“If the doors of perception were cleansed, every thing would appear to man as it is, infinite.“
William Blake - The Marriage of Heaven and Hell.

Túmulo de Jim Morrison - Cemitério de Père-Lachaise, Paris.
O fator que me chama atenção na figura de Morrison está nas pequenas apresentações indiretas que me trouxe. Não poderia deixar de descrever a primeira apresentação indireta de uma música do Doors. Foi aos meus 10 anos de idade num disco, famoso à época, um LP da moda daqueles tempos, chamado Rádio Pirata ao Vivo, do RPM, onde Paulo Ricardo cantou incidentalmente Light my fire no meio de uma música. Isso data de 1986. Pouco tempo depois, em 1991, veio o filme de Stone. Mas Doors não parava ali a me apresentar novidades. Descobri o poeta William Blake através de Morrison. Depois, ao me interessar por ficção científica, acabo por descobrir Aldous Huxley, e o seu livro As Portas da Percepção – livro que dá nome à banda de Jim Morrison. De Huxley ainda acabei por ler Admirável Mundo Novo, e hoje é um dos autores que acabo por esbarrar na condução de uma busca intelectual e em muitos casos como simples citação – como a cerca de dois anos, citado explicitamente no texto de um arquiteto.
Mas, além de suas letras que ainda trazem algumas reflexões, a música do Doors acaba por embalar algumas “trilhas sonoras” das viagens de fim de semana ou de férias junto aos amigos e namorada. Não somente Doors, mas talvez seja a única banda que marcou a todos em momentos diferentes. Ontem mesmo, ao ouvir Riders on the storm, acabai por escutar várias vezes seguidas...
Aos quinze anos fui apresentado ao Ozzy e ao Black Sabbath, como já contei por aqui, nas minhas recordações em forma de blog, cujo nome não poderia ser mais do que significativo. Falar de Randy Rhoads, morto em 1982, é para mim como falar de um dos guitarristas que mais curiosidade me desperta. Sua morte, prematura, decorrente de um acidente, tendo somente gravado dois álbuns ao lado de Ozzy (Blizzard of Ozz e Diary of a Madman), era como se algo muito maior não tivesse se concretizado. Ozzy estava numa péssima fase quando Rhoads chegou, e praticamente colocou o primeiro álbum de Ozzy entre um dos mais vendidos no mundo (num livro sobre os 100 álbuns mais vendidos no mundo ocupa a 100ª posição – se não me engano - e é o único disco de Ozzy nesta lista) tendo impulsionado sua carreira a parir de então.
Mas Randy Rhoads tem para mim algo de extr
aordinário que ainda não consigo explicar em palavras, principalmente ao ouvir Over the mountain ou mesmo a pequena peça Dee. Por trás das guitarras ainda aparece a figura de Aleister Crowley. Rhoads continua a ser para mim uma das maiores incógnitas entre os guitarristas que aprecio.


Certa vez o jornalista Daniel Piza comentou sua inicial estranheza nos fãs de Elvis de sua fase final (gordo). Mas complementou que ao se descobrir o Elvis dos anos 50 dava para compreender a devoção. Elvis fez inúmeros filmes, mostrando até o Hawaii. Mas sua terra era mesmo Las Vegas. Até hoje, Las Vegas, com suas múltiplas transformações, ainda tem muito do espírito de Elvis. Era um super-astro e até hoje as peregrinações a sua casa e, conseqüentemente ao seu túmulo, atraem multidões. Um mito que se traduz numa música que marca gerações e que me foi apresentada ainda na infância. Se um dia alguém me perguntasse quais foram os primeiros discos que escutei, Elvis certamente estaria entre eles.
Nada mais impressionante do que falar dos mortos no dia de finados. Que estejam em paz e continuem a me guiar por estes caminhos que a vida me apresenta. Não estranho em falar de três personagens tão conhecidos e que influenciam até hoje inúmeras gerações. Eles com certeza ainda podem aparecer em mais outras tantas postagens.
* Da música Ideologia, de Cazuza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário