fevereiro 18, 2010

Encontrando algum caminho...

Já era de se esperar que neste quarto ano de blog (isto mesmo, iniciei em 2007 as postagens neste espaço) eu já tivesse um caminho arquitetado. Mas não. Ainda não tenho nada. O trabalho me impediu por vezes de levar a idéia de um mestrado mais a fundo e passei por inúmeras disciplinas na FAU-USP como aluno especial, sem nunca conseguir finalizar os projetos de pesquisa. Por um lado foi muito bom. Hoje meu projeto parece mais maduro e mais que tudo, tenho um monte de informações adicionais. E mais uma vez o trabalho toma mais tempo, me impedindo de expandir ainda mais minhas pretensões intelectuais. O lado bom, outra vez, é que a cada tempo tenho firmado mais idéias e descrito mais histórias e temas por aqui. O que me leva pensar a cada tempo em o que este blog ainda pode se tornar.

Não tenho pretensões exageradas e muitas vezes fico feliz de não ter “um milhão de leitores”. Já pensou, todos eles analisando as minhas contradições existenciais? E claro, sei que muita gente não entende e nem vai entender o que faz um arquiteto gostar de literatura, de música e escrever tão pouco sobre arquitetura. O mais importante é que a “área de formação” não é a dedução fácil da “condição humana”. Ter e fazer muitas coisas ao mesmo tempo é ótimo. Se as pessoas não entendem, problema delas... Uma hora as coisas se alinham e acaba por apresentar as qualidades intrínsecas dos muitos estudos que tenho feito. É logicamente um trabalho sem começo, meio ou fim, mas de uma forma sincera e fácil de perceber que se trata de um único tema: cultura. Cultura pop, cultura arquitetônica, cultura filosófica, cultura literária... Nada melhor do ler algo e colocar um pequeno registro. Dividir com quem me conhece ou me lê um pouco do meu dia-a-dia, das minhas aflições, dos meus credos. Este meu “jardim de aflições” é o resultado de muitos anos de estudo, e que representam só um começo, um início. Muito há de se estudar e de se conhecer...

Deveria eu entrar numa luta? Não sei... Até hoje fico a pensar que devo estar muito mais fortalecido para entrar num combate de “idéias”. Vejo muitas “idéias revolucionárias” circulando nas mentes das pessoas que me dão calafrios. Mas como entrar numa guerra sozinho? Cada vez que me lembro disso penso imediatamente no escritor (e médico) Moacyr Scliar e seu já clássico livro O Exército de um homem só. O ideal daquele homem (o personagem do livro), que dá calafrios em qualquer leitor, passa a ser o “grupo dominante” (ou seria grupo ruminante?). Pois bem, eu não entrarei em batalha alguma, mesmo tendo já uma boa base e uma bibliografia muito superior ao “inimigo”. Afinal este é um blog de cultura, como escrevi acima, e não mais um palco de batalhas ideológicas, principalmente quando estas idéias estão do “lado esquerdo da força”...

fevereiro 17, 2010

Passeando por algumas bandas dos anos 1970...

Quem viveu os anos 1990 lembra que havia muita celebração em torno de bandas dos anos 1970. E muita música boa foi produzida naquela década... Para ser exato vou falar aqui de algumas bandas que não são destaques, ou melhor, não são as bandas mais comentadas daqueles tempos. São bandas conhecidas, óbvio, nunca fui um “caçador de raridades”. Mas, as músicas que falo abaixo, acabei por conhecer sem querer.

Vou começar com o Nazareth. Não tenho grandes coisas a falar deles, mas que muitas de suas músicas até hoje me fazem “ouvir música de uma forma diferente” (citando Zeca Camargo de memória).

“(...) Mama, mama, please no more jaguars
I don't want to be a pop star
Mama, mama, please no more deckhands
I don't wanna be a sailor man
Mama, mama, please no more facelifts
I just don't know which one you is
Mama, mama, please no more husbands
(I don't know who my daddy is)


It's a holiday, it's a holiday”

Holiday – Nazareth (1980)

Na verdade, começo com uma faixa de 1980, do álbum Malice in Wonderland, mas é incrível como soa igual ao Nazareth dos anos 1970. Esta música não fazia parte do “vinil” (isso, no começo dos anos 1990 ainda havia muitas lojas de vinil usado) Greatest Hits, o primeiro registro que ouvi do Nazareth. Era um disco comum nas lojas e acabei por emprestar de um amigo, gravando numa fita K7 o álbum todo.

Existia um precedente, que já comentei aqui, de uma fita K7 com a música Hair of the Dog. Mas o primeiro registro mesmo foi aquele vinil. Com as músicas (baladas) Love Hurts e Sunshine, ao lado de Hair of the Dog, o disco era muito bom. Nunca li e nem ouvi ninguém falando que Nazareth é a banda preferida, ou algo parecido, mas é uma banda competente e que tem muita música boa em muitos discos... Poderia dizer que é um tanto irregular sua produção musical. Talvez seja este o motivo da banda nunca ter sido colocada entre as grandes bandas dos anos 1970.

O Bachman-Turner Overdrive foi também daquelas bandas que quem viveu os anos 1970 conhecia bem, mas nos anos 1990 pouca gente falava a respeito. Hey You! era a música mais conhecida, por sinal também estava naquela fita K7, ao lado de Hair of the Dog. Mas a música que quero registrar aqui é Rock is my life, and this is my song, do álbum Not Fragile, de 1974.

“(...) When we come into a new town
Everybody's there
When we play our music
Hand are in the air
When the musics over
You wonder where we are
I'm standing in the silence
With my old guitar (...)”

Rock is my life, and this is my song – Bachman- Turner Overdrive (1974)

Com esta música que minha falta de percepção em entender o que é uma música lenta começou... Para mim, era esta uma música lenta...

Não é este um texto com profunda vocação ao passeio pelos anos 1970, mas é sim um texto sobre como desenvolvi um gosto musical praticamente isolado dos padrões daqueles anos 1990. Uma tentativa por palavras para descrever um tipo de música que nunca li ou soube que alguém mais gosta, além de mim. Não deixo de gostar de outras tantas bandas, como já falei neste espaço. Nem por isso deixo de expressar que há muita música de boa qualidade no mundo, que em momentos passa como “desconhecida”.

fevereiro 11, 2010

Deutscher ist meine Sprache!

Na verdade nem sei se a frase acima está certa, gramaticamente. Até agora tive duas aulas de alemão e uma de francês e inglês. Mas estou gostando muito das aulas de alemão. Não sei dizer, mas me parece tão familiar... Acho que sou um alemão...

A cultura alemã, aquela que pouca gente conhece, me fascina um bocado. Mais ainda em saber que um de meus bisavôs veio daquelas “terras médias”. Gosto de cerveja. Gosto de vinho (branco). Gosto de salsichas e de um monte de coisas alemãs deliciosas, cuja lista seria realmente grande. Muitos autores alemães me interessam muito. Mas (sempre tem um “mas”), há sempre um idiota para falar de Hitler, sem lembrar que ele era austríaco.

No livro de Eric Voegelin - Hitler e os Alemães - há uma grande exposição de idéias que mostram que o povo alemão e Hitler nada tem a ver. E Voegelin era austríaco, o que, no fundo, também não tem nada a ver. Não é um livro que conheço profundamente para poder falar mais sobre ele. Está na minha lista de estudos... e vai demorar para lê-lo (é a vida).

A Alemanha que eu admiro é a Alemanha moderna, pós-Muro de Berlin, unificada. Como sempre me falam que “há coisas horríveis lá”, eu também sei que há “coisas horríveis” em qualquer lugar do mundo. Entre olhar do copo com água pela metade, eu prefiro dizer que está metade cheio a metade vazio.

Bem, o que importa é apreender os princípios de novos idiomas. E vou eu escrevendo mais sobre quase nada...

Os três textos

Já que continuo aguardando o Renzo Piano da postagem anterior – comprar a Black Friday é isso: o melhor preço, porém, não chega nunca – aca...