outubro 05, 2008

E no Rio de Janeiro...

Se eu fosse o César Maia, ficaria feliz em passar o cargo a Fernando Gabeira. Em 1989 Gabeira era o melhor candidato a presidência da República: ele representava tudo o que uma democracia deveria ser. Hoje ele é o melhor deputado que há na Câmara. E como prefeito do Rio de Janeiro? Bem, se for bom já poderá ser o próximo presidente da República após José Serra... E finalmente o PV se firmaria como um partido realmente significativo na política brasileira.

Agora, por outro lado: a eleição de 1989 foi quase tão bizarra quanto a de 1994, com Enéas Carneiro em terceiro lugar. E Gabeira não tinha a menor chance de se eleger. E também acho que não estava lá para se eleger. Bem, seu tempo chegou e muito se deve a uma eleição bizarra de 2004 à presidência da Câmara, cujo deputado Severino Cavalcanti ganhou. As palavras de Gabeira ecoaram no Brasil e no exterior (sei bem disso, pois à época vivia nos Estados Unidos). E eis que se não quando Aldo Rebelo se torna presidente da Câmara (em 2006 foi até presidente da República por um dia). Coisas da vida... Mas Gabeira apareceu e mostrou que aquelas idéias que defendeu no passado (até hoje tenho cá minhas dúvidas de como seria sua entrevista para aplicação visto de entrada nos Estados Unidos, lembrando de quando eu preenchi aquele formulário no consulado, em 2000) tinham que ser revistas e que o mundo havia mudado muito desde os anos 1960. Ela fez a revisão e ampliou muito sua visão, resgatando valores perdidos, buscados por quem realmente soube o que é ser vítima de autoritarismos e que realmente lutou por uma democracia.

Discordo dele em muitos aspectos, mas é melhor poder discordar dele do que ter que ensinar a pensar uma massa de ignorantes orgulhosos. Ignorantes que se orgulham de não enxergar o mundo real. Ignorantes que tem como ideal tudo aquilo que matou por anos a liberdade (e matou também muitas vidas). Autoritários ignorantes que se orgulham das mortes que carregam consigo, fruto da implantação de “um mundo melhor”. Se há algum lugar no Brasil que necessita urgentemente de um político de verdade é o Rio de Janeiro. Basta de populistas.
Agora também há de se resgatar uma questão: será que a população do Rio de Janeiro, que aprovou Garotinho e outros populistas, está preparada para um choque de gestão de política de verdade? Bem, César Maia fez sua parte. Levando-se em conta sua primeira gestão (1993-1996), a continuidade descontinua de Luiz Paulo Conde (1997-2000) e estes dois últimos mandatos (2001 a 2008) se têm um Rio muito melhor que em 1992. Tão melhor que um dos maiores medos do PT era ter que confronta-lo, como candidato do então PFL, na eleição de 2006.

2 comentários:

Anônimo disse...

vc n vai falar nada da crise americana?
bjo
http://clauskobelkin1.wordpress.com

Anônimo disse...

atualiza...
bjo

http://clauskobelkin1.wordpress.com

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