Faz já pouco mais de um mês que escrevi aqui pela última vez. Escrever pouco é muito ruim, pois parece que venho “desistindo” de escrever, o que não é nem de perto verdade. Venho escrevendo outras coisas, um pouco por trabalho e outro tanto por questões relacionadas a alguns projetos. Mas um dos projetos principais está parado. Outros dois estão engatinhando... E por fim, nem sobre os costumes gerais tenho tido tempo.
Gosto de falar de futebol, F1, filmes, músicas e até de arquitetura... Imagino que muita gente entra no blog a procura de questões relacionadas à arquitetura. Uma ânsia que eu mesmo já passei tempos atrás. Não era, à época, blog, mas sites sobre arquitetura. Além do Vitruvius, que teve recente remodelação – da qual eu detestei – e o Arcoweb, não há mais sites sobre arquitetura. O próprio site da Pini, que edita a revista AU, não é lá um site muito interessante. O site Casa.com.br, da revista Arquitetura & Construção, é outro difícil de encontrar as coisas. Acredito que falta ainda alguma coisa para os sites ficarem fáceis de encontrar as obras, os arquitetos, os fornecedores, os vídeos, as entrevistas e as crônicas. A coisa mais estranha é a parte sobre perguntas, recheada de questões feitas por estudantes. Na verdade, lembro que quando saí da faculdade fui um dos poucos que continuou assinando a AU. E também foi por pouco tempo. Tem horas que penso que estas revistas são feitas para breve informação e não com a idéia de ser um objeto de pesquisa, de “acervo científico” – como se trata na área médica as revistas especializadas.
Bem, não queria ficar discutindo o mercado editorial de arquitetura, mas uma coisa me parece óbvia: há uma carência de produtos editados para arquitetura. Muitos livros foram publicados nos últimos anos e há muito ainda por aparecer.
A respeito dos livros de arquitetura, os escritórios mais consolidados dos chamados “comerciais” acabaram lançando compêndios sobre suas obras. Muitos deles são muito interessantes e há muitas coleções de livros baratos, alguns comentando somente uma obra específica. Olhando com as lentes do passado, parece que há um avanço neste sentido. Mas eu ainda sinto falta da continuidade da coleção de livros do Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, que se não me engano lançou quatro livros: Lina Bo Bardi, Vilanova Artigas, Reidy e, o mais popular, João Filgueiras Lima - Lelé. O quinto volume, sobre Oscar Niemeyer, não saiu ainda... E por muito tempo o da Lina esteve esgotado (sem contar o preço, que daria um tópico a mais...).
Se for falar a respeito dos ensaios, no Brasil parece que há uma lacuna maior. Muitas teses são publicadas, mas nada de inovador, nada de polêmico. Acho que o ultimo livro polêmico que tive oportunidade de ler foi o de Sérgio Teperman, que não passa de uma coletânea de seus inúmeros textos. Falta algum livro recente de ensaios arquitetônicos e urbanísticos. Algo que também saia um pouco do culto à arquitetura moderna brasileira. Será que não se produz nada além do que se passa nos meios acadêmicos? Será que não há mais o que se falar sobre assunto tão vago?
Poderia dizer que faço certa injustiça. Acabo de lembrar do livro – o pequeno e denso livro – do arquiteto Jaime Lerner, Acupunturas Urbanas. Nunca li críticas sobre o tal livrinho. Parece ter passado despercebido. Mas se lançassem muitos livrinhos assim, o debate ficaria bem mais interessante. Isso é uma das poucas certezas que tenho. O fato é que imagino a vontade dos arquitetos de sempre lançar os grandes livros, ilustrados, com projetos completos, textos analíticos, etc. e caros. Tem horas que se deve popularizar o debate. Achei incrível quando lançaram em português o livro Nova York Delirante, de Rem Koolhaas. Só acho que demorou muito... E assim ainda temos muitos livros que não nos chegam
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