outubro 28, 2011

Por que a Europa continua sendo o centro do Mundo...

Colocar um continente em crise, com um modelo econômico que não me agrada, uma sociedade que está hoje à beira do colapso (só este item já era assunto para um livro inteiro, não só mais uma postagem), como centro do mundo pode parecer uma contradição, mas no fundo não é. Obviamente existem outros lugares onde se vive muito bem, como exemplo a Índia, onde a cultura permanece ainda mais preservada (os costumes, aqueles que na Europa e Estados Unidos andam em crise, e que no Brasil só existia no “antigamente”...), os Estados Unidos, onde se há ainda uma enorme qualidade de vida, assim como modelo econômico de Singapura, etc. Mas nada substitui a Europa em termos de produção cultural. Li esta coluna que reproduzo abaixo e fiquei a pensar em quanto eu não pertenço à “classe média alta paulistana” e consigo concordar em praticamente tudo no que escreve a jornalista.

Além de não pertencer a classe média alta, esta para qual o texto está escrito, consigo entender muitas coisas que diz, principalmente a cada tempo eu observo ao meu redor e vejo as pessoas se pautarem nesse modelo fútil – ou, como diriam os comunistas, pequeno-burguês. Eu ando de transporte público com a mesma simplicidade com a qual eu janto num restaurante mais caro, assim como ando de carro com a mesma tranquilidade e, com certeza, bem menos stress que o pessoal do referido texto. Eu sempre acho irônico quando vou a alguma obra naqueles edifícios de escritórios, onde “executivos e executivas” desfilam com todo seu stress os seus trajes mais finos e suas maquiagens mais delicadas... A única palavra que vem a cabeça é “wannabe”.

Mas deixando de lado os que não sabem viver, talvez porque nunca se questionaram, vale a pela a reportagem.

Porque a classe média alta brasileira é escrava do “alto padrão” dos supérfluos

Adriana Setti

No ano passado, meus pais (profissionais ultra-bem-sucedidos que decidiram reduzir o ritmo em tempo de aproveitar a vida com alegria e saúde) tomaram uma decisão surpreendente para um casal – muito enxuto, diga-se – de mais de 60 anos: alugaram o apartamento em um bairro nobre de São Paulo a um parente, enfiaram algumas peças de roupa na mala e embarcaram para Barcelona, onde meu irmão e eu moramos, para uma espécie de ano sabático.

Aqui na capital catalã, os dois alugaram um apartamento agradabilíssimo no bairro modernista do Eixample (mas com um terço do tamanho e um vigésimo do conforto do de São Paulo), com direito a limpeza de apenas algumas horas, uma vez por semana. Como nunca cozinharam para si mesmos, saíam todos os dias para almoçar e/ou jantar. Com tempo de sobra, devoraram o calendário cultural da cidade: shows, peças de teatro, cinema e ópera quase diariamente. Também viajaram um pouco pela Espanha e a Europa. E tudo isso, muitas vezes, na companhia de filhos, genro, nora e amigos, a quem proporcionaram incontáveis jantares regados a vinhos.

Com o passar de alguns meses, meus pais fizeram uma constatação que beirava o inacreditável: estavam gastando muito menos mensalmente para viver aqui do que gastavam no Brasil. Sendo que em São Paulo saíam para comer fora ou para algum programa cultural só de vez em quando (por causa do trânsito, dos problemas de segurança, etc), moravam em apartamento próprio e quase nunca viajavam.

Milagre? Não. O que acontece é que, ao contrário do que fazem a maioria dos pais, eles resolveram experimentar o modelo de vida dos filhos em benefício próprio. “Quero uma vida mais simples como a sua”, me disse um dia a minha mãe. Isso, nesse caso, significou deixar de lado o altíssimo padrão de vida de classe média alta paulistana para adotar, como “estagiários”, o padrão de vida – mais austero e justo – da classe média europeia, da qual eu e meu irmão fazemos parte hoje em dia (eu há dez anos e ele, quatro). O dinheiro que “sobrou” aplicaram em coisas prazerosas e gratificantes.

Do outro lado do Atlântico, a coisa é bem diferente. A classe média europeia não está acostumada com a moleza. Toda pessoa normal que se preze esfria a barriga no tanque e a esquenta no fogão, caminha até a padaria para comprar o seu próprio pão e enche o tanque de gasolina com as próprias mãos. É o preço que se paga por conviver com algo totalmente desconhecido no nosso país: a ausência do absurdo abismo social e, portanto, da mão de obra barata e disponível para qualquer necessidade do dia a dia.
Traduzindo essa teoria na experiência vivida por meus pais, eles reaprenderam (uma vez que nenhum deles vem de família rica, muito pelo contrário) a dar uma limpada na casa nos intervalos do dia da faxina, a usar o transporte público e as próprias pernas, a lavar a própria roupa, a não ter carro (e manobrista, e garagem, e seguro), enfim, a levar uma vida mais “sustentável”. Não doeu nada.

Uma vez de volta ao Brasil, eles simplificaram a estrutura que os cercava, cortaram uma lista enorme de itens supérfluos, reduziram assim os custos fixos e, mais leves,  tornaram-se mais portáteis (este ano, por exemplo, passaram mais três meses por aqui, num apê ainda mais simples).

Por que estou contando isso a vocês? Porque o resultado desse experimento quase científico feito pelos pais é a prova concreta de uma teoria que defendo em muitas conversas com amigos brasileiros: o nababesco padrão de vida almejado por parte da classe média alta brasileira (que um europeu relutaria em adotar até por uma questão de princípios) acaba gerando stress, amarras e muita complicação como efeitos colaterais. E isso sem falar na questão moral e social da coisa.

Babás, empregadas, carro extra em São Paulo para o dia do rodízio (essa é de lascar!), casa na praia, móveis caríssimos e roupas de marca podem ser o sonho de qualquer um, claro (não é o meu, mas quem sou eu para discutir?). Só que, mesmo em quem se delicia com essas coisas, a obrigação auto-imposta de manter tudo isso – e administrar essa estrutura que acaba se tornando cada vez maior e complexa – acaba fazendo com que o conforto se transforme em escravidão sem que a “vítima” se dê conta disso. E tem muita gente que aceita qualquer contingência num emprego malfadado, apenas para não perder as mordomias da vida.
Alguns amigos paulistanos não se conformam com a quantidade de viagens que faço por ano (no último ano foram quatro meses – graças também, é claro, à minha vida de freelancer). “Você está milionária?”, me perguntam eles, que têm sofás (em L, óbvio) comprados na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, TV LED último modelo e o carro do ano (enquanto mal têm tempo de usufruir tudo isso, de tanto que ralam para manter o padrão).

É muito mais simples do que parece. Limpo o meu próprio banheiro, não estou nem aí para roupas de marca e tenho algumas manchas no meu sofá baratex. Antes isso do que a escravidão de um padrão de vida que não traz felicidade. Ou, pelo menos, não a minha. Essa foi a maior lição que aprendi com os europeus — que viajam mais do que ninguém, são mestres na arte dosavoir vivre e sabem muito bem como pilotar um fogão e uma vassoura.

PS: Não estou pregando a morte das empregadas domésticas – que precisam do emprego no Brasil –, a queima dos sofás em L e nem achando que o “modelo frugal europeu” funciona para todo mundo como receita de felicidade. Antes que alguém me acuse de tomar o comportamento de uma parcela da classe média alta paulistana como uma generalização sobre a sociedade brasileira, digo logo que, sim, esse texto se aplica ao pé da letra para um público bem específico. Também entendo perfeitamente que a vida não é tão “boa” para todos no Brasil, e que o “problema” que levanto aqui pode até soar ridículo para alguns – por ser menor. Minha intenção, com esse texto, é apenas tentar mostrar que a vida sempre pode ser menos complicada e mais racional do que imaginam as elites mal-acostumadas no Brasil.

outubro 07, 2011

Saxon - Unleash the Beast

Depois do show do Saxon, em 1998, um amigo – um dos mais próximos de todos os tempos -  me disse que parei de falar sobre Saxon. Faz sentido lembrando do show do Monsters of Rock...


Mas o álbum Unleash the Beast, ao lado de Innocence is no Excuse, é um dos meus álbuns prediletos desta banda que parece ser um pouco obscura para os padrões brasileiros. O Saxon não deve ter uma legião de fãs muito grandiosa, porém, estes álbuns caem tão bem aos ouvidos – ouvidos de ouvinte de Heavy Metal, diga-se; não tenho por objetivo ser “eclético” e nem mesmo “aberto à novos sons”. 


Faixa atrás de faixa, este álbum guarda muitas nuances que só o tempo vai mostrando. Claro, à primeira audição pareceu extremamente pesado, principalmente comparando ao que esperara encontrar. O ano era 1997 e o Saxon viria em turnê para o Brasil. Não vi outro show do Saxon, a não ser o já citado, em 1998. Mas todos me falaram que perdi um super show em 1997 (falam também do show do Scorpions em 1994 – pelo menos esta banda eu cheguei a ver em 1997). Nem sei sobre os lançamentos do Saxon no período posterior a este álbum, mas já é esperado um novo álbum este ano de 2011. Mas Unleash the Beast continua a ser um álbum que muito me agrada. Na época, a minha história com este álbum foi incrível. Nem lembro ao certo o que me motivou a comprá-lo, mas sem dúvida entrou para a minha lista dos álbuns mais interessantes.

Iron Maiden

Uma das bandas mais famosas do mundo e nunca havia escutado com mais calma em toda a minha vida... Pois é uma das daquelas idiossincrasias das quais somos cometidos de quando em quando...
Porém, acabei de comprar um cd – sim, um compact disc, como aqueles da década de 1990. Foi o Somewhere in Time, simplesmente a segunda melhor capa do Iron Maiden e um disco excelente do começo ao fim.  Eu sou um fã das capas de discos – aqueles em vinil – do Iron Maiden. Acho os desenhos incrivelmente fantásticos. Assim como a capa de Rest In Peace, do Megadeth, acho Killers algo inacreditável de tão bem desenhado! Essa é a minha capa número um. E, claro, o disco também é. Não sou um fã de Dianno, mas o disco tem faixas que em minha adolescência curti de forma alucinada! Iron era, ao lado de Metallica, uma das bandas ícones da minha adolescência. Incrível como eu sou um fã de Black Sabbath e Ozzy – este um fã até das besteiras – e não fui um fã alucinado de Iron... Nunca entendi o porquê disso, mas...

Os cd’s ainda têm em mim um fascínio, um pouco diferente do vinil que lembra a infância – sim, eu curti o disco do Balão Mágico -, mas muito próximo. Acho que a ideia de álbum é ainda, para mim, uma ideia que poderia permanecer; a ideia de uma obra que tem em várias músicas, a continuidade. Hoje, ao passar na Livraria Cultura – dizem ser a maior da América Latina, na Avenida Paulista – vi o lançamento de uma caixa de cd’s do Pink Floyd, com aqueles álbuns que formaram o imaginário da minha adolescência – aquele disco com a vaca na capa; ia à Galeria do Rock e olhava os discos usados (vinil usado) e sempre aparecia este – todos remasterizados. Esta realmente é uma banda que continuo passando ao largo; do Pink Floyd continuo a curtir somente o The Wall.

Mas voltando ao Iron Maiden, o fator atividade conta muito. Em 1990, aos meus incríveis 14 anos, lembro do lançamento do disco No Player for the Dying, que meu tio comprou em K7 (será que alguém ainda lembra de K7?). Em 1992 fora lançado o Fear of the Dark, e a banda tocava constantemente na MTV, que era assíduo telespectador (nem sei se era tão assíduo, pois vários programas nem lembro e muitos amigos falam ter sido os melhores anos da MTV...). E a banda segue, com a variação da saída de Bruce Dickinson e sua volta triunfal ao final dos anos 1990, junto com Adrian Smith - cujo show, Bruce Dickinson e Adrian Smith, tive o enorme prazer de assistir na pista de atletismo do ginásio do Ibirapuera em 1997 – produzindo sons com qualidade equivalente, mesmo que os fanáticos digam nem ser a mesma banda... Para quem é fã realmente há diferenças marcantes... Não poderei nuca discutir sobre isso... Mas ouvir um disco de 1986 e continuar a achar ele especial é porque realmente a força desta banda ultrapassou a barreira que todas as bandas almejam: a imortalidade clássica!

Poderia fazer um apêndice sobre o Metallica, cujo show recente no Rock in Rio não deixou dúvidas que é uma banda que tem um passado de peso e qualidade inquestionável. Porém, desde 1991 não consegui curtir nenhum álbum da mesma forma – sendo o Black álbum já algo a se questionar, mesmo eu tendo uma grande estima por este álbum (um dia poderia até escrever sobre ele em Diary of a Madman).

Bem, se alguém ainda tem dúvidas sugiro a audição de Somewhere in Time. Como já falei por aqui, Alexander the Great é uma das faixas que admiro muito!

setembro 25, 2011

Viena

Certa vez fui assistir á uma aula na FAAP, junto com minha namorada da época, e a aula tratava da arquitetura de “um tal” de Albert Speer. Estuda no Mackenzie e até então não tinha tido nenhuma aula a respeito da estética e das intenções por trás da estética deste arquiteto. Na aula havia um texto base, de Luis Fernando Veríssimo, que trato de reproduzir abaixo, que, de tão hilário, foi inesquecível!

Na aula foi passado um vídeo e, passados na época quase 50 anos da 2ª Guerra, a estética era mais do que factível de ser analisada com a devida isenção do tempo. Uma aula realmente daquelas que separam os cursos em superiores e outros...

Por Luís Fernando Veríssimo: Ach Viena!

- Ach, Viena. Não é maravilhosa?
- Você é maravilhosa.
- Não beije meu pescoço aqui. Coma a sua torta.
- Prefiro seu pescoço.
- Nein! Tome seu chocolate. Olhe, uma valsa! Vamos dançar? Traga a torta.
- Valsa, valsa, valsa! Não tocam outra coisa nesta maldita cidade?
- Mas esta é a terra de Strauss.
- Prefiro Wagner.
- E não é só Strauss. Esta é a terra de Mahler. E de Schönberg.
- Quem?
- Schönberg. Ele está fazendo experiências maravilhosas com a música.
- Pra você tudo é maravilhoso.
- Viena é maravilhosa!
- Seu pescoço é maravilhoso.
- Pare! Estão nos olhando.
- Também, não sei por que você insiste em vir para estes cafés de calçada. Estão sempre cheios.
- Toda Viena vem aqui. Olhe. Lá está Karl Kraus!
- Quem?
- Vai dizer que você não conhece Karl Kraus?
- Aposto que ele também é maravilhoso.
- Ele é mais do que maravilhoso... Ele é... Ele é... o espírito de Viena em pessoa!
- Sei.
- Coma a sua torta.
- Estou cheio de torta. Vamos para o meu quarto.
- Já disse que não. E largue o meu joelho.
- Eu sei. Você acha que ele é melhor do que eu. Você...
- Olhe quem está passando. É Loos! Loos, o arquiteto!
- Hruok.
- Que foi isso?
- Um arroto.
- Assim é demais! Aqui estamos nós, numa tarde de verão, sentindo o perfume das vinhas do Wienerwald, no centro da cidade mais maravilhosa do mundo, a cidade de Musil, de Hofmannsthal, de Schnitzler, de Wittgenstein, de Klimt... e você arrota!
- O cheiro que eu sinto é o da decomposição do império.
- Que bobagem. O que está acontecendo em Viena é uma revolução no espírito humano. Nós vamos mudar a Europa. Nós, em Viena! Estamos no limiar de uma era como nunca houve igual. De paz, de prosperidade, de criatividade, de alegria de viver. Uma era... maravilhosa! E você quer ir para o seu quarto imundo.
- Está bem. Esquece.
- É essa sua atitude. Você precisa mudar.
- Está bem, está bem.
- Você fez o que eu pedi? Fez?
- Não.
- Está vendo só? Você diz que faria qualquer coisa por mim. Mas eu pedi para você ir ver o doutor Freud, para o seu próprio bem, e você não foi.
- Cheguei a ir até a porta, mas não entrei. Sei lá.
- Ele está fazendo coisas milagrosas. Vem gente de toda a Europa consultá-lo. Foi uma dificuldade arranjar uma hora. Ele mudaria você. E você não foi. Depois ainda diz que me ama.
- Está bem. Se você marcar outra hora, eu vou. Juro. Eu...
- Ouça! É o Danúbio Azul! Não, esta nós temos que dançar. Se você não dançar comigo, eu danço com Kokoschka.
- Com quem?!
- O Kokoschka. Um estudante de arte que conheço. Está sentado ali.
- Então vá dançar com o Kokoschka.
- Você ficou magoado?
- Vá dançar com o Kokoschka, já disse! Ele deve ser maravilhoso. E eu sou um pintorzinho de nada.
- Adolf...
- Vai. Vai. Mas um dia você vai se arrepender. Você ainda vai ouvir falar de mim! Vocês todos ainda vão ouvir falar de mim!

setembro 22, 2011

Coleção Grandes Arquitetos da Folha

A Folha lançou recentemente a coleção Grandes Arquitetos com títulos monográficos sobre a obra de 18 arquitetos. Estão à venda nas bancas e com ótima qualidade de impressão e capa dura. Os livros trazem além de fotos, croquis e desenhos, pequenos textos sobre os arquitetos, alguns escritos pelos próprios arquitetos.  

Os livros em sua maioria trazem arquitetos contemporâneos em atividade e, claro, arquitetos que mudaram o panorama da arquitetura moderna, tais como Le Corbusier, Mies van der Rohe, Alvar Aalto e Frank Lloyd Wright. Logicamente, Oscar Niemeyer não poderia faltar, já que além de sua importância mundial, uma coleção lançada no Brasil sem o arquiteto brasileiro mais conhecido no mundo seria bastante estranho, ainda mais que a coleção pretende ser para leigos. Além do mais, bastaria ver que a grande maioria dos arquitetos foram laureados com o maior prêmio da arquitetura mundial, o Pritzker, como o próprio Niemeyer em 1988, Álvaro Siza em 1992, Tadao Ando em 1995, Rafael Moneo em 1996, Renzo Piano em 1998 e Norman Foster em 1999.

Dentre todos os arquitetos, o único que não conheço é o do volume 18, Kengo Kuma. E ainda não tive tempo de procurar suas obras. Acredito que dentre estes volumes faltaria um a respeito de Rem Koolhas e, mesmo não sendo um apreciador da obra, um sobre Frank Gehry. Talvez também sobre os suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron, por conta de suas recentes obras para as olimpíadas na China e copa da Alemanha.

Os volumes são em ordem:

1 – Frank Lloyd Wright
2 – Renzo Piano
3 – Oscar Niemeyer
4 – Antoni Gaudi
5 – Le Corbusier
6 – Santiago Calatrava
7 – Norman Foster
8 – Jean Nouvel
9 – Tadao Ando
10 – Steven Holl
11 – Dominique Perrault
12 – Mies van der Rohe
13 – Zaha Hadid
14 – Rafael Moneo
15 – Álvaro Siza
16 – Alvar Aalto
17 – David Chipperfild
18 – Kengo Kuma

O São Paulo e o Corinthians

Começar a escrever novamente no blog falando de um jogo sem lá grandes emoções, um oxo, como escreveu Daniel Piza outro dia (aqui), nada tem a ver com o futebol propriamente dito. O Campeonato Brasileiro está bastante interessante, mesmo sem lá grandes jogos memoráveis. O Corinthians liderou por mais tempo até agora, mas o Flamengo, o Vasco, e hoje o São Paulo passou a liderança. No fundo no fundo, o oxo foi bom para ambos os times. Melhor para o São Paulo, mas o fato de ficar mais distante do Botafogo é sempre bom para o Corinthians. Mas é claro que eu estava ansioso por uma vitória do Corinthians... E sua retomada à liderança.

Escrever como torcedor é sempre bom. Escrever sempre é bom. Assim como a leitura, o ato de escrever exercita muitas outras formas de expressão e de desinibição, além de também ser uma boa fonte de distração. Ultimamente venho ficando tenso ao assistir os jogos, por serem cada vez menos interessantes e mais burocráticos. Mas este eu só vi uns trechos e o que vi não deu para sequer tirar meu sono. Esta realmente faltando jogar bola nesse campeonato.

julho 18, 2011

O Efeito Orloff continua!

Há mais de três anos publiquei o texto da Newsletter do Instituto de Engenharia, de autoria do ex-presidente Edemar de Souza Amorim. Recebo de vez em quando algum comentário desrespeitoso e muitos comentários a respeito de determinada frase: “Para completar, o governo federal deve deixar a política eleitoreira fora dos corredores da Petrobrás e aumentar o preço da gasolina, pois o maior inibidor dos deslocamentos supérfluos é custo do quilômetro rodado.” (texto completo aqui).

Todo mundo escreve que o preço da gasolina já é um absurdo, etc, etc e etc. Mas vamos ser bastante claros em relação à tese defendida no texto. Mesmo com o valor absurdo existem cada vez mais carros na rua e menos gente reclamando por transporte público de qualidade. Teve, anos atrás, propaganda de uma fábrica de motos que falava sobre o valor da passagem do ônibus e da parcela da moto.

Eu não concordo com a idéia do aumento da gasolina, acho que não é uma solução consistente, e gostaria que o valor da gasolina fosse mais baixo. Mas em relação à tese defendida no texto, parece-me bastante evidente que uma coisa está ligada a outra. Eu andaria de ônibus e metrô, se este fosse realmente mais confortável e mais rápido, principalmente à noite. Como faço horários alternativos de trabalho, já fiquei por mais de uma hora para fazer o trajeto que de carro leva 10 minutos. E a pé é perigoso. As ciclovias seriam ótimas alternativas, se existissem chuveiros nos escritórios... Num país tropical, andar de bicicleta de calça, camisa... Nem preciso falar a respeito... As soluções estão dadas. Se a resposta é lenta, é outro problema. E quanto a estes outros problemas, principalmente a respeito dos governos que não fazem obras de infra-estrutura, eu digo que hoje se está bem melhor em termos de transporte público do que há 15 anos – por experiência própria. Agora, o valor das tarifas é compatível com os valores do resto, dos carros, da gasolina, dos pedágios, dos imóveis, dos aluguéis. Morar no Brasil é caro mesmo.

Sempre defendi menos governo e mais indivíduo e uma idéia de Estado Mínimo. Nesse caso, conformando a minha visão com a tese do texto de Edemar, a tese dele é até bem mais realista do que imagino e tenho como norte. Em muitos momentos sinto alguns de seus preceitos sendo aplicados gradativamente nas cidades. Fico feliz de um texto publicado num blog periférico como o meu ter causado algum momento de reflexão e por terem me escrito uma mensagem. Mas fico muito mais curioso ainda em saber como a pessoa achou esse texto e o meu blog. Quais foram os critérios de busca, quais foram as suas expectativas?

Entendo que é um assunto amplo e de muita reflexão. E realmente não há ainda soluções consolidadas. O mais interessante é, como arquiteto estudioso da história da arquitetura, sou conclamado a dar tais soluções. Como se o fato de ser arquiteto me desse o direito e o dever de ter soluções para tudo... e estas sempre definitivas...

junho 02, 2011

Mudando um pouco... Mas não muito!

Bom fazer mudanças no layout do blog. Diga-se de passagem, parece que há muito mais recursos. Mas gosto deste ar meio conservador. No início tinha o fundo escuro. Muitas pessoas me disseram que fica ruim para ler. Mudei pra branco e nunca mais mexi. Na minha área – a arquitetura – o fundo escuro é comum graças ao AutoCAD. Mas acho que é só o CAD mesmo... Bem, este é o novo layout do blog. Apresentado!

junho 01, 2011

Eu sou Ozzy...

Nada melhor do que voltar ao meu blog com uma postagem da, como poderia chamar, lenda da minha adolescência.

Dia destes, estava eu na livraria e olhei para o livro Eu Sou Ozzy e me alegrei de tal maneira a poder saber a vida desta lenda contada por ele mesmo. Ao menos o que ele lembra, segundo ele mesmo no prefácio do livro. A vida de Ozzy Osbourne é sem dúvida algo de muito interessante. Ainda não escutei seu último álbum – Scream -, mas se seguir a linha de Black Rain tenho a ligeira impressão que não me impressionarei... Tanto o novo álbum quanto a autobiografia são lançamentos de 2010. Porém, como nada havia pronunciado até então, para mim ainda é novidade.

Poderia divagar a respeito falando da grande quantidade de informação e tudo mais, mas não; o que ocorreu mesmo foi total falta de tempo. Estou só agora em 2011 retomando projetos que estavam simplesmente parados. Um dos projetos é arquitetar um caminho para o blog. Sinto de muitos leitores discretos que não tem nada sobre arquitetura neste blog. Pois bem, a ideia era mesmo ter de tudo e um dia encontrar um caminho. Comecei a escrever em 2007 e em quatro anos ainda não encontrei o eixo e acho que eu gosto de ter este espaço para escrever sobre tudo, sobre o que é o amor, sobre o que nem sei quem sou... (não, não, chega!!!).

Voltando ao Ozzy, quero lembrar aqui que ao me dedicar a escrever minhas lembranças (pseudoauto biografia) dei o nome de um álbum de Ozzy Osbourne (aqui). Naqueles anos, o que mais me chamava atenção – e até os dias atuais – é o guitarrista Randy Rhoads. No livro Ozzy dedica praticamente um capítulo a este episódio. Por sinal o único que li naquele dia na livraria. Passei por partes da infância de Ozzy e do reality show The Osbournes, o que eu acho – minha opinião – acabou com o mito Ozzy Osbourne e o deixou com uma popularidade um tanto quanto distante das letras que houvera escrito. Como falar de Ozzy do The Osbournes e pensar em um Ozzy que conhece Aleister Crowley (isso mesmo: da música Mr. Crowley)? Bem, agora me resta à dúvida se há citações a respeito das leituras que Ozzy teve. Quando li a autobiografia de Eric Clapton, ele citou escritores, como Kurt Vonnegut. Bem, logo que eu comprar e ler o livro voltarei a falar mais dele.

Os três textos

Já que continuo aguardando o Renzo Piano da postagem anterior – comprar a Black Friday é isso: o melhor preço, porém, não chega nunca – aca...