terrível. Não que o autódromo de Interlagos seja um lugar horrível, mas a organização deste show, com mais de sessenta mil pessoas, teve uma das piores que já pude ficar sabendo. Nem nos primórdios dos shows no Brasil soube de algo tão ruim, claro, pelo preço cobrado e quantidade de pessoas. Inesquecível em termos de lama foi o show dos Gun´s em 1992, no estacionamento do Anhembi. Foi antes da construção do sambódromo paulista, numa época de chuvas. Era de se imaginar a lama. O que foi difícil de imaginar do show do Iron Maiden, uma banda que já tocou outras vezes no Brasil com boas (ótimas) organizações. Foi um show magnífico, com um dos melhores repertórios, principalmente para fãs antigos, com um dos melhores cenários e com o público recorde para a banda. É uma infelicidade a entrada, que demorei quase três horas, e a saída, que foram mais duas horas; deixam até o animo mais metálico um tanto enferrujado e desconfiado de outros shows próximos. É um teste de paciência que não estava preparado e não passei; ou melhor, passei e não pretendo passar tão cedo novamente. De preferência nunca mais...

A criatividade em O Aprendiz 6

É incrível a criatividade para manter no ar um reality show como o de Roberto Justus na Rede Record. Nos três primeiros eram empregos muito bem pagos, conforme o programa original americano. Não posso nem sequer falar dos dois primeiros, comecei a acompanhar o programa a partir do terceiro, em 2006. O quarto era um projeto de sociedade proposto pelos participantes, onde podem ter aparecido idéias e mais idéias, provavelmente poucas hoje executadas. O quinto, no ano passado, não lembro ao certo, mas era algo como se tornar sócio de Justus numa de suas empresas. Também não acompanhei o processo todo. Acho que a graça estava enquanto se podia aprender algo, não numa disputa meio sem sentido maior, onde apenas apareciam coisas absurdas como a falta de relacionamento entre os participantes e a falta de preparo para trabalhar sob pressão. Este próximo me parece mais atraente, com uma competição de estudantes universitários. Provavelmente o mais criativo de todos até agora, desvirtuando o programa original. Agora, para os estudantes é realmente um momento entre o céu e o inferno. Já imaginou algum “demitido” indo procurar estágio, tendo apresentado suas fraquezas em rede nacional? Também imagino o segundo ou terceiro colocado, que em determinada prova tenha rendimento extraordinário, porém perca em uma outra. Terá uma das melhores apresentações profissionais possíveis. Bem, agora é aguardar o início do programa e ficar avaliando a criatividade alheia.

Este talvez seja, entre os programas de entretenimento, um dos mais sofisticados da televisão. Tenho lá minhas dúvidas a respeito da audiência fora das faixas mais próximas à classe média, meio universitário e aspirantes a executivos e MBA. Porém, no fundo, acho que é este público que a Record tenta trazer para sua programação. Não só a Record, mas acho que de certa forma a igreja do auto intitulado bispo Edir Macedo também tem grande interesse neste mesmo público. O que não é ruim, muito pelo contrário... Pelo menos alguém tem interesse nesse público...

março 09, 2009

Esperando pelo Pritzker... (2009)

Tenho certa curiosidade por saber quem será o laureado com o prêmio Pritzker de Arquitetura. O prêmio será divulgado dia 31 de março, como tradicionalmente o é...

Há uma enquete na revista AU (aqui) sobre possíveis nomes. Do campo internacional, realmente há muitos ali com grande possibilidade. Em primeiro desponta Santiago Calatrava. E há uma enquete de qual brasileiro poderia ser laureado com o prêmio. Entre eles figura em primeiro lugar João Filgueiras Lima, o Lelé. Porém, o resultado é muito diferente: Calatrava tem cerca de 34% dos votos, já Lelé tem mais de 59%...

Rooooooooooooooo!

Não pude escrever ontem, em tempo real, ma aqui estou para registrar o primeiro gol de Ronaldo, segundo o próprio, de muitos outros!

E assim conseguimos, nós os corintianos, permanecer tão invictos quanto os palmeirenses...

março 02, 2009

Breve falar da arquitetura (na grande mídia)

Bem, não à toa gosto do que escreve Daniel Piza. Ele é um dos poucos que gastam suas linhas escrevendo sobre arquitetura, sendo ele um jornalista formado em Direito. E detalhe: escreve bem. Normalmente quanto leio sobre arquitetura são textos acadêmicos ou de arquitetos. Muitos deles também muito bem escritos.

Neste domingo Piza dedicou um pouco de sua coluna Sinopse, no jornal O Estado de São Paulo, para falar da arquitetura, da arte arquitetônica. Acabou por falar da editora Cosac Naify, uma das editoras que ultimamente vem lançando muitos livros de arquitetos e arquitetura. Também falou do nono livro de Rafael Moneo, algo que já deveria ter comentado aqui, além de divagar a respeito dos pequenos círculos culturais que existem no Brasil (aqui).

Na verdade são três livros que gostaria de falar a respeito: Inquietação Teórica e Estratégia Projetual, de Rafael Moneo, o qual Piza se referiu em seu texto, Maquetes de Papel, de Paulo Mendes da Rocha, e Nova York Delirante, de Rem Koolhaas, todos da Cosac Naify.

Vou começar pelo mais antigo, que já deveria ter sido editado para o português há muito tempo. Koolhaas escreveu Nova York Delirante nos anos 1970, ainda hoje um dos maiores manifestos sobre arquitetura contemporânea. Acredito que o debate sobre este livro até já acabou mundo afora, porém sua publicação no Brasil é importantíssima. O debate se torna mais do que tudo atual para compreender o crescimento de uma cidade, ou pelo menos tentar.

Maquetes de Papel é praticamente um livreto. Mas sua importância está em mostrar algumas idéias de arquitetura longe do computador e da idéia de imagem que se tem de tudo hoje. É quase um contra manifesto, que traria, se existisse debate, uma postura a se pensar um pouco mais na questão do modelo físico. Esta discussão é interessante, pois, um arquiteto como Paulo Mendes podem dizer que é “antiquado”, mas ao ver a oficina de modelos de Antoine Predock, dá para entender a importância dos modelos. Nada contra o uso de computador, principalmente no ato projetual, mas as maquetes, de certa forma, fazem um papel importante. É o que conta o livro.

Por fim, Rafael Moneo. Este livro, Inquietação Teórica e Estratégia Projetual, não fala de Moneo, mas sim da “opinião” de Moneo sobre outros oito arquitetos: Aldo Rossi, Álvaro Siza Vieira, Frank O. Gehry, Herzog & De Meuron, James Stirling, Peter Eisenman, Rem Koolhaas e Robert Venturi & Scott Brown. É um livro simplesmente fascinante. Tudo aquilo que se pergunta à um músico, sempre, sobre suas influências, estão ali colocadas e de forma sistemática e de fácil leitura. Se ainda Moneo fosse só um ensaísta o livro já era um clássico. Ainda somando sua obra, praticamente é achado. E o melhor de tudo: são livros razoavelmente acessíveis (financeiramente).

Universidade de Tel Aviv

Soube pelo blog de Marcos Guterman que a PUC do Rio fez um acordo com a Universidade de Tel Aviv. Muito do que comentou tem mais do que importância, mas eu pensei num outra coisinha: que alunos estariam dispostos a ir, nesse momento, para Tel Aviv? Claro, o convênio é extremamente importante, mas não sei se eu iria, neste momento, para Tel Aviv. Já me disseram que nada acontece, mas às vezes penso que talvez só possa acontecer comigo... Mas o que me aterroriza, às vezes, que a única forma de fugir de lá, se algo pior acontecer, seria para algum lugar longe e de avião... É quase tão ilhado quanto Cuba.

Novo livro de Buarque de Holanda

Um furo de reportagem, isto é, alguém descobriu algo que não se sabia e publicou antes de acontecer – o dom da premonição é a ferramenta do jornalista. Então se descobriu o nome do quarto livro de Chico Buarque de Holanda: Leite Derramado. O livro chegará às livrarias dia 28 de março.

Buarque de Holanda já escreveu outros três livros, Estorvo (1991), Benjamin (1995) e Budapeste (2003), muito bem recebidos, dos quais somente li pedaços de Budapeste. Gostei do que li, só não li o livro inteiro porque não comprei. Não comprei porque é caro. Livro no Brasil é caro demais... É caro demais porque não vende; não vende por que é caro? Será um problema de rendimento do brasileiro? Será falta de vontade de ler do brasileiro?

Bem, fora este pequeno devaneio, o que importa é que o músico Chico Buarque de Holanda, um quase também arquiteto, também escreve bem. Pelo que me falam Estorvo não é bom, porém Benjamim já melhora muito e Budapeste é muito bom. Esta onda de livros escritos por pessoas de outras áreas – como se isso fosse algum problema – é algo interessante de ver por dois motivos: o primeiro é que a lenda do final dos livros é uma... lenda; e o segundo é que é importante ver que a literatura se faz pela literatura – eles, Chico e Jô Soares, são ótimos leitores. Isso mostra mais uma vez a importância da literatura para todas as outras artes.

Ter um Chico escritor faz muita gente pensar que só porque é Chico que escreve e as pessoas falam. Algo semelhante já aconteceu com Jô Soares. O pior que nem posso falar dos livros de Jô Soares, O Xangô de Becker Street (1995), O Homem que matou Getulio Vargas (1998) e Assassinato na Academia Brasileira de Letras (2005), pois nunca li nenhum deles. Pelo menos Budapeste eu li um bom pedaço e gostei.

Os três textos

Já que continuo aguardando o Renzo Piano da postagem anterior – comprar a Black Friday é isso: o melhor preço, porém, não chega nunca – aca...