maio 22, 2009

Miriam Freeland

Uma garota vem me chamando atenção. Lembrava de seu rosto de algum lugar; não sabia ao certo de onde. Uma atriz experiente, mas de onde será que veio? Seria do teatro? Afinal, nada mais natural que uma atriz tenha experiência nas artes dramáticas no teatro e ser apresentada à TV. Seria até um caminho lógico, pois, até hoje, o teatro sempre vive uma das maiores contradições possíveis: ser popular sendo erudito. Me dá até calafrios quando tratam de falar da popularização do teatro. Mas voltando àquele rosto na novela. Não era uma novela da Rede Globo, ou seja, seria então mesmo uma nova atriz na televisão. O sucesso, não me importa muito. Sempre achei que para um bom ator central os coadjuvantes devem também ser de qualidade. Mas Miriam Freeland já havia passado pela Rede Globo. Desde seus quinze anos de idade já se apresentava nas telas da televisão. Sim, eu sabia. Ela vem da escola de teatro, Tablado (ou seria grupo?). Começou a estudar as artes dramáticas aos 11 anos de idade. Aos 15 anos já estava no elenco de uma novela da Rede Globo, A Viagem (1994) (aqui poderia discorrer horas sobre a qualidade das telenovelas desta emissora, mas sou obrigado a usar um critério: uma novela de Rede Globo tem uma audiência muito maior que as outras emissoras, no mínimo o dobro). Depois passou por algumas novelas na Rede Bandeirantes, até voltar à Rede Globo na novelinha Caça Talentos, de Angélica. Não tenho a menor idéia sobre estes trabalhos. Provavelmente não eram estes que a teriam me apresentado. Foi, claro, na Rede Globo. Seu papel de maior destaque foi na novela O Cravo e a Rosa (2000) que a apresentou, não só a mim, mas ao Brasil todo. Depois em Esperança (2002) e o papel que eu lembro bem e adoro: Pagu, na minissérie Um só coração (2004).
Desde 2005 trabalha na Rede Record em várias produções, da qual Bicho do Mato (2006) faz um grande papel fora de uma produção de época, marca que já a acompanhava há certo tempo. Então, uma vilã malvada, muito má. Acho que tenho queda por vilãs... Mas é na vilã que se apresenta muito da arte dramática. E é ali que aquele rosto conhecido me chamou atenção. Infelizmente não assisti mais do que alguns capítulos de Bicho do Mato, mas Miriam, que atualmente faz uma jornalista, na atual produção Poder Paralelo, que, segundo Cristiane Padiglione, não se parece com novelas da Record, vem a ser uma das atrizes contemporâneas mais interessantes fora do circuito Globo (contemporânea no sentido de idade. Miriam tem 30 anos atualmente).

Ao futuro: Miriam tende a ser uma atriz mais cotada para papéis principais. Uma carreira que se pode dizer “paralela”, mas que vem preparando uma atriz, que era até agora uma especialista em papéis de época. O que é muito bom. Talvez, nestas horas me arrisco a palpitar, as novelas de época sejam mais bem produzidas e mais interessantes às contemporâneas de nosso tempo. Existe uma geração toda de pessoas com menos de trinta anos nas produções de televisão, o que também é muito bom. Esta renovação já era esperada e aquele belo rosto merece mais destaque. Nada melhor que uma atriz preparada, que além de ter talento estudou. Não é fácil o caminho de uma atriz, mas sem estudar deve ser pior ainda. Talvez a Rede Globo deva rever sua “escola de atores” (Malhação) e empreenda num caminho mais interessante. Afinal, “de onde não tem nada, não poderia vir nada mesmo” (não lembro ao certo que disse esta frase, mas concordo totalmente...) e os “sucessos” originados em Malhação andam sendo muito pouco interessantes. Há exceções, como Priscila Fantin, mas ainda assim era de se esperar muito mais.


Nenhum comentário:

Os três textos

Já que continuo aguardando o Renzo Piano da postagem anterior – comprar a Black Friday é isso: o melhor preço, porém, não chega nunca – aca...